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O que muda para a indústria com a regulamentação da reforma tributária

Entenda como o novo modelo de tributação sobre consumo vai afetar os produtos industriais

Na última quinta-feira (16) o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, sancionou o primeiro dos projetos que regulamentam a reforma tributária, por meio da Lei Complementar nº 214/2025.

O texto foi aprovado pela Câmara e pelo Senado em 2024 e agora foram estabelecidas as regras para o funcionamento e as cobranças do novo sistema de tributação sobre o consumo.

Mesmo que ainda leve alguns anos para a aplicação efetiva das mudanças – a transição é gradual e começa em 2026 -, a garantia das alterações no sistema tributário dão uma mostra da desburocratização econômica e, consequentemente, do aumento da competitividade industrial e dos investimentos que devem beneficiar o país.

Na prática, a ideia é fazer com que esses tributos sejam reduzidos a:

  • Imposto sobre Valor Agregado (IVA) – vai agregar o IBS – Imposto sobre Bens e Serviços e o CBS – Contribuição Sobre Bens e Serviços; e
  • Imposto Seletivo, popularmente conhecido como Imposto do Pecado

Que todas essas abreviações elevam os custos de tudo, a gente já sabe, mas vale destacar que alguns desses tributos causam imbróglios que poderiam ser facilmente evitáveis, tanto para o consumidor quanto para o empreendedor.

Por exemplo, imagine que você seja dono de um negócio e precise comprar insumos para produzir: você pagará o PIS e a Cofins nessa compra. Quando você, fornecedor, vende esse produto para que seja comercializado, o PIS e a Cofins aparecem novamente. E de novo quando esse produto chega até a mão do consumidor. Com a reforma, essa cascata de impostos vai acabar.

É claro que, com essa “dança das cadeiras de impostos”, algumas coisas vão ficar mais caras e outras mais baratas, mas a ideia é que a carga tributária fique em 28%, em média, segundo o governo. Atualmente, a nossa ultrapassa 30%, mas as alíquotas de cada produto são variáveis em decorrência dos impostos.

A Agência de Notícias da Indústria separou alguns casos que mostram como essa reforma pode afetar o nosso bolso, com base na reformulação dos tributos:

Alimentação

Com a nova regra, algumas categorias de alimentos da cesta básica nacional serão totalmente isentas do Imposto sobre Valor Agregado (IBS e CBS). A cesta básica nacional é tida como uma métrica de alimentos que buscam garantir o direito humano à alimentação adequada e saudável, à saúde e ao bem-estar da população brasileira.

Além disso, as carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves e produtos de origem animal e miudezas comestíveis de ovinos e caprinos também foram adicionadas à cesta básica nacional. Ou seja, estarão isentas de tributação.

Embora não componham a cesta básica nacional, ovos, frutas e produtos hortícolas também não entrarão na tributação. Veja os alimentos totalmente isentos:

Segundo o texto sancionado, uma lista de outra categoria de alimentos terá 60% de desconto na cobrança do IBS e da CBS. São eles:

Saúde: medicamentos e dispositivos médicos

A nova regra prevê uma redução de 60% nos impostos de todos os medicamentos registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e fórmulas produzidas por farmácias de manipulação.

Uma lista de cerca de 400 princípios ativos para tratamentos graves terão alíquota zerada, e alguns produtos médicos e serviços de saúde terão alíquota reduzida em 60%, como produtos de home care (cuidado de pacientes em casa), serviços de instrumentação cirúrgica e de esterilização.

A alíquota zero também se estenderá a equipamentos médicos e ortopédicos, como eletrocardiógrafos, aparelhos de ressonância magnética, raio-X, brocas odontológicas, etc.

  • Pets: medicamentos, vacinas e soros de uso veterinário também pagarão 60% a menos de imposto
  • Planos de saúde: empresas poderão considerar como crédito de IBS e CBS planos de saúde comprados para funcionários. Planos de saúde para animais domésticos terão redução de 30% na alíquota.

Imóveis

Operações imobiliárias de pessoas físicas ou jurídicas, como locação, cessão onerosa e arrendamento também serão tributadas com a CBS e o IBS.

Pessoas físicas que, por ano, arrecadarem abaixo de R$ 240 mil com o aluguel de imóveis não serão tributadas. O texto cria dois redutores — social e da alíquota de tributação — para ajustar e diminuir a carga tributária.

  • Redutor social: o mecanismo reduz a base de cálculo da tributação e será aplicado nas compras de imóveis e lotes residenciais e no aluguel residencial. O objetivo é beneficiar famílias com renda mais baixa e imóveis populares. Pela lei, o redutor social será de: R$ 100 mil na compra de imóveis novos; R$ 30 mil na compra de lote residencial; e R$ 600 para o aluguel de imóveis residenciais. Os valores serão atualizados mensalmente, depois da eventual sanção da proposta, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerado a inflação oficial do Brasil
  • Corte na alíquota: a proposta estabelece também que haverá cortes lineares nas alíquotas do IBS e da CBS aplicadas em transações imobiliárias. Segundo o texto, a alíquota-comum será reduzida em 50% em todas as operações com imóveis e em 70% nas operações de locação, cessão onerosa e arrendamento.

Insumos agropecuários

Os animais e a prática agropecuária também entraram na lista de beneficiados pela reforma, uma vez que o texto também estabelece redução de 60% nas alíquotas do IBS e CBS de produtos com este fim.

Confira alguns dos produtos da lista:

  • Biofertilizantes (NCM 3101.00.00)
  • Fertilizantes (adubos)
  • Corretivos de solo
  • Inoculantes e microorganismos para uso agrícola
  • Bioestimulantes e bioinsumos para controle fitossanitário
  • Máquinas e implementos agrícolas, destinados ao produtor rural; e
  • Outros equipamentos diretamente vinculados ao processamento e manejo agrícola

A lista também inclui melhoramento genético de animais e plantas, inseminação artificial, plantio, irrigação, colheita, pulverização de agrotóxicos, entre outros. Mas os itens listados no benefício precisarão de certificação e registro junto aos órgãos reguladores, como o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Anvisa e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) – quando for aplicável.

O que deve aumentar?

O Imposto Seletivo, que ficou conhecido como Imposto do Pecado, vai ter o efeito contrário das regras acima. O novo tributo vai ser aplicado a produtos que podem causar algum mal à saúde ou ao meio ambiente, por isso, com a reforma, pretende-se desestimular o seu consumo.

De acordo com o texto, o Imposto Seletivo vai incidir uma única vez sobre o bem ou serviço, sendo vedado qualquer tipo de aproveitamento de crédito do imposto com operações anteriores ou criação de créditos para operações posteriores.

Na prática, além do valor do produto ou serviço, o consumidor que optar por adquirir esse bem, pagará uma taxa extra. Essa medida visa dificultar o acesso a produtos que, mesmo que tenham liberação para uso, causam algum dano à saúde, como cigarros e bebidas alcoólicas, ou ao meio ambiente, como meios de transporte que liberam gases poluentes. Veja a lista:

Próximos passos: e agora, o que virá?

Depois da sanção da primeira lei da reforma, o governo ainda precisa aprovar outras normas para regulamentar a mudança da tributação no país. Será necessário aprovar o Projeto de Lei que cria o Comitê Gestor do IBS, da distribuição da receita do IBS entre os estados e municípios e de outras questões relativas apenas aos estados e municípios. Para isso, falta o envio de outros três projetos de lei ao Congresso Nacional:

  • Definição das alíquotas do Imposto Seletivo;
  • Regulamentação dos Fundos de Desenvolvimento do Amazonas e da Amazônia Ocidental;
  • Regulamentação da forma de aporte dos recursos ao Fundo de Desenvolvimento Regional e ao Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais.

Além desses projetos, o Ministério da Fazenda também trabalha com a elaboração das normas que vão disciplinar o IBS e a CBS.

FONTE: Agencia de Notícia da Indústria
O que muda para a indústria com a regulamentação da reforma tributária – Agência de Notícias da Indústria

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São Francisco do Sul e Imbituba têm recordes no volume de carga em 2024

Exportações prevaleceram nos portos administrados pela SCPar

Florianópolis, 24.01.2025 – Os portos de São Francisco do Sul, no norte do estado, e Imbituba, no sul, fecharam 2024 com recordes no volume de carga. Ambos são administrados pela SCPar. São Francisco do Sul totalizou 17 milhões de toneladas, em alta de 200 mil toneladas sobre 2023. Mais uma vez, a movimentação ficou concentrada nos embarques de grãos, com a exportação de 7 milhões de toneladas de soja e 2,4 milhões de toneladas de milho.

Nos desembarques, os destaques ficaram com os produtos siderúrgicos e aço, com 3,9 milhões de toneladas, e os fertilizantes, com 2,6 milhões de toneladas.

Já no porto de Imbituba foram movimentadas 8,3 milhões de toneladas ao longo de 2024, alta de 500 mil toneladas sobre o registrado em 2023. O transporte graneleiro foi responsável por 79,2% do total, com 3,7 milhões de toneladas de minerais e 2,9 milhões de toneladas de produtos agrícolas.

A maior parte do transporte de produtos no Porto de Imbituba em 2024 foi voltada para as exportações, que representaram 49,4% do total. Irã, Canadá, Vietnã e China se destacaram como os principais destinos das cargas. Já as importações corresponderam a 40,5% do total, com Estados Unidos, Chile, China e Colômbia figurando dentre as origens mais frequentes. A cabotagem (9,3% do total) e o transbordo de produtos (0,8%) completam o panorama.

FONTE: FIESC
São Francisco do Sul e Imbituba têm recordes no volume de carga em 2024 | FIESC

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Confira quais são as línguas mais falados no mundo

Existem milhares de línguas faladas ao redor do mundo, cada uma com sua história, cultura e impacto na sociedade global.

Algumas se destacam pelo número expressivo de falantes e sua influência transcultural, moldada por fatores históricos como expansão de impérios, colonização e migração.

Com a globalização e o comércio internacional, certas línguas se tornaram essenciais, não apenas como meio de comunicação, mas também como ferramentas estratégicas para negócios e relações diplomáticas.

Neste artigo, exploramos as línguas mais faladas no mundo, destacando suas características, distribuição geográfica e relevância global.

1. Mandarim

chinês mandarim é amplamente reconhecido como a língua mais falada no mundo em termos de falantes nativos, com aproximadamente 1,120 bilhão de pessoas.

  • Distribuição geográfica:
    O mandarim é o idioma oficial da China e é falado em regiões do norte, centro e sudoeste do país. Também é utilizado em comunidades chinesas espalhadas pelo mundo.
  • Influência cultural e econômica:
    A relevância do mandarim cresceu com o papel da China como potência econômica. Aprender o idioma tem se tornado uma prioridade em países que desejam fortalecer laços comerciais com o gigante asiático.

2. Espanhol

Com mais de 500 milhões de falantes nativos, o espanhol ocupa a segunda posição no ranking global.

  • Distribuição geográfica:
    É amplamente falado na EspanhaAmérica Latina (exceto Brasil), Estados Unidos e outras regiões. O espanhol é uma das línguas oficiais da ONU e uma das mais estudadas no mundo.
  • Relevância internacional:
    Sua ampla distribuição geográfica e o crescimento demográfico dos países hispânicos tornam o espanhol uma língua essencial para negócios, turismo e cultura.

3. Inglês

inglês é falado por mais de 1,4 bilhão de pessoas, incluindo falantes nativos e aqueles que o utilizam como segunda língua.

  • Distribuição geográfica:
    É a língua oficial ou predominante em países como Estados UnidosReino UnidoAustráliaCanadá e várias ex-colônias britânicas.
  • Por que é tão importante?
    • Língua global: É considerada a língua franca dos negócios, tecnologia e entretenimento.
    • Internet e mídia: Grande parte do conteúdo online e da mídia internacional é produzida em inglês.

A expansão do Império Britânico e a ascensão dos Estados Unidos como potência mundial consolidaram o inglês como uma língua global.

4. Hindi

hindi é falado por cerca de 600 milhões de pessoas, sendo a principal língua da Índia, o segundo país mais populoso do mundo.

  • Distribuição geográfica:
    O hindi é predominante no norte, centro e oeste da Índia, e também é falado em países como NepalSingapura e África do Sul.
  • História e cultura:
    Derivado do sânscrito, o hindi tem profundas raízes culturais e religiosas na Índia. É um dos idiomas oficiais do país e essencial para a comunicação em regiões onde outras línguas regionais também coexistem.

5. Árabe

Com mais de 365 milhões de falantes nativos, o árabe é uma das línguas mais importantes do Oriente Médio e do Norte da África.

  • Distribuição geográfica:
    É a língua oficial de países como Arábia SauditaEgitoMarrocos e Emirados Árabes Unidos.
  • Importância cultural e religiosa:
    O árabe é a língua do Alcorão, o texto sagrado do Islã, e desempenha um papel crucial na identidade cultural e religiosa de milhões de pessoas.
  • Diversidade linguística:
    Existem vários dialetos regionais do árabe, o que reflete a rica diversidade cultural dos países que o adotam.

6. Português

português é falado por mais de 260 milhões de pessoas e é a língua oficial de nove países.

  • Distribuição geográfica:
    Embora tenha se originado em Portugal, o português é mais amplamente falado no Brasil, que concentra a maior população de falantes. Outros países incluem AngolaMoçambique e Cabo Verde.
  • Relevância cultural e econômica:
    • O Brasil, como uma das maiores economias do mundo, destaca o português no cenário internacional.
    • É uma língua de destaque em literatura, música e outras expressões artísticas globais.

Por que algumas línguas se tornam globais?

A influência de uma língua vai além do número de falantes. Fatores como colonização, migração, poder econômico e cultural contribuem para a disseminação de certos idiomas.

  • Colonização: Impérios como o Britânico, Espanhol e Português espalharam suas línguas para novos continentes.
  • Economia: Línguas de potências econômicas, como inglês e mandarim, tornam-se mais atrativas para o aprendizado.
  • Tecnologia: O inglês se consolidou como a língua da internet e da tecnologia, aumentando sua relevância global.

Benefícios de aprender uma língua global

1. Melhora nas oportunidades de carreira

Idiomas como inglês, mandarim e espanhol são frequentemente exigidos em posições de destaque no mercado de trabalho global.

2. Acesso à cultura

Aprender uma língua abre portas para compreender melhor a literatura, música, cinema e tradições de diferentes países.

3. Conexões internacionais

Dominar uma língua global facilita o networking e fortalece relações pessoais e profissionais.

Considerações finais

As línguas mais faladas no mundo são muito mais do que ferramentas de comunicação: elas refletem histórias, culturas e dinâmicas econômicas globais. Mandarim, espanhol, inglês, hindi, árabe e português lideram o cenário global, conectando bilhões de pessoas em diferentes continentes.

Seja para fins profissionais, acadêmicos ou pessoais, aprender uma dessas línguas pode ser um investimento valioso, abrindo portas para novas oportunidades e experiências culturais.

Escolha uma língua e comece sua jornada linguística hoje mesmo!

Fonte: Seu crédito digital
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Seis aeronaves e investimento saudita: nova companhia aérea uruguaia anuncia início de operações

A Sociedad Uruguaya de Aviación (SUA) realizará um evento no qual revelará detalhes operacionais e o modelo de aeronave selecionado.

Em 28 de janeiro do ano passado, durante a Feira Internacional de Turismo da Espanha, a Sociedad Uruguaya de Aviación (SUA), uma nova companhia aérea local, foi apresentada oficialmente.

Depois de meses sem anúncios, a empresa anunciou um evento para 28 de janeiro no Aeroporto Internacional de Carrasco, Montevidéu. Lá, serão revelados os detalhes operacionais, o início das atividades e o modelo de aeronave selecionado, de acordo com o portal Aviacionline.

A SUA operará aeronaves Airbus A220-300 sob um contrato de arrendamento com a companhia aérea letã airBaltic. Dessa forma, se tornará a primeira companhia aérea da América Latina e do Caribe a operar com esse modelo.

Além disso, este acordo marca a introdução do modelo de negócios de leasing, manutenção e seguro tripulado da airBaltic na região.

A frota da companhia uruguaia será composta inicialmente por seis aeronaves que serão integradas gradualmente ao longo de um período de 18 meses. No médio prazo, eles planejam expandir a frota para 10 aeronaves em três anos.

Embora ainda não tenham anunciado rotas específicas, seus objetivos vão além do transporte de passageiros: buscam estabelecer o primeiro centro de manutenção e operações do Airbus A220 no Uruguai e na região e instalar um simulador de voo para treinamento de pilotos nos próximos cinco anos.

O projeto tem o apoio do governo uruguaio, apesar de grande parte do financiamento vir de capital privado da Arábia Saudita.

Além do apoio do governo, há etapas administrativas a serem concluídas: a companhia aérea precisará obter seu AOC e o Airbus A220 seu certificado de tipo antes de iniciar as operações regulares.

FONTE: Portal Montevidéu
Seis aeronaves e investimento saudita: nova companhia aérea uruguaia anuncia início de operações

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Decisão da Justiça pode acabar com uma das maiores dores de cabeça de importadores e exportadores

Superior Tribunal de Justiça manteve decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo definindo que é ilegal a cobrança de demurrage em casos de retenção ilegal da unidade pela Alfândega da Receita Federal

 

Em decisão que se tornou definitiva nesta semana, o Superior Tribunal de Justiça manteve decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo definindo que é ilegal a cobrança de o deu demurrage de contêineres em de casos de retenção ilegal da unidade de carga pela Alfândega da Receita Federal. Demurrage é uma taxa cobrada pelos armadores (donos dos navios e contêineres) quando o tempo contratado para a devolução do contêiner é excedido. A demurrage se dã na importação e a detention na exportação.

No caso em questão, o dono da carga foi acionado judicialmente pelo armador, que cobrava, a título de demurrage, US$ 410,7 mil. 0 argumento era de que os contêineres utilizados no transporte não foram devolvidos dentro do prazo contratualmente estipulado. No entanto, a defesa da importadora, feita pelo advogado Bruno Barcellos Pereira, do escritório capixaba Bergi Advocacia demonstrou que a retenção e apreensão dos contêineres se-deu por decisão da Receita Federal, impossibilitando a restituição no prazo determinado. Ao analisar o caso, os desembargadores do TJSP entenderam que a responsabilidade pelo atraso na devolução não poderia ser atribuída à importadora, uma vez que a retenção decorreu de decisão administrativa, portanto, caso de força maior.

“A decisão é relevante porque a Justiça reconhece que não se pode cobrar taxas de quem não deu causa. O caso em questão tem a ver com a Alfândega da Receita Federal, mas há uma série de outras situações ao longo da cadeia do comércio internacional que acabam desaguando em demurrage o detention, hoje, essas taxas estão entre os maiores custos dos nossos importadores e exportadores”, explicou Bruno Barcellos Pereira.

Na visão dele, a decisão da 16 Câmara de Direito Privado do TJSP, que não tem mais recursos, estabelece um importante precedente para importadores, exportadores e operadores logísticos no Brasil. “A prática de cobrança abusiva de demurrage por transportadoras e armadores vinha sendo alvo de criticas e litígios frequentes, pois onerava indevidamente empresas que, por decisões alheias à sua vontade, eram impedidas de restituir os contêineres dentro do prazo contratual. A partir deste julgamento, a tendência é que novas demandas sejam impulsionadas para impedir cobranças indevidas e exigir maior responsabilidade das transportadoras na gestão de suas unidades de carga, e da Aduana na retenção das unidades de carga”

Importante dizer que, por Santos ser o grande hub de logística portuária do Brasil, as decisões do tribunal de São Paulo neste tipo de matéria têm ampla repercussão.

FONTE:  A GAZETA
Decisão da Justiça pode acabar com uma das maiores dores de cabeça de importadores e exportadores | A Gazeta

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TCP registra crescimento de 24% com movimentação superior a 1,5 milhão de TEUs em 2024

A TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, encerrou 2024 atingindo o recorde histórico de 1.558.453 TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés) movimentados.

O volume representa uma alta de 24% em relação ao volume registrado no balanço de 2023 e corresponde a 10,8 milhões de toneladas em cargas. A conquista posiciona o Porto de Paranaguá como o segundo do Brasil a ultrapassar a marca de 1,5 milhão de TEUs.

Como comparação, a medida de 1.558.453 TEUs é equivalente a 9.500 quilômetros de contêineres, comprimento que se assemelha à distância em linha reta de Paranaguá até a cidade-estado de Mônaco, no sul da França (9.574km), ou 2,2 vezes a distância do Chuí ao Monte Caburaí, pontos mais extremos ao norte e ao sul do Brasil.

Este volume expressivo de contêineres chegou e partiu do cais da TCP por meio da atracação de 992 navios ao longo de 2024, número 19% superior ao fluxo de embarcações registrado em 2023. Segundo Carolina Merkle Brown, gerente comercial de armadores da TCP, o resultado é reflexo direto do aumento no número de serviços marítimos que atendem o Terminal. “No último ano, a TCP passou a receber atracações de mais oito serviços, sendo seis de longo curso e dois de cabotagem. Com 25 linhas semanais, o Terminal se destaca como o maior concentrador de serviços do Brasil, o que evidencia a vocação da TCP para se tornar um dos principais hubs portuários da costa atlântica da América do Sul”, afirma.

Além dos novos serviços marítimos, a atracação dos maiores porta-contêineres a operar no Brasil, que possuem 366 metros de comprimento e mais de 48 metros de largura, também foi motivo de celebração para a equipe do Terminal. Para 2025, a expectativa é de que com o aumento do calado operacional, como é chamada a profundidade entre o ponto mais baixo da quilha (peça que vai da proa a popa e fica na parte inferior das embarcações) até a linha da água, navios maiores e com mais carga possam operar de forma mais ágil e segura.

Em novembro de 2024, a TCP passou a contar com um novo calado operacional, ampliado de 12,1 metros para 12,6 metros em maré zero. Estima-se que 50 centímetros adicionais de calado, os navios poderão operar com, aproximadamente, 400 TEUs a mais.

“Os recentes recordes comerciais e operacionais atingidos pelo Terminal de Contêineres de Paranaguá ressaltam a sua importância para a corrente de comercio brasileira e, em 2025, esperamos impulsionar ainda mais os resultados da TCP e de nossos clientes, tendo em vista que os reflexos do aumento de calado terão impacto direto na produtividade e que esperemos novas atualizações de calado ainda este ano”, avalia Carolina.

O balanço comercial de 2024 se destaca pelas exportações de carnes e congelados que foram de mais de 3,4 milhões de toneladas. “A megaobra de ampliação da área para armazenagem de contêineres refrigerados (reefer) foi um investimento estratégico que colocou a TCP como o principal corredor de exportação de carnes do Brasil e referência mundial no segmento. Com 5.268 tomadas, o Terminal possui o maior pátio reefer da América do Sul, uma vantagem que se traduz em maior flexibilidade e capacidade operacional para nossos clientes. Hoje, mais de um terço das exportações de carne nos terminais portuários brasileiros acontece pelo Terminal de Contêineres de Paranaguá”, explica Giovanni Guidolim, gerente comercial, de logística e atendimento da TCP.

Ao todo, a movimentação de contêineres reefer alcançou a marca de 266.246 TEUs, incremento de 7% em relação a 2023 e que conferiu a conquista de uma nova máxima para a operação nesse segmento no Terminal.

Em segundo lugar vieram as exportações de madeira com um crescimento de 47% e chegando à marca de 1,4 milhão de toneladas. Já o segmento de papel e celulose embarcou 974 mil toneladas, crescimento de 54% em comparação ao ano anterior.

Boa parte das cargas de papel e celulose chega ao Terminal de Contêineres de Paranaguá por meio da linha férrea, que conecta o porto às regiões oeste e norte do estado do Paraná. “Hoje, a TCP é o único terminal portuário do Sul do Brasil a possuir conexão direta entre a zona primária e um ramal ferroviário. Esse é um diferencial que traz maior previsibilidade, segurança, redução de custo e das emissões de gases de efeito estufa na cadeia logística de nossos clientes”, comenta Guidolim.

O KBT, projeto logístico intermodal em operação desde 2021 e que conecta a TCP a um terminal de contêineres localizado na planta Puma II, da Klabin, em Ortigueira (PR), por meio de um ramal operado pela Brado Logística, também encerrou o ano com um novo recorde de produtividade. Utilizado exclusivamente para transportar contêineres com papel e celulose, o KBT movimentou 86.440 TEUs, crescimento de 33% em relação ao ano anterior, quando 64.978 TEUs foram transportados.

Já na movimentação geral de contêineres pela ferrovia, que liga o Terminal de Contêineres de Paranaguá aos ramais que chegam até Cambé, no norte do Paraná, e Cascavel, na região oeste do estado, o volume foi de 101.527 TEUs, acréscimo de 9%.

No fluxo de importações, o maior volume foi para produtos dos segmentos químicos e petroquímicos. Com uma alta de 14%, mais de 648 mil toneladas foram desembarcadas, número impulsionado principalmente pela chegada de defensivos agrícolas e fC.

Em seguida, vieram os segmentos automotivo e de veículos, que cresceram 12% e movimentaram 562 mil toneladas em importações, garantindo insumos, peças e componentes para abastecer majoritariamente o polo industrial localizado em Curitiba e região metropolitana.

Fonte: TCP
TCP registra crescimento de 24% com movimentação superior a 1,5 milhão de TEUs em 2024 – TCP – Terminal de Contêineres de Paranaguá

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Retorno de Trump aumenta tensões para a economia brasileira

Analistas alertam que o retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos trouxe um novo nível de incerteza para o já desafiador cenário econômico do Brasil.

Nos últimos dois anos, a política fiscal “fortemente expansionista” do Brasil elevou a economia além de seu potencial, aumentando os riscos inflacionários. Esse contexto doméstico agora se cruza com “fortes ventos contrários vindos do exterior”, que devem se intensificar, escreveram Silvia Matos e Armando Castelar na edição de janeiro do Boletim Macro do FGV Ibre, compartilhado com exclusividade ao Valor.

Para Elizabeth Johnson, analista da TS Lombard, o retorno de Trump adiciona outro elemento de imprevisibilidade às perspectivas econômicas do Brasil. Apesar de ser um dos países menos dependentes dos EUA na América Latina e de ter um déficit comercial com o país, “há preocupação de que o Brasil e seu líder de esquerda, o presidente Lula, possam se tornar alvos fáceis para Trump enquanto ele impulsiona sua agenda ‘América Primeiro’”, explicou Johnson em um relatório aos clientes.

A pesquisadora do FGV Ibre, Lia Valls, lembrou também dos comentários anteriores de Trump sobre as “altas tarifas de importação” do Brasil e a falta de reciprocidade, levantando a possibilidade de investigações sob a Seção 301. Essa lei comercial dos EUA permite ações retaliatórias caso empresas americanas sejam prejudicadas.

Valls explicou que os bloqueios dos EUA paralisam atualmente o mecanismo de resolução de disputas da OMC, dificultando que o Brasil conteste tais medidas ou imponha contrarretaliações. “Assim como no primeiro mandato de Trump, o caminho é pela negociação”, disse ela.

Embora um aumento generalizado de tarifas sobre produtos brasileiros pareça improvável, Valls não descartou aumentos setoriais, particularmente em aço ou possivelmente produtos de carne, influenciados por lobbies industriais nos EUA.

Guerra comercial global

Os impactos indiretos também podem ser significativos. Johnson, da TS Lombard, alertou que uma prometida guerra comercial poderia desestabilizar a China—maior parceiro comercial do Brasil—e a economia global. Enfrentando múltiplos desafios, como dívida pública crescente, alta inflação e desaceleração econômica, o Brasil corre o risco de um “pouso forçado” antes das eleições presidenciais de 2026, especialmente se o conflito comercial afetar exportações agrícolas ou levar a medidas populistas para gerenciar as consequências.

Luis Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, observou que a aparente moderação de Trump em relação à China durante seu discurso inaugural, juntamente com sua recente aproximação ao presidente chinês Xi Jinping, pode indicar disposição para negociar. No entanto, isso pode prejudicar as exportações de soja do Brasil, que se beneficiaram durante o primeiro mandato de Trump devido às tensões comerciais entre EUA e China.

“Não acredito que o raio caia duas vezes no mesmo lugar”, disse Leal. “Acho que o Brasil será prejudicado de qualquer forma em relação à China e aos EUA, seja por uma redução no comércio internacional, por uma guerra comercial global, ou porque os EUA e a China chegam a um acordo, reduzindo nossas exportações agrícolas para lá.”

Atualmente, a China absorve quase 75% das exportações de soja do Brasil. Embora a safra de soja de 2025 esteja praticamente garantida, um acordo EUA-China no primeiro semestre do ano poderia comprometer as exportações brasileiras de milho no meio do ano e a safra de 2026, acrescentou Leal.

O compromisso do Brasil com uma política externa e comercial de não alinhamento poderá ser testado pelas crescentes tensões entre EUA e China. Valls, do FGV Ibre, destacou a importância de o Brasil assinar o acordo comercial Mercosul-União Europeia como um passo para diversificar suas relações comerciais.

“O acordo ainda requer aprovações e, mesmo após aprovado, inclui um cronograma de redução tarifária que, em alguns casos, leva até 18 anos. No entanto, pode desviar o comércio de importações dos EUA, particularmente no setor industrial. Notavelmente, um marco foi negociado para tratar de minerais críticos, o que poderia afetar os interesses dos EUA nessa área”, observou Valls.

Ao mesmo tempo, a China tem se preparado para uma possível retaliação dos EUA sob Trump. No final de 2024, durante a visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil, os dois países assinaram 37 acordos, incluindo memorandos sobre tecnologia, saúde e inovação. Significativamente, a China abriu seu mercado para exportações brasileiras de sorgo, o que Valls interpretou como uma estratégia preventiva contra potenciais conflitos EUA-China.

Acordo de Paris

A saída de Trump do Acordo de Paris, ordens executivas restringindo incentivos para a transição energética e anúncios de aumento na produção de petróleo sinalizam que os EUA estão “virando as costas para o mundo”, alertou Leal, da G5 Partners. Ele observou que essas ações podem apresentar desafios ao Brasil, que ocupa uma posição-chave nas discussões globais sobre clima, e potencialmente minar a conferência climática COP30, marcada para novembro em Belém.

Diplomaticamente, a presidência do Brasil no bloco BRICS em 2025—cujos membros incluem China, Rússia e Irã—adiciona outra camada de complexidade. Os EUA há muito veem o BRICS com ceticismo, e quaisquer discussões renovadas sobre uma moeda comum dentro do bloco podem provocar ações retaliatórias da administração Trump, alertou Leal. Como presidente do BRICS, “o Brasil estará sob os holofotes”, e Trump não hesitará em reagir se o bloco desafiar os interesses dos EUA, disse Leal.

Fonte: Valor International
Trump’s return escalates tensions for Brazil’s economy | Economy | valorinternational

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Brasil registra redução nas exportações para a China

De acordo com o relatório CEBC-Alerta, realizado pelo Conselho Empresarial Brasil-China, as exportações do Brasil para a China apresentaram uma queda significativa em 2024, impulsionada pela redução de 19% no faturamento das vendas de soja.

Esse declínio foi resultado de uma diminuição tanto no volume embarcado (-2,6%) quanto no preço (-20%) do produto, que continua sendo um dos principais itens exportados para o mercado chinês. A soja teve sua participação na pauta de exportações do Brasil para a China reduzida em 3,9 pontos percentuais, fechando o ano com 33% do total exportado.

Apesar dessa queda, a China manteve-se como o principal destino das exportações brasileiras de soja, absorvendo 73% do total exportado em 2024. No entanto, o cenário foi mais positivo para outros produtos. O petróleo, por exemplo, se destacou como o principal produto exportado pelo Brasil para o mundo, com uma participação de 13% nas exportações totais. O faturamento com as exportações de petróleo cresceu 5,2%, e a China se manteve como o maior destino dessas exportações, com 45% do total enviado para o exterior. O valor das vendas de petróleo para o mercado chinês teve um pequeno aumento de 1% em relação ao ano anterior.

O gráfico abaixo revela o padrão de exportações de contêineres do Brasil para a China entre janeiro de 2021 e novembro de 2024. Os dados vêm do DataLiner da Datamar.

Exportações de contêineres para a China | Jan 2021 – Nov 2024 | TEUS

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Além da China, outros países também se destacaram nas exportações de petróleo. Os Estados Unidos ficaram em segundo lugar, com uma participação de 13%, seguidos pela Espanha, com 11%. Dessa forma, a China segue como o principal parceiro comercial do Brasil em termos de exportações, especialmente no setor de petróleo, demonstrando sua importância estratégica no comércio internacional do Brasil.

Fonte: Agro Link
Brasil registra redução nas exportações para a China

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Exportadores de carne bovina do Brasil aliviados diante de possíveis novas tarifas de Trump

As empresas brasileiras de carne bovina não esperam ser prejudicadas por eventuais novas tarifas impostas pela administração do presidente Donald Trump, devido aos baixos estoques de gado nos Estados Unidos e à tarifa significativa que já incide sobre essas exportações.

Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), afirmou em entrevista na quarta-feira (22 de janeiro) que as exportações de carne bovina do Brasil fora de uma cota anual de 65 mil toneladas já enfrentam uma tarifa de 26,4% ao entrar no mercado norte-americano.

Suas declarações indicam que o Brasil, maior exportador de carne bovina do mundo, continuará sendo um importante fornecedor para os Estados Unidos, apesar da retórica protecionista da administração Trump. As empresas brasileiras exportaram US$ 1,3 bilhão em produtos de carne bovina para os EUA no ano passado.

“Acredito que os EUA estão em um momento difícil em relação ao seu ciclo pecuário, e isso deve continuar pelo menos pelos próximos dois anos”, disse Perosa, que lidera o poderoso lobby da carne bovina representando empresas como JBS e Marfrig, ambas com operações nos EUA.

No ano passado, o Brasil exportou cerca de 230 mil toneladas de carne bovina fresca e processada para os EUA, um aumento de quase 66% em relação a 2023, com a maior parte pagando a tarifa elevada, segundo Perosa, citando dados comerciais.

O gráfico abaixo usa dados do DataLiner para mostrar o padrão de exportações de carne bovina para os EUA entre janeiro de 2021 e novembro de 2024.

Exportações de carne bovina para os Estados Unidos | Jan 2021 – Nov 2024 | TEUS

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

A escassez de gado nos EUA, onde os estoques atingiram o menor nível em sete décadas, significa que os compradores norte-americanos precisarão de um parceiro confiável para volumes significativos de carne bovina. “Esse parceiro é o Brasil”, afirmou Perosa.

O Brasil tentou negociar um aumento na cota de exportação isenta de tarifas para 150 mil toneladas com os EUA, mas o estado das negociações é incerto após o retorno de Trump à Casa Branca no início desta semana, disse Perosa.

Os Estados Unidos são o segundo maior destino de exportação de carne bovina do Brasil, atrás apenas da China, e também o segundo maior parceiro comercial geral do país sul-americano.

O Brasil paga uma tarifa de 12% para exportar carne bovina para a China, que no ano passado importou US$ 5,4 bilhões em carne bovina brasileira, segundo dados comerciais citados por Perosa.

Reportagem de Ana Mano; edição por Paul Simao

Fonte: Reuters
Empresas brasileiras de carne bovina respiram aliviadas com perspectiva de novas tarifas de Trump | Reuters

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Calor e seca impactam produção de café no Brasil

O Brasil produziu 54,2 milhões de sacas de 60 kg de café na safra 2024/25, de acordo com dados divulgados ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Esse volume está 1,1% abaixo da estimativa anterior da agência e representa uma queda de 1,6% em relação à safra de 2023. Esse foi o quarto relatório da Conab sobre o ciclo 2024/25, que foi concluído em todas as regiões produtoras de café, incluindo as áreas de colheita tardia do Espírito Santo. Apesar da queda em relação a 2023, a safra é 6,5% maior que a do ciclo 2022, outro ano de bienalidade positiva, quando a produtividade é naturalmente maior devido à alternância entre anos de alta e baixa produção da cultura.

Os últimos quatro anos têm sido desafiadores para os produtores de café no Brasil. Condições climáticas adversas, incluindo geadas, calor extremo, secas e chuvas irregulares, afetaram severamente o desempenho das plantas.

Em 2024, a produtividade média nas plantações de café do Brasil caiu 1,9% em relação a 2023, atingindo 28,8 sacas por hectare. Essa queda foi atribuída, em grande parte, às condições climáticas desfavoráveis do ano anterior, que impactaram as regiões centrais produtoras de café.

Dê uma olhada no gráfico abaixo e descubra quais países importaram o maior volume de grãos de café do Brasil nos primeiros onze meses de 2024, segundo dados do DataLiner da Datamar. Clique no link abaixo para solicitar uma demonstração.

Principais destinos de exportação de café | 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Embora o clima seco durante o inverno e o início da primavera tenha acelerado o amadurecimento e a colheita dos grãos, as condições quentes e áridas causaram um desenvolvimento desigual dos grãos, reduzindo sua qualidade. Muitas plantações apresentaram um mix de grãos verdes e maduros na mesma safra.

Em algumas regiões, grãos menores e fora do padrão precisaram ser colhidos, exigindo uma quantidade maior para atingir o peso comercial padrão de 60 kg por saca. Além disso, o rendimento do café processado caiu, com grãos mais leves do que o habitual agravando a situação.

Em Minas Gerais, maior estado produtor de café do Brasil, a colheita totalizou 28,1 milhões de sacas, uma queda de 3,1% em relação a 2023. As plantações de café na região enfrentaram desafios significativos devido a secas prolongadas e altas temperaturas após abril, quando as chuvas praticamente cessaram.

Esse padrão climático impactou severamente a produção de café conilon, que caiu 5,9%, totalizando 14,6 milhões de sacas. Por outro lado, a produção de café arábica cresceu 1,8%, alcançando 39,6 milhões de sacas.

No Espírito Santo, outro importante estado produtor de café, a safra de conilon caiu 3,1%, totalizando 9,8 milhões de sacas, principalmente devido a episódios de calor intenso entre outubro e dezembro de 2023.

Em São Paulo, as plantações de café tiveram um desempenho melhor, com a colheita aumentando 8,2%, alcançando 5,4 milhões de sacas. No entanto, esse crescimento foi inferior aos 11,5% projetados inicialmente, já que secas prolongadas e altas temperaturas impactaram a produtividade.

A Bahia também registrou queda na produção de café, totalizando 3,1 milhões de sacas, uma redução de 9,7% em relação a 2023. A principal cultura do estado, o conilon, caiu expressivamente 14,8%, totalizando quase 2 milhões de sacas, enquanto a produção de arábica aumentou ligeiramente 0,8%, alcançando 1,1 milhão de sacas.

Em Rondônia, a produção de café sofreu uma queda significativa devido às condições climáticas adversas no final de 2023 e à redução da área de cultivo. Como resultado, a produção de conilon no estado despencou 31,2%, totalizando pouco mais de 2 milhões de sacas.

Fonte: Valor International
Drought, heat take toll on Brazilian coffee production | Agribusiness | valorinternational

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