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Governo do Estado lança Plano Aeroviário de Santa Catarina, na sede da FACISC

O Plano Aeroviário de Santa Catarina (PAESC) foi entregue oficialmente pela Secretaria de Portos, Aeroportos e Ferrovias (SPAF) ao governador Jorginho Mello, nesta segunda-feira (4/11), na sede da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC).

O documento define metas de desenvolvimento e planejamento da Rede Estadual de Aeroportos para curto, médio e longo prazos (até o ano de 2044). Neste período a estimativa é de que o Governo de Santa Catarina tenha que investir mais de R$ 254 milhões para realizar obras e serviços recomendados para os aeroportos da rede estadual.

“Santa Catarina vai voar ainda mais alto com um planejamento pros próximos 20 anos. Vamos reforçar nossa aviação comercial, nosso turismo, os voos regionais e fortalecer ainda mais a nossa economia, que já é uma das mais sólidas e competitivas do País”, projeta o governador Jorginho Mello.

“O Paesc é um documento fundamental que indica metas de desenvolvimento e orientará os investimentos a serem feitos nos aeroportos. É um planejamento de 20 anos que demonstra que o governador Jorginho Mello trata o assunto como um tema de política de estado e não apenas como um projeto de governo”, comenta o senador e ex-secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias (SPAF), Beto Martins.

“Além desse planejamento, precisamos lembrar também que este estudo deverá ser revisado a cada cinco anos, trazendo atualizações e garantindo que o Estado fique alinhado com as necessidades e mudanças do mercado aeroviário”, afirma o atual secretário da SPAF, Ivan Amaral.

O presidente da Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc), Elson Otto, explica que a entidade mobilizou as lideranças da federação para participarem deste processo, já que a infraestrutura aeroviária é uma demanda recorrente em várias regiões do estado. “Este é um diagnóstico que mapeia e nos ajuda a entender, também, qual é a distância entre o que os empresários almejam e o que é possível de ser realizado”, destacou. O presidente também elogiou o trabalho realizado pelo governo, em parceria com a universidade. “A SPAF ouviu os players do mercado, assim como, todas as lideranças do estado para poder validar o Paesc. Foi um trabalho importante de mobilização, o que resultou em um estudo que reúne estrutura e potencialidades regionais para a viabilização de rotas aéreas domésticas e de carga no estado”, explicou.

O último Plano aeroviário de Santa Catarina foi desenvolvido no ano de 1989 com definição de horizontes para 20 (vinte) anos, ou seja, até o ano de 2009. O novo PAESC (versão 2024) reavaliou a estrutura e a classificação das unidades que compõem o sistema de aeródromos do Estado, observando-se as legislações aeroportuária e ambiental aplicáveis e em vigor. O trabalho foi realizado pelo LabTrans, da UFSC, mesmo órgão que desenvolveu o Plano Aeroviário Nacional.

Considerando as características das aeronaves previstas para operação nos aeródromos da rede estadual, o PAESC objetiva a orientação e a definição do seu desenvolvimento, apresentando propostas de adequação, de ampliação ou de implementação de infraestrutura conforme a demanda de tráfego prevista para a aviação comercial, regular, não regular e geral. Com estes indicadores, o governo do estado poderá planejar os investimentos necessários para os aeroportos, conforme as informações apresentadas no Paesc.

Critérios – Fazem parte do Paesc, 19 aeroportos públicos, que foram classificados como Regional, Regional (pequeno porte), Metropolitano auxiliar, Turístico, Local e Complementar. As análises levaram em conta informações sobre as possibilidades de expansão de infraestrutura, análise socioeconômica e o potencial de geração de viagens dos municípios, as áreas de influência, análise do transporte aéreo, com histórico de movimentação e previsões de demandas de passageiros, de cargas, de aeronaves de aviação geral e comercial e de ligações aéreas potenciais.

Os Aeroportos de Caçador e Correia Pinto foram classificados como Regionais. Os aeroportos de Joaçaba e São Miguel do Oeste receberam a classificação de Regionais de pequeno porte. O Aeroporto de Dionísio Cerqueira foi classificado como Complementar e o de São Joaquim como Turístico. Foram classificados como Locais os aeroportos de Blumenau, Concórdia, Curitibanos, Forquilhinha, Itapiranga, Lages, Lontras/Rio do Sul, Pinhalzinho, São Francisco do Sul, Rio Negrinho, Três Barras, Videira e Xanxerê.

O Aeroporto de Jaguaruna, que está em processo de privatização, e os aeroportos de Chapecó, Florianópolis, Joinville e Navegantes não fazem parte do Paesc porque já foram concedidos à iniciativa privada e tem seus respectivos planos de investimento e expansão.

Para a elaboração do Paesc, o governo de Santa Catarina investiu, por meio da SPAF, R$ 1,6 milhões.

FONTE: FACISC
Governo do Estado lança Plano Aeroviário de Santa Catarina, na sede da FACISC – FACISC – Federação das associações empresariais de SC

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Novo recorde: exportações de produtos de defesa atingem R$ 9,53 bilhões em outubro

O setor de defesa alcançou um novo recorde nas autorizações de exportações de produtos e serviços. No mês de outubro, o Brasil atingiu a marca de R$ 9,53 bilhões (US$1,65 bilhão), o que representa o melhor índice nos últimos 11 anos, ultrapassando a marca anterior de US$1.62 bilhão em comercializações para o exterior registrada em 2021.

Atualmente, a indústria de defesa nacional comercializa para cerca de 100 países, sendo que 40% das exportações são de aeronaves. Entre os itens mais exportados estão aeronaves de asa fixa e rotativa, armamentos leves, munições, armamentos não letais e serviços de engenharia em produtos de Defesa.

A evolução no índice deve-se a fatores como a busca crescente de novas oportunidades comerciais, o potencial competitivo e a capilaridade da Base Industrial de Defesa (BID), que representa 3,58% do Produto Interno Bruto (PIB) e gera 2,9 milhões de empregos diretos e indiretos no país. Um levantamento do Observatório Nacional da Indústria, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que para cada emprego aberto no setor de defesa, outros três são abertos em outros setores.

O Secretário de Produtos de Defesa, Heraldo Luiz Rodrigues, ressalta que o resultado é fruto de um trabalho constante que vem sendo realizado pelo Ministério da Defesa há muito tempo. “Buscamos facilitar, junto às empresas, a produção e a exportação. Enfim, oferecemos as condições necessárias para que as empresas possam, efetivamente, vender um produto, produzi-lo com segurança no país e transportá-lo até o seu destino final com toda a garantia envolvida nesse processo”, disse.

O Ministério da Defesa, por meio da Secretaria de Produtos de Defesa (Seprod), também participa de eventos, feiras, visitas e encontros empresariais, realizando a promoção comercial dos produtos e serviços de defesa nacionais. Outro trabalho desempenhado é o acompanhamento a nível mundial dos nichos e dos países potenciais compradores.

Soberania e desenvolvimento nacional – A BID é composta por empresas estatais ou privadas que participam de etapas de pesquisa, desenvolvimento, produção, distribuição e manutenção de produtos estratégicos de defesa (bens e serviços) que contribuam para os objetivos relacionados à segurança ou à defesa do país.

A BID possui 252 empresas cadastradas no MD. O portfólio brasileiro é composto por cerca de 1.700 produtos, como aeronaves, embarcações, soluções cibernéticas para proteção de dados, radares, sistemas seguros de comunicação e armamentos, entre outros itens de alta tecnologia.

DIVULGAÇÃO: Ministério da Defesa

Fonte: Poder Aereo

Novo recorde: exportações de produtos de defesa atingem R$ 9,53 bilhões em outubro – Poder Aéreo – Aviação, Forças Aéreas, Indústria Aeroespacial e de Defesa

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GOVERNADOR REAFIRMA APOIO AO PORTO MERIDIONAL EM ARROIO DO SAL, RESSALTANDO COMPETITIVIDADE PARA O RS

E É SÓ NOTÍCIA BOA!

Projeto Porto Meridional avança com sucesso e mobiliza lideranças regionais

O Projeto Porto Meridional, em Arroio do Sal, segue executando com precisão cada etapa de seu plano estratégico. Com um cronograma rigoroso de reuniões, audiências e encontros, o projeto assegura um alinhamento contínuo entre investidores e demais stakeholders, além do cumprimento dos prazos definidos. Neste mês, a Mobilização por Caxias (MobiCaxias) acompanhou de perto o progresso do empreendimento, evidenciando avanços notáveis nas fases planejadas. A seguir, destacamos alguns marcos recentes.

Plano Diretor: Audiências Públicas Conduzem Revisão do Plano Urbano

Arroio do Sal sediou uma série de audiências públicas nesta semana, marcando um passo importante na revisão do Plano Diretor Municipal, essencial para acomodar o futuro Porto Meridional. Com o apoio da Prefeitura e liderada pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), as reuniões buscaram compartilhar um diagnóstico detalhado da infraestrutura local e discutir com os moradores as futuras diretrizes urbanísticas para a cidade.

Na terça-feira (22), o primeiro evento ocorreu no Ginásio Professor Gentil, na comunidade de Rondinha. No dia seguinte, o Clube de Mães do Balneário Atlântico recebeu o segundo encontro, seguido pelo Chopão, local tradicional de encontros comunitários, na quinta-feira (24). A série de audiências foi encerrada na sexta-feira (25) pela Associação Amigos da Praia Bom Jesus, onde a comunidade teve nova oportunidade de contribuir para o desenvolvimento sustentável da região.

Essas audiências destacaram a assessoria técnica especializada da UCS na revisão do Plano Diretor e na elaboração do plano de mobilidade urbana. Especialistas da universidade apresentaram estudos e análises, enquanto os moradores contribuíram com suas preocupações, sugestões e expectativas, reforçando a parceria entre técnicos e comunidade no planejamento urbano.

Além das audiências, um encontro estratégico ocorreu entre representantes da Porto Meridional Participações S/A, MobiCaxias, UCS e o prefeito eleito de Arroio do Sal para o exercício de 2025-2028, Luciano Pinto (Republicanos), junto à sua equipe de transição. O objetivo foi atualizar a nova gestão sobre o andamento do projeto e coordenar os próximos passos do plano de ação.

Apoio Governamental: Governador Eduardo Leite Fortalece Parceria

ENGAJAMENTO DAS PARTES INTERESSADAS: Na quinta-feira (31), o governador Eduardo Leite reiterou o apoio ao Porto Meridional de Arroio do Sal durante reunião no Palácio Piratini com os secretários Ernani Polo (Desenvolvimento Econômico) e Caio Tomazeli (Comunicação), além de representantes da concessionária do futuro terminal. Leite reafirmou o compromisso do Estado em acelerar o início das obras, previstas para 2025, destacando a relevância do Porto Meridional para a logística e infraestrutura do Rio Grande do Sul.

“O Porto Meridional representa um avanço estratégico para escoar a produção regional, e trabalharemos para garantir sua viabilidade, apoiando desde a obtenção das licenças ambientais até a criação de infraestrutura essencial”, declarou o governador.

Com localização estratégica no Litoral Norte e proximidade à Serra Gaúcha, o Porto Meridional promete ser um ponto de escoamento eficiente para setores como o metalmecânico. Leite também garantiu que a construção do novo terminal não comprometerá os investimentos no Porto de Rio Grande, preservando a competitividade do terminal da Zona Sul do Estado.

Sobre o Porto Meridional de Arroio do Sal

Projetado como Terminal de Uso Privado (TUP), o Porto Meridional será operado pela Porto Meridional Participações S/A. A infraestrutura visa reduzir custos logísticos e agilizar o escoamento de produtos, ampliando rotas comerciais e a capacidade de exportação do Estado, com impacto positivo na economia regional e oportunidades de expansão no mercado externo e assim contribuir com a nossa jornada rumo a Região Da Serra Gaúcha e a Cidade Que Queremos No Futuro…..

Fica Aqui o Nosso Convite Especial Venha Fazer Parte desta linda jornada, vem para o Mobicaxias você também.

Fonte: MobiCaxias – GOVERNADOR REAFIRMA APOIO AO PORTO MERIDIONAL EM ARROIO DO SAL, RESSALTANDO COMPETITIVIDADE PARA O RS – Notícias

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Portos brasileiros não suportam metade da capacidade de novos porta-contêineres

Representantes do setor apontam que o calado ideal para que portos recebam novos navios deveria ser de pelo menos 16 metros com a maré baixa.

Quase metade da capacidade dos grandes navios porta-contêineres que chegam ao mercado até 2026 não pode ser aproveitada no Brasil devido à defasagem dos calados (profundidade) e berços (área de atracação) dos terminais brasileiros. É o que aponta um estudo feito pelo Centronave (Centro de Navegação Transatlântico).

A entidade, que tem empresas como MSC e Maersk entre suas associadas, analisou números da plataforma Alphaliner, que reúne dados sobre o setor.

Segundo o levantamento, o mercado vai receber até 2026 aproximadamente 4,5 milhões de TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) em nova capacidade relacionada a navios que carregam mais de 10 mil TEUs -os maiores e mais novos do setor. No entanto, somente 47% desse montante é suportado nos terminais brasileiros, de acordo com o Centronave.

Representantes do setor apontam que o calado ideal para que portos recebam novos navios deveria ser de pelo menos 16 metros com a maré baixa, número acima do que é registrado nos terminais brasileiros.
Para driblar o entrave, as empresas vem diminuindo a capacidade dos navios -ou seja, a operação não é feita em capacidade plena. Se as companhias transportassem mais contêineres, o peso do navio inviabilizaria a saída.

Como solução ao problema, o setor cobra o governo para que sejam realizadas mais obras de dragagens nos terminais. No porto de São Francisco do Sul (SC), por exemplo, a autoridade portuária pretende publicar ainda neste ano o edital para contratar a empresa que fará o alargamento e o aprofundamento do acesso à Baía de Babitonga, onde estão localizados o terminal e o porto de Itapoá.

Com a dragagem, a profundidade do canal por onde os navios trafegam para chegar aos dois portos chegará a 16 metros, segundo a autoridade portuária do terminal.

De acordo com o Centronave, o maior porta-contêiner operado no Brasil hoje é o 366M, utilizado pela MSC, com capacidade para 15 mil TEUs. A entidade afirma que, dos 17 portos com operação de contêiner no país, apenas seis estão homologados para receber o navio, entre eles Santos, Paranaguá e Sepetiba (Itajaí, no Rio). Ainda assim, as restrições de infraestrutura atrapalham a operação em plena capacidade nesses terminais, diz a associação.

O Centronave estima uma perda de receita anual para o país de US$ 20,6 bilhões (mais de R$ 116,5 bilhões) em importações e exportações devido às restrições. O número leva em consideração rotas que partem de Santos para Europa, Ásia e Mediterrâneo.

Outro entrave na operação é a elevada ocupação dos berços, área do porto onde os navios atracam, abastecem e carregam ou descarregam as cargas. De acordo com o Centronave, nos três terminais de contêineres em Santos (BTP, DPW e Santos Brasil), o patamar observado durante o primeiro trimestre de 2024 está acima dos 65% recomendados pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Nesta semana, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que pretende enviar em novembro para análise do TCU (Tribunal de Contas da União) o projeto para o leilão do terminal STS10, que promete desafogar a falta de espaço para contêineres no porto de Santos. O certame está previsto pelo governo para 2025.

Segundo Claudio Loureiro, diretor executivo do Centronave, há uma demanda de alguns segmentos que exige elevação na quantidade de carga transportada pelos porta-contêineres ou aumento na frequência de navios. Por causa das restrições de calado e do gargalo nos berços, nenhuma das duas medidas pode ser implementada pelos armadores (transportadoras).

“É dramático. Eu tenho navio grande que não posso usar na sua plenitude. E os terminais que poderiam operar a plenitude não operam porque o navio não chega. Precisaria de dragagem de aprofundamento, dragagem de manutenção e mais área”, afirma Loureiro.

Leandro Carelli Barreto, sócio da Solve Shipping, afirma que as obras para aprofundamento dos canais de acesso aos portos precisam contemplar, sobretudo, os maiores terminais. Segundo ele, os portos operam no limite, o que pode gerar um efeito dominó.

“Os navios podem começar a atrasar porque o terminal de Singapura está colapsado, por exemplo. E, se o porto está operando acima do limite, não tem margem para receber um navio atrasado. Começa a gerar uma bola de neve”, diz.

FONTE: Jornal de Brasilia

Portos brasileiros não suportam metade da capacidade de novos porta-contêineres | Jornal de Brasília

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Secretário Especial da Receita Federal anuncia em Santos novas ações para endurecer o combate a importações fraudulentas.

O Secretário Especial da Receita Federal, Robinson Sakiyama Barreirinhas, estará em Santos/SP amanhã, 1/11, para anunciar um conjunto de ações destinadas a endurecer o combate às importações fraudulentas, incluindo cigarros eletrônicos, e ao contrabando. Durante o evento, serão apresentados os resultados recentes das operações de fiscalização e fornecidas explicações sobre as Instruções Normativas 2.231/2024 e 2.229/2024, que reforçam as medidas de controle aduaneiro.

Coletiva de Imprensa

Horário: 11h

Local: Alfândega da Receita Federal no Porto de Santos

Endereço: Praça da República, s/n – Centro, Santos/SP

Confirmação da presença

Pedimos confirmação de presença para coletiva. São necessárias as seguintes informações:

1. Nome do veículo de comunicação; e

2. Nome e função dos profissionais.

O e-mail para envio das informações é: gabinete.alfsts.sp@rfb.gov.br

Aviso de Pauta — Receita Federal

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Terminal de Contêineres de Paranaguá espera ampliar embarques de algodão

Tradings e operadores logísticos vêm avaliando alternativas às exportações por Santos (SP)

O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) espera aumentar os embarques de algodão, em meio a uma diversificação de rotas logísticas da pluma brasileira. Atualmente, as exportações do produto são amplamente dominadas pelo porto de Santos. Mas tradings e operadores logísticos vêm avaliando outras possibilidades.

Entre os locais que estão movimentando cargas da pluma, buscando ganhar espaço entre os pontos de embarque alternativos ao terminal paulista, estão portos como Itapoá (SC) e Salvador (BA). Em Paranaguá (PR), o TCP não quer ficar para trás nesta tendência.

“A estratégia de diversificação de rotas de exportação de algodão não é uma escolha. É mandatória. Se não fizer isso, não se exporta algodão, ou se exporta de uma maneira limitada, abaixo do que se prevê de meta”, analisa Giovanni Guidolim, gerente comercial, de logística e de atendimento do TCP.

Em todo o ano de 2023, o terminal de Paranaguá embarcou 50,1 mil toneladas de algodão em pluma. De janeiro a agosto de 2024, foram 22 mil toneladas. Com o Brasil assumindo a liderança mundial das exportações do produto, a administração do local acredita que é possível ganhar espaço no segmento.

Nas previsões da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), as exportações totais de algodão da safra 2024/24 devem totalizar 2,85 milhões de toneladas. Para a pluma da temporada 2024/25, a projeção é de 2,86 milhões. Neste cenário, a previsão do TCP é encerrar este ano com crescimento. E manter a tendência nos próximos.

“Começamos a retomar esse projeto do algodão em Paranaguá alguns anos atrás. Tivemos um bom volume no ano passado e projetamos continuar crescendo ano a ano. A gente vê uma dinâmica dos terminais e uma demanda do mercado necessitando de mais players na exportação de algodão”, diz Guidolim.

O algodão em pluma chega a Paranaguá por caminhões. Nos armazéns da chamada retroárea portuária, o produto é estufado em contêineres para ser exportado, e direcionado para o terminal de embarque nos navios.

Atualmente, a maior parte da pluma exportada pelo TCP é originada em Mato Grosso. A expectativa é de que volumes cada vez maiores “desçam” do Centro-oeste, considerando que a cotonicultura do Estado prevê aumento na demanda do exterior.

De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), as exportações de algodão em pluma do Estado na safra 2023/24 são estimadas em 1,79 milhão de toneladas, 5,66% a mais que na temporada anterior (1,69 milhão). Para o ciclo 2024/25, a previsão é de 1,99 milhão de toneladas, 11,16% a mais.

“A gente espera chegar a mais de 50% de crescimento no algodão. É o que a gente está projetando de mercado e espera fazer. O algodão vem ganhando corpo e a gente quer que continue crescendo”, afirma Guidolim.

Ele avalia que, ao procurar alternativas a Santos, a cadeia produtiva do algodão tende a escolher Paranaguá, entre outros motivos, por proporcionar um alto volume de frete de retorno, que compensa a operação logística. O caminhão que chega carregado com a pluma retorna ao ponto de origem com fertilizantes, ajudando a diluir o custo da operação.

O porto de Paranaguá é um dos principais locais de entrada do fertilizante importado pelo Brasil. De janeiro a setembro de 2024, foram 7,84 milhões de toneladas desembarcadas, 11% a mais que no mesmo período em 2023 (7,05 milhões). É o principal produtor em volume de importações no terminal paranaense.

O executivo do TCP acrescenta que o terminal paranaense concentra rotas logísticas para diversos destinos, especialmente o mercado asiático, principal cliente internacional da cotonicultura brasileira. Outra característica que, em sua avaliação, favorece a escolha do local como ponto de embarque da pluma.

“Paranaguá sempre foi muito estratégico para o fluxo de caminhões com fertilizantes, o que torna o frete de retorno ainda mais competitivo”, diz Guidolim, do TCP. “E, quando você tem, em um terminal, essa concentração de serviços, facilita para o exportador. Conseguimos trabalhar no conceito de ‘one stop shop’, a centralização da logística em um player”, acrescenta.

TCP

Atualmente, o TCP é o segundo maior terminal do Brasil em movimentação de contêineres, atrás apenas de Santos, de acordo com dados estatísticos da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A capacidade estática de armazenagem do local está próxima de 45 mil TEU’s (medida equivalente a um contêiner de 20 pés).

Entre 2022 e 2024, a companhia investiu R$ 370 milhões em melhorias na infraestrutura e compra de equipamentos, seja para algodão ou outras cargas, e concluiu obras de modernização de estruturas, como vias e portões de acesso, monitoramento e fluxo de entrada e saída de caminhões, e na área de ferrovia.

“A ferrovia, hoje, não entra tanto no algodão, mas é um produto a ser estudado pelo segmento. Existe a possibilidade de, assim como em outros terminais portuários, a ferrovia na exportação de algodão”, diz Guidolim, ressaltando que, em Paranaguá, há o acesso direto ao terminal alfandegado por via férrea.

Investimentos em estruturas específicas para movimentar algodão, especificamente, afirma o executivo, têm sido feitos por parceiros do TCP. Segundo ele, são armazéns e retroáreas para recebimento e estufagem de contêineres.

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Greve de fiscais na Argentina impactará fronteiras e trânsito de cargas e turistas; aduana de Porto Mauá será atingida

A recente decisão do presidente da Argentina, Javier Millei, de extinguir a Administração Federal de Ingressos Públicos (AFIP) e substituí-la por uma nova agência com 40% a menos de servidores gerou uma ocorrência contundente dos sindicatos de fiscais aduaneiros.

Como consequência, uma greve foi convocada e deve ser mantida até, pelo menos, a próxima quinta-feira, afetando a circulação de cargas e de turistas nas fronteiras entre Argentina e Brasil.

A paralisação, que terá início nesta quarta-feira, 30 de outubro, ocorrerá diariamente entre as 10h e as 14h, restringindo a operação nas fronteiras argentinas e suspendendo a travessia de cargas e pessoas. De acordo com Gerson Lauermann, presidente da Federação Brasil/Argentina de Pontes e Portos (FEBAP), os principais pontos de travessia, incluindo Uruguaiana e Foz do Iguaçu, serão diretamente afetados.

Isso implica em não termos de cruzamento de mercadorias e, possivelmente, de pessoas, o que poderá deixar turistas retidos tanto no lado argentino quanto em outros países. A FEBAP está protocolando uma solicitação junto à Direção Nacional de Migrações da nova agência, ARCA, para agilizar os trânsitos e minimizar os impactos da greve.

Além dos impactos imediatos no transporte de cargas, há uma preocupação crescente em relação ao feriado de 31 de outubro, que deve intensificar o trânsito de turistas na região. Caso o movimento de paralisação se prolongue, os turistas, principalmente brasileiros e argentinos, poderão enfrentar dificuldades adicionais para atravessar as fronteiras e retornar aos seus países.

Greve de fiscais na Argentina impactará fronteiras e trânsito de cargas e turistas; aduana de Porto Mauá será atingida

 

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Parceria entre ENGIE e Portonave incentiva empreendedorismo feminino local

Em Navegantes, quatro iniciativas lideradas por mulheres serão premiadas com R$ 10 mil cada pelo Terminal Portuário, sendo que pelo menos duas serão destinadas às mulheres negras ou mães.

Pelo terceiro ano consecutivo, a Portonave apoia o projeto Mulheres do Nosso Bairro, realizado pela ENGIE Brasil Energia com o objetivo de promover a igualdade de gênero, por meio do Programa Parcerias do Bem. Nesta 5ª edição da iniciativa, pelo menos 50% dos projetos liderados por mulheres negras ou mães. Ao todo, serão reconhecidas 100 iniciativas de 17 estados brasileiros. No município de Navegantes, serão quatro contempladas, cada uma vai receber R$ 10 mil pela Portonave. Para conferir o edital e participar, as interessadas poderão realizar a inscrição até o 8 de novembro, às 22h, de forma gratuita, pelo site www.engie.com.br/mulheres-do-nosso-bairro/.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), entre todas as mulheres negras em idade para trabalhar, que somaram 50 milhões no primeiro trimestre do ano passado, apenas 44% estavam empregadas. Em Santa Catarina, as mulheres negras recebem, em média, 26,4% a menos do que as não negras, segundo o 2º Relatório de Transparência Salarial, elaborado pelos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e das Mulheres, publicado em setembro deste ano.

Dos 17,7 milhões de pessoas fora da força de trabalho no fim de 2023, 10,4 milhões eram mães (58,9%), conforme o estudo publicado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua do quarto trimestre de 2023. Ao apoiar o projeto Mulheres do Nosso Bairro, o Terminal contribui aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 5 (Igualdade de Gênero), 8 (Trabalho Decente e Crescimento Econômico) e 10 (Redução das Desigualdades) da Organização das Nações Unidas (ONU).

Neste ano, os empreendimentos serão selecionados com base em seis critérios: geração de renda, viabilidade econômica, sustentabilidade e meio ambiente, comunidade, liderança e localidade. O valor da premiação deverá ser utilizado para a aquisição de equipamentos e insumos, construção e reforma, cursos de qualificação, treinamentos, entre outras despesas exclusivamente relacionadas às iniciativas. Além disso, as vencedoras receberão uma formação em Gestão de Negócios com especialistas do Consulado da Mulher, organização qualifica e capacita mulheres empreendedoras em todo o Brasil.

Na última edição, a Portonave contemplou quatro empreendedoras de Navegantes, sendo uma delas a artista Anelize Claudino. Com o aporte financeiro, ela adquiriu novas ferramentas e materiais, assim como realizou cursos, que ensinaram sobre precificação e como identificar clientes. “Passei a ver o meu negócio de outra forma. Comecei a entender melhor como funciona o mercado. Hoje, utilizo as redes sociais para divulgação do meu trabalho e participo de feiras da região”, comenta Anelize.

Condições de participação desta edição
• Ser mulher cisgênero ou transgênero.
• Pessoa jurídica (com CNPJ) ou física (com CPF) com residência fixa nos municípios contemplados pelo edital.
• Ter idade igual ou superior a 18 anos.
• Iniciativas em execução ou que serão implementadas.
• Serão priorizados empreendimentos liderados exclusivamente por mulheres negras ou mães, com objetivo de garantir pelo menos 50% das oportunidades para elas.
• Cada participante só poderá enviar uma proposta.

Edital e inscrição
Via site: www.engie.com.br/mulheres-do-nosso-bairro/
Gratuita | Até 8 de novembro, às 22h

Sobre a ENGIE
A ENGIE Brasil Energia realiza a geração, comercialização e transmissão de energia elétrica, transporte de gás e soluções energéticas. Para apoiar mulheres das comunidades locais e fomentar o empreendedorismo, em 2020 a empresa lançou o projeto Mulheres do Nosso Bairro. Já foram investidos mais de R$ 3 milhões e cerca de 50 mil mulheres beneficiadas em 260 iniciativas. Somente na edição deste ano, será investido mais de R$ 1 milhão, o maior dentre os editais já realizados anteriormente.

Sobre a Portonave

A Portonave é o primeiro terminal portuário privado de contêineres do país, e, recentemente, completou 17 anos de operação em outubro. Atualmente, a empresa emprega mais de 1,2 mil profissionais diretos. Com objetivo de capacitar mulheres no segmento portuário, a Companhia já realizou duas edições do programa Porto para Elas, inclusive uma edição exclusiva para mulheres negras. Também, realiza o Programa de Apoio à Maternidade, que oferece apoio às profissionais e acompanha o retorno à empresa após a licença maternidade.

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Vizinhos, portos de Itajaí e Navegantes vivem impasse por obra em canal comum

Portonave tenta fechar acordo para pagar R$ 29 milhões a empresa que executa dragagem, mas depende de aval de Itajaí.

Pouco antes de desembocar na baía Afonso Wippel, em Santa Catarina, o rio Itajaí-Açu separa o terminal privado de Navegantes, da Portonave, e o porto público municipalizado de Itajaí, localizado na margem oposta. Os navios que ali atracam utilizam o mesmo canal de acesso, independentemente do porto de destino. Nos últimos meses, porém, a dragagem de manutenção do rio foi paralisada depois que o porto de Itajaí, responsável pelo canal de acesso, atrasou o pagamento à empresa holandesa que executa a obra, a Van Oord, conforme a reportagem apurou. Agora, a Portonave tenta fechar um acordo para a retomada da manutenção.

O terminal privado propôs pagar R$ 28,8 milhões à Van Oord. Segundo Osmari de Castilho, diretor-superintendente administrativo da Portonave, o montante será parcelado ao longo de quatro meses. O acordo teve aval da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), mas ainda não foi assinado pelo porto de Itajaí, o que tem travado a retomada da manutenção. A demora para assinatura incomodou até o diretor-geral da agência reguladora, Eduardo Nery, que, durante reunião da autarquia neste mês, disse estar assombrado com a situação.


Terminal privado de contêineres da Portonave, em Navegantes (SC) – Divulgação/Portonav


Problemas de infraestrutura em portos brasileiros onde a pouca profundidade impede acesso de navios maiores. Navio carregado de contêineres navega no canal Estuário de Santos na entrada para o porto. Folhapress/Eduardo Knap

Terminal privado de contêineres da Portonave, em Navegantes (SC) – Divulgação/Portonave, procurado pela reportagem, o porto de Itajaí disse que cumpre regime de confidencialidade e que tenta viabilizar a volta da dragagem. Uma pessoa envolvida no acordo, ouvida pela reportagem em condição de anonimato, disse que os R$ 28,8 milhões representam cerca de metade da dívida que o porto de Itajaí tem com a Van Oord. O dinheiro oferecido pela Portonave é uma antecipação das tarifas referentes à tabela 1 (infraestrutura de acesso aquaviário), que são pagas ao porto de Itajaí por uso do canal de acesso. Se o acordo se concretizar, a SPI (Superintendência do Porto de Itajaí) terá de reembolsar a Portonave em 12 parcelas mensais, por meio de créditos tarifários referentes ao uso da infraestrutura aquaviária pelas embarcações atendidas no terminal privado. A empresa holandesa paralisou as obras no segundo semestre deste ano. A dragagem de manutenção deve ser realizada periodicamente para evitar assoreamento. Sem a obra, depósitos se acumulam no leito do rio, o que dificulta ou impede a passagem dos navios em capacidade plena –ou seja, com o máximo de carga possível.
De acordo com a Antaq, a área que abrange a Portonave e o porto de Itajaí é muito sensível à falta de dragagem, já que o rio Itajaí-Açu possui um forte regime de sedimentação. A previsão da Portonave, baseada em dados enviados à empresa pela Marinha, é que o
calado (profundidade) do berço três do terminal privado esteja quatro centímetros menor em novembro deste ano, na comparação com setembro.

No começo deste mês, o diretor-geral da Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários), Eduardo Nery, assinou uma deliberação que homologou o acordo para restabelecimento das obras de dragagem. A diretoria colegiada da autarquia também determinou que a SPI terá de apresentar, mensalmente, a evolução das contas. O tema foi discutido posteriormente em reunião ordinária da agência no dia 17 de outubro.
“Eu estou assombrado. Fui pego de surpresa agora [ao saber] que esse acordo não foi assinado. Isso é inadmissível”, disse Nery na ocasião.
O porto de Itajaí passou por um revés nos últimos anos depois que a APM Terminals, que pertence à dinamarquesa Maersk, deixou de operar, no fim de 2022, o terminal de contêineres. Segundo dados da Antaq, o volume de carga conteinerizada em Itajaí passou de 5,8 milhões de toneladas em 2021 para cerca de 1.000 toneladas em 2023. Neste mês, a JBS Terminais, empresa da gigante da indústria alimentícia, começou a operar o terminal de contêineres de Itajaí. No último dia 11, a atracação de um navio operado pela Seara marcou a volta da movimentação no terminal de contêineres de Itajaí. Por meio de email, telefone e mensagem de texto, a reportagem questionou a JBS sobre os impactos da paralisação da dragagem na operação, mas a empresa não respondeu.

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O futuro incerto no Porto de Itajaí e os impactos de uma possível federalização

O presidente do Sindicato dos Arrumadores, Ernando João Alves Júnior, o Correio Júnior, alerta para a necessidade da autoridade portuária se manter municipal.

A indefinição sobre o futuro do porto público municipal e da atividade portuária em Itajaí continua a preocupar usuários, trabalhadores e a sociedade em geral. Embora o gigante Grupo JBS tenha assumido a gestão provisória do terminal de contêineres, por meio da JBS Terminais, o clima ainda é de total insegurança. Para agravar a situação, o prazo de dois anos do primeiro aditivo ao convênio de Delegação 08/1997 vence em 31 de dezembro deste ano, o que pode deixar a autoridade portuária de Itajaí acéfala após essa data.

Essa situação torna o futuro do porto de Itajaí ainda mais delicado, pois todos os trâmites ocorrem em Brasília e, segundo especialistas, o processo é moroso, já que envolve a delegação de um bem da União e múltiplos entes. A grande preocupação do presidente da Intersindical dos Trabalhadores Portuários de Itajaí e do Sindicato dos Arrumadores, Ernando João Alves Júnior, conhecido como Correio Júnior, é que a Autoridade Portuária de Itajaí volte a ser federal nesse vácuo entre o fim do aditivo e a formalização de um novo contrato. Outra grande preocupação, no futuro, seria uma possível privatização total, o que traria grandes perdas para os trabalhadores e para o município como um todo.

“Precisamos unir esforços, independentemente de cores partidárias e posições ideológicas, para garantir a continuidade da municipalização da autoridade portuária. Precisamos, antes de qualquer coisa, assegurar um novo convênio de delegação do porto de Itajaí para o município, com duração mínima de 35 anos, e, nesse tempo, trabalhar na expansão portuária com a aquisição de novas áreas e diversificação das cargas, com foco nas operações com carga geral”, afirma Correio.

O sindicalista defende que, no novo convênio, o município assuma o compromisso da expansão portuária, tanto a jusante (da nascente do rio à foz) quanto a montante (sentido contrário) do terminal de contêineres, operado pela JBS Terminais. “A ideia central é renovar a delegação para o município, com a contrapartida, explicitada em contrato, de garantir a expansão portuária com novos berços de atracação e retroárea portuária. em com isso, propiciar a vinda de outros tipos de cargas. Nosso porto tem potencial pra isso.”

Segundo Correio, uma possível federalização da gestão portuária em Itajaí traria perdas irreparáveis, tanto para a JBS Terminais, que projeta operar cinco linhas para todos os continentes e movimentar 58 mil TEUs (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) mensalmente até 2025, quanto para os trabalhadores portuários, que seriam drasticamente afetados. Principalmente pela distância, uma vez que todas as pautas relacionadas ao porto de Itajaí passariam a ser tratadas em Brasília. “Já vimos os impactos negativos quando a gestão do nosso porto foi vinculada à Companhia Docas de São Paulo (Codesp). Nosso porto ficou sucateado.”

O presidente do Sindicato dos Arrumadores explica que tem uma agenda em Brasília com o secretário Nacional de Portos, Alex Sandro de Ávila, para iniciar o processo de uma nova delegação. “Não podemos repetir o que aconteceu com a APM Terminals, quando, após o término do contrato de concessão, o Porto de Itajaí ficou 22 meses sem operar contêineres. Não podemos nos aquietar neste momento decisivo para o porto e para a atividade portuária”, pontua.

ENTREVISTA • ERNANDO JÚNIOR

Como presidente da Intersindical dos Trabalhadores Portuários, qual seria o melhor modelo de concessão para o complexo portuário de Itajaí, na visão das categorias laborais?

Ernando: É consenso defender a manutenção da autoridade portuária pública municipal. Com o modelo de 100% de privatização, o governo está matando o empresário nacional e prejudicando pequenos exportadores. Toda a metodologia de mercado será alterada.

O empresariado já se manifestou a favor da privatização total. Por que essa visão antagônica entre empresários e trabalhadores?

Ernando: Portos que adotaram o modelo de privatização total levaram cidades portuárias à falência. O empresário visa somente o lucro e não enxerga que, no futuro, pode estar falindo a cidade de Itajaí.

Como a privatização total afetaria a gestão do porto e da cidade?

Ernando: Toda a riqueza gerada pelo porto organizado permanece aqui, é destinada aos trabalhadores e movimenta a economia local. Em um projeto de privatização, como já visto em outros países, todo esse capital é investido em outros lugares e não permanece no comércio local. Quando um empresário defende a privatização, ele não percebe que o dinheiro que circula no comércio local será esvaziado. Não há nenhuma cláusula no contrato que garanta que o dinheiro arrecadado será investido na cidade e em melhorias para a população.

Nesse contexto, quais são as premissas da Intersindical dos Trabalhadores Portuários?

Ernando: Defendemos o porto público porque acreditamos que Itajaí tem vocação para outros tipos de cargas, como aço, madeira, açúcar, automóveis e bobinas. Daí a necessidade de ampliar a infraestrutura portuária e diversificar as cargas. Colocar um único grande terminal de contêineres inviabiliza o crescimento da cidade.

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