Agronegócio, Comércio Exterior, Exportação, Gestão, Informação, Negócios, Oportunidade de Mercado

Comércio exterior terá mais evidência em 2025, apostam analistas

Após redução no superavit da balança de 2024, especialistas esperam recuperação das exportações neste novo ano e apontam oportunidades e incertezas para o país

Menos exportações e mais importações foram a cara da balança comercial brasileira em 2024 e analistas apostam em nova safra recorde que vai contribuir para aumentar o saldo da balança comercial neste ano que começa.

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) estima que, neste ano de 2025, a balança comercial brasileira deve registrar um superavit comercial de US$ 93 bilhões, o que indicaria um aumento de 23,7% em relação aos US$ 75,2 bilhões estimados para 2024. A AEB ainda prevê que as exportações devem atingir US$ 358,8 bilhões, com alta de 5,7% em relação a 2024, e as importações somem US$ 265,7 bilhões no ano que vem, o que representa um aumento de 28,3% em relação ao valor projetado para o ano passado.

A entidade ressalta que, após anos de estabilidade, o valor do dólar voltou a ter importância nas operações de comércio exterior, principalmente pelas fortes oscilações recentes. Considerando o cenário político interno, níveis de taxas de juros internacionais e domésticas, índices de inflação, dívida pública federal, contas governamentais, entre outros fatores, ela projeta um câmbio oscilante entre um piso de R$ 5,60 e um teto de R$ 6,40. Dólar mais forte, apesar de ruim para a inflação doméstica é bom para os exportadores, porque os produtos nacionais ficam mais competitivos.

Saldo menor

Conforme os dados mais recentes divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Indústria, Desenvolvimento, Comércio e Serviços (Mdic) até a 3ª semana de dezembro, mostram que as vendas de produtos brasileiros para outros países tiveram queda de 1,9% no acumulado de 2024, somando US$ 329,3 bilhões, enquanto as aquisições cresceram 8,5% e atingiram US$ 258,1 bilhões. Nesse período, a corrente de comércio avançou 2,4%, somando US$ 587,4 bilhões.

Diante disso, o saldo da balança comercial encolheu 27,2%, para US$ 71,1 bilhões no acumulado até a terceira semana do mês passado. Apesar da queda, as exportações devem registrar a segunda ou a terceira melhor marca da história. O resultado negativo foi impulsionado pela forte queda nas exportações do agronegócio, a exemplo da soja, que, até novembro, regredia 17,9%, em relação ao mesmo período de 2023, e o milho, que, na mesma base de comparação, registrava queda de 40,5%.

Apesar da redução nos valores das exportações do agronegócio, a produção se manteve praticamente estável em quantidade, com um leve crescimento de 2,1% no acumulado do ano até novembro. Na avaliação do especialista em comércio internacional e conselheiro e cofundador da BMJ Consultores Associados, Welber Barral, a principal explicação para essa queda na participação de produtos historicamente fortes na balança é decorrente da queda no preço dessas commodities no mercado internacional.

“Nos últimos quatro anos, o Brasil teve um superavit muito grande na balança comercial. Chegou a quase US$ 100 bilhões. Em 2024, começamos a ver uma tendência diferente: o Brasil não diminuiu a quantidade exportada. O Brasil continua a registrar safras recordes, manteve fundamentalmente a quantidade exportada, mas o preço diminuiu em boa parte das commodities. Então, isso afetou o valor total exportado”, explica Barral.

O economista do Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR) Carlos Alberto Decotelli, no entanto, avalia que há dois fatores que o agronegócio deve levar em consideração para voltar a ter um ritmo maior de crescimento: aumentar a diversidade logística, com expansão de rotas comerciais, além de expandir a variedade de parceiros.

“Nós temos que ter uma saída pelo Pacífico, para que haja redução do custo logístico. Quanto mais caro for o custo logístico, maior serão os entraves em termos de sustentar o fluxo de comércio”, sustenta Decotelli. “Também haverá maior expansão do agronegócio exatamente no momento em que houver uma diversidade maior em relação aos clientes internacionais que fazem negócio com o Brasil”, afirma, ainda, o economista.

Por outro lado, a indústria extrativa seguiu em ritmo de crescimento ao longo do ano e avançou 6,5% em valor exportado até novembro, com destaques positivos para os minérios de cobre (21%), alumínio (35,1%), além dos óleos brutos de petróleo (9,5%). Também houve crescimento da indústria de transformação, que subiu 3%, com a produção de veículos para transporte de mercadorias, peças de automóveis e aeronaves entre os principais segmentos que avançaram em 2024.

No caso das importações, houve aumento forte no valor dos desembarques de bens industriais, em 20,9%, e de bens de consumo (25,6%), e de bens intermediários (6,9%). Somente os combustíveis registraram retração: de 4,9%. Na análise de Barral, o crescimento das importações está diretamente ligado ao crescimento da atividade econômica no país, com um avanço mais forte do Produto Interno Bruto (PIB).

“Quando há aumento de crescimento econômico no Brasil, cresce a importação, não só a de bens de consumo, como também a de bens de capital, o que é positivo e indica investimento da indústria brasileira. E aumentou também a importação de insumos para atender à demanda interna no Brasil”, avalia Welber Barral. “Devemos fechar este ano com um superavit muito importante, próximo a US$ 70 bilhões, mas inferior ao registrado nos últimos anos”, acrescenta.

Recuperação

Apesar de estimar uma recuperação para o próximo ano, a AEB avalia que ainda é preciso ter cautela, ao considerar que diversas variáveis podem influenciar essa estatística, como as guerras no Leste Europeu e no Oriente Médio e a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos. “Independentemente do nível da taxa cambial vigente, as exportações de produtos manufaturados do Brasil têm na América do Sul seu principal mercado de destino, embora, neste momento, estejamos assistindo a uma agressiva política comercial da China nesta região, retirando a liderança brasileira nas exportações para seus vizinhos”, destaca.

Mesmo com a balança comercial menos favorável, o ano de 2024 ficará para a história pela celebração da conclusão do acordo entre União Europeia (UE) e Mercosul, após 25 anos de negociações. Juntos, os dois blocos possuem um PIB de US$ 22 trilhões e, de acordo com uma pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), concretizado-se, o pacto pode gerar um acréscimo de 0,5% no PIB do Brasil por ano.

“É um avanço muito importante, eu acho que o acordo entre Mercosul e União Europeia é extremamente relevante, principalmente nesse momento em que a gente tem um risco de aumento de protecionismo com o governo de Donald Trump, ou ser realista de que não tem um efeito imediato”, avalia Barral. Embora tenha sido anunciado, o acordo ainda precisa ser aprovado pelos parlamentares dos países-membros e isso pode demorar ainda um longo tempo. As principais resistências dentro do bloco europeu são da França e da Itália.

“Ou seja, nós estamos falando de um passo que vai depois para a revisão jurídica entre membros do Mercosul e União Europeia, posteriormente para os parlamentos nacionais e para o Parlamento Europeu para ser aprovado. Então nós estamos falando de um prazo de quatro a cinco anos para começar a vigorar”, explica o especialista em comércio internacional.

Incertezas

Ainda há muita incerteza, também, em relação ao comércio entre Brasil e Estados Unidos, que alcançou um volume de US$ 73,9 bilhões na corrente comercial no acumulado de janeiro a novembro de 2024.

Com a vitória de Trump nas eleições presidenciais, a partir da posse no próximo dia 20, poderá haver mudanças nessa relação. Recentemente, o presidente eleito ameaçou aumentar as tarifas de produtos importados brasileiros, acusando o país de cobrar muitos impostos. Segundo ele, “a Índia cobra muito, o Brasil cobra muito” e, como resposta, sinalizou que os EUA “vão cobrar a mesma coisa”.

Apesar disso, uma mudança tarifária não seria tão simples como se imagina, de acordo com o professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB) Newton Marques. “Não é tão fácil assim para o Trump, de repente, mudar isso daí. Porque você imagina os importadores norte-americanos. Eles precisam também das importações dos países do Brics para eles poderem exportar. Então, o jogo é bilateral. Não tem um jogo de um lado só”, destaca.

“Tomar medidas repentinas podem desajustar bastante os parques produtivos e partes econômicas dos países, principalmente dos EUA, porque eles se aproveitaram de preços mais baixos das importações para poder garantir um determinado nível de atividade econômica”, afirma o acadêmico.

Fonte: Correio Braziliense
https://www.correiobraziliense.com.br/economia/2024/12/7023932-comercio-exterior-tera-mais-evidencia-em-2025-apostam-analistas.html

Ler Mais
Agronegócio, Industria, Informação, Notícias

Cargill demite 8 mil funcionários e causa impacto significativo no agronegócio brasileiro

A gigante do setor de commodities agrícolas, Cargill, anunciou recentemente a demissão de cerca de 8.000 funcionários em âmbito global, representando aproximadamente 5% de sua força de trabalho.

A decisão faz parte de um esforço de reestruturação para enfrentar os desafios econômicos e operacionais decorrentes da queda nos preços de commodities agrícolas, como soja, milho e trigo. Este movimento, embora focado em uma operação global, pode trazer impactos significativos para o agronegócio brasileiro, uma das áreas estratégicas para a empresa.

De acordo com a Reuters, os cortes têm como objetivo simplificar a estrutura organizacional, eliminando camadas hierárquicas e melhorando a eficiência operacional. A Cargill, que registrou uma receita de US$160 bilhões no último ano fiscal, enfrenta uma conjuntura desafiadora, incluindo a seca nos Estados Unidos, custos elevados de insumos e uma redução significativa no rebanho bovino. Diante disso, é crucial analisar como a reestruturação pode afetar o agro brasileiro e o que os produtores podem fazer para se preparar para este cenário.

Embora as mudanças anunciadas sejam globais, elas trazem implicações diretas e indiretas para o Brasil, como uma mudança na dinâmica de mercado; A simplificação das operações pode levar a uma diminuição na capacidade de compra da empresa ou a um aumento nos custos de logística. Isso pode pressionar os preços pagos aos produtores rurais, especialmente em commodities como soja e milho, que são pilares das exportações brasileiras, a concorrência com outras tradings; A saída ou redução de operações da Cargill em algumas áreas pode abrir espaço para outras tradings, como ADM, Bunge e Louis Dreyfus consolidarem sua presença no Brasil. Embora isso possa beneficiar os produtores em algumas regiões, mudanças nas políticas de compra ou logística podem criar novos desafios para produtores e cooperativas.

A decisão da Cargill reflete os desafios enfrentados pelo setor agrícola global, incluindo margens reduzidas e a queda nos preços de commodities. Para o Brasil, isso significa que o setor deve estar preparado para lidar com restrições de crédito, já que os bancos podem ficar ainda mais cautelosos ao conceder financiamentos diante de um cenário de maior risco. Para o produtor rural, o desafio é claro: adaptar-se a essas mudanças, buscando soluções inovadoras e parcerias estratégicas que garantam a sustentabilidade de sua atividade. Posicionamento oficial da Cargill Por quase 160 anos, a Cargill tem sido um conector crítico do sistema alimentar global.

No início deste ano, estabelecemos uma estratégia de longo prazo para dar continuidade a esse legado, enquanto mantemos os valores e as principais forças que definiram nosso sucesso desde o início. Ao olharmos para o futuro, traçamos um plano claro para evoluir e fortalecer nosso portfólio, aproveitando as tendências promissoras à nossa frente, maximizando nossa competitividade e, acima de tudo, continuando a entregar para nossos clientes. À medida em que o mundo ao nosso redor muda, estamos comprometidos em nos transformar ainda mais rápido para entregar para nossos clientes e cumprir nosso propósito de nutrir o mundo.

Para fortalecer o impacto da Cargill, precisamos readequar nossos talentos e recursos para alinhar à nossa estratégia. Infelizmente, isso significa reduzir nossa força de trabalho global em 5 por cento. Esta decisão difícil foi tomada cuidadosamente. Vamos nos apoiar em nosso valor central de colocar as pessoas em primeiro lugar enquanto oferecemos suporte aos nossos colegas durante esta transição.

FONTE: Compre Rural
https://www.comprerural.com/cargill-demite-8-mil-funcionarios-o-impacto-no-agro-brasileiro/#:~:text=%C3%80%20medida%20em%20que%20o,para%20alinhar%20%C3%A0%20nossa%20estrat%C3%A9gia.

Ler Mais
Agronegócio, Comércio Exterior, Exportação, Informação, Logística, Negócios, Notícias, Oportunidade de Mercado

Agro brasileiro bate recorde: 300 mercados abertos em menos de dois anos

Além das exportações tradicionais de carnes e grãos, itens como embriões, gergelim, uvas frescas, erva-mate, sorgo, açaí em pó, sementes, noz-pecã e produtos de reciclagem animal, como penas de aves, passaram a integrar a pauta internacional do agronegócio brasileiro

O Brasil alcançou um marco histórico no agronegócio com a abertura de 300 novos mercados internacionais em menos de dois anos. O feito consolida o país como um dos principais players globais do setor.

O resultado foi obtido em pouco mais de 23 meses, graças ao esforço conjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE). Desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, 62 novos destinos foram incorporados à pauta exportadora brasileira, ampliando a diversidade de mercados e produtos alcançados.

“Hoje celebramos uma conquista histórica para o setor agropecuário brasileiro. São 300 mercados abertos durante o terceiro mandato do presidente Lula, gerando emprego e oportunidades para nossos agricultores, pecuaristas, e todos os que fazem parte dessa cadeia produtiva. Em 2025, seguiremos com o mesmo empenho e determinação, buscando ainda mais conquistas para o agro, garantindo que o Brasil continue a crescer, oferecendo mais oportunidades para os brasileiros”, declarou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

A diversificação foi um dos fatores-chave para o sucesso. Além das exportações tradicionais de carnes e grãos, itens como embriões, gergelim, uvas frescas, erva-mate, sorgo, açaí em pó, sementes, noz-pecã e produtos de reciclagem animal, como penas de aves, passaram a integrar a pauta internacional do agronegócio brasileiro, encontrando espaço em mercados estrangeiros.

Outro destaque foi a ampliação da rede de adidos agrícolas. Com a criação de 11 novos postos estratégicos, o Brasil conta agora com 40 representantes no exterior. Esses profissionais desempenham papel essencial na superação de barreiras técnicas e na promoção dos produtos brasileiros no exterior.

“Um ano para entrar na história. Sob a liderança do ministro Carlos Fávaro, recorde de aberturas e ampliações de mercado, maior incremento no número de adidos agrícolas, com resultados já visíveis na diversificação da pauta exportadora do nosso agronegócio. Para 2025, reforçaremos ainda mais as ações de promoção comercial em conjunto com a ApexBrasil e o MRE para que todas as oportunidades que estão sendo geradas possam ser efetivadas de maneira que o Brasil continue reforçando sua posição na geopolítica da paz”, destacou o secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua.

Com perspectivas positivas para 2025, a expectativa é de continuidade na abertura de novos mercados, fortalecimento das parcerias já estabelecidas como a parceria com a ApexBrasil e a intensificação das ações de promoção comercial. Esses fatores devem contribuir para avanços significativos nas exportações do agronegócio brasileiro, tanto em volume quanto em valor.

FONTE: MAPA
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/agro-brasileiro-bate-recorde-300-mercados-abertos-em-menos-de-dois-anos

Ler Mais
Agronegócio, Comércio Exterior, Economia, Exportação, Informação, Mercado Internacional

Ministro Carlos Fávaro alinha estratégias de fortalecimento do comércio internacional com exportadores do setor agropecuário

Reunião com tradings, na sede do Mapa, apresentou as oportunidades geradas com a abertura de quase 300 mercados

Nesta terça-feira (17), o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, recebeu representantes de tradings companies — empresas exportadoras dos setores de proteínas, grãos e frutas — na sede do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O objetivo foi apresentar as oportunidades comerciais geradas pelas recentes aberturas de mercado e debater as demandas e sugestões dos principais operadores do comércio internacional.

Fávaro destacou que uma das prioridades do governo Lula é fortalecer as relações diplomáticas com países parceiros, algo que tem gerado resultados significativos para o agronegócio brasileiro. Desde 2023, o Mapa realizou 74 missões internacionais acompanhadas de delegações empresariais. “São quase 300 novos mercados abertos para produtos da agropecuária brasileira. Isso significa mais exportação, renda e emprego para o setor”, afirmou o ministro.

A reunião também buscou alinhar estratégias para maximizar as novas oportunidades comerciais. Segundo Fávaro, o encontro foi essencial para entender como o governo pode apoiar as tradings. “Queremos usar o bom momento das relações diplomáticas para fazer ajustes técnicos e melhorar as condições para que as tradings transformem oportunidades em negócios concretos, sem precarizar o processo”, explicou.

Luis Rua, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, ressaltou o papel estratégico das tradings na viabilização das exportações, destacando a importância da interação com os adidos agrícolas. “Os adidos estão lá fora para ajudar nas questões sanitárias, na promoção comercial e ajudar efetivamente o comércio acontecer,” afirmou.

Representando a ApexBrasil, Laudemir Müller reforçou o compromisso da instituição em promover a imagem do agronegócio brasileiro no exterior e em posicionar o Brasil como referência global no setor.

Durante a audiência, os representantes das tradings também destacaram a eficiência das certificações eletrônicas, como o sistema e-Phyto.

Participaram da reunião o diretor de Promoção Comercial e Investimentos do Mapa, Marcel Moreira; o diretor de Negociações Não-Tarifárias e de Sustentabilidade, Augusto Billi; a diretora de Negociações e Análises Comerciais, Ana Lucia Gomes; e Bruno Graça Simões, subchefe da Divisão de Promoção da Agricultura do Ministério das Relações Exteriores.

FONTE: MAPA Gov.br
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/ministro-carlos-favaro-alinha-estrategias-de-fortalecimento-do-comercio-internacional-com-exportadores-do-setor-agropecuario

Ler Mais
Agronegócio, Comércio Exterior, Economia, Exportação, Importação, Informação, Negócios

Mapa garante a qualidade e a segurança dos produtos agropecuários brasileiros

Atuação da Secretaria de Defesa Agropecuária permitiu a comercialização de produtos seguros e de excelência para o mercado interno e externo

A agropecuária brasileira segue responsável por grandes números na economia brasileira. No primeiro semestre de 2024, o PIB do agronegócio brasileiro foi de R$ 2,50 trilhões, sendo 1,74 trilhão no ramo agrícola e 759,82 bilhões no ramo pecuário. O grande número de mercados abertos para os produtos agropecuários brasileiros desde o início de 2023 é um retrato disso, uma vez que esses novos consumidores se traduzem em maiores possibilidades para a comercialização dos produtos brasileiros.

Nesse contexto, a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) exerce um papel regulador fundamental na garantia da qualidade e da segurança sanitária dos produtos agropecuários brasileiros, sendo peça-chave na cooperação técnica com outros países. Esse diálogo é essencial para assegurar o alinhamento dos requisitos sanitários e fitossanitários nacionais aos padrões internacionais, facilitando o acesso dos produtos brasileiros a novos mercados e a manutenção de acordos comerciais já estabelecidos.

A SDA enfrentou grandes desafios em 2024, seja pela presença de doenças, como o foco da Doença de Newcastle (DNC) identificado no Estado do Rio Grande do Sul em julho, seja pela presença de pragas, como o novo foco de monilíase, dessa vez no estado do Amazonas. Além disso, a Secretaria teve grande atuação no trabalho de identificação e retirada do mercado de produtos fraudados ou não adequados para o consumo, como café, vinhos, azeite de oliva, fertilizantes, defensivos agrícolas, entre outros. Ainda, as ações constantes de fiscalização nas fronteiras brasileiras garantiram que riscos potenciais à produção agrícola brasileira fossem identificados e mitigados, sendo um importante serviço realizado à sociedade.

Para o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart, as demandas foram imensas, com desafios que incluíram doenças, pragas e fraudes no mercado. “A defesa agropecuária brasileira, com sua infraestrutura e equipe altamente qualificada, está mais do que preparada para agir com tecnicalidade, firmeza e agilidade, cumprindo os desafios propostos com eficiência e reafirmando seu lugar de referência global. Somos exemplo para o mundo em termos de qualidade e segurança sanitária. A população pode confiar que o governo está garantindo produtos seguros e de excelência para o mercado interno e externo”, pontuou.

SAÚDE ANIMAL

Em 2024, novos desafios se apresentaram na saúde animal. Após a identificação de um foco da Doença de Newcastle (DNC) em Anta Gorda (RS), a SDA implementou medidas rigorosas de controle, culminando em uma rápida resolução e notificação de erradicação à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A resposta incluiu ações integradas, além do emprego de técnicas analíticas avançadas para processar mais de 59 mil amostras. A mobilização de recursos, incluindo servidores em regime de escala e colaboração interministerial, garantiu a agilidade necessária para conter os surtos e proteger a saúde animal e a economia.

No que se refere a Influenza Aviária de Alta Patogenicidade, conhecida como gripe aviária, a Secretaria estruturou plano de contingência abrangente para as demandas laboratoriais decorrentes do estado de emergência sanitária. A Rede LFDA, com o suporte do LFDA/SP como laboratório de referência, processou um volume significativo de amostras provenientes de vigilância passiva, ativa e subsistência.

Ainda na área de saúde animal, a SDA formalizou em 2024 a solicitação de reconhecimento junto à OMSA para que o Brasil seja oficialmente declarado livre da febre aftosa sem vacinação. Essa decisão, que representa um marco na história da sanidade animal no país, é resultado de uma ampla mobilização de recursos e esforços coordenados para comprovar a ausência de circulação viral, com resultados esperados para maio de 2025. A conquista desse status fortalece o posicionamento do Brasil no mercado internacional, abrindo novas oportunidades comerciais para produtos de origem animal. Além disso, reduz custos com vacinação em R$ 500 milhões anuais.

Também foi lançado o Plano Nacional de Identificação Individual de Bovinos e Búfalos para qualificar e aprimorar a rastreabilidade ao implementar um sistema de identificação individual que permitirá acompanhar e registrar o histórico, a localização atual e a trajetória de cada animal identificado. A medida fortalecerá os programas de saúde animal, incrementará a capacidade de resposta a surtos epidemiológicos e reforçará o compromisso do Brasil com o cumprimento dos requisitos sanitários dos mercados internacionais.

SANIDADE VEGETAL

A SDA tem enfrentado com eficiência as principais emergências fitossanitárias que ameaçam a agricultura nacional. No Norte do país, ações foram intensificadas para suprimir a presença da mosca-da-carambola em áreas críticas. Os estados de Roraima, Amapá e Pará receberam reforço em monitoramento e contenção, com destaque para a utilização de tecnologias avançadas para captura e análise de amostras. Também na Região Norte, novos focos da monilíase do cacaueiro foram identificados no Amazonas em 2024. A SDA implementou medidas de erradicação, incluindo destruição de plantas infectadas e ampliação das ações de vigilância. Capacitações também foram realizadas em comunidades locais para prevenir a dispersão da doença.

Já em relação ao greening, as diretrizes regionais foram atualizadas para aprimorar o controle da praga em áreas produtoras de citros. As novas medidas são adaptadas às particularidades locais, garantindo maior eficiência no combate ao greening e na proteção da cadeia produtiva de cítricos.

Complementarmente, a SDA também lançou cursos voltados à gestão de crises fitossanitárias, com base no Sistema de Comando de Incidentes (SCI). Simulações práticas foram conduzidas para preparar equipes técnicas para responder rapidamente a novas emergências.

EXPORTAÇÃO E IMPORTAÇÃO

Em 2024, a SDA elaborou 275 certificados sanitários internacionais e respondeu a 23 questionários de equivalência, reforçando a conformidade dos sistemas de produção brasileiros com os requisitos de países importadores. Além disso, foram publicados 117 certificados de exportação para produtos de origem animal (POA) e 49 certificados para produtos de alimentação animal (AA), garantindo a regularidade das exportações e ampliando o portfólio de mercados atendidos.

Nesse ano, o Brasil recebeu 49 auditorias remotas e 25 presenciais de delegações internacionais interessadas em avaliar a conformidade dos sistemas de produção e inspeção. Essas auditorias, além de demonstrar a transparência dos processos brasileiros, resultaram em 431 novas habilitações para estabelecimentos estrangeiros e 783 para nacionais em 2024, ampliando a capacidade exportadora do país.

Além das negociações técnicas, a SDA conduziu auditorias específicas para atender requisitos de mercados importantes como Estados Unidos e Reino Unido. No total, foram realizadas 232 auditorias em 2024, sendo 12 específicas para atender requisitos dos Estados Unidos e 33 do Reino Unido, abrangendo inspeções de rotina e verificações de conformidade em estabelecimentos sob regime de inspeção permanente e periódica. Essas ações também se estenderam a 73 auditorias em estabelecimentos sob regime de inspeção periódica e 6 em plantas de alimentação animal. A atuação garantiu a conformidade dos produtos de origem animal com padrões nacionais e internacionais.

MERCADO NACIONAL

Por meio do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (Suasa) e do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-POA), estados, municípios e consórcios públicos têm ampliado a equivalência de seus serviços de inspeção com o padrão federal, permitindo a comercialização de produtos em todo o território nacional. Essa integração fortalece a economia local, promove o acesso a novos mercados e assegura a qualidade e inocuidade dos produtos agropecuários.

O Projeto ConSIM foi ampliado em sua terceira edição, integrando 39 consórcios públicos municipais, abrangendo 17 estados e aproximadamente 1.800 municípios. Em setembro de 2024, os consórcios firmaram protocolos de intenções com a SDA, e oficinas de orientação e autoavaliação de equivalência estão em andamento para garantir a adesão ao Sisbi-POA. Essa expansão reforça o papel do Suasa como articulador de políticas que facilitam o acesso de pequenos produtores ao mercado nacional.

Além do Sisbi-POA, outros sistemas de padronização e inspeção também avançaram em 2024. Dois estados (Paraná e Rio Grande do Sul) aderiram ao Sisbi-PEC, voltado a insumos pecuários, enquanto Mossoró (RN) e o Rio Grande do Sul foram integrados ao Sisbi-POV, que regulamenta produtos de origem vegetal. Essas adesões destacam a abrangência do Suasa em diferentes segmentos do agronegócio.

FISCALIZAÇÕES E APREENSÕES

A Secretaria conduziu operações como a Getsêmani, que resultou na apreensão de 121.453 litros de azeite de oliva fraudado, e a Operação Valoriza, que apreendeu 64.608 kg de café torrado e moído irregular. Além disso, a SDA recolheu 98.527,9 litros de azeite de oliva e 26.132 kg de café de marcas suspeitas, protegendo consumidores de práticas enganosas e reforçando a qualidade dos produtos no mercado.

O Vigiagro intensificou o controle de mercadorias em portos, aeroportos e postos de fronteira, apreendendo 5.415.428,9 litros ou quilos de produtos vegetais e 24,4 toneladas de produtos de origem animal em situação irregular. Além disso, 1.572 animais vivos foram interceptados, evitando riscos à introdução de doenças como febre aftosa e influenza aviária. As ações refletem o compromisso com a manutenção da sanidade agropecuária nacional.

No âmbito do programa Vigifronteiras, 11 operações de fiscalização foram realizadas em estados como Rio Grande do Sul, Paraná, e Mato Grosso. Durante essas operações, 505 toneladas de produtos vegetais de risco fitossanitário e 1.572 animais vivos foram apreendidos. As atividades envolvem articulação com órgãos estaduais e federais, incluindo o uso de cães de detecção (K9), que desempenham papel crucial no controle sanitário em áreas estratégicas.

FONTE: MAPA
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/mapa-garante-a-qualidade-e-a-seguranca-dos-produtos-agropecuarios-brasileiros

Ler Mais
Agronegócio, Comércio Exterior, Exportação, Industria, Informação, Mercado Internacional

Receita com exportações do agro do Brasil recua em novembro e pressiona resultado no ano

As receitas com as exportações do agronegócio do Brasil apresentaram recuo de 5,8% em novembro em relação ao mesmo período do ano passado, levando os totais obtidos no acumulado de 2024 para um patamar negativo, de acordo com dados do Ministério da Agricultura publicados nesta terça-feira,17.

Em novembro, as exportações do agronegócio caíram para 12,7 bilhões de dólares, enquanto os totais no ano recuaram apenas 0,3% na comparação com o recorde do mesmo período de 2023, para 152,6 bilhões de dólares.

Os resultados das exportações do agronegócio estão sendo pressionados em 2024 por menores embarques e preços da soja em grão, que resultaram em uma redução de 18% na receita exportadora, para 42,1 bilhões de dólares, até novembro.

Apesar do desempenho mais fraco do grão (principal produto de exportação do agronegócio), o farelo de soja registra aumento de volumes, indicando um recorde histórico nos totais embarcados em 2024. Com preços em baixa, este produto também apresenta recuo na receita de 15,5% no acumulado do ano para 8,9 bilhões de dólares. Por outro lado, as carnes, com volumes recordes em 2024, ajudaram a compensar parte da queda da receita com as exportações do complexo soja do Brasil.

As exportações da indústria de bovinos, suínos e de frango atingiram 23,9 bilhões de dólares, alta de quase 12%, segundo dados do ministério. O café também vem sendo outro destaque positivo, em meio a volumes e preços recordes. A receita com as exportações atingiu 11,2 bilhões de dólares, alta de 54,7% na comparação com janeiro a novembro do ano passado. Outro destaque de alta é o setor sucroalcooleiro, com as exportações de açúcar crescendo no ano quase 26%, para 17,3 bilhões de dólares, com maiores volumes e preços em leve queda.

Em nota, o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luís Rua, disse que os resultados da diversificação de mercados e produtos começam a aparecer “de forma concreta na balança comercial”.

“Os produtos menos tradicionais da pauta exportadora incrementaram 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior”, afirmou ele.

Segundo Rua, isso traz boas perspectivas para 2025, quando se espera também uma recuperação das safra de soja e milho, após quebras principalmente por problemas climáticos em 2024. O diretor do ministério disse que a “continuidade das aberturas de novos mercados, a maturação comercial das aberturas já realizadas e a intensificação das ações de promoção comercial” devem permitir avanços “qualitativos e quantitativos nas exportações do agronegócio brasileiro”.

FONTE: Dinheiro Rural
https://dinheirorural.com.br/receita-com-exportacoes-do-agro-do-brasil-recua-em-novembro-e-pressiona-resultado-no-ano/

Ler Mais
Agronegócio, Comércio Exterior, Economia, Informação, Sustentabilidade

Brasil e Argentina avançam na cooperação para fertilizantes e insumos agrícolas em seminário bilateral

O evento, promovido com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), reforçou a complementaridade entre os dois países no setor e buscou promover sinergias regionais para fortalecer o agronegócio

Na última quinta-feira (12), a Embaixada do Brasil em Buenos Aires e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizaram um seminário sobre o potencial da cooperação Brasil-Argentina na produção e comércio de fertilizantes e insumos. O evento, promovido com o apoio do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), reforçou a complementaridade entre os dois países no setor e buscou promover sinergias regionais para fortalecer o agronegócio.

Representando o Mapa, o secretário-executivo adjunto, Cleber Soares, conduziu o primeiro painel do evento, intitulado “Políticas Públicas e Ações de Cooperação na América do Sul para a Produção de Fertilizantes”. Durante sua participação, Cleber destacou os avanços alcançados pelo Plano Nacional de Fertilizantes do Brasil, o papel estratégico da Argentina na produção de potássio e a relevância da política brasileira de bioinsumos, com ênfase na implementação do Programa Nacional de Bioinsumos.

Ele ressaltou como a expertise do Brasil no desenvolvimento e aplicação de bioinsumos pode impactar positivamente os países do Mercosul e da região, promovendo a expansão dessa tecnologia sustentável. “O Brasil tem muito a contribuir na cooperação técnica e na troca de experiências, apoiando os países vizinhos na implantação de políticas que otimizem o uso de bioinsumos e beneficiem a agricultura regional”, afirmou Cleber.

A adida agrícola do Brasil na Argentina, Andrea Parrilla, também participou do seminário, reforçando o papel das adidâncias agrícolas no fortalecimento das relações bilaterais. Sua contribuição destacou as oportunidades para ambos os países e as estratégias conjuntas para ampliar o comércio e o acesso a insumos agrícolas com preços competitivos.

O seminário contou ainda com a presença do embaixador do Brasil na Argentina, Julio Glinternick Bitelli, do secretário da Agricultura, Pecuária e Pesca da Argentina, Sergio Iraeta, e do diretor-geral do IICA, Manuel Otero, além de representantes do setor público e privado de ambos os países.

Um dos destaques do evento foi a assinatura de um Memorando de Entendimento entre o Mapa e o governo da província de Mendoza. O acordo busca fomentar a cooperação em áreas estratégicas do agronegócio, promovendo a troca de tecnologias e otimizando o comércio entre os dois países.

“Agradecemos a todos que contribuíram para esse marco no fortalecimento das relações Brasil-Argentina. O seminário reforça a importância da integração regional para promover a competitividade do setor agrícola e a segurança alimentar na América do Sul”, concluiu Cleber Soares.

FONTE: MAPA Gov.br
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/brasil-e-argentina-avancam-na-cooperacao-para-fertilizantes-e-insumos-agricolas-em-seminario-bilateral

Ler Mais
Agronegócio, Comércio Exterior, Economia, Exportação, Importação

Exportações de arroz caíram 20% em novembro e 26% no ano

Em relação às importações, houve queda de 22,5% em volume na comparação anual

O Brasil exportou 111,8 mil toneladas de arroz (base casca) em novembro, com receita de US$ 51,3 milhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz), com base em dados da Secretaria de Comércio Exterior. O volume caiu 20% na comparação com o mesmo período de 2023. Também houve queda na receita, de 9,4%.

Em relação às importações, o Brasil comprou, no mês passado, 75,7 mil toneladas de arroz (base casca), com queda de 22,5% em volume na comparação anual. Houve desembolso de US$ 34,9 milhões, 18,1% menos que em novembro de 2023.

Arroz beneficiado

Do total de exportações no mês, 80,9 mil toneladas foram de arroz beneficiado, com receita correspondente a US$ 36,7 milhões. Em volume, o recuo foi de 12,4% na comparação com o mesmo período do ano anterior; já em receita, houve aumento de 2,2%.

Os principais destinos das exportações de arroz beneficiado em novembro foram Gâmbia, México, Peru, Estados Unidos, Arábia Saudita, Cabo Verde, Uruguai, Cuba, Israel e Bolívia. Em termos de valor, destaque para o México, para onde foram embarcadas cerca de 16 mil toneladas do cereal, ao preço de US$ 12 mil.

O país está entre os oito mercados prioritários elencados pelo Brazilian Rice — projeto de exportação da Abiarroz em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

“Desde 2020, o Brasil não fazia uma exportação tão relevante para o mercado mexicano de arroz beneficiado. Acreditamos que agora, devido à inflação, devido à nossa qualidade e devido a essa oportunidade, teremos condições de realmente mantermos e solidificarmos esse mercado tão importante para a exportação brasileira de arroz beneficiado”, avalia em nota o diretor de Assuntos Internacionais da Abiarroz, Gustavo Trevisan.

Em outubro deste ano, representantes da Abiarroz estiveram na capital mexicana, participando do Fórum Empresarial México-Brasil, junto à comitiva do presidente Lula. A missão teve por objetivo estreitar as relações entre os países às vésperas da posse da presidente Claudia Sheinbaum.

Na ocasião, a associação que representa a indústria orizícola no Brasil, por meio de uma empresa associada, fez a defesa da manutenção do Paquete Contra la Inflación y la Carestia (Pacic), que prevê isenção de imposto de importação para itens da cesta básica, incluindo o arroz brasileiro, fazendo com que o cereal chegue até 16% mais barato ao México. O pacote ainda está em vigor e a expectativa é que venha a ser renovado.

Acumulado do ano

Em 2024, as exportações de arroz (base casca) caíram 25,7% e atingiram 1,26 milhão de toneladas. A receita com essas vendas chegou a US$ 508,7 milhões e baixa de 15,2%. Já as importações aumentaram 6,9% e chegaram a 1,45 milhão de toneladas, com dispêndio de US$ 659,22 milhões e baixa de 34,1%.

FONTE: Globo Rural
https://globorural.globo.com/agricultura/arroz/noticia/2024/12/governo-institui-programa-para-estimular-producao-de-arroz.ghtml

Ler Mais
Agronegócio, Comércio Exterior, Economia, Exportação, Industria, Informação

Emirados e Egito entre os 10 destinos do agro

Emirados Árabes Unidos e Egito passaram a integrar, neste ano, os dez principais destinos das exportações do agronegócio brasileiro, de acordo com os dados apresentados em coletiva de imprensa do balanço de 2024 e perspectivas para 2025 pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) nesta quarta-feira (11).

De acordo com a instituição, os Emirados deverão encerrar o ano como 6º destino das exportações agropecuárias brasileiras, após ocupar o 14º lugar em 2023. O Egito saltou da 20ª posição no ano passado para a 8ª neste ano.

China, União Europeia e Estados Unidos se manterão, nesta ordem, como os principais destinos das exportações do agronegócio brasileiro. Indonésia (4º), Vietnã (5º), Japão (7º), Turquia (9º) e Tailândia (10º) completam a lista dos principais destinos.

“Quando olhamos o agregado das exportações do agronegócio nos últimos 20 anos, o Oriente Médio é a segunda região que mais cresceu, atrás apenas da Ásia. Além de Egito e Emirados Árabes Unidos em 2024, a Arábia Saudita se destacou nos últimos anos e o Irã foi o 4º principal destino das exportações do agro em 2022”, observou a diretora de Relações Internacionais da CNA, Sueme Mori, em resposta à ANBA após o evento. Entre os fatores que contribuem para esse aumento de compras, citou Mori, estão aumento da população e do poder de compra, importação de alimentos para segurança alimentar e presença de empresas brasileiras na região.

“Outro exemplo concreto que pode gerar ainda mais volume e oportunidades de negócios é a celebração de um acordo comercial entre Mercosul e os Emirados Árabes Unidos, atualmente na fase de discussões técnicas e acesso a mercado”, afirmou a executiva da CNA.

“Tínhamos uma expectativa que em 2024 tivéssemos uma redução nas exportações, mas o que estamos vendo é que vamos manter. A previsão da CNA é que se mantenham em cerca de R$ 166 bilhões até o final do ano. A gente teve uma queda representativa na China, mas compensada em outros mercados”, afirmou Mori. Entre os produtos, as principais quedas em exportações em valores foram soja e milho, tendo em açúcar, carne bovina, café e celulose os principais crescimentos em venda.

Mori sinalizou como principais desafios para as exportações em 2025 um enfraquecimento do multilateralismo em decorrência da Donald Trump na presidência dos Estados Unidos, queda de demanda na China e posições protecionistas da Europa. O acordo de livre-comércio celebrado na última semana entre União Europeia e Mercosul ainda enfrentará entraves até que seja ratificado, estimou a diretora da CNA.

Os desafios climáticos também foram tema na entrevista coletiva. O diretor técnico da CNA, Bruno Lucchi, afirmou que há países europeus que questionam o compromisso brasileiro com a sustentabilidade.

“Temos participado de muitas COPs [Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima] levando a busca pelo agronegócio sustentável, e, hoje, a agropecuária do Brasil é modelo de produção”, disse, afirmando que o Brasil é modelo de transição energética e que obtém parte das suas fontes de energia de produtos do agronegócio. “E toda COP nos justificamos pelo desmatamento, que é ilegal e do qual somos contrários”, afirmou Lucchi.

O gráfico abaixo mostra quais produtos foram os mais exportados em contêineres do Brasil para o EAU em 2024. Os dados são derivados do DataLiner, um produto da Datamar.

Cargas Mais Exportada para os Emirados Árabes Unidos | 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

Perspectivas para 2025

Mesmo assim, o clima foi fator de influência no desempenho do setor em 2024. O presidente da CNA, João Martins, disse que 2024 foi um ano desafiador por, entre outros motivos, fatores climáticos e, mesmo assim, o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária brasileira deverá crescer até 2% sobre 2023.

“Um ano difícil, em que tivemos no agro em geral problemas climáticos. Houve uma frustração nas nossas expectativas para que chegássemos neste ano ou até próximo ano com algo em torno de 340 milhões de toneladas [de safra]. Tivemos queda de produção porque tivemos secas em diversas regiões produtoras de grãos, tivemos seca nunca vista em pastagens que atingiu grandes estados produtores de pecuária”, afirmou, citando também a “catástrofe” das inundações no Rio Grande do Sul, em maio.

A expectativa é que o PIB do agronegócio cresça em 2025 até 5% sobre este ano. Há uma tendência, disse Lucchi, de perda de força do fenômeno La Niña no começo de 2025 e de chegada do El Niño no fim do ano que vem. A taxa de juros elevada e em ascensão reduz a oferta de crédito rural, o que afeta os investimentos no campo. O dólar é outro elemento que deverá influenciar o setor no próximo ano. “O dólar alto beneficia as exportações, mas onera a produção, que tem custos em dólar”, disse Lucchi, lembrando dos custos dos fertilizantes e do aumento das taxas de frete marítimo. Apenas neste ano, as importações brasileiras de fertilizantes cresceram 10,5%. Alguns dos principais fornecedores de fertilizantes ao Brasil são países árabes, como Marrocos, Emirados, Egito, Tunísia, Catar e Jordânia.

Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe (Anba)

Emirados e Egito entre os 10 destinos do agro

Ler Mais
Agronegócio, Comércio Exterior, Economia, Industria, Informação, Mercado Internacional, Negócios, Notícias

Nova guerra comercial de Trump ameaça agricultores americanos em meio competição com Brasil por mercados

A primeira guerra comercial do ex-presidente Donald Trump resultou em perdas estimadas de US$ 11 bilhões para os agricultores americanos de soja. Agora, uma possível nova disputa tarifária com a China pode trazer consequências ainda mais graves.

A soja foi o principal produto impactado na primeira guerra comercial. Durante os dois primeiros anos de governo Trump, as exportações americanas da commodity para a China, maior compradora mundial, caíram 79%, devido a guerra comercial. Na época, a China ainda dependia de parte da oferta dos EUA. Hoje, ela pode recorrer ao Brasil, que consolidou sua posição como principal fornecedor da commodity, reduzindo sua vulnerabilidade às tarifas americanas.

Além da soja, a China tem diversificado sua base de suprimentos para outras commodities agrícolas. Importações de milho e trigo da Argentina, sorgo do Brasil e algodão da Austrália reforçam a estratégia chinesa de reduzir sua dependência dos Estados Unidos. Os estoques domésticos da China estão elevados, e o enfraquecimento da economia local tem diminuído a demanda interna.

“Primeiro, a China não estava preparada. Agora, eles estão prontos, com estoques recordes de soja em casa”, afirmou Steve Nicholson, estrategista global de grãos e oleaginosas do Rabobank.

O risco de uma escalada na guerra comercial com Trump surge em um momento em que os agricultores americanos já enfrentam dificuldades para recuperar sua posição como principais exportadores de milho e trigo, após o Brasil conquistar fatias significativas do mercado. Os produtores também estão recebendo menos por suas colheitas, com os preços do milho e da soja caindo para os menores níveis desde 2020 no início deste ano.

Espera-se que Trump repita a estratégia de seu primeiro mandato, com tarifas seguidas por possíveis medidas retaliatórias da China, que pressionariam ainda mais os preços dos grãos. Embora uma resolução seja possível, a China terá um “apetite menor” para retornar aos níveis anteriores de importação, segundo analistas do Citigroup Global Markets em nota publicada na segunda-feira.

A maioria dos produtos agrícolas “está na linha de frente para medidas comerciais retaliatórias”, dizem analistas da Bloomberg Intelligence, porque mudar de fornecedores envolve custos comparativamente menores.

A primeira guerra comercial contribuiu para o cenário atual de oferta, já que a mudança da China para fornecedores não americanos levou o Brasil a expandir sua produção de soja, desmatando áreas para aumentar a capacidade de plantio. Como resultado, o Brasil pode colher no próximo ano uma safra de soja mais de 30% maior do que os níveis vistos antes da guerra comercial entre os EUA e a China.

Apesar dos estoques globais elevados, os agricultores americanos continuam aumentando sua produção. Recentemente, colheram a maior safra de soja de todos os tempos, impulsionados pelo aumento do consumo doméstico. Mesmo que uma nova guerra comercial prejudique a demanda, os produtores americanos provavelmente continuarão plantando. Durante a última disputa comercial, Trump concedeu US$ 28 bilhões em subsídios aos agricultores para suavizar o impacto das tarifas.

“Nós não esperamos uma redução na área plantada nos EUA”, disse Chuck Magro, CEO da fabricante de sementes Corteva Inc., que, no entanto, busca expandir seu programa de soja no Brasil. “Assumindo que as tarifas sigam a mesma linha, onde a China sente que precisa comprar de outros mercados, a produção dos EUA ainda encontrará um destino”, afirmou.

O gráfico abaixo mostra quais produtos foram os mais exportados em contêineres do Brasil para portos chineses em 2024. Os dados são derivados do DataLiner, um produto da Datamar.

Principais Exportações para a China | 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração)

Aqui está um olhar mais detalhado sobre como as tarifas de Trump podem impactar diversas culturas:

Soja, Milho e Trigo

Em janeiro de 2020, EUA e China assinaram o Acordo Comercial de Fase 1, no qual a China se comprometeu a comprar bilhões de dólares em produtos agrícolas americanos e cancelar tarifas.

Se essas tarifas forem reinstauradas, os agricultores americanos podem perder milhões de toneladas de grãos e soja em exportações anuais, de acordo com um estudo conjunto encomendado pela National Corn Growers Association e pela American Soybean Association, divulgado antes das eleições.

Para reduzir sua dependência dos EUA, a China aprovou em 2022 importações de milho brasileiro. Os EUA haviam recentemente enviado quantidades recordes de milho para a China antes de ela mudar para o Brasil.

A China também começou a comprar milho e trigo da Argentina. Autorizou as importações no início deste ano, permitindo os primeiros embarques de milho em 15 anos e as primeiras transações significativas de trigo desde a década de 1990.

Sorgo

Os produtores de sorgo dos EUA são altamente dependentes da China, que consome cerca de 70% da produção americana para ração animal e fabricação do licor baijiu.

Recentemente, porém, a China também autorizou importações de sorgo do Brasil. Embora o Brasil tenha exportado pouco sorgo no passado, sua produção aumentou para cerca de 4,6 milhões de toneladas, representando um novo desafio à participação de mercado dos EUA.

Carne suína

A China aumentou as importações de carne suína americana nos últimos anos, mas também abriu seu mercado para o Brasil. Ainda assim, as perspectivas para o setor são fracas, mesmo sem uma guerra comercial. O consumo de carne suína na China, maior consumidora mundial do produto, está em queda, à medida que os consumidores diversificam suas dietas, preferindo aves, carne bovina e frutos do mar, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

Algodão

As importações chinesas de algodão também devem diminuir, refletindo a alta produção doméstica e o crescimento dos estoques, além de uma economia em desaceleração que afeta a demanda por têxteis.

Walter Kunisch, estrategista sênior de mercados de commodities da Hilltop Securities, observa que a cadeia de fornecimento de algodão e têxteis da China está “radicalmente diferente” em relação a 2018. Além disso, a China tem buscado fornecedores como Brasil e Austrália, embora o algodão americano ainda seja considerado o “padrão de ouro” em qualidade e rastreabilidade.

O Brasil, que se tornou o maior exportador mundial na safra 2023-24, enviou quase 1,3 milhão de toneladas de algodão para a China naquela temporada, superando os EUA.

Fonte: Bloomberg News Articles
https://www.bloomberg.com/news/articles/2024-12-11/trump-trade-war-to-hurt-us-farmers-more-as-china-turns-to-brazil

Ler Mais
Conversar pelo WhatsApp!
1