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Presidente da APS propõe novo marco regulatório para vencer burocracia na gestão dos portos públicos

O presidente da Autoridade Portuária de Santos (APS), Anderson Pomini, conclamou os presidentes dos portos públicos brasileiros, que integram a Associação Brasileira das Entidades Portuárias e Hidroviárias (Abeph), para que promovam um movimento de pressão política a fim de mudar a legislação que rege o setor, reduzindo a burocracia e tornando mais ágil a gestão dos mais importantes portos do País. O pedido de um novo marco regulatório ocorreu nesta quarta-feira (18), durante assembleia da Abeph, no Centro de Santos, na sede da Brasil Export.

“Temos que buscar uma mudança que permita mais eficiência nos portos. E quem tem este poder é a Câmara Federal, que define e aprova o texto das leis. Precisamos engajar deputados atuantes, lideranças fortes, que ajudem o Brasil a ter portos mais eficientes”, afirmou Pomini.

O presidente da APS fez a proposta em função das dificuldades relatadas pelos gestores dos onze portos que participaram da assembleia da Abeph, até em tarefas simples, como qualificar suas guardas portuárias, viabilizar investimentos em infraestrutura, executar o próprio orçamento, entre outros procedimentos que se tornam verdadeiros desafios na gestão portuária.

O presidente da Abeph, Luis Fernando Garcia, apoiou a proposta e sugeriu o engajamento dos governadores neste movimento. Pomini propôs que a entidade busque o apoio da Comissão de Infraestrutura da Câmara Federal. “Tem que ser uma pressão política, que resulte numa mudança significativa da legislação, de forma a ajudar os portos a vencerem a morosidade dos processos básicos do cotidiano dos gestores.”

Associação Internacional – Na abertura da reunião, o presidente da PortosRio, Francisco Martins, anunciou a fundação, naquele momento, da Associação Internacional de Desenvolvimento Portuário, criada para facilitar as relações dos portos públicos com os países de todos os continentes.

Os presentes assinaram o documento de criação da associação e deliberaram as primeiras providências, como um encontro em 2025 para reunir os pleitos do setor. O primeiro presidente será Francisco Martins.

Os participantes parabenizaram a iniciativa. Na sequência, ouviram palestra do presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), Sérgio Aquino. A atual diretoria da Abeph também foi reeleita para mais uma gestão.

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Fonte: Datamar
Presidente da APS propõe novo marco regulatório para vencer burocracia na gestão dos portos públicos – DatamarNews

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Caminhoneiros falam em greve e ANTT se posiciona contra aumento dos pneus

Disputa sobre tarifa de importação chega à Câmara dos Deputados

A Agência Nacional de Transportes (ANTT) se manifestou contra a possibilidade de aumento da tarifa de importação de pneus de 16% para 35%. Durante audiência na Comissão de Viação de Transportes na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira, o superintendente de Serviços de Transporte Rodoviária da agência, José Aires Amaral Filho, disse que a medida poderia causar sucateamento do setor.

Esta é a primeira vez que a agência se manifesta sobre o assunto. “Quando a gente olha a realidade da categoria, vemos que eles vêm sofrendo com o aumento dos custos dos insumos. O principal fator da greve em 2018 foi insumos, o óleo diesel”, disse.

De acordo com a ANTT, 94% dos 747 mil transportadores registrados no país possuem até três veículos e não conseguiriam transferir os custos de um eventual aumento dos preços dos pneus para o frete.

Filho disse que a preocupação da agência é especialmente com os transportadores autônomos. “Sabemos que cabe ao Parlamento e ao Governo decidir, mas todos esses fatores devem ser analisados”, disse.

Everaldo Bastos, representante da Fetrabens (Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo) também lembrou da última greve da categoria.

Ele disse que o caminhoneiro só consegue comprar pneus novos porque os valores estão mais baixos com a concorrência dos importados. “Aumentar o custo para o caminhoneiro é pedir uma nova greve. Os caminhoneiros pararam por causa de 20 centavos no óleo diesel e nossos associados já estão pressionando para não haver aumento dos pneus”, disse.

A ANIP, associação que representa empresas produtoras de pneus, defende o aumento da tarifa de importação alegando prejuízos com o aumento das importações nos últimos anos. Caso isso ocorra, o preço dos pneus de veículos de transporte e de passeio devem subir entre 20% e 25%.

Um estudo da Guimarães Consultoria aponta também que haverá impacto na elevação de gastos de 6% para o setor de transporte rodoviário. O levantamento mostra que haverá redução de 8% na compra de pneus de passeio e 3,2% no de cargas, causando riscos na segurança de transporte no país.

A Associação Brasileira dos Distribuidores e Importadores de Pneus (Abidip) falou dos prejuízos potenciais à economia brasileira. “O aumento do imposto de importação para pneus de passeio e de carga resultará em impactos econômicos negativos significativos. Pressão inflacionária, aumento nos custos de transporte e efeitos adversos na economia como um todo são preocupações legítimas que justificam uma contestação ao pleito apresentado”, afirmou Ricardo Alípio, diretor da entidade.

Sindicatos estaduais também participaram da reunião “Cada centavo sobre o custo do pneu eleva a taxa de transporte no país inteiro. Onera os caminhoneiros e todo o país inteiro. O objetivo da indústria é aumentar o preço dos pneus. Pneu mais barato aumenta a segurança e reduz acidentes”, afirmou Janderson Maçanero, da Associação de Caminhoneiros de Santa Catarina.

“Ninguém é contra a indústria, mas um pedido absurdo não pode ser atendido. O setor tem muitas medidas de proteção, como antidumping e fiscalização, para resolver o problema de competitividade. O Brasil tem hoje uma das mais altas alíquotas do mundo. Não faz sentido mais um aumento”, argumentou Rabih Nasser, advogado de vários importadores não filiados à Abidip.

Segundo a Abidip, a fala dos produtores nacionais de que estariam tendo prejuízos com uma suposta concorrência desleal esconde o verdadeiro motivo. A entidade afirma que está sendo uma prática recorrente as multinacionais de pneus presentes no Brasil comprarem matéria prima (SBR) de departamentos globais de compra.

A Abidip afirma que a prática consiste em superfaturar os preços de matéria prima para poder remeter seus lucros para o exterior. De acordo com a associação, a subsidiária da Goodyear do Brasil está praticamente obrigada a comprar (SBR) da Goodyear Chemical Inc dos EUA e o lucro da Goodyear do Brasil é trancado a sete chaves.

Além disso, nos últimos dois anos lucraram entre USD 140 milhões e USD 150 milhões/ano, sendo possível acessar os números apenas dentro de um P&L dos EUA. A mesma prática observa-se na Bridgestone onde o lucro ficou entre USD 110 e USD 120 milhões ano.


Fonte: Notícias Agrícolas
Caminhoneiros falam em greve e ANTT se posiciona contra aumento dos pneus – Notícias Agrícolas (noticiasagricolas.com.br)

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Rapport é uma palavra de origem francesa (rapporter), que significa “sintonia”, “CONEXÃO”

Como o RêConectaNews é um grande ecossitema para conexões de negócios, muitos executivos me pedem algumas dicas relacionadas aos como nos fazemos para movimentar tantos players na área?

Então vamos lá…
Você já ouviu falar em rapport?

Rapport é uma palavra de origem francesa (rapporter), que significa “sintonia”, “CONEXÃO”.
Tudo a ver com RêConecta, não é!???

É um conceito vindo da psicologia e remete à técnicas para criar ligações de empatia e confiança entre as pessoas.

O rapport é uma estratégia para construir confiança e empatia, essenciais para uma relação duradoura com os clientes. É o processo de tornar-se alinhado com o cliente, mostrando que você entende suas necessidades e preocupações.

Então deixo algumas DICAS, para que você possa desenvolver seu rapport, para obter maiores resultados nas suas negociações:

1) Autenticidade: Seja genuíno em suas interações. Os clientes podem perceber quando você não é sincero. Afinal, ninguém gosta de estar ao lado de pessoas interesseiras;

2) Superficialidade: Rapport requer profundidade. Evite ser superficial nas suas interações; invista tempo em conhecer verdadeiramente o cliente. Gere relacionamento, preocupe-se. Saiba que, por mais esteja numa negociação B2B, existe uma pessoa por traz do processo;

3) Consistência: Seja consistente em seu comportamento e nas informações que fornece, para que o cliente sempre saiba o que esperar de você. Não apareça só quando há processos, há negócios.

4) Personalização: Use o nome do cliente (Sou péssima com nomenclatura, já aviso!!! 😣 – Mas até para isso tem técnica!!!) e referências específicas às conversas anteriores para mostrar que você se lembra e valoriza os detalhes do relacionamento.

5) Pontos em comum: Melhora a comunicação. É sempre importante puxar alguns ganchos durante a conversa, permitindo que o cliente compartilhe mais informações. Ao invés de empurrar o produto/serviço, entenda os motivos que fizeram esse consumidor chegar até você.

Dominar o rapport é fundamental para qualquer profissional busca evolução dos negócios. Criar relações de valor, a longo prazo com seus clientes e investir na construção de um bom rapport não só melhorará suas oportunidades de negócios, como também enriquecerá suas interações pessoais.

Pense nisso!
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Carros Importados abrem um rombo moral e financeiro na balança comercial do país

Brasil ja gasta mais com a importação de automóveis do que com petróleo ou fertilizantes.

As poucas altas e as muito baixas das exportações brasileiras de veículos, em combinação com o substancial aumento de importações sempre que nenhum protecionismo é adotado, abre dois rombos no comércio exterior do Brasil: um moral, outro financeiro.

O déficit moral decorre da difícil aceitação de que a indústria instalada no País há mais de setenta anos é incapaz produzir carros mais exportáveis, como faz a China que após vinte e poucos anos de desenvolvimento deve se tornar o maior exportador de veículos do mundo, com estimativa de 6 milhões de unidades este ano.

Já o rombo financeiro acontece porque a importação de bens de alto valor agregado reduz o saldo da balança comercial, hoje dependente de sobreviver só com vendas externas de commodities de baixo valor agregado, que trazem pouco desenvolvimento econômico.

Déficit industrial aumentado

Levantamento da AEB, Associação de Comércio Exterior do Brasil, produzido em julho, mostra que os automóveis de passageiros híbridos e elétricos, que têm imposto de importação reduzido, serão os principais responsáveis por alargar de US$ 108 bilhões em 2023 para US$ 123 bilhões o enorme déficit da balança comercial brasileira de produtos industrializados.

A AEB projeta que as importações de automóveis este ano – em sua grande maioria híbridos e elétricos vindos da China – deverão somar US$ 11,5 bilhões, em crescimento de vistosos 98% sobre os US$ 5,8 bilhões de 2023, quando a expansão já havia dado um salto expressivo de 61% ante os US$ 3,6 bilhões importados em 2022.

Se a projeção da AEB for confirmada, de acordo com dados da associação, os automóveis serão, em 2024, o segundo produto mais importado pelo Brasil, ficando só atrás de óleos combustíveis e à frente de petróleo, adubos e fertilizantes.

Enquanto isso estão em queda livre as exportações de carros brasileiros – que são gritantemente inferiores em acabamento e tecnologia aos importados chineses que aprenderam a fazer veículos em vinte anos.

Segundo projeta a AEB as vendas de automóveis brasileiros devem somar US$ apenas 3,7 bilhões este ano, em retração de 10,8% sobre 2023, abrindo déficit anual de US$ 7,8 bilhões só nesta conta.

Saldo negativo ampliado

Para piorar o rombo na balança comercial do setor automotivo no Brasil não se limita às importações de automóveis, mas a todos os produtos desta indústria.

Ainda segundo o levantamento da AEB as importações de veículos de carga devem crescer 12% este ano, para US$ 4 bilhões – impulsionadas principalmente por modelos de menor porte que deixaram de ser produzidos no Brasil, como vans e furgões – e as exportações destes modelos deverá cair 8,5%, para US$ 2,3 bilhões, gerando déficit de US$ 1,7 bilhão.

Já o Sindipeças projeta em quase US$ 12 bilhões o déficit da balança de autopeças, com importações de US$ 20 bilhões e exportações de US$ 8,1 bilhões.

Para pneus – outro item duramente atingido pela concorrência chinesa este ano, mas aqui com qualidade inferior ao produto brasileiro no mercado de reposição – a AEB projeta exportação de US$ 1,2 bilhão, queda de 5% em comparação ao ano anterior, e o dobro disto em importações: US$ 2,1 bilhões, em alta de 13% sobre 2023.

Exportação de empregos e PIB

Todos os quinze produtos mais exportados pelo Brasil este ano são commodities, como soja, minério de ferro e até petróleo, que encabeça esta lista pela primeira vez. Nada contra mas depender só destes produtos limita bastante as possibilidades de ganhos e de desenvolvimento industrial do País.

Automóveis estão fora da lista dos produtos mais exportados pelo Brasil por causa da dependência de mercados latino-americanos, especialmente da Argentina, o maior mercado externo dos veículos brasileiros, que passa por severos problemas econômicos e vem diminuindo as compras ano a ano.

Em outros mercados, como México, Chile e Colômbia, as vendas também estão caindo, não só por problemas locais como também por causa da concorrência chinesa que também está chegando com força nestes países com produtos melhores e mais baratos do que os brasileiros.

Países que importam muitos produtos industrializados exportam PIB e empregos. Segundo aponta a Associação de Comércio Exterior do Brasil a cada US$ 1 bilhão em importações de manufaturados, além da perda de divisas em si, o País sutenta cerca de 30 mil empregos diretos e indiretos no Exterior. O contrário também é verdadeiro: ao exportar US$ 1 bilhão são gerados 30 mil empregos aqui e o valor entra como saldo positivo na balança comercial.

Nesta jornada não há caminho bom. Se as importações de carros continuarem a aumentar no ritmo que estão é bastante provável, como já aconteceu antes, que o governo adote barreiras tarifárias para evitar o alargamento do rombo na balança comercial, o que mais uma vez dará à indústria instalada no País a liberdade de continuar a produzir veículos de preços altos e qualidade inferior.

Por outro lado caso nenhuma barreira for adotada os importados tendem a engolir esta indústria, provocando perda de empregos e PIB, além de déficit de desenvolvimento tecnológico. É uma equação difícil de equilibrar mas que precisa de equilíbrio.

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AutoData – Carro importado abre rombo moral e financeiro na balança comercial do País

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Novo Chevrolet elétrico desembarca no Brasil

Primeiro lote do SUV promete inovação e esportividade

O primeiro lote comercial do Chevrolet Blazer EV chegou ao Brasil. O SUV elétrico, importado do México, será um dos seis lançamentos que a marca norte-americana apresentará no mercado brasileiro em 2024. O Blazer EV será oferecido na versão RS, conhecida pelo seu apelo esportivo e equipada com a plataforma modular Ultium.

O Blazer EV oferece opções de tração traseira ou integral, incluindo uma versão com dois motores – um em cada eixo – que proporciona 292 cavalos de potência, além de uma variante com 340 …

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EXCLUSIVO: JBS define CEO para comandar operações no Porto de Itajaí

Porto não recebe contêineres desde o final de 2022, quando terminou o contrato com a APM Terminals

A Seara, do Grupo JBS, que assumiu as operações com contêineres no Porto de Itajaí, já tem um nome escolhido para comandar o terminal. A coluna apurou que o novo CEO será o executivo Aristides Russi Junior, um nome com projeção nacional e bastante conhecido no setor portuário local. Ele foi diretor-superintendente da APM Terminals em Itajaí e, recentemente, presidia as operações da APM Terminals em Suape.

Segundo informações de bastidor, o anúncio oficial deve ocorrer até o final da semana. A escolha do nome que vai comandar o Porto de Itajaí é importante porque será crucial para garantir a velocidade na obtenção das autorizações que ainda são necessárias para a retomada das operações. O processo de alfandegamento, junto à Receita Federal, chegou à fase final.

A expectativa no Porto de Itajaí é que o primeiro navio possa atracar no mês que vem, em julho. Nas próximas semanas, a Seara deve começar a contratar mão-de-obra para as operações.

A expectativa é que as contratações alcancem entre 150 e 200 novos trabalhadores.

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EXCLUSIVO: JBS define CEO para comandar operações no Porto de Itajaí – NSC Total

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Abertura de mercado no Lesoto

Desde o início de 2023, o Brasil abriu mercado para a exportação de 144 novos produtos agropecuários em 51 países, nos cinco continentes

O governo brasileiro recebeu, com satisfação, o anúncio, por parte do Reino do Lesoto, da autorização para a importação de ovos férteis, pintos de um dia e aves vivas provenientes do Brasil, como resultado de negociações que tiveram início em novembro do ano passado.

O anúncio soma-se à recente abertura do mercado de Lesoto para carne de aves do Brasil, o que deverá contribuir para o aumento do fluxo comercial com aquele país. A nova autorização é expressão do nível de confiança depositado no sistema de controle sanitário brasileiro, além de oferecer oportunidades futuras para produtores brasileiros, em vista do grande potencial do continente africano em termos de expansão demográfica e de crescimento econômico.

Desde o início de 2023, o Brasil abriu mercado para a exportação de 144 novos produtos agropecuários em 51 países, nos cinco continentes.

Tais resultados são fruto do trabalho conjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Informações à imprensa
imprensa@agro.gov.br
Abertura de mercado no Lesoto — Ministério da Agricultura e Pecuária (www.gov.br)

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Taxação da UE retira aço brasileiro da lista de mais sustentáveis do mundo

O Brasil exporta para a União Europa o aço não europeu mais sustentável do mundo, de acordo com um estudo do Banco Mundial entregue à Folha.

Mas o país não terá vantagens na exportação do produto quando os europeus colocarem em efetivação o Cbam, a taxação de produtos importados com base nas emissões de CO2.

De acordo com o estudo, que considera dados de 18 países, o aço brasileiro exportado para a União Europeia emite 0,14 quilo de CO2 equivalente por dólar. O cálculo considera a matriz elétrica utilizada pela indústria, o chamado escopo 2 de emissões. O país só está atrás da Áustria, país da UE que emite 0,12 kg CO2/US$.

O Cbam, porém, considera apenas as emissões de CO2 oriundas de operações de dentro da fábrica, eliminando, portanto, a origem da eletricidade usada na indústria.

Nesse caso, o aço brasileiro, segundo o Banco Mundial, emite 0,37 kg CO2/US$, atrás de dez países, o que impacta a exposição do produto brasileiro à taxação europeia.

A base de dados utilizada para a comparação é de 2019.

“A maior parte das emissões [da produção de aço] vem do escopo 1. A a UE diz que até 50% das emissões seriam cobertas com as regulações atuais. Além disso, pouquíssimas empresas são hoje capazes de prover essa informação, até mesmo na UE, então ir para o escopo 2 seria ainda mais complicado, porque você teria que descobrir de onde vem a eletricidade que está sendo usada”, diz Maryla Maliszewska, uma das autoras do estudo do Banco Mundial, ao tentar explicar a decisão dos europeus.

O Cbam visa cobrar do aço estrangeiro o mesmo que é exigido do aço europeu no mercado de carbono da UE. A medida, porém, é carimbada como medida protecionista por parte da comunidade global.

“Tem algumas incertezas em relação à regra, mas o fato é que qualquer empresa que exporta para a Europa produtos de aço vai ser impactada”, diz Bruna Dias, gerente da Strategy&, do grupo PwC.

Na plataforma criada pelo Banco Mundial para apresentar o nível de exposição de produtos ao Cbam, o Brasil aparece pintado de uma mistura de vermelho com verde, enquanto Canadá, Estados Unidos, México, Colômbia e Argentina estão pintados de verde.

O Brasil só não será mais prejudicado porque a quantidade de aço brasileiro que entra em solo europeu é pequena, apesar de significativa. De acordo com o Instituto Aço Brasil, 48,7% dos produtos siderúrgicos exportados pelo país em 2022 foram para os Estados Unidos, enquanto cerca de 9,5% foram para países da União Europeia e 9,4% para a Argentina.

Entre as grandes siderúrgicas brasileiras, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) é a que mais deve ser atingida. No ano passado, a empresa vendeu R$ 4,4 bilhões de produtos do setor de siderurgia para a Europa –o principal destino de exportação, segundo seu balanço de resultados.

A empresa considera o Cbam um “risco latente e de alta relevância” e o tamanho de uma eventual perda ainda está em estudo.

“As medidas do Cbam irão impactar todo o aço que a companhia exporta para a Europa, em particular o volume enviado para uma das nossas unidades em Portugal. Adicionalmente, existem impactos indiretos relacionados à entrada de um volume adicional de aço no Brasil produzido por países como China e Índia, por exemplo, e que teria como destino originariamente a Europa”, diz Helena Brennand Guerra, diretora de sustentabilidade e meio ambiente da CSN.

Guerra analisa que o torna o Cbam prejudicial para o aço brasileiro não é apenas o descarte do escopo 2, mas o financiamento público de siderúrgicas europeias em paralelo à taxação do produto feito em economias emergentes.

“A União Europeia tem disponibilizado recursos bilionários para que empresas de aço façam a sua transição para rotas de descarbonização. Muitos desses projetos entrarão em operação em 2026, justamente no ano em que o Cbam passará a taxar os produtos importados”, afirma Helena.

“Ou seja, taxam o aço produzido nos países em desenvolvimento, que historicamente menos contribuíram para a emissão de gases de efeito estufa, para financiar não apenas a transição energética mas principalmente a modernização do parque industrial europeu.”

O estudo do Banco Mundial mede as emissões por quilo de gás carbônico por dólares de aço vendido, mas, quando a métrica é tonelada de CO2 por tonelada de aço vendido, a referência padrão, o Brasil também aparece como um dos produtores mais sustentáveis de aço.

Entre 2020 e 2022, o setor siderúrgico brasileiro reduziu suas emissões de 1,9 t CO2/t de aço bruto para 1,7, ante a média global de 1,89, de acordo com o Instituto Aço Brasil.

Segundo a Global Efficiency Intelligence, consultoria americana de energia, o Brasil está em sexto no quesito sustentabilidade na lista de 16 países produtores de aço. Quando o carvão vegetal utilizado pelas siderúrgicas brasileiras não é considerado neutro devido a origens ligadas ao desmatamento, o Brasil vai para 12º lugar.

Em 2022, 84% do aço brasileiro foi feito via rota integrada, quando se utiliza altos fornos a carvão –maior fonte de CO2 nessa indústria. Desses, em 11% foram usados carvão vegetal em alguma medida, o que reduz as emissões.

Os outros 16% foram produzidos por meio de forno elétrico e sucata, hoje a forma mais sustentável mundialmente de produzir aço. Em comparação, no mundo a média é de 70% e 30%, respectivamente.

A Gerdau, uma das siderúrgicas com maior grau de sustentabilidade do país, tem a produção inversa ao mundo: 70% via forno elétrico e sucata e 30% via carvão mineral. Esse número, porém, deve trazer pouca vantagem à empresa em um contexto de Cbam concentrado em escopo 1.

“O que nos traz as oportunidades no aço brasileiro é a energia elétrica renovável. Se eu comparar a produção da Gerdau, à base de sucata, considerando o escopo 1 e 2, na unidade no Brasil, com uma unidade nos Estados Unidos, a primeira emite metade da outra. Mas, se eu olhar só o escopo 1, é praticamente igual”, diz Cenira Nunes, gerente-geral de meio ambiente da Gerdau.

O setor teme ainda que, com o mercado europeu concentrando o aço mais sustentável, aqueles países que não tenham regulações semelhantes, como o Brasil, sejam inundados de aço com maior pegada de carbono.

“Nós deveríamos ter um Cbam brasileiro. A China é 60% do mercado mundial; o mês de produção da China é a produção anual do Brasil. Ela está melhorando seu parque industrial, reduzindo a pegada de carbono daquela quantidade de aço que ela põe na Europa, para que não seja sujeita ao Cbam, em detrimento de colocar os demais no resto do planeta”, diz Guilherme Abreu, gerente-geral de sustentabilidade da ArcelorMittal Brasil.

Recentemente a empresa vendeu seu primeiro aço zero carbono para a Águia Sistemas, empresa de intralogística.

Stefania Relva, consultora sênior do Instituto E +, pensa de maneira semelhante: “[Com o Cbam], a gente vai ter que competir com muitos produtos não certificados no mercado internacional, então a gente perde o mercado do Cbam, perde espaço na competição internacional e provavelmente perde o mercado nacional. Porque esses produtos não certificados que flutuam no mercado internacional vão acabar no mercado doméstico também.”

Sob o mesmo receio, o Reino Unido, por exemplo, está se articulando para criar sua própria taxação. Já o Brasil discute a introdução de um mercado de carbono para a indústria local.

Taxação da UE retira aço brasileiro da lista de mais sustentáveis do mundo (msn.com)

EUA revogam medida contra exportação brasileira de aço (poder360.com.br)

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União Europeia aprova mais uma lei ESG que impacta exportações brasileiras

A partir de 2027, empresas que fazem negócios com qualquer um dos 27 países da UE precisarão provar que seus fornecedores respeitam direitos humanos e meio ambiente — multas podem chegar a 5% da receita

O parlamento europeu aprovou na última semana uma lei que obriga companhias de todos os setores da economia que fazem negócios com a União Europeia a verificação de suas cadeias de valor.

Chamada de Diretiva de Due Diligence de Sustentabilidade Corporativa e batizada com a sigla CS3D (em alusão ao acrônimo CSDDD), a lei engloba desde a extração da matéria-prima à distribuição, venda e marketing do produto ou serviço final, e implica na necessidade de adoção de indicadores ambientais, sociais e de governança (ESG), sobretudo no que diz respeito a violações de direitos humanos e do meio ambiente.

As empresas que tiverem mais de mil funcionários e faturamento global acima de 450 milhões de euros precisarão auditar suas fornecedoras, por exemplo, sobre prática de desmatamento ilegal e implicações sobre perda de biodiversidade, trabalho análogo à escravidão e trabalho infantil. A previsão de especialistas é de que a lei tenha um efeito cascata – das grandes empresas às pequenas, com um potencial de transformação difícil de calcular.

A CS3D complementa uma série de outras leis estabelecidas pela UE nos últimos anos para incentivar a economia de baixas emissões de gases de efeito estufa, e já não é surpresa para exportadores brasileiros e seus fornecedores. Um exemplo de outra regra recente aprovada é a que proíbe a exportação para o bloco europeu de produtos agrícolas cultivados em áreas de desmatamento.

“O Regulamento para Produtos Livres de Desmatamento (EUDR) trata de produtos livres de qualquer tipo de desmatamento, após a data de corte de 31 de dezembro de 2020. Isso significa que mesmo desmatamento legal será vedado pela EUDR”, diz o advogado especialista em ESG Bruno Galvão, do escritório alemão BLOMSTEIN, com sede em Berlim.

A diretiva implica cada um dos 27 países-membros da UE a criar uma legislação específica que atenda às exigências mínimas estabelecidas e colocar essas leis em vigor em até dois anos. Atualmente, França e Alemanha possuem leis de sustentabilidade corporativa e precisarão adequá-las aos novos parâmetros da UE.

A nova lei passa a valer entre 2027 e 2029, conforme o tamanho da empresa, começando pelas maiores – as que tiverem mais de 5 mil funcionários e faturamento global superior a 1,5 bilhão de euros em 2027. As empresas com 3 mil trabalhadores e um volume de negócios de 900 milhões de euros serão impactadas em 2028. E as com mil empregados e volume de negócios de 450 milhões de euros serão impactadas em 2029.

A diretiva ainda vai passar pela aprovação final dos ministros dos estados membros da UE e deverá ser publicada no Diário Oficial da UE.

Fiscalização

A Comissão Europeia deverá emitir uma série de recomendações, melhores práticas e diretrizes para o plano de transição das empresas e para o compartilhamento de informações auditadas.

O objetivo é que as empresas descubram os riscos e façam as mudanças necessárias para reduzir seu impacto negativo na sociedade e no planeta. As empresas também terão de adotar um plano de mitigação climática, em linha com o Acordo de Paris, para limitar o aquecimento global a 1,5ºC, descrevendo em detalhes a estratégia de transição detalhado, informando metas, prazos e investimentos.

A fiscalização deverá ser feita por autoridades nacionais competentes no estado em que a companhia está sediada, ou no local de onde provém a maior parte de seu faturamento. O valor da multa para quem infringir a diretiva poderá chegar a 5% da receita da companhia.

A recomendação de especialistas é que as empresas desde já identifiquem sua situação em relação às recomendações e passem a atuar para transformar o que for necessário para estar em conformidade.

*Publicado por Ligia Tuon
União Europeia aprova mais uma lei ESG que impacta exportações brasileiras | CNN Brasil

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Missão Europeia encerra em SP avaliação da cadeia avícola no Brasil

Inspetores da União Europeia visitaram estruturas em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul; impressões serão repassadas ao governo brasileiro em relatório

Uma missão técnica da União Europeia percorreu os Estados de São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul para verificar os controles sanitários oficiais brasileiros, principalmente em relação à influenza aviária. A reunião final foi realizada na manhã desta sexta (3), na Superintendência de Agricultura e Pecuária em São Paulo (SFA-SP).

Foi realizada visita a uma granja de avós em Itirapina e em um incubatório exportador em Rio Claro. Constou ainda do cronograma, visita a empresa de Boituva, habilitada a exportar carne de aves à União Europeia. Os inspetores estiveram também no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Campinas, e na regional da Coordenadoria de Defesa Agropecuária (CDA), em Limeira.

Na quinta (2), os auditores conheceram o Serviço de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro), no Aeroporto de Viracopos.

Nesta sexta, a reunião de encerramento contou com a presença dos inspetores europeus, e com a participação de dirigentes da Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), direto de Brasília.

Desde março, esta é a terceira missão internacional que verifica as condições de controle da gripe aviária no país. A primeira foi a missão do Japão, depois do Reino Unido. O Brasil não registrou, até o momento, nenhum caso da doença em granjas comerciais.

Acompanharam a reunião de forma presencial os auditores federais agropecuários: Daniela de Queiroz Baptista; Fabio Paarmann; Esequiel Liuson; Silvia Camargos Quintela; e Cláudia Megumi Miyaki.

De acordo com Fabio Paarmann, os auditores demonstraram bastante conhecimento sobre o controle sanitário e fizeram considerações técnicas pertinentes, que serão considerados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, em momento oportuno.

Informações à Imprensa
imprensa@agro.gov.br

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