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Comércio, Comércio Exterior, Internacional, Mercado Internacional, Negócios, Oportunidade de Mercado

A Amcham Brasil reforçou a importância de preservar um ambiente comercial previsível, transparente e construtivo, pautado pelo diálogo entre os setores público e privado.

O comércio entre o Brasil e os Estados Unidos bateu recorde no primeiro trimestre deste ano, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (14) pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil).

O resultado positivo acontece em meio às tensões comerciais resultantes do “tarifaço” imposto pelo presidente norte-americano Donald Trump à maior parte do planeta, que atingiu também o Brasil – sobretudo, em produtos como aço e alumínio.

De acordo com o “Monitor do Comércio Brasil-EUA”, publicado a cada três meses pela Amcham, a corrente de comércio atingiu US$ 20 bilhões entre janeiro e março de 2025.

É o maior valor já registrado para o período desde o início da série histórica. O crescimento foi de 6,6% em relação ao mesmo trimestre de 2024.

“O resultado reforça a solidez da relação bilateral e o dinamismo do comércio entre os países. Destaques incluem o forte desempenho das exportações da indústria brasileira e o crescimento das importações de bens de alto valor agregado, com ênfase em tecnologia e energia, informou a Amcham Brasil.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as exportações brasileiras para os EUA somaram US$ 9,65 bilhões no primeiro trimestre deste ano, ao mesmo tempo em que as importações totalizaram US$ 10,3 bilhões.

Com isso, houve um déficit comercial de US$ 654 milhões para o Brasil no período.

Confira no gráfico a seguir os principais produtos exportados pelo Brasil aos Estados Unidos no primeiro mês de 2025.

“Os resultados do primeiro trimestre de 2025 reforçam a qualidade e o caráter mutuamente benéfico da relação comercial entre o Brasil e os Estados Unidos. As empresas que participam dessa relação desejam ampliar ainda mais comércio e investimentos bilaterais”,afirmou Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil.

A Amcham Brasil reforçou a importância de preservar um ambiente comercial previsível, transparente e construtivo, pautado pelo diálogo entre os setores público e privado.

“É fundamental preservar as condições para que o comércio entre Brasil e Estados Unidos continue gerando inovação, empregos e desenvolvimento para ambos os países”, concluiu Abrão Neto.

Tarifaço dos EUA
O governo dos EUA anunciou, em março, aumento das tarifas sobre aço e alumínio, impactando as vendas externas brasileiras destes produtos aos EUA, que ficaram mais caras.

No começo deste mês, o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Herlon Brandão, afirmou que é possível que o resultado da balança comercial de março tenha sido influenciado pela decisão dos EUA de subir as tarifas de aço e alumínio, englobando produtos brasileiros.

“Pode ser que sim (que tenha impacto), mas a gente ainda não consegue perceber esse efeito direto do aumento da tarifa [de aço e alumínio]”, declarou Brandão, do MDIC, na ocasião.

Donald Trump anunciou, na semana passada, a imposição de tarifas a países do mundo que, no entendimento da Casa Branca, “roubam” os EUA na relação comercial. Os produtos brasileiros foram taxados com o menor índice, de 10%

Desde o anúncio, países como a China e blocos como a União Europeia passaram a articular uma reação ao “tarifaço”. Além disso, México e Canadá já vinham anunciando medidas ao longo das últimas semanas.

Nessa quinta-feira (10), Trump recuou e afirmou que irá pausar por 90 dias o programa de tarifas recíprocas, e reduzirá para 10% as tarifas de importação contra países, exceto a China.

No caso dos produtos chineses, as taxas impostas pelos Estados Unidos aumentarão para 145%, o que causou retaliações de Pequim. Nesta sexta (11), a China anunciou mais uma medida reciproca, e as tarifas impostas pelo país aos EUA chegaram a 125%.

Exportações e importações no trimestre
Segundo números da Amcham Brasil, as exportações industriais brasileiras para os EUA somaram US$ 7,8 bilhões entre janeiro e março — o maior valor já registrado para um primeiro trimestre.

Com isso, os EUA ampliaram sua liderança como principal destino da indústria brasileira, passando a representar 18,1% do total exportado pelo setor (ante 17,7% no mesmo período de 2024), acrescentou a entidade.

Destaques das exportações

Sucos (+74,4%)
Óleos combustíveis (+42,1%)
Café não torrado (+34%)
Aeronaves (+14,9%)
Semiacabados de ferro ou aço (+14,5%)

A carne bovina passou a figurar entre os dez produtos mais exportados para os EUA, com alta expressiva de 111,8%, ocupando a 9ª posição.

Importações

A pauta de compras nos EUA, segundo a Amcham Brasil, foi dominada por bens manufaturados (89,2%), com destaque para máquinas, medicamentos, petróleo e equipamentos de processamento de dados.

As compras de petróleo bruto aumentaram 78,3%, revertendo a tendência de queda anterior e impulsionando o setor energético. Já as importações de gás natural recuaram, refletindo a menor demanda no início do ano.

Fonte: G1

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Economia, Mercado Internacional, Oportunidade de Mercado

Para especialistas, diversificar parceiros é saída contra tarifaço

Apesar da alta volatilidade da guerra tarifária, que torna o cenário no curto prazo nebuloso, as tarifas americanas podem não apenas prejudicar como também beneficiar determinados setores da economia brasileira. Mesmo assim, diante do alto nível de incerteza, o Brasil deve buscar diversificar seus parceiros e abrir novas frentes comerciais, afirmam especialistas ouvidos pelo Valor.

No cenário atual, em que as tarifas recíprocas estão suspensas e há sobretaxas de 125% sobre bens da China que entram nos Estados Unidos, a perspectiva é que produtos brasileiros que foram perdendo espaço para os chineses, como têxteis e calçados, se beneficiem e ganhem maior fatia do mercado americano.

“No cenário de hoje, a única diferença de condições de acesso ao mercado americano é em relação à China, que está com uma tarifa de 125%, uma tarifa proibitiva. O Brasil hoje concorre no mercado americano com a China em cerca de 700 produtos. Deste grupo, os EUA importaram cerca de US$ 12 bilhões do Brasil e US$ 29 bilhões da China no ano passado”, afirma Abrão Neto, CEO da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil). Além de vestuário e calçados, ele cita máquinas e equipamentos, alguns químicos e artigos da construção civil.

Na semana passada, o governo Trump suspendeu as tarifas recíprocas de 10% por 90 dias e anunciou sobretaxa de 125% sobre produtos chineses, o que foi revidado na mesma proporção por Pequim.

Se as tarifas de 10% sobre itens do Brasil retornarem, a perspectiva é que têxteis, calcados e vestuário sejam beneficiados, assim como máquinas e equipamentos e papel. Devem ser prejudicados os setores de aço e autopeças, enquanto aviões e petróleo não devem sofrer tanto, prevê Fernando José da Silva Paiva Ribeiro, técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

“Os setores em que em princípio o Brasil poderia ganhar espaço no mercado americano em decorrência das taxas que haviam sido impostas são o têxtil, calçados e vestuário. Já fomos um exportador importante desses itens para os EUA, mas fomos perdendo lugar para a China e para outros asiáticos, como Indonésia, Vietnã e Filipinas”, diz. “Aos poucos, acabamos sendo alijados desse mercado. Mas, se os asiáticos, de fato, forem muito mais taxados que o Brasil, podemos recuperar espaço nas vendas desses produtos.”

A pauta de exportação do Brasil para os EUA é concentrada em três produtos principais que estão fora dessa lista: aço, aviões e petróleo. O setor de ferro e aços básicos deve ser impactado de modo negativo, no caso de retorno das tarifas recíprocas, assim como o de peças e acessórios para veículos, cuja taxação estava prevista para ocorrer em maio.

“O aço é um caso difícil de dizer porque vai depender muito do que acontecerá com Canadá e México, que são os principais fornecedores para os EUA”, diz Ribeiro. Ele acredita que itens como petróleo bruto, refinados e aviões e máquinas relacionadas não devem sofrer forte impacto. Petróleo e derivados estavam isentos das tarifas, enquanto aviões enfrentam pouca concorrência.

Em reportagem publicada neste domingo, 13, o “Financial Times” detalha como a intensificação da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China pode favorecer o setor agrícola brasileiro. Com a China buscando alternativas aos produtos americanos, o Brasil expandiu sua participação como principal fornecedor de alimentos para Pequim, abrangendo desde soja até carne bovina, diz o texto. A venda de carne de aves para a China cresceu 19% no primeiro trimestre do ano, segunda a associação chinesa de importadores, cita o “FT”.

Outra frente que poderia favorecer o Brasil é a de frutas. Rubens Ricupero, embaixador, ex-secretário-geral da Conferência das Nações Unidas sobre Comérciob e Desenvolvimento (Unctad) e ex-ministro da Fazenda e do Meio Ambiente, acrescenta ainda que se os EUA retomarem sobretaxas de 25% sobre itens mexicanos, o Brasil tem a chance de exportar mais para o mercado americano.

Além do comércio, o grau de incerteza e a velocidade em que as mudanças vêm ocorrendo certamente devem afetar o fluxo de investimentos no Brasil, afirma Abrão Neto, ao lembrar que os EUA ocupam o topo do ranking de países que mais investem aqui. “A falta de previsibilidade afeta investimento. E creio que o cenário de baixa previsibilidade é o que tende a imperar. Não é algo que se resolverá nos próximos dias”, diz.

Ele argumenta que o cenário está longe de estar estabilizado e que, diante disso, será importante ver como a economia americana reagirá a essas movimentações.

“É a demanda do mercado americano que orientará as compras americanas e, por consequência, o tamanho do apetite por produtos brasileiros”, argumenta. “Ou seja,o principal fator de preocupação hoje é que a economia americana não desacelere e mantenha boas condições de saúde para que a demanda de produtos brasileiros continue.” Por ora, afirma Ribeiro, é incerto que os EUA tenham condição de produzir todos os tipos de bens que haviam sobretaxado nos últimos meses.

“Na verdade, nenhum país do mundo consegue ter estrutura industrial que dê conta de tudo, de todos os produtos. Hoje, depois de 50 anos de globalização, de cadeias globais e setores que foram se dividindo, a produção está concentrada em algumas atividades; o restante se importa”, diz. “Há vários itens que os EUA simplesmente não têm mais produção doméstica. Em alguns casos, isso é irrecuperável.”

O estudo Economic analysis of U.S. tariffs introduced over March-April 2025 (análise econômica das tarifas americanas introduzidas em março e abril de 2025), divulgado no início do mês pela Victoria University, em Melbourne, Austrália, mostra que as sobretaxas anunciadas nos últimos meses poderiam levar a queda de 33% das importações pelos EUA. “Se o modelo estiver correto, trata-se de uma queda brutal.Nesse caso, de redução da demanda agregada dos EUA, todo mundo que exporta para lá sofrerá”, diz Ribeiro.

Ricupero diz que o governo Trump está olhando para os dados de forma seletiva,não levando em conta setores onde há vantagem sobre outros países. “A mentalidade deles é muito atrasada, só veem balanço de mercadorias, não olham serviços. Podem levar desvantagem em mercadorias, mas têm enorme vantagem nessa economia ‘invisível’.”

Diante da incerteza sobre se e quando todas as tarifas anunciadas anteriormente serão aplicadas ou quais prevalecerão, Ricupero defende que o Brasil aproveite para aprofundar laços econômicos com outros parceiros, como os asiáticos. “Se juntarmos China, Japão, Coreia do Sul, Singapura, Índia, Malásia, Indonésia, temos 50% do nosso comércio. Interessa ao Brasil prospectar esses mercados”, diz. “Eu acho que os americanos se enrolarão, criarão muitos problemas. Mas, para quem pode diversificar, como é o caso dos asiáticos e do Brasil, existem oportunidades.”

Fonte: Valor Econômico

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Internacional, Investimento, Logística, Mercado Internacional, Notícias, Oportunidade de Mercado, Portos

Medidas para enfrentar o caos logístico no setor portuário

A revisão da Lei dos Portos (Lei nº 12.815/2013) e uma oferta recorde de novos arrendamentos podem contribuir para pôr fim ao caos logístico evidenciado em 2024 no setor portuário. Além de oito terminais licitados no ano passado, a previsão é que sejam leiloados mais 42 empreendimentos, somando R$ 22,86 bilhões de investimentos. Serão 16 arrendamentos e cinco concessões em 2025 (R$ 19,75 bilhões) e 20 arrendamentos e uma concessão em 2026 (R$ 3,1 bilhões).

“Tivemos um ano excepcional, com movimentação portuária atingindo 1,32 bilhão de toneladas, a maior da história, com alta de 1,18%. Estamos acelerando a carteira, em que 33% dos leilões são para atender ao agronegócio com grande parcela nos portos do Arco Norte, que já respondem por 25% das exportações. De terminais de contêineres, serão quatro arredamentos em vários portos e um grande TUP [terminal de uso privado] em Santos”, destaca Silvio Serafim Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos (MPor).

O mais aguardado é o Tecon Santos 10, quarto e maior terminal de contêineres do porto de Santos e da América do Sul, com capacidade de até 3,5 milhões de TEUs e investimentos de R$ 5,64 bilhões. A minuta de edital já passou por consulta e audiência públicas e, após incorporar as contribuições pertinentes, será encaminhada ao Tribunal de Contas da União (TCU). “A previsão é publicar o edital em 10 de setembro e realizar o leilão em 10 de dezembro. Será o maior leilão portuário do Brasil, que passará da 46ª para a 15ª posição em movimentação de contêineres”, diz Alex Ávila, secretário nacional de Portos.

Já a revisão da Lei nº 12.815/2013 visa destravar investimentos. A principal proposta é o PL nº 733/2025, que resultou de trabalhos de comissão de juristas. “O PL aproxima-se de conceitos da lei anterior de 1993 (Lei n° 8.630/1993), que modernizou o setor, com maior flexibilidade nos licenciamentos e nas relações laborais”, diz Mário Povia, diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Infraestrutura (IBI).

Em 2024, a movimentação de contêineres cresceu 20%, somando 13,9 milhões de TEUs, e ficou claro que a infraestrutura portuária não está preparada para uma forte expansão econômica, como a alta de 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB). A paralisação do porto de Itajaí e o fechamento de berços da Portonave, em Navegantes (SC), e da BTP, em Santos (SP), contribuíram para esgotar a capacidade de diversos terminais.

Estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) aponta que, dos 5.663 embarques de contêineres programados em 2024, 3.219 tiveram atraso e 1.167 foram cancelados. Wagner Cardoso, superintendente de Infraestrutura da CNI, diz que, com a deficiência de infraestrutura e aumento da participação dos armadores nos terminais, as empresas usuárias têm sofrido com falta de espaço nos portos, omissão de embarque (cancelamento), rolagem de carga (transferência para outro navio em data diferente), supressão de escala (salto de um porto), sobre-estadias e cobranças indevidas.

Eduardo Heron Santos, diretor técnico do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), explica que o navio atrasa por problemas nos terminais ou fatores externos, como a estiagem no Canal do Panamá e os ataques dos rebeldes houthis na Ásia. Os pátios dos terminais ficam cheios, e o exportador tem de colocar a carga numa retroárea. “Em 2024, a exportação de café cresceu 28%, para 50,5 milhões de sacas, mas ficou para trás 1,8 milhão de sacas em 5,3 mil contêineres parados, aguardando embarque. Pagamos R$ 51 milhões só em taxas adicionais de armazenagem”, lamenta Santos.

Roberto Teller, diretor de operações da Movecta, diz que os operadores logísticos dos portos secos tiveram alta extraordinária na demanda por armazenagem. Isso ocorreu devido ao esgotamento de terminais, como o da Santos Brasil, responsável por 15% do total movimentado em contêineres.

“O ano de 2024 foi desafiador na costa leste do continente, com as paralisações. Crescemos 27%, investimos R$ 700 milhões, ampliando a capacidade para 2,3 milhões de TEUs, mas usamos tudo, pois absorvemos cargas de Itajaí, BTP e Navegantes. Neste ano vamos investir mais R$ 700 milhões para atingir 2,6 milhões de TEUs e antecipamos para 2026 o aumento para 3 milhões de TEUs”, informa Antonio Carlos Sepúlveda, diretor-presidente da Santos Brasil.

Segundo a CNI, Paranaguá (PR) liderou o ranking de problemas, com 538 atrasos, 133 omissões e 46 cancelamentos de embarque. “O porto é prejudicado quando há alterações nas escalas”, justifica Gabriel Vieira, diretor de operações do Porto de Paranaguá.

Claudio Loureiro, diretor-executivo do Centronave, assegura que não há embate entre armadores e usuários, pois ambos entendem que são afetados pela deficiência de infraestrutura: faltam terminais e profundidade dos portos para receber navios maiores. “Os armadores têm uma perda anual de carga potencial de 500 mil TEUs, ou US$ 1 bilhão. Para o comércio exterior brasileiro, as perdas são de US$ 6,4 bilhões nas exportações e US$ 14,2 bilhões em importações”, alerta Loureiro.

Não falta apetite dos investidores, especialmente armadores. A APM Terminals, braço de terminais da Maersk, tem investido no Brasil em terminais de contêineres greenfield (novos) – Suape (PE), Itapoá (SC), BTP –, embora não descarte aquisições. “Investimos em aumento de capacidade, e a maior oportunidade é o Tecon Santos 10. Sem investimentos, o Brasil perde a oportunidade de atrair até 4 milhões de TEUs a mais de cargas do continente para portos concentradores no país”, diz Leonardo Levy, diretor de investimento da empresa para as Américas.

Para Patrício Jr, diretor de investimentos da Terminal Investment Limited (TIL) – braço de terminais da MSC –, os problemas são consequência da falta de planejamento. “O Tecon Santos 10 vai resolver os problemas atuais, mas só daqui a seis anos. Já deveríamos estar pensando no próximo terminal”, diz. Anderson Pomini, diretor-presidente da Autoridade Portuária de Santos, destaca que, além do Tecon Santos 10 e da ampliação dos acessos – Túnel Santos-Guarujá e dois viadutos –, com R$ 20 bilhões de investimentos, a APS já desenvolve uma nova poligonal com mais 13 milhões de metros quadrados. “Hoje temos 7,8 milhões de metros quadrados. Em abril, será publicada a nova poligonal, totalizando 20 milhões de metros quadrados. Com o crescimento de 20% ao ano, o Tecon Santos 10 e os novos acessos já chegam com atraso.”

Fonte: Valor Econômico

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Investimento, Negócios, Notícias, Oportunidade de Mercado, Portos, Tecnologia, Tributação

Portonave eleva plano de investimento em R$ 440 mi em Navegantes

A Portonave, terminal privado da Terminal Investment Limited (TIL) em Navegantes(SC), acaba de fechar um novo investimento de R$ 439 milhões, para a compra de equipamentos que deverão ampliar sua capacidade do atual patamar de 1,5 milhão de TEUs para 2 milhões de TEUs, a partir de 2026.

Os recursos se somam ao plano de investimento de R$ 1 bilhão, já em curso desde o ano passado. A companhia, que tem como controladora um dos maiores grupos de navegação globais, a MSC, vem trabalhando para reforçar seu cais, para receber os maiores navios do mercado, de até 400 metros de comprimento.

A primeira etapa desse investimento deverá ser concluída em julho, quando se inicia a obra de reforço dos outros 50% do terminal, segundo Osmari Castilho, diretor superintendente administrativo da Portonave. A construção completa deverá se encerrar em meados de 2026.

Também nesse prazo deverão chegar os equipamentos recém-adquiridos pela companhia. Foram comprados dois guindastes “Ship-to-Shore” (STS), com capacidade para carregar e descarregar os contêineres dos maiores navios do mercado. As unidades deverão se somar aos quatro guindastes STS já em operação.

O Portonave também adquiriu 14 guindastes “Rubber Tyred Gantry” (RTG), para fazer a movimentação de contêineres no pátio do terminal, que se somam a outros 18 equipamentos já existentes. Com isso, a empresa conseguirá ampliar a capacidade dinâmica do terminal.

Em 2024, quando todos os terminais de contêineres do país passaram por forte congestionamento, o Portonave chegou a uma ocupação na casa dos 90% em alguns momentos. Neste ano, o fluxo já se normalizou, mas a taxa média está em cerca de 70%.

Além de ampliar a capacidade, o plano de investimentos busca preparar o terminal para a chegada das grandes embarcações que circulam no mundo, que tendem a dar mais eficiência à operação logística. Porém, a entrada desses navios ainda depende de um investimento adicional, para o aprofundamento do canal de acesso do Porto de Itajaí – obra que depende de uma iniciativa do poder público. O plano do governo é fazer uma concessão do canal, que incluiria o aumento do calado. Porém, ainda não há previsão de data para o projeto.

“O ideal é que o cronograma da concessão andasse junto da obra do terminal, para que possamos operar os navios maiores. Esperamos que isso tenha celeridade, estamos acompanhando”, disse Castilho. “[O aprofundamento] vai ter que acontecerem algum momento, o que pode haver é um descasamento, e estarmos preparados antes do canal”, afirmou.

Outra preocupação da empresa para os próximos anos são os possíveis impactos da reforma tributária sobre a movimentação em Santa Catarina, que atraiu carga por meio de incentivos fiscais. Porém, Castilho diz que não prevê um esvaziamento do porto. Para ele, o investimento em infraestrutura na região garante competitividade.“Outra vantagem é a potência da indústria catarinense.”

Fonte: Valor Econômico

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Negócios, Oportunidade de Mercado, Tecnologia

RêConecta News destaca a Blue Route na Intermodal 2025: soluções para o futuro do comércio exterior

O RêConecta News tem o prazer de destacar a presença da Blue Route na Intermodal 2025, a maior feira das Américas voltada para logística e comércio exterior. No estande G100, ao lado do RêConecta, a Blue Route apresentará suas soluções inovadoras para otimização e gestão de operações de importação, com destaque para a gestão de Catálogo de Produtos, ferramenta líder de mercado.  Essa parceria estratégica reforça o compromisso com a inovação e o compartilhamento de conhecimento no setor.

Blue Route: tecnologia e inteligência para potencializar o comércio exterior

A Blue Route se consolidou como uma das principais empresas de tecnologia e consultoria para o comércio exterior, oferecendo soluções inovadoras que integram pessoas, processos e tecnologia. Com uma equipe altamente qualificada, a empresa tem como missão otimizar operações, aumentar a produtividade e gerenciar riscos, proporcionando vantagens competitivas para seus clientes. “Nosso objetivo sempre foi apoiar os importadores nesse grande desafio que é o comércio exterior e prepará-los para o futuro”, afirma Beatriz Grance Rinn, CEO da Blue Route.

Segundo Beatriz, o principal serviço da Blue Route é uma ferramenta para gestão do Catálogo de Produtos, uma solução inovadora que otimiza a gestão e padronização de itens importados. Atualmente, a empresa conduz mais de 400 projetos nas principais regiões do Brasil, atendendo grandes players do mercado, incluindo a maior varejista e a maior fabricante de peças automotivas e eletrônicas do mundo, entre outras empresas líderes mundiais em diversos segmentos. Com tecnologia de ponta, a empresa integra pessoas, processos e inteligência estratégica para aumentar a produtividade, reduzir riscos e oferecer vantagens competitivas aos seus clientes.

Além da tecnologia: compliance e inteligência estratégica

O grande diferencial da Blue Route está no seu compromisso com compliance e segurança. A empresa não apenas fornece tecnologia, mas direciona soluções alinhadas à legislação aduaneira e requisitos normativos, garantindo alta performance e segurança para seus clientes. “Nossa missão não é apenas entregar tecnologia, mas oferecer soluções direcionadas ao compliance aduaneiro e às exigências normativas do setor”, destaca Christiano Fitarelli, CTO da Blue Route.

Soluções que transformam negócios

Entre os serviços oferecidos pela Blue Route, destacam-se também:

Consultoria Executiva: Diagnóstico detalhado de processos e arquitetura de sistemas, alinhando melhorias operacionais às evoluções dos sistemas governamentais.

Data Analytics: Soluções personalizadas de Business Analytics e Business Intelligence, proporcionando total controle sobre operações de importação, KPIs e rastreabilidade.

Diagnóstico de Processos e Identificação de Oportunidades: Análise detalhada da cadeia logística e tributos incidentes na importação e revenda, gerando aumento de receita e redução de custos.

Liderança e inovação

A Blue Route nasceu da expertise de profissionais altamente qualificados em comércio exterior e tecnologia, com uma visão inovadora para transformar a gestão de operações internacionais. Sua fundadora e presidente, Beatriz, tem mais de 27 anos de experiência na área, é formada em Sistemas de Informação e Comércio Exterior, possui MBA em Blockchain e certificação em análise e desenvolvimento de sistemas na Alemanha. “Ao longo da minha trajetória, sempre busquei desenvolver soluções que facilitem o dia a dia dos profissionais do comércio exterior, garantindo eficiência e segurança”, afirma Beatriz.

Reconhecida internacionalmente, ela já trabalhou em projetos estratégicos com a Receita Federal e a SECEX, sendo recentemente premiada pela Organização Mundial das Aduanas (OMA).

Ao seu lado, Christiano Fitarelli, CTO da Blue Route, trouxe a sólida experiência técnica e empresarial, tendo fundado sua primeira empresa ainda na faculdade. Com profundo conhecimento em desenvolvimento de software e certificações, ele lidera a criação de soluções inovadoras que garantem eficiência e conformidade às operações dos clientes.

“Não basta oferecer respostas técnicas. Nosso compromisso é entregar um pacote completo de soluções tecnológicas que realmente impactam as operações dos nossos clientes”, ressalta Fitarelli.

Blue Route na Intermodal 2025

A participação da Blue Route na Intermodal 2025 reforça seu posicionamento como referência em tecnologia e consultoria para o comércio exterior. No estande G100, ao lado do RêConecta News, a empresa apresentará suas soluções inovadoras, com destaque para a gestão de Catálogo de Produtos, ferramenta líder de mercado.

O evento, reconhecido como o maior da América Latina no setor, é uma oportunidade estratégica para fortalecer parcerias, gerar novos negócios e se conectar com clientes e fornecedores. “Estar na Intermodal é essencial para estarmos próximos do mercado, revermos nossos clientes e fornecedores, entendermos as necessidades dos nossos parceiros e apresentarmos soluções que realmente fazem a diferença nas operações de comércio exterior; além disso é uma grande oportunidade de fazer novos negócios”, finaliza Beatriz Grance Rinn, CEO da Blue Route.

Venha ser um conectado: nos dias 22 a 24 de abril, te esperamos no Estande G100.

Saiba mais sobre a BLUE ROUTE: https://www.blueroute.com.br/

Faça sua inscrição: https://www.intermodal.com.br/pt/home.html

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Internacional, Mercado Internacional, Negócios, Notícias, Oportunidade de Mercado, Pessoas

Prada compra Versace por US$ 1,4 bilhão e cria gigante do luxo italiano

Versace pertence, atualmente, ao grupo Capri Holdings, que é dono também da Michael Kors e Jimmy Choo. A Capri comprou a Versace em 2018 por um valor maior do que vai vender agora.

O Grupo Prada, uma das maiores companhias de moda de luxo do mundo, anunciou nesta quinta-feira (10) a compra da grife de moda Versace após algumas semanas intensas de negociações.

O acordo prevê a aquisição da marca por 1,25 bilhão de euros, cerca de US$ 1,4 bilhão.

A Versace foi fundada em 1978 pelo italiano Gianni Versace e ficou famosa pelo trabalho da diretora de criação Donatella Versace, irmã de Gianni. Ela deixou o cargo em março de 2025, depois de 30 anos na função.

Em 2018, a Versace foi vendida para a americana Capri Holdings, que é o grupo controlador, também, de outras marcas famosas no mundo de luxo, como Michael Kors e Jimmy Choo.

Na época do negócio, a Capri pagou mais pela compra da grife italiana do que vai receber com a venda para a Prada: US$ 2 bilhões.

Especialistas explicam que a Versace passa por um período mais desafiador em seu posicionamento de marca porque, há alguns anos, cresceu a tendência do “luxo discreto” (ou “quiet luxury”, em inglês) entre os mais ricos, enquanto as peças da marca são marcadas por estampas mais chamativas.

Gigante italiano
A compra da Versace pela Prada dá forças à Itália no cenário de luxo global, dominado, principalmente, por grupos dos Estados Unidos e pela gigante francesa LVMH, dona da Louis Vuitton e Dior.

Apesar de a Itália representar de 50% a 55% da produção global de bens de luxo pessoais, segundo estimativas da consultoria Bain, o país carece de um grupo com escala comparável às empresas do mesmo segmento de outros países.

A capitalização de mercado da Prada é de cerca de 14 bilhões de euros (US$ 15 bilhões), o que o torna o maior grupo italiano de moda de luxo em receita. Mas, em comparação com empresas como a LVMH, o valor é bem menos relevante. O grupo francês, por exemplo, tem um valor de mercado estimado em cerca de US$ 300 bilhões.

A longo prazo, os olhos estão voltados para empresas como a Armani e a Dolce & Gabbana, sediadas em Milão, entre as poucas na Itália que ainda são totalmente familiares e não listadas em bolsa.

Seus destinos finais podem ser decisivos em qualquer esforço para criar uma verdadeira potência italiana na moda global.

*Com informações das agências de notícias Reuters e AFP

Fonte: G1 – https://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2025/04/10/prada-compra-versace-por-us-14-bilhao.ghtml?utm_campaign=gecorrp__newsletter_fiesc_11042025&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

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Agronegócio, Economia, Exportadores agrícolas, Informação, Mercado Internacional, Negócios, Oportunidade de Mercado

China faz grande compra de soja brasileira com o agravamento da guerra comercial com os EUA

As esmagadoras de soja chinesas adquiriram uma quantidade excepcionalmente grande de grãos brasileiros nesta semana, em meio à escalada da guerra comercial que inviabiliza as compras de safras dos EUA.

Os importadores chineses compraram pelo menos 40 cargas do Brasil na primeira metade desta semana, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, que pediram para não serem identificadas, pois não estão autorizadas a falar com a mídia. Eles reservaram os suprimentos para tirar proveito de uma recente queda nos preços brasileiros, que haviam subido nos meses anteriores em meio às consequências do agravamento das tensões sino-americanas, disseram essas pessoas.

Embora Pequim tenha procurado diversificar suas compras agrícolas nos últimos anos – até mesmo comprando mais do Brasil, que agora é seu maior fornecedor de soja -, a soja ainda é o principal produto de exportação agrícola dos Estados Unidos para a China. A disputa comercial aumentou nesta semana, com o presidente Donald Trump elevando as tarifas sobre a China para 125%, depois que Pequim anunciou planos de retaliar com uma tarifa de 84%.

As remessas são, em sua maioria, para entrega em maio, junho e julho, e equivalem a pelo menos 2,4 milhões de toneladas, quase um terço do volume médio que a China normalmente esmaga em um mês, disseram as pessoas. O maior importador de soja do mundo geralmente depende dos suprimentos brasileiros a partir de fevereiro, quando as exportações sul-americanas dominam o mercado. Mas a onda de compras desta semana foi excepcionalmente grande e rápida, disseram as pessoas.

Os compradores chineses também foram atraídos por margens de esmagamento domésticas mais altas, depois que os preços do farelo de soja subiram em meio a preocupações com a guerra comercial.

Os compradores evitaram em grande parte os grãos dos EUA nos últimos meses devido aos riscos da guerra comercial, mas o armazenador estatal da China ainda fez compras dos EUA para reabastecer as reservas e apressou as cargas antes da posse de Trump em janeiro.

Ainda assim, a soja brasileira pode ficar mais cara se as tensões entre os EUA e a China continuarem elevadas, e uma escassez de suprimentos pode surgir no quarto trimestre, quando a China normalmente recorre aos suprimentos da nova safra dos EUA. Isso provavelmente manterá os esmagadores chineses vigilantes quanto à compra quando os preços caírem.

Fonte: https://www.msn.com/pt-br/dinheiro/economia-e-negocios/china-faz-grande-compra-de-soja-brasileira-com-o-agravamento-da-guerra-comercial-com-os-eua/ar-AA1CFM5Y?cvid=a026964403644b94be9558d4dad13d65&ei=12&ocid=windirect&utm_campaign=gecorrp__newsletter_fiesc_11042025&utm_medium=email&utm_source=RD+Station

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UE reduzirá importações de aço em 15% após tarifas dos EUA

A Comissão Europeia vai propor uma série de medidas relacionadas ao comércio para impulsionar sua indústria metalúrgica; na imagem, bandeiras da UE na sede do órgão executivo do bloco em Bruxelas.

Reuters de Bruxelas

A UE (União Europeia) limitará a quantidade de aço que pode ser importada para o bloco, reduzindo em 15% as cotas que permitem a entrada desse material sem tarifas adicionais a partir de abril, disse uma autoridade sênior do grupo nesta 4ª feira (19.mar.2025).
A medida visa a evitar que produtos siderúrgicos importados avancem sobre o mercado europeu depois que os Estados Unidos aplicaram novas tarifas comerciais.
Os produtores de aço europeus, que enfrentam altos preços de energia e concorrência da Ásia e outras regiões, alertam que a UE corre o risco de se tornar um local de dumping de aço desviado do mercado dos EUA, o que pode acabar com as siderúrgicas da Europa….

“Durante um período em que ninguém está respeitando as regras da OMC [Organização Mundial do Comércio] e todos se referem à segurança nacional […] a UE não pode ser o único continente a deixar sua indústria desmoronar”, disse o vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Stephane Sejourne.

Considerando que o mercado dos EUA está fazendo menos sentido comercial com a tarifa de 25% imposta pelo governo de Donald Trump (Republicano), Sejourne estima que produtores do Canadá, Índia e China procurarão vender volumes cada vez maiores de aço na Europa.

A Comissão Europeia proporá nesta 4ª feira (19.mar) uma série de medidas relacionadas ao comércio para impulsionar sua indústria metalúrgica, parte de um novo Plano de Ação Europeu para Aço e Metais. Um rascunho do plano visto pela Reuters no início desta semana mostrou que a UE estava estudando restrições às importações.

Sejourne, responsável pela definição da estratégia industrial do bloco, disse que a 1ª medida será reduzir as cotas de importação, conhecidas como salvaguardas, para vários tipos de aço a partir de 1º de abril, o que reduzirá os fluxos de entrada de material em aproximadamente 15%.

Os volumes importados dentro das cotas refletem os fluxos comerciais estabelecidos e não estão sujeitos a tarifas. Qualquer importação de aço fora da cota será atingida por uma tarifa de 25%. Desde julho de 2019, os volumes das cotas aumentaram em mais de 25%, pois o bloco está em conformidade com as regras da OMC.

Em 2024, a UE importou cerca de 60 milhões de toneladas de aço, das quais 30 milhões dentro da cota livre de tarifas.

A Comissão também estabelecerá novas medidas no 3º trimestre para substituir as salvaguardas reforçadas, que, conforme as regras da OMC, não podem ser estendidas além de 30 de junho de 2026.

Sejourne disse que o novo mecanismo será muito mais rigoroso depois dos apelos do setor. Os detalhes ainda não foram definidos.

PRODUÇÃO EUROPEIA “Também temos o desafio de prever futuras tensões, guerras e pandemias, e vimos o que aconteceu no passado com o gás russo […]. Vamos evitar que o aço de amanhã se torne o gás de ontem”, disse Sejourne.

O vice-presidente executivo da Comissão Europeia disse que o bloco não quer depender de importações de aço em um momento em que inicia a reconstrução do complexo industrial militar da UE depois da guerra na Ucrânia.

Para impulsionar ainda mais as medidas de defesa comercial existentes, espera-se que as regras de compras públicas sejam revisadas em 2026 para favorecer o aço europeu. A Comissão também introduzirá uma regra de “derretimento”, segundo o projeto do Plano de Ação para Aço e Metais. A regra impedirá os importadores de alterar a origem do metal por meio de “transformações mínimas”.

Entre as medidas não comerciais, um programa piloto com o Banco Europeu de Investimento para assegurar contratos de energia de longo prazo dará prioridade aos produtores de aço e alumínio. Os detalhes serão anunciados no 2º trimestre de 2025.

“Queremos manter nosso aço na Europa e sermos capazes de reciclá-lo na Europa. É uma questão estratégica. Não existe indústria de defesa sem aço, não existe automóvel sem aço e queremos manter nossas indústrias”, disse Sejourne….

Fonte: Poder 360
https://www.poder360.com.br/poder-economia/ue-reduzira-importacoes-de-aco-em-15-apos-tarifas-dos-eua/

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US$ 9,5 trilhões em risco: o possível preço da guerra comercial, segundo a AmCham EU

No documento, a Amcham projeta que o conflito comercial coloca US$ 9,5 trilhões em risco, acima dos US$ 8,7 trilhões do ano passado.

 

A Câmara de Comércio Americana para a União Europeia (AmCham EU) afirma que há uma série de riscos para 2025, incluindo taxas de crescimento desiguais entre a Europa e os EUA, pressões competitivas da China e a perspectiva de uma guerra comercial transatlântica, em novo estudo publicado nesta segunda-feira, 17.

No documento, a Amcham projeta que o conflito comercial coloca US$ 9,5 trilhões em risco, acima dos US$ 8,7 trilhões do ano passado.

“Para empresas de ambos os lados, a economia transatlântica é mais do que apenas uma fonte de lucro. É uma base geoeconômica comum que lhes dá uma vantagem em um mundo ferozmente competitivo”, explica o CEO, Malte Lohan, ao destacar os riscos da deterioração da relação entre EUA e UE.

“Em vez de se envolver em um olho por olho que só prejudica as duas economias, eles deveriam vir à mesa de negociações para descobrir como seria um acordo positivo para a economia transatlântica”, acrescenta.

Fonte: Estadão

US$ 9,5 trilhões em risco: o possível preço da guerra comercial, segundo a AmCham EU

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Brasil-Vietnam: possibilidades de expansão da corrente de comércio e investimento, por Mario C. de Carvalho Jr

Há uma meta firmada pelos dois governos de elevar em cinco bilhões de dólares em termos absolutos a corrente de comércio bilateral até 2030

Brasil-Vietnam: possibilidades de expansão da corrente de comércio e investimento

por Mario Cordeiro de Carvalho Junior

Após duas visitas oficiais ao Brasil, em 2023 e 2024, do Primeiro Ministro da República Socialista do Vietnam Pham Minh Chinh, finalmente o Presidente Lula será o primeiro mandatário brasileiro a visitar oficialmente este país. Há uma meta quantitativa firmada pelos dois governos de elevar em cinco bilhões de dólares em termos absolutos a corrente de comércio bilateral até 2030. Do ponto de vista vietnamita o objetivo deles é, de um lado, conseguir firmar um acordo de livre comércio – ALC- entre o Mercosul e o Vietnam, e, do outro lado, obter reconhecimento por parte do Brasil do status de que a economia do Vietnam é uma economia de mercado.

No tocante ao ALC, ainda que os estudos favoráveis que recomendariam a assinatura desse acordo já foram feitos desde o Governo Bolsonaro, e suas conclusões e intenções de política foram mantidos e referendados pelo atual Governo, o fato a destacar é que as divergências em relação ao nível da tarifa externa comum observadas entre os países membros do Mercosul apontam que este ALC poderá não ser assinado ao longo do próximo biênio.

Por sua vez, para o caso de obter status de economia de mercado pelo Vietnã por parte do Brasil – como ocorreu com à China nos anos noventa do século passado – parece que há simpatia do atual governo em firmar esse compromisso, ainda que se recomende prudência em se estabelecer clausulas de salvaguarda como ocorreu com a China seguindo os moldes do GATT/OMC.

Essas salvaguardas devem ser impostas na outorga desse status no caso de haver crescimento acentuado das importações e deslocamento da produção doméstica devido aos diferenciais de competitividade observados entre o Vietnã e o Brasil, sendo isso passível de ocorrer notadamente nos bens e serviços de partes e peças das indústrias de suporte à produção industrial.  Vale lembrar, que o setor de suporte à indústria no Vietnam é um exemplo inspirador de catching up tecnológico que deveria ser visitado, e, sobretudo conhecido por tomadores de decisão do Governo Brasileiro, quanto também por membros das instituições gestores do Programa Brasil Mais Produtivo – notadamente o Senai e o Sebrae -, e das instituições de desenvolvimento estaduais.

Apesar desses riscos e incertezas, a visita do Presidente Lula e sua comitiva ao Vietnam abrirá uma janela de oportunidades para a cooperação econômica e de investimentos mútuos entre os dois países, e, inclusive deveria priorizar o incentivo à formação de joint ventures para a criação e transferência de técnica e tecnologia entre as empresas vietnamitas e as brasileiras. Do ponto de vista brasileiro, esse esforço de promoção para uma maior cooperação empresarial inter-firmas entre o Brasil e o Vietnam poderá ser feito de modo focado nas empresas nacionais que já estão engajadas no esforço nacional da NIB – Nova Indústria Brasil –, e também se deve seguir os princípios da Política de Cultura Exportadora brasileira.

Um primeiro passo é ter um conhecimento mais preciso das bases que vão permitir para que seja dado um salto nas relações de comércio e investimento entre o Brasil e o Vietnam. Há, hoje, cerca de 140 vietnamitas morando e trabalhando no Brasil. E, no, Vietnam, há cerca de 150 profissionais vietnamitas que são fluentes em português – ainda que com acento angolano ou moçambicano – aptos para trabalharem em prol do crescimento das relações bilaterais Brasil e Vietnam.

Por sua vez, jogadores brasileiros de futebol já defenderam as cores da seleção vietnamita, e, inclusive já são cidadãos daquele país. Há ainda morando e trabalhando naquele país, e talvez fazendo remessas de divisas para o Brasil cerca de: a) 50 engenheiros catarinenses que trabalham em empresa vietnamita de ponta de carros elétricos; b) 300 pilotos brasileiros de aviação que trabalham nas diversas companhias áreas – estatais ou privadas – vietnamitas; e c) um pequeno e reduzido de profissionais ligados à indústria criativa de arquitetura e construção civil. Isso é um indicio de potencial de exportação de serviços técnicos especializados do Brasil para o Vietnam.

Há – hoje – presença de investimentos e controle por empresas brasileiras, no Vietnam, nas seguintes atividades: a) de importação e distribuição de álcool exportado do Brasil para consumo humano executado por um braço local de uma grande engarrafadora de bebidas de cerveja brasileira; b) de importação, processamento, distribuição e venda de couros e suas partes oriundos do Brasil por um braço local de um grande frigorífico brasileiro  para serem usados pelas empresas fabricantes de calçados no Vietnam que são muito especializadas para atender o consumidor estrangeiro; e c) em função de ter obtido os primeiros pedidos de compra de uma grande encomenda de aviões comerciais e militares, uma empresa aeronáutica brasileira deverá em breve montar uma warehouse de prestação de serviços e manutenção de aeronaves como uma base de apoio e presença nesse mercado como essa empresa fez no passado nos EUA e na China para firmar sua entrada e presença nesse mercado promissor de aviação.

Considerando que o Vietnam tem um conjunto expressivo de empresas de aviação privada ou pública, está começando a haver demanda por bens e serviços de reparos de aeronaves brasileiras, há comandantes de avião brasileiros pilotando os aviões das companhias de aviação vietnamitas, e, essas empresas ainda não têm linhas regulares de voo entre o Brasil e o Vietnam, então está na hora do governo brasileiro – durante a viagem do Presidente Lula – propor que a empresa estatal vietnamita ou a uma aliança entre as empresas de aviação privada e pública do Vietnam avaliem a possibilidade de montar dois voos semanais com tarifas para low cost tourism entre o Brasil e o Vietnam, e, assim se tornar num hub aéreo para atrair turistas low cost para o Brasil.

Montar uma linha de aviação entre Hanoi/Saigon e Rio de Janeiro/São Paulo incentivaria, de um lado, o turismo receptivo low cost da Asia para o Brasil ( sobretudo para o Rio de Janeiro), e tendo Hanói ou Saigon como aeroportos  Hubs. Isso viabilizaria que houvesse um afluxo expressivo de turistas para o Brasil, tendo como porta de entrada a Cidade Maravilhosa, pois esta já tem uma estrutura de hospitalidade de low cost capaz de atender dois voos semanais com turistas vietnamitas e asiáticos. Com dois vôos semanais, se poderia incentivar a associação ou criação de DMCS ( Destin Management Company) entre os brasileiros e os vietnamitas para atrair grupos de turistas para virem conhecer o Rio de Janeiro com um orçamento e um preço apropriado à renda média e ao padrão asiático e vietnamita.

Por outro lado, com essa linha de aviação se poderia viabilizar o turismo emissivo, principalmente low cost de São Paulo para o Vietnam. Essa mesma DMC poderia montar pacotes para grupos paulistas mostrando que se eles forem ir surfar nas praias de ondas naturais no Vietnam – atual paraíso de surfistas do Vale do Silício na Califórnia – é mais radical e natural que surfar em São Paulo onda mecânica em piscina de condomínio fechado, e, com custo em dólares até menor, e, sobretudo, mais apropriado para viver uma experiência de wellness melhor que em Maresias!

Isso é um indicio do potencial de crescimento da corrente de comércio de turismo entre o Brasil e Vietnam, e, caso a linha de voo regular seja implantada haverá ainda lastro nos porões dessas aeronaves para incentivar as exportações e importações entre os dois países de pequenos volumes de carga área a ser transportada por avião. Em outras palavras, com o crescimento do turismo, haverá uma externalidade no tocante ao transporte internacional entre os dois países. Só falta decisão política para que esse tema entre na agenda governamental, e, vale lembrar que ainda há slots e fingers vazios no Galeão no Rio de Janeiro, que podem atender às demandas da companhia vietnamita para aterrissar e decolar desse aeroporto, apesar do crescimento da quantidade de turistas que transitaram nos últimos meses nesse recinto.

Há máquinas sofisticadas tecnologicamente e/ou conhecimento de biotecnologia com potencial para incrementar o comércio exterior entre os dois países. Em breve, uma missão de produtores e exportadores de café do Espirito Santo irá a uma feira do Vietnam para conhecer porque a produtividade na colheita do café naquele país é superior à do Brasil. Inclusive, o MAPA deveria organizar uma visita técnica de produtores e exportadores de pimenta do Brasil ao Vietnam para entender porque há uma diferença de cerca de 300 dólares por tonelada nas bolsas de mercadoria internacional entre os preços desta commmodity produzida e comercializada no Vietnam vis à vis ao produto nacional. O diferencial de produtividade pode ser creditado basicamente às maquinas made in Vietnam desenvolvidas por empresas estatais que têm como objetivo e missão empresarial criar tecnologia que melhore o processo de limpeza e separação dos grãos de café e de pimenta, e, reduza a presença de microrganismos que podem vir a acelerar a mutação e coloração do produto café ou pimenta de exportação do Vietnam para o mundo. Para que os produtores e exportadores brasileiros tenham acesso a esse maquinário faltará apenas que os bancos vietnamitas junto com os bancos oficiais de desenvolvimento do Brasil celebrem acordos de co-financiamento para a compra e a difusão, aqui no país, desse maquinário único em termos mundiais para melhorar a competitividade e produtividade dos produtores rurais localizados no Brasil de café e pimenta.

Por outro lado, há uma demanda por parte dos produtores rurais do Vietnam em quererem adquirir genética de bovinos premiados em bancos de semem nacionais ou até comprar bovinos em pé para começarem a engordar e reproduzir no Vietnam. Havendo transporte aéreo é provável que a aquisição e o transporte do material genético congelado possam ser montados e estruturados apesar da distância geográfica, e das exigências fitossanitárias associadas. Esse tipo de demanda por conhecimento é um indicio de potencial de exportação de bens especializados a ser ofertados de forma direta por fazendeiros/produtores rurais do Brasil para o Vietnam. E, considerando que os vietnamitas gostariam de ter ainda assistência técnica e estabelecer parceria com os nossos fazendeiros/produtores rurais para aprender o processo de cria, engorda e recria nacional de bovinos se abre espaço para a internacionalização direta a ser feita por uma maior presença dos boiadeiros nacionais que queiram transformar o rural vietnamita, como fizeram no Brasil. De fato, cabe lembrar que essa demanda é fruto direto do aumento da renda média da população local vietnamita, pois o país como um todo está a escapar da armadilha de renda média.

Vale lembrar ainda que a demanda por carnes – bovinos, aves, e porcos – é crescente. Inclusive, há uma demanda excessiva por pés e pescoços de galinha – uma iguaria da culinária local. Atender a essa demanda, quanto de  outras commodities como soja haverá de requerer uma presença maior das empresas brasileiras produtoras desses bens em função tanto dos regulamentos fitossanitários a cumprir, quanto pela exigência ou existência de quotas e critérios de importação a serem atendidos em função de haver ainda forte presença do Estado na importação desses bens. Saudável seria que as empresas exportadoras nacionais desses bens firmassem contratos de representação e distribuição desses seus bens no Vietnam com alguns dos residentes daquele país que falam português, pois assim se aumentaria o volume exportado de forma mais rápida, pois essas empresas nacionais teriam um tipo de agente próprio para comercializar os diversos tipos de carnes brasileiras no Vietnam. E, esses falariam diretos com o Brasil em português  sem passar do vietnamita para o inglês e depois para o português, o que torna um risco e uma incerteza quando o assunto é regulamentos fitossanitários para a exportação de carnes.

Uma característica singular que existe nas casas vietnamitas é o uso de adornos em pedras de ametistas para reverenciar os antepassados. Em função disso, há uma demanda latente por esses bens do Brasil, principalmente das pedras extraídas no Rio Grande do Sul. Há ainda possibilidade de exportação de rochas ornamentais – mármores e granitos – do Brasil para o Vietnam.

Por sua vez, no tocante às importações brasileiras provenientes do Vietnam há três grupos de produtos com grande potencial de serem vendidos no Brasil, a saber: calçados, vestuário e partes e peças da indústria mecânica, metalurgia, elétrica e eletrônica como suporte às indústrias de transformação.  Na área de calçados e de vestuário pode haver um aumento do comércio intra–indústria no setor visto que os produtores do Vietnam se especializaram em fabricar por demanda para a exportação produtos de grifes europeias ou norte-americanas; e vendem para o mercado doméstico um produto bom – não cópia – a um preço que atende ao padrão da população local.
Inclusive, há noticias de que antes da pandemia, algumas redes nacionais de varejo que faziam sourcing na China de vestuário começaram a fazer compras iniciais no Vietnam. Mas, com o advento de plataformas oriundas da China no varejo nacional, esse movimento arrefeceu. Hoje, uma possibilidade para aumentar as compras do Vietnam notadamente de vestuário de melhor qualidade seria incentivar que algumas marcas de luxos brasileiras viessem a iniciar a fazer sourcing naquele país. Contudo, o elevado custo de capital observado no Brasil e dado o tempo para a realização do ciclo de realização  de um sourcing desde a aquisição dos insumos à sua transformação em bens até a sua efetiva venda e recebimento no Brasil faz com que na prática essa estratégia seja descartada pelos detentores das marcas de luxo brasileiras. Demais, a atual fragilidade das redes de varejo nacional decorrência da competição enfrentada contra as plataformas chineses recomendaria que fossem envidados esforços para que as empresas vietnamitas produtoras de calçados e vestuário fossem visitadas pelos compradores das redes de varejo nacionais para identificar se se poderia haver sinergia para que esses novos fornecedores asiáticos pudessem vir a colocar e vender seus produtos nas plataformas ou lojas dessas empresas no Brasil, e, seguissem eventualmente a lógica do remessa on line.

Ainda que somente uma grande empresa de varejo nacional tenha feito um acordo empresarial com uma plataforma chinesa para montar e implantar uma estratégia como a descrita acima, o mais provável é que o consumidor médio nacional possa não ter acesso aos produtos de sapatos e vestuário vietnamitas a preços e qualidade compatível ao padrão de renda brasileira por desinteresse das redes de varejo nacional em explorar esse novo modelo de negócio internacional.

Uma estratégia passível para viabilizar o acesso pelo consumidor brasileiro a esses produtos made in vietnam seria que a associação de empresas produtoras de calçados e vestuário do Vietnam fizessem roadshow presencial e virtual, no Brasil,  para identificar, incentivar, criar, e estruturar que jovens mulheres brasileiras pudessem atuar diretamente em consonância com as empresas vietnamitas produtoras de calçados e vestuários como sendo digital trade promoter, dropshiping, e detentoras de suas lojas de e-commerce em plataformas de vendas e pagamentos nacionais que atendem tanto o Brasil quanto a América Latina.

Inclusive tudo isso poderia ser regulado e operado segundo as normas e regulações determinadas pela receita federal para as operações de pequenos lotes e valores. Essas jovens mulheres poderiam até se regularizar perante o sistema RADAR de importação, como sendo pessoa jurídica ou física. E, ao fazerem isso, o regime fiscal de tributação de importação será o normal – mais racional e com menor valor tributável – que o regime tributação única usada no caso da remessa on line.

Ao estabelecer como política de Governo – pelo lado do Brasil – essa forma de cooperação econômica direta entre as empresas de calçados e vestuários do Vietnam com as jovens mulheres brasileiras de 15 a 29 anos – principalmente aquelas que estiverem no CADUNICO do MDS e pudessem ser objeto do recente programa Acredita desse ministério – haveria oportunidades de se empreender e o melhor é que estas sairiam da linha de pobreza por meio de sua inserção no comércio internacional.

Inclusive se essas jovens mulheres tiverem uma capacitação básica sobre o processo produtivo e as inovações em curso no setor de vestuário e de calçados feito em instituições como o Senai ( nacional e estadual) e a Embrappi têxtil, essas jovens mulheres saberiam aprender a usar nas vendas tanto a manufatura aditiva e os desenhos, quanto a modelagem e a história do mundo fashion  e da moda e do estilo brasileiro para da produção desses bens de consumo. O aprendizado de técnicas de manufatura aditiva e seu desenho em computadores permitirá que se reduzam as idas e vindas de amostras entre comprador e vendedor entre o Brasil e o Vietnam. E, inclusive estimularia que a consumidora brasileira quisesse adquirir produtos exclusivos de vestuário e calçados que poderiam ser desenhados de forma cooperativa entre estilistas brasileiras e vietnamitas e impressos em fab labs no Brasil que tivessem impressores 3 D dedicadas à produção de calçados e vestuário. Esses fab labs poderiam ser montados por essas jovens mulheres desde que essas apresentassem bons planos de negócios internacionais para terem acesso aos recursos de financiamento previstos no Programa Acredita do MDS.

Mais ainda, incentivar essa estratégia de inserção internacional focados em jovens mulheres despertaria o espirito de SER TRADER, de mindset global, e, sobretudo, viabilizaria que o consumidor brasileiro pagasse um preço justo na importação de um bem de calçado e vestuário – recolhendo imposto de importação, imposto de produto industrializado, imposto de circulação de mercadorias, e contribuições e taxas –  mais baixo que o regime de tributação especial das “blusinhas” usados no programa remessa on line conforme. E, até poderia melhorar a avaliação do atual governo visto que um dos fatores da queda de sua popularidade observada no momento presente foi à incidência da taxação injusta na importação do programa remessa conforme criado pela Receita Federal do atual Governo Brasileiro.

Finalmente, o último grupo de produtos potenciais a serem importados do Vietnam é aquele constituído das partes e peças da indústria mecânica, metalurgia, elétrica e eletrônica usadas como suporte às indústrias de transformação. De fato, cabe destacar que são cerca de 300 empresas vietnamitas que fazem parte desse segmento, e apresentam produtividade no chão de fábrica, preços competitivos, tecnologia em linha com a boa prática de fabricação internacional, e, ainda possuem experiência de exportar via sourcing para o Japão, Europa e Estados Unidos. Essas empresas fazem parte de um processo de catching up tecnológico que foi incentivado notadamente por meio de cooperação econômica e técnica entre os governos do Japão e do Vietnam. O Japão, por sua vez, difundiu nesse grupo de atividade econômica suas práticas de Kaizen, TQM, e métodos de produção Toyota por meio da sua agência de promoção JIICA. Concomitantemente ensinou a usar o tool do kaizen como um vetor de desenvolvimento e fez ainda empréstimos em moeda japonesa para ajuste estrutural da economia. De quebra, incentivou o estabelecimento de contratos de transferência de tecnologia ou de formação de joint ventures entre empresas japonesas e vietnamitas. Essa ação vem desde o fim dos anos noventa do século passado, cujo resultado- grosso modo – são que existem cerca de 300 empresas vietnamitas pró-exportadoras e competitivas internacionalmente de partes e peças da indústria mecânica, metalurgia, elétrica e eletrônica.

Cumpre destacar que essas empresas para venderem para o Brasil precisarão fazer uma venda técnica onde o/a trader de preferência localizado no Brasil domine as novas tecnologias de fabricação principalmente por que deverão apresentar às empresas nacionais que compõem a indústria de transformação brasileiras soluções e desenhos em 3D de partes e peças que podem ser fabricadas no Vietnam a partir das especificações, normas e regulamentos nacionais. Além de ter programa e saber usar modelagem em 3D para efetivar a venda técnica o/a trader brasileiro deveria ter um tipo de fab lab hibrido de manufatura aditiva com impressora 3 D para imprimir moldes precisos para  validar os modelos do ponto de vista técnico e de preços que venham a ser processados em largo volume no Vietnam em nome do importador brasileiro. A partir dessa venda técnica se pode de fato incentivar a maior cooperação e eventual formação de joint ventures entre empresas vietnamitas e brasileiras numa área em que o Brasil está bem atrás na fronteira tecnológica de produção.

Importa ressaltar que através do Programa Acredite do MDS se poderia focar nas jovens mulheres para saberem fazer vendas técnicas para o comércio exterior e virarem a ser traders de partes e peças da indústria mecânica, metalurgia, elétrica e eletrônica,  e que sejam  beneficiárias do CADÙNICO se houver acesso aberto aos dados expostos no site https://dados.gov.br/dados/reuso/9. Abertos esses dados, a  seguir, se poderá cruzar esses informações com os dados que constam na base https://www.gov.br/inep/pt-br/acesso-a-informação/dados-abertos em que se pode identificar as jovens mulheres que ao longo da sua vida escolar estão investindo no seu processo de aquisição de capital humano como  beneficiária do CADÚNICO para ser técnica ou futura engenheira.

Desse modo, com um programa de capacitação focado nesse grupo de mulheres – participantes do CADÚNICO  que tenham skills com base em STEAM se terá por meio de qualificação específica um conjunto de profissionais que tanto resolveram problemas de produção e aquisição de partes e peças no chão de fábrica, como saberão identificar aonde produzir esses lotes, tanto no Brasil, e, quiçá no Vietnam.

Por isso, ao final da visita do Presidente Lula deveria ser lançado um programa de cooperação bilateral com vistas a priorizar e incentivar à formação de joint ventures para a criação e transferência de técnica e tecnologia entre as empresas vietnamitas e as brasileiras, notadamente para o setor de indústrias de suporte ao setor de transformação industrial. Do ponto de vista brasileiro, é hora de juntar os esforços do Programa Brasil Mais Produtivo de competência do Sebrae e do Senai, e do Acredita do MDS como os recursos do Programa de Atração de Investimento Externo da APEX. A razão de se sugerir pró-atividade ao Governo e suas agencias especiais é que o empresário vietnamita é hoje comprado via sourcing, e não vende internacionalmente.

Dado que o dragão de querer e poder vender para o exterior ainda não foi despertado e se difundiu na cultura empresarial vietnamita há espaço para se adotar uma negociação ganha-ganha se as sugestões aqui descritas venham a ser adotadas e assim se realizará com facilidade e rapidez as  POSSIBILIDADES DE EXPANSÃO DA CORRENTE DE COMÉRCIO E INVESTIMENTO ENTRE O BRASIL E O VIETNAM.  

Mario Cordeiro de Carvalho Junior  – Professor da FAFUERJ.

Fonte: Jornal GGN
https://jornalggn.com.br/comercio-exterior/mario-de-carvalho-jr-brasil-vietnam-por-comercio-e-investimento/

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