As exportações aumentaram 33,4%, mas os preços registraram queda generalizada. Nas importações, veículos e bens de capital foram os setores que mais cresceram.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística e Censos (INDEC), em dezembro de 2024, a Argentina fechou o ano com uma troca comercial que somou US$ 12.405 milhões. Isso representou um aumento de 30,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O crescimento é dividido em aumento das exportações para um total de US$ 7,035 milhões e importações que atingiram US$ 5,369 milhões. A balança comercial continuou com superávit, atingindo US$ 1,666 bilhão, o que marca o décimo terceiro mês consecutivo de resultados positivos.
As exportações argentinas em dezembro de 2024 cresceram 33,4% em relação ao mesmo mês de 2023, com um aumento de US$ 1.762 milhões. Este avanço foi impulsionado principalmente por um aumento de 39,3% nas quantidades exportadas, enquanto os preços tiveram uma queda de 4,2%. Em termos com ajuste sazonal, as vendas externas aumentaram 0,6% em relação a novembro de 2024.
Os setores que se destacaram nesse crescimento foram Matérias-Primas Agrícolas (MOA) e Materiais de Origem Industrial (MOI). As exportações da MOA atingiram US$ 2,431 milhões. Houve um crescimento de 36,7% devido ao aumento significativo das quantidades exportadas. Isso se refletiu especialmente nas gorduras e óleos, que registraram aumento de US$ 320 milhões. Além disso, os resíduos e resíduos da indústria alimentícia tiveram um aumento de US$ 182 milhões.
O setor MOI também apresentou bons resultados, com aumento de 26,4% nas exportações, chegando a US$ 2.216 milhões. As vendas de equipamentos de transporte terrestre foram as de maior destaque, com crescimento de US$ 274 milhões.
Já as exportações de produtos primários (PP) somaram US$ 1.356 milhões, com aumento de 32,6% puxado pelos cereais. Enquanto os produtos químicos e da indústria alimentícia (S&E) cresceram 43,6% devido ao aumento de 60,3% nas quantidades exportadas, apesar da queda dos preços.
Importações: aumento moderado
As importações em dezembro de 2024 atingiram US$ 5.369 milhões, o que representa um aumento de 26,2% em relação ao último mês de 2023. Esse aumento foi impulsionado por um aumento de 36,9% nas quantidades importadas, enquanto os preços caíram 7,3%.
Os bens de capital (BK) foram os que mais cresceram, com aumento de 84,9%, principalmente devido à compra de equipamentos de transporte industrial e computadores e telefones. Os veículos motorizados também registaram aumentos significativos, especialmente os destinados ao transporte de pessoas.
No entanto, nem todos os setores apresentaram aumentos. As importações de combustíveis e lubrificantes processados (CyL) caíram 42,9%. Por outro lado, bens intermediários (BI), que incluem produtos para a indústria, recuaram 2,6%, destacando-se queda na compra de alimentos e bebidas básicos para a indústria.
O impacto da soja e da indústria automotiva nas exportações líquidas
Um olhar mais atento às exportações líquidas das principais commodities mostra que a soja continua sendo um pilar fundamental da balança comercial da Argentina. Em dezembro de 2024, as exportações líquidas de soja (incluindo feijão, óleo e farelo) atingiram superávit de US$ 1,321 bilhão. Claramente, um aumento significativo em relação ao mesmo mês do ano anterior.
No setor automotivo, as exportações líquidas foram negativas, com déficit de US$ 240 milhões, apesar do aumento das vendas externas de veículos. O défice foi causado principalmente por um aumento mais acentuado das importações neste sector, especialmente veículos de transporte de passageiros.
Quanto aos combustíveis, as exportações líquidas apresentaram saldo positivo de US$ 728 milhões, superior ao superávit registrado em dezembro de 2023, o que reforça a posição da Argentina como exportadora líquida de energia.
Argentina consolida superávit comercial pelo décimo terceiro mês consecutivo – Ser Indústria