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O presidente Lula afirmou na China nesta quarta, 14, que o ditador Xi Jinping enviará, a seu pedido, um representante ao Brasil para conversar sobre a regulamentação das redes sociais.
A China é o país que mais promove a censura em todo o mundo.
Além de controlar tudo o que é publicado nas redes em tempo real, o regime chinês usa as novas tecnologias para fazer vigilância em massa e promover os seus cidadãos que seguem comportamentos considerados desejáveis pelo Partido Comunista.
Conteúdo nocivo Em uma coletiva de imprensa, Lula foi questionado sobre uma notícia dizendo que a primeira-dama Janja teria reclamado do “conteúdo nocivo” de extrema-direita publicado na rede Tik Tok.
O petista se mostrou irritado com o vazamento do conteúdo da reunião pela imprensa e disse que, a seu pedido, o ditador Xi Jinping enviará ao Brasil uma pessoa de sua confiança para “conversar conosco sobre o que que a gente pode fazer, sabe, nesse mundo digital“.
A primeira coisa que eu acho estranho é que como é que essa pergunta chegou à imprensa porque estavam só meus ministros, o Alcolumbre e o Elmar [Nascimento]. Então alguém teve a pachorra de ligar para alguém e contar uma conversa que teve num jantar em que era uma coisa muito confidencial e uma coisa muito pessoal. E, depois, [fui] eu que fiz a pergunta, não foi a Janja. Eu que fiz a pergunta“, disse Lula
A China assinou uma carta de intenção com exportadores na Argentina para comprar cerca de US$ 900 milhões (R$ 5,1 bilhões) em soja, milho e óleo vegetal. É a mais recente indicação de que o país asiático está evitando adquirir esses produtos dos Estados Unidos durante a guerra comercial promovida pelo presidente Donald Trump.
Autoridades chinesas estiveram em Buenos Aires na quarta-feira para assinar o acordo não vinculativo, segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto ouvidas pela agência Bloomberg, que não puderam ser identificadas por discutirem conversas privadas. O jornal argentino Clarín foi o primeiro a noticiar o acordo.
A China já é o maior comprador de soja não processada da Argentina, assim como do grão brasileiro. Além disso, Pequim, que já era cliente do óleo de soja argentino, abriu seu mercado parra o milho do país sul-americano no ano passado.
Embora não seja o primeiro acordo desse tipo, um compromisso tão grande e antecipado da China por produtos agrícolas argentinos é incomum. E sua concretização em meio à escalada da guerra comercial é um sinal de que a China está disposta a manter as tarifas sobre importações dos EUA — em retaliação aos tributos impostos por Trump aos produtos chineses exportados para o mercado americano — e, em vez disso, buscar produtos agrícolas na América do Sul.
A trading chinesa Cofco International afirmou hoje, em um comunicado de sua assessoria de imprensa em Buenos Aires, que chegou a um entendimento com a Sinograin, empresa estatal responsável pela gestão das reservas estratégicas de alimentos da China, para “ampliar o fornecimento de commodities agrícolas da Argentina para a China e explorar uma cooperação de longo prazo.”
Paralelamente, o Fufeng Group Ltd. da China está interessado em construir uma planta de processamento de milho, informou a Sociedade Rural Argentina em um post no X (antigo Twitter) no mês passado.
Empresas de soja estavam proibidas de exportar há três meses por conta de adversidades sanitárias
Após três meses de embargo, a China retomou as importações de soja de cinco unidades de empresas brasileiras, que haviam sido suspensas em janeiro deste ano devido a questões sanitárias. O embargo foi imposto após a detecção de resíduos de pesticidas em grãos de soja, algo comum em sementes, mas inaceitável no produto destinado ao consumo humano e animal. A suspeita foi de que, por erro, cargas de soja e sementes tenham sido misturadas. O aval de liberação vale desde o fim de abril.
O governo chinês também identificou a presença de pragas quarentenárias nas cargas de soja. Embora isso tenha gerado uma suspensão temporária, o Brasil tratou o incidente como um procedimento técnico e rotineiro, sem qualquer conotação política ou comercial entre os dois países. Apesar de o impacto econômico da suspensão ser relativamente controlado devido à diversidade de exportadores brasileiro, as empresas afetadas, que são a ADM do Brasil, Cargill S.A., Terra Roxa Comércio de Cereais, Olam Brasil e C.Vale Cooperativa Agroindustrial, ficaram impossibilitadas de exportar durante os três meses de embargo, afetando sua capacidade de atender ao mercado chinês, um dos maiores importadores globais de soja.
A retomada das exportações ocorre em um momento estratégico, coincidindo com a visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, onde ele será acompanhado por uma comitiva de empresários do agronegócio brasileiro, com o objetivo de fortalecer ainda mais os laços comerciais entre os dois países. Além da soja, o Brasil também busca expandir as exportações de outros produtos agropecuários para o vasto mercado chinês, incluindo carne bovina, suína e café.
Em paralelo, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) destaca a importância de atrair investimentos chineses para a infraestrutura logística do país, com foco na ampliação de estruturas de armazenagem, nos investimentos em transporte multimodal e na modernização de portos, todos essenciais para otimizar o escoamento da produção agrícola e fortalecer o setor como um todo.
Já as importações alcançaram US$ 22,3 bi, com saldo positivo de US$ 8,2 bi e corrente de comércio de US$ 52,7 bi
A Balança Comercial do mês de abril bateu recordes de exportação e importação para meses de abril. As exportações somaram US$ 30,41 bilhões agora, contra US$ 30,33 bilhões em abril de 2024, crescimento de 0,3%. Já as importações foram de US$ 22,26 bilhões, aumento de 1,6% sobre os US$ 21,9 bilhões de abril/24.
Assim, em abril a corrente de comércio totalizou US$ 52,67 bilhões, com saldo de US$ 8,15 bi. Em relação a abril do ano passado, a corrente cresceu 0,8%.
No ano, as exportações totalizam US$ 107,3 bilhões e as importações US$ 89,6 bilhões, com saldo de US$ 17,7 bilhões e corrente de comércio de US$ 196,9 bi. Essas e outras informações foram divulgados nesta quarta-feira (7/5) pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).
Comparativo Totais Ainda na comparação anual, as importações de janeiro abril tiveram aumento de 10,4% sobre o primeiro quadrimestre de 2024 (US$ 81,11 bilhões). Já as exportações totais caíram 0,7% ante US$ 108,04 bilhões do mesmo período do ano passado. A corrente de comércio totalizou US$ 196,88 bilhões, crescimento de 4,1%.
Exportações e importações por setor Nas exportações, o desempenho dos setores em abril deste ano, sobre abril de 2024, indica crescimento de US$ 0,35 bilhão (2,4%) na Indústria de Transformação; queda de US$ 0,05 bilhão (0,7%) em Agropecuária, e queda de US$ 0,28 bilhão (3,8%) em Indústria Extrativa.
No acumulado do ano, as exportações cresceram US$ 0,64 bilhão (2,6%) em Agropecuária e US$ 2,3 bilhões (4,1%) na Indústria de Transformação; com queda de US$ 3,76 bilhões (13,5%) na Indústria Extrativa.
Em relação as importações, abril teve crescimento de US$ 0,02 bilhão (3,3%) em Agropecuária e de US$ 0,86 bilhão (4,4%) na Indústria de Transformação; com queda de US$ 0,51 bilhão (31,5%) na indústria extrativista.
No acumulado do ano, as importações somam crescimento de US$ 0,35 bilhão (18,2%) em Agropecuária e de US$ 9,39 bilhões (12,8%) na Indústria de Transformação; com queda de US$ 1,3 bilhão (24,0%) na indústria extrativista.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços
O assoreamento no Paso Bermejo, na confluência dos rios Paraguai e Paraná, gerou um gargalo logístico que restringe a importação de soja paraguaia para a Argentina.
Essa situação coloca em risco a atividade industrial do país antes da chegada da colheita local, segundo alertou Luis Zubizarreta, presidente da Câmara de Portos Privados Comerciais.
A intensa sedimentação provocada pela vazão do rio Bermejo obriga a divisão dos comboios de barcaças para atravessar o trecho, gerando uma congestão que afeta mais de 500 embarcações. Esse atraso impacta diretamente as plantas de moagem, que processam soja importada sob regime de importação temporária para reexportação de farelo e óleo — produtos nos quais a Argentina é líder mundial.
Zubizarreta advertiu que o atraso gera custos adicionais. Os armadores, que normalmente realizam dez viagens mensais, agora mal conseguem completar sete, encarecendo o frete fluvial e a logística em geral. Embora os fenômenos de cheia e assoreamento sejam comuns nesta época do ano, a gravidade atual é considerada “extraordinária”, evidenciando a necessidade urgente de investimentos em infraestrutura.
A nova licitação da Hidrovia aparece como elemento-chave. Melhorar a profundidade do rio permitiria aliviar os gargalos logísticos e otimizar a carga dos navios, reduzindo em até 10 dólares por tonelada os custos logísticos.
Zubizarreta também destacou a contradição estrutural: a Argentina possui uma das maiores capacidades industriais de moagem de soja, mas enfrenta capacidade ociosa devido à elevada carga tributária, que desestimula a produção local. Assim, a soja paraguaia e brasileira torna-se vital para manter em funcionamento a indústria agroexportadora.
Sem uma logística fluvial eficiente, advertiu o dirigente, será impossível sustentar a competitividade argentina no mercado global.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que “não faz muito sentido” os Estados Unidos aumentarem as tarifas de importação sobre produtos da América do Sul, já que o continente tem uma balança comercial deficitária com a economia americana. As declarações foram dadas depois de sua primeira reunião com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent.
Haddad e Bessent se reuniram no domingo, em Los Angeles, para onde o ministro da Fazenda viajou a fim de visitar empresas de tecnologia e divulgar o Plano de Transformação Ecológica. Ambos os participantes classificaram o encontro como positivo, e, de acordo com Haddad, as conversas deram início a negociações para que sejam alcançados “os termos de um entendimento” a respeito das questões comerciais.
“Não faz muito sentido manter uma tarifação sobre não apenas o Brasil, mas sobre a região como um todo”, disse o ministro da Fazenda na noite de domingo, no horário de Brasília, a jornalistas após a reunião. “O mais importante neste momento é dizer que nós estamos em uma mesa, negociando os termos de um entendimento. Mas acredito que a postura do secretário foi bastante frutífera e demonstrou uma abertura para o diálogo bastante importante.”
Confira a seguir um histórico das exportações brasileiras para os Estados Unidos a partir de janeiro de 2022. OS dados são do DataLiner:
Exportações Brasileiras para os Estados Unidos | Jan 2022 – Mar 2025 | TEUs
De acordo com o ministro, a conversa também abordou os outros assuntos “mais importantes”, como as “vantagens comparativas que o Brasil tem de atração de investimentos na área de energia verde, de minerais críticos e assim por diante, passando pelas relações bilaterais”.
Já Bessent usou sua conta no X para afirmar que teve uma “boa primeira conversa pessoalmente” com Haddad.
“Foi bom ouvir a avaliação dele sobre os laços econômicos entre Estados Unidos e Brasil, e enfatizei a importância da nossa relação bilateral no Ocidente”, escreveu.
Medida do governo brasileiro de zerar os impostos importação de alimentos como carne, açúcar, milho e café completa dois meses no próximo dia 14 de maio.
A medida do governo brasileiro de zerar os impostos importação de alimentos como carne, açúcar, milho e café completa dois meses no próximo dia 14 de maio. A estratégia visava baratear o preço de itens que compõem a cesta básica como carne, café, açúcar, óleo, macarrão e demais produtos que estão pressionados pela inflação.
Em análise quase unânime, economistas entrevistados pelo g1 Piracicaba e região consideram que a estratégia, embora importante, no sentido de demonstrar preocupação do governo com o cenário de alta nos preços, é ‘simbólica’ e terá efeito mínimo e/ou limitado na economia, bem como no bolso dos brasileiros.
Entre as razões apontadas pelos especialistas sobre a ineficácia econômica da medida de desoneração fiscal dos alimentos está o fato de Brasil ser grande exportador dos produtos que tiveram a tarifa de importação zerada, como por exemplo, o café.
O g1 Piracicaba e região conversou com economistas de quatros universidades e centros de pesquisa em economia, durante os meses de março e abril, sobre os impactos positivos e negativos da tarifa de importação zero sobre os alimentos. Veja os comentários, análises e perspectivas apontadas pelos especialistas da USP, Unicamp, FGV e Instituto Federal, abaixo.
Efeito limitado
Renan Pieri, professor de economia na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV) de São Paulo afirmou que a política de zerar os impostos sobre os alimentos pode ter algum efeito regional em alguns períodos d ano no Brasil.
“Mas, o efeito é muito limitado, principalmente pelo fato de que a maior parte desses produtos que tiveram tarifas zeradas são produtos que o Brasil exporta e, portanto, tem muito pouca eficácia nesse sentido. Talvez a gente observe os pesos dos alimentos crescendo menos ou até caindo nas próximas semanas, mas não por conta dessa medida, mas sim por conta da safra, desse ano que permite ser recorde e aí com o aumento da falta de alimentos isso deve impactar os seus preços”, explicou.
O professor também observou que houve choques de ofertas específicos para alguns produtos devido à estiagem. “Em alguns lugares por excesso de chuvas. Tudo isso pode se normalizar nas próximas semanas. Mas, possivelmente, o efeito em si dessas medidas de imposto zero, de tarefa de importação, seja muito pequeno”, disse.
Decisão simbólica
O professor livre docente da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Antonio Marcio Buainain, com atuação na áreas de economia agrícola, inovação tecnológica e pesquisas em reforma agrária, agronegócio e propriedade intelectual, elenca os motivos pelos quais as medidas adotadas pelo governo sobre as tarifas de importação sobre alguns alimentos não terão impacto efetivo sobre os preços dos alimentos.
“A decisão do governo é uma decisão simbólica, uma decisão importante, mostrando que o governo está preocupado com o assunto. E, de qualquer maneira, uma decisão que impõe algum limite, porque se houver aqui um movimento de especulação, será possível a importação, talvez a um preço ligeiramente menor, que controle uma elevação, digamos assim, não justificada de preços, mas não será eficaz para combater de imediato a inflação”, pontou.
Clima e safras
“Em primeiro lugar, porque a inflação que está sendo chamada inflação de alimentos, está sendo alimentada por um amplo conjunto de preços que estão subindo. Alguns por razões mais importantes, como o café, que reflete uma quebra de safa por dois anos seguidos, por movimentos dos dólares no começo do ano, outros por razões mais sazonais, como é o caso dos ovos que subiram de preço”, apontou.
O professor lembrou também que, nesse caso do ovos, o impacto do clima levou a uma queda de produtividade das galinhas, como o aumento de consumo de ovos que ocorre sempre durante o período da quaresma, quando uma parte da população deixa as carnes e passa a consumir fundamentalmente ovos, e também da pressão de aumento de preço do milho, que é a principal fonte da ração para as aves.
“O Brasil é o grande exportador dos produtos que tiveram a tarifa de importação zerada. Por exemplo, o café. O Brasil é um exportador de café. Nós importamos cafés pontualmente, cafés de maior qualidade da Colômbia, Costa Rica. Então, zerar a importação desses produtos, que já era baixa, não vai afetar o preço do café na gôndola do supermercado”, destacou.
Que medidas seriam mais eficazes?
O especialista ressalta que outras medidas que estão sendo adotadas poderão impactar mais diretamente, ainda que em médio prazo, os preços os alimentos, entre elas destaca o incentivo para o plantio da próxima safra, a melhora de condições de infraestrutura para facilitar o escoamento e análise de pontos de estrangulamento que tem algumas cadeias-chaves. “Esse tipo [de medidas], sim, é que levará a uma queda sustentável dos preços dos alimentos”, declarou.
O Carlos Vian, professor e pesquisador do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), o campus da USP em Piracicaba (SP) concorda com a opinião dos demais especialistas entrevistados pelo g1.
“O governo quis dar uma resposta, mostrar que estava preocupado com a inflação e que olha para a situação. Se bem feitas, as medidas de desoneração fiscal sobre os alimentos, até podem ter um impacto no curto prazo, mas nesse caso, mesmo no médio e no curto prazo, não terão impactos significativos no Brasil. O governo deveria olhar para outras questões, um próprio esclarecimento da população. Deveria estar tratando disso de outra maneira. […] Em vez de reduzir impostos, fazer talvez uma campanha educativa. Uma negociação de prazos entre produtores e varejo e outras medidas nesse sentido”, sugeriu.
Vian explica que o cenário de altas nos preços também é reflexo de efeitos do clima na agricultura e de outros impactos que estão, nas palavras dele, fechando as ofertas,. “Às vezes, vem de uma conjuntura internacional bastante relevante que faz com que haja uma maior exportação”, apontou.
Lei Kandir
O professor e pesquisador da Esalq-USP lembrou que o Brasil já tem uma legislação de taxa zero para as exportações baseado numa lei já lá dos anos 90, chamada Lei Kandir. “Hoje, esses produtos agropecuários exportados no Brasil têm taxa zero”, pontuou.
Em relação a nova medida do governo federal de desoneração fiscal à importação de alimentos no Brasil, o professor afirma que analistas, até os produtores, enxergam as medidas como de “pouca ou nenhuma eficiência” para a queda do preço dos alimentos no país.
“Mesmo porque o Brasil é um dos grandes produtores mundiais de muitos dos alimentos que foram listados e, em muitas situações, também está entre os principais exportadores desses produtos. No mercado, que é globalizado, aquilo que acontece aqui no Brasil influencia o mercado internacional. Acaba se transformando numa situação bastante inusitada. O maior exportador tentando importar. Nessa situação, de sermos grandes produtores exportadores mundiais e, por isso, influenciadores do mercado e nossos preços estando um pouco mais altos, também reflete no mercado internacional”, comentou.
Ação emergencial
Para o professor da área de gestão do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Igor Vasconcelos Nogueira, a decisão de zerar o imposto de importação para alimentos essenciais pode ser uma ferramenta eficaz para aliviar a inflação a curto prazo, mas faz alertas sobre impactos negativos da medida.
“[…] Os potenciais impactos negativos, como o enfraquecimento da produção nacional e o aumento da dependência externa, não devem ser subestimados. Para garantir o abastecimento interno sustentável a longo prazo, é crucial que o governo mantenha monitoramento contínuo e introduza políticas complementares que fortaleçam o setor agrícola brasileiro. A medida, entendida como uma ação emergencial, deve ser acompanhada por esforços duradouros que visem a estabilização dos preços dos alimentos através de estratégias mais amplas e integradas”, comentou.
Nogueira listou alguns dos impactos positivos e negativos que a media pode provocar. Confira, abaixo.
Aspectos Positivos
Aumento da oferta de alimentos: segundo o professor, a eliminação das tarifas de importação tem o potencial de aumentar significativamente a oferta de alimentos no mercado interno, “o que por sua vez pode auxiliar na redução dos preços. Esse aumento da oferta pode pressionar os preços para baixo devido à maior competição com os produtos nacionais”.
Alívio para o Consumidor: Uma possível queda nos preços dos alimentos aliviaria o orçamento das famílias, especialmente as mais vulneráveis, que gastam uma proporção significativa de sua renda em alimentação.
Competitividade e Inovação: A competição com produtos importados pode incentivar a inovação e a eficiência entre os produtores nacionais.
Aspectos Negativos
Impacto na Produção Nacional: para Igor Vasconcelos Nogueira,a entrada de produtos importados a preços mais baixos pode prejudicar os produtores nacionais, “que talvez não consigam competir com os preços dos produtos importados”, ressaltou. “Isso pode levar a uma redução na produção local e proporcionar um desaquecimento no setor agrícola. Em casos mais extremos, pode ainda levar à redução de empregos no setor agrícola e ao aumento do êxodo rural”, explicou.
Dependência Externa: o professor aponta que a medida pode aumentar a dependência do Brasil em relação aos alimentos importados e no longo prazo. “A manutenção desses benefícios depende de condições políticas e econômicas estáveis, bem como do comportamento das variáveis cambiais. Flutuações na moeda, por exemplo, podem impactar a eficácia da redução tarifária”, disse.
Impacto Fiscal: “A isenção de impostos de importação significa uma renúncia fiscal substancial, o que pode afetar as receitas governamentais e, consequentemente, o financiamento de serviços públicos”, analisou.
Eficácia Limitada: “A redução nos preços poderá ser comprometida por outros fatores inflacionários, como custos logísticos e de transporte, que não são abordados por esta medida”, observou.
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) liberou a importação de tilápia cultivada no Vietnã para o Brasil. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União no dia 23 de abril de 2025, revertendo a suspensão temporária anunciada em fevereiro deste ano.
O embargo anterior havia sido adotado para reavaliar os riscos de introdução do vírus TiLV (Tilapia Lake Virus) no Brasil. De acordo com o Mapa, a liberação foi autorizada após análise de informações técnicas, sem objeções das Secretarias de Comércio e Relações Internacionais e de Defesa Agropecuária.
A suspensão inicial da importação havia sido motivada por alerta sanitário emitido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) sobre focos de TiLV em países asiáticos, incluindo o Vietnã. O Mapa informou que, no período da suspensão, manteve diálogo com autoridades vietnamitas e solicitou dados atualizados sobre o status sanitário da produção de tilápia no país.
Importação de tilápia preocupa cadeia nacional de pescados
Entidades do setor de pesca, como a Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca) e a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), manifestaram preocupação com a retomada das importações. As associações alertaram para o risco de introdução do vírus no Brasil e afirmaram que a medida coloca em risco o setor aquícola nacional.
A Peixe BR classificou a liberação como “imprudente” e destacou que o Vietnã tem histórico de ocorrência de doenças emergentes, além de práticas de cultivo diferentes das exigidas no Brasil. As entidades também apontaram que a produção de tilápia no Brasil segue padrões sanitários rigorosos, e que a liberação poderia afetar negativamente a competitividade dos produtores brasileiros.
O Vietnã é um dos principais exportadores mundiais de pescado, especialmente de tilápia e pangasius, e utiliza métodos de produção em larga escala, com custos mais baixos em comparação aos praticados no Brasil.
A decisão do governo brasileiro ocorre em meio a negociações comerciais que envolveram a abertura do mercado vietnamita para a carne bovina brasileira, em contrapartida à liberação da tilápia vietnamita no Brasil.
Análises de biosseguridade reforçam a proteção sanitária
As análises de biosseguridade desempenham um papel fundamental na avaliação de risco para importações de produtos de origem animal, como a tilápia. Elas envolvem a identificação de agentes patogênicos potenciais, a avaliação das condições sanitárias de produção nos países exportadores e o monitoramento das medidas de controle adotadas.
No caso da tilápia vietnamita, a preocupação do setor produtivo brasileiro se concentra na possibilidade de introdução do Tilapia Lake Virus (TiLV), doença emergente que pode impactar gravemente a produção nacional. A implementação de protocolos rigorosos de biosseguridade é considerada estratégica para proteger os plantéis brasileiros e garantir a segurança dos alimentos.
A liberação da importação de tilápia do Vietnã ocorre em um momento de expansão das negociações comerciais entre os dois países, mas reforça a necessidade de atenção aos protocolos sanitários. Para o setor aquícola nacional, a decisão exige vigilância contínua e a adoção rigorosa de medidas de biosseguridade, de forma a preservar a sanidade dos plantéis e garantir a segurança dos consumidores. As entidades representativas continuam a acompanhar os desdobramentos da medida, enquanto aguardam novas orientações do Ministério da Agricultura sobre os procedimentos de fiscalização e controle sanitário para os produtos importados.
Empresários brasileiros cobram cotas de importação e adoção de salvaguardas
Em meio ao temor de uma inundação de produtos chineses, com o Brasil como eventual vítima do fogo cruzado das tarifas do presidente americano, Donald Trump, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), estuda a adoção de mecanismos emergenciais de proteção comercial da indústria brasileira.
O órgão vem estudando opções desde o ano passado, no contexto da disparada das importações de produtos industriais da China, mas o Liberation Day, como foi apelidado o tarifaço de Trump, acelerou o processo.
A avaliação da indústria é que apenas as tradicionais e demoradas medidas antidumping – punições para quando os produtos importados chegam no mercado interno a preços mais baixos do que os praticados na origem – não darão conta de evitar estragos no curto prazo se a China redirecionar parte dos manufaturados dos EUA para o Brasil.
Em um cenário indefinido de guerra comercial, muitos setores vêm defendendo junto ao governo a adoção de medidas mais rápidas e amplas, como cotas de importação ou salvaguardas, que são ações temporárias (de duração de um ano) aplicadas a todos os países, e não apenas a casos individuais.
Camex estuda salvaguarda simplificada
Uma das opções em estudo na Camex é a adoção de uma espécie de salvaguarda simplificada, cujo processo seria muito menos burocrático e rápido do que todas as especificações necessárias para uma decisão de antidumping, por exemplo. A partir da conclusão dessa avaliação agilizada, seriam aplicadas medidas de proteção provisórias nos casos em que forem constatadas importações desleais.
O Mdic afirmou que “não fala de previsões” e que as “decisões são tomadas em colegiado”.
O movimento de intensificação do recurso a medidas de proteção comercial já vinha acontecendo nos últimos anos, na esteira do salto nas importações brasileiras de manufaturados.
“A indústria brasileira já vinha em um processo de ver o volume de importações, em especial da China, aumentando”, avalia Rene Medrado, sócio e especialista em comércio internacional e direito aduaneiro do escritório Pinheiro Neto. “Neste ano, em meio às incertezas das tarifas de Trump, poderemos alcançar um patamar recorde de pedidos”, completa ele, que é presidente do Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência, Consumo e Comércio Internacional (Ibrac).
Pedidos de medidas de proteção crescem
No ano passado, o Departamento de Defesa Comercial (Decom), do Mdic, recebeu 106 petições de adoção de medidas de proteção, aumento de 140% em relação a 2023, segundo os dados mais recentes da pasta. Em 2025, até agora, foram 17 petições, a maior parte de antidumping.
“Há dois anos há uma movimentação bem grande na defesa comercial brasileira, com destaque para 2024”, aponta Fernando Benjamim Bueno, sócio da área de comércio internacional da Demarest. “A principal causa foi o desvio comercial [quando países redirecionam seus produtos ao encontrarem barreiras comerciais]. O mundo se tornou mais protecionista, da União Europeia a países do próprio Sudeste Asiático”, resume.
Atualmente, o Decom possui 73 investigações em curso, 34 delas envolvendo a China. Os setores com maior número de investigações são metais (11 casos), têxteis (5 casos) e plásticos e químicos (4 casos cada). Hoje há 126 medidas em vigor, a maior parte contra produtos chineses, segundo o departamento.
Salto nas importações chinesas
O aumento no número de pedidos de investigação casa com a aceleração na taxa de crescimento das importações com origem na indústria de transformação, em especial da China. Em cinco anos, as compras de produtos industriais chineses saltaram 78%.
O movimento vem ganhando tração: entre janeiro e março deste ano, a alta no desembarque dos produtos chineses foi de 36% na comparação com mesmo período do ano passado. Em 2024, essa expansão havia sido de 29% ante 2023.
“Desde dezembro do ano passado, o mundo inteiro viu uma forte aceleração nos embarques da China, possivelmente em antecipação às mudanças tarifárias prometidas por Trump”, afirma o economista Livio Ribeiro, sócio da BRCG consultoria e pesquisador associado da FGV.
Incerteza sobre impactos do tarifaço
Na avaliação de Ribeiro, ainda não está claro o que acontecerá com o comércio mundial no segundo mandato de Trump. “Será necessário para ver qual será o novo normal para discutir qual o reequilíbrio do fluxo comercial entre os países”, diz Ribeiro. “Isso posto, o fato é que vai sobrar produto. É difícil o mercado interno chinês absorver no curto prazo, e esse excedente vai vazar para outros países”, avalia.
José Augusto de Castro, presidente da Associação do Comércio Exterior do Brasil (AEB), tem uma avaliação distinta, e acredita que a China deve continuar ampliando as exportações de manufaturados ao Brasil em 2025, mas em menor escala. “Isso porque a capacidade do Brasil de absorver produtos da China será menor, já que o país crescerá menos. Além disso a China quer agradar ao Brasil, já que precisa de grandes parceiros no mundo em momento de guerra comercial com os Estados Unidos”, afirma.
Os registros de importação de aço plano devem continuar em alta no Brasil em abril, após um mês de março recorde, previu nesta quinta-feira o presidente da associação nacional de distribuidores do material, citando que há mais de meio milhão de toneladas da liga à espera de nacionalização apenas em um dos portos do país.
“Tem meio mês de consumo (de aço) só em São Francisco do Sul (SC) para entrar”, disse Carlos Loureiro, em entrevista a jornalistas sobre os resultados do setor no primeiro trimestre. “Se o governo (federal) não tomar uma medida um pouco mais forte contra a China, as usinas vão ter muitos problemas e nós da rede vamos ter que ficar lutando para conseguir sobreviver”, acrescentou.
Segundo Loureiro, na semana passada havia mais de 440 mil toneladas de aço plano em navios à espera de liberação de espaço de armazenagem em São Francisco do Sul, que estava com os armazéns lotados.
O porto de São Francisco do Sul tem sido a principal porta de entrada de aço plano importado no Brasil, mas em março o porto de Manaus quase empatou em volume de importação do material com o porto catarinense, o que marca as distorções geradas por incentivos tributários concedidos à Zona Franca, distante milhares de quilômetros dos principais centros consumidores de aço do país, segundo o presidente do Inda.
Enquanto São Francisco do Sul recebeu um volume de importações de 135,6 mil toneladas de aços planos em março, elevando o saldo do trimestre para 395 mil toneladas, o de Manaus registrou 126,2 mil toneladas no mês passado, quase todo o volume do trimestre, de 174,2 mil toneladas.
“Não é produtivo para o país ter um esquema que permite que material viaje de Manaus para São Paulo e que esse custo logístico seja bancado por incentivos fiscais que todos nós pagamos”, disse Loureiro, classificando a situação de “balbúrdia tributária”.
No trimestre, segundo os dados do Inda, o porto de Manaus ficou em segundo lugar nas importações de aço pelo Brasil, com participação subindo a 20,8% ante fatia de 5,5% no mesmo período do ano passado. Enquanto isso, a parcela de São Francisco do Sul, passou de 45% para 47,2%.
No total, as importações de aços planos pelo Brasil em março somaram 343,6 mil toneladas, alta de 38% sobre um ano antes, quando o regime de cotas e tarifas adotado pelo governo federal para alguns produtos siderúrgicos ainda não estava implementado. No trimestre, a alta foi de 36% pelos dados do Inda, para cerca 796,3 mil toneladas.
O Aço Brasil, que representa siderúrgicas instaladas no Brasil como Gerdau, Usiminas e ArcelorMittal, afirmou na semana passada que as importações de totais de aço pelo país, incluindo os longos, somaram 663 mil toneladas em março, o maior volume importado em um único mês da história.
MERCADO
Em março, os distribuidores de aços planos do Brasil elevaram as vendas em 7,1% sobre o mesmo mês do ano passado, para 331,7 mil toneladas.
A expectativa da entidade é que em abril, as vendas recuem 4%, para 318,4 mil toneladas.
O setor terminou março com estoques de 1,06 milhão de toneladas, um crescimento de 17,2% sobre um ano antes e equivalente a 3,2 meses de comercialização, nível considerado elevado pela entidade.
Sobre o cenário de preços, Loureiro afirmou que as usinas retiraram aumentos realizados no início do ano, diante da pressão dos importados, e que parte do crescimento de 2,8% das vendas no trimestre foi puxada por antecipação de compras.
Isso teria ocorrido por estratégia das usinas de melhorar seus resultados ao final do trimestre, procurando vender mais em volume, oferecendo mais vantagens aos compradores, disse Loureiro.
“Os preços estão muito difíceis e as margens estão muito apertadas”, afirmou o presidente do Inda.