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Bessent afirmou que dificilmente as conversas serão concluídas antes do fim do prazo de suspensão do tarifaço de Trump
O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, afirmou hoje que nem todas as negociações sobre impostos sobre importações do governo de Donald Trump com outros países serão concluídas dentro do prazo de 90 dias de suspensão das “tarifas recíprocas” do presidente americano.
A suspensão não vale apenas para a China, cujos produtos atualmente são taxados em 145% quando entram no mercado americano.
Em entrevista ao portal Yahoo Finance, ele afirmou que não é provável que os EUA concluam as conversas com seus maiores parceiros comerciais sobre as tarifas.
— Existem 15 grandes parceiros comerciais. Deixando a China de lado, restam 14, e estamos avançando rapidamente e estabelecendo um processo para os 14 maiores parceiros comerciais, a maioria dos quais tem déficits muito grandes. Então, em 90 dias, vamos ter um documento completo, um documento legal formal pronto e finalizado? Pouco provável — disse o secretário ao Yahoo Finance.
Ele continuou.
— Mas eu acho que, se seguirmos o processo, poderemos ter uma clareza substancial sobre esses 14, excluindo a China, em termos de acordos em princípio. E então, uma vez que alcancemos um nível com o qual tenhamos concordado, e eles tenham concordado em reduzir suas tarifas, barreiras não tarifárias, manipulação cambial e subsídios à indústria e ao trabalho, aí sim acredito que poderemos avançar.
Governo acrescentou estar “comprometido em agir de acordo com a diretriz do presidente Trump para salvaguardar nossa segurança nacional e econômica”
O governo dos Estados Unidos afirmou que exigirá licenças de exportação para alguns chips de inteligência artificial (IA) fabricados pela Nvidia e pela AMD.
“O Departamento de Comércio está emitindo novos requisitos de licenciamento de exportação para o NVIDIA H20, AMD MI308 e seus equivalentes”, afirmou o departamento em um comunicado.
O governo acrescentou estar “comprometido em agir de acordo com a diretriz do presidente Trump para salvaguardar nossa segurança nacional e econômica”.
Mercados também analisaram falas de Powell sobre impacto de tarifas na economia dos EUA
As bolsas de Nova York fecharam a quarta-feira (16) em queda, em meio à pressão renovada do governo norte-americano em sua guerra comercial contra a China, o que turva o cenário para a política monetária, como evidenciou o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, na parte da tarde.
O destaque negativo do dia foram as ações de tecnologia, que despencaram após a Nvidia anunciar que agora será necessário obter uma licença para exportar suas unidades de processamento gráfico (GPUs) para a China.
O Dow Jones caiu 1,73%, aos 39.669,33; o S&P 500 recuou 2,24%, aos 5.275,70; e o Nasdaq despencou 3,07%, aos 16.307,16 pontos.
O apetite por risco no mercado de ações também foi prejudicado por falas de Powell, que reconheceu que as tarifas podem provocar inflação e desaceleração da economia dos EUA.
Mais cedo, as vendas no varejo americano em março surpreenderam positivamente, com analistas identificando compras antecipadas de alguns produtos diante do risco de tarifas.
A Nvidia caiu 6,87%, atenuando baixa que chegou a ser de 10%, após revelar que as vendas de seus chips H20 para a China exigirão uma licença “por tempo indeterminado” do Departamento de Comércio americano. A informação foi confirmada pelo governo americano.
A Nvidia também afirmou que registrará encargos de até US$ 5,5 bilhões em seu primeiro trimestre fiscal, relacionados ao estoque dos chips H20 e vendas canceladas.
Outras fabricantes de chips também registraram quedas. A Broadcom e a Micron Technology recuaram 2,4% e a Advanced Micro Devices (AMD) teve declino de 7,3%.
O governo dos EUA também exigirá licença para a exportação dos chips de IA MI308 da AMD. A companhia disse que uma avaliação inicial indica que a exigência poderá resultar em encargos de até US$ 800 milhões.
Na contramão do mercado, as ações da Hertz saltaram 56,4% depois que a Pershing Square, do gestor de fundos hedge Bill Ackman, revelou ter assumido uma participação significativa na locadora de veículos.
Decisões de Trump sobre tarifas e resposta chinesa geram volatilidade nas bolsas; setores de tecnologia e automobilístico são mais afetados
A guerra comercial entre Estados Unidos e China continua a influenciar significativamente os mercados financeiros globais, com recentes desenvolvimentos gerando tanto otimismo quanto preocupação entre investidores.
No início da semana, os Estados Unidos anunciaram uma isenção temporária de taxas para produtos de tecnologia importados da China, incluindo smartphones e chips.
Esta medida foi vista como um sinal positivo, potencialmente reduzindo as tarifas médias americanas, aliviando assim pressões inflacionárias sobre empresas e consumidores.
Setor automobilístico em foco
O setor automobilístico também entrou no radar dos investidores após Trump sinalizar possíveis isenções temporárias. Ações de montadoras como General Motors, Ford e Stellantis (controladora da Chrysler) registraram altas significativas.
Entretanto, a China não demorou a retaliar. Notícias de que o país asiático estaria vetando a compra de novos aviões da Boeing por empresas chinesas causaram queda nas ações da fabricante americana. Por outro lado, a concorrente Embraer se beneficiou.
Negociações e expectativas
A China indicou estar aberta a negociações com os Estados Unidos, desde que a administração Trump adote uma postura mais “respeitosa e coerente”. Jamie Dimon, presidente do JP Morgan, sugeriu que o secretário do Tesouro, Scott Bassett, poderia ser o “adulto na sala” para resolver a situação.
Para os investidores, a volatilidade resultante dessa disputa comercial apresenta tanto riscos quanto oportunidades. A atenção do mercado permanece focada em cada declaração de Trump e nas respostas da China, na esperança de que um acordo possa ser alcançado para reduzir as tensões globais.
*O TradersClub (TC), maior rede social de investidores e traders da América Latina, é parceiro do CNN Money
Presidente do Fed indica que guerra comercial pode criar cenário desafiador semelhante à estagflação dos anos 1970, com tensões entre controle da inflação e manutenção do emprego
O conflito comercial do presidente Donald Trump pode colocar o Federal Reserve em uma situação difícil que não se via há cerca de meio século, disse o presidente Jerome Powell na quarta-feira (16).
“O nível dos aumentos tarifários anunciados até agora é significativamente maior do que o previsto“, disse o chefe do banco central em comentários preparados para um evento organizado pelo Clube Econômico de Chicago.
“Podemos nos encontrar no cenário desafiador em que nossos objetivos de duplo mandato estão em tensão”.
O Fed é responsável por promover o pleno emprego e manter a inflação sob controle, mas as tarifas de Trump ameaçam ambos os objetivos.
Por enquanto, no entanto, a economia dos EUA permanece em boa forma, de acordo com os dados mais recentes, permitindo que o Fed seja paciente.
Powell disse que a melhor ação do Fed no momento é manter-se estável até que os dados mostrem claramente como a economia dos EUA está respondendo às políticas de Trump.
Outros funcionários do Fed disseram o mesmo em discursos recentes, afirmando que podem alterar as taxas em qualquer direção, dependendo do que a economia necessitar.
Mas é apenas uma questão de tempo até que as tarifas de Trump estimulem a inflação, aumentem o desemprego e enfraqueçam o crescimento econômico, segundo a maioria dos economistas.
Especialmente se as enormes tarifas “recíprocas” que entraram em vigor brevemente em 9 de abril forem reestabelecidas. Trump adiou esse aumento histórico nos impostos de importação até julho.
Até agora, Trump impôs tarifas de 25% sobre alumínio e aço, tarifas de 25% sobre produtos do México e Canadá que não estão em conformidade com um acordo de livre comércio, uma taxa massiva de 145% sobre importações chinesas.
Uma tarifa de 25% sobre carros, com tarifas separadas sobre autopeças previstas para uma data posterior e tarifas base de 10% sobre todas as importações dos EUA.
A administração também introduziu isenções temporárias para alguns produtos eletrônicos, e Trump disse que tarifas separadas provavelmente virão para semicondutores, produtos farmacêuticos, cobre e madeira.
Nas décadas de 1970 e início de 1980, a economia dos EUA sofreu períodos de alto desemprego e inflação de dois dígitos, uma combinação problemática conhecida como “estagflação”.
Na época, sob a liderança do presidente do Fed Paul Volcker, o Fed priorizou o combate à inflação, mesmo que isso significasse infligir alguma dor econômica.
A economia dos EUA parece estar caminhando nessa direção, de acordo com a maioria das previsões, mas não está claro se chegará totalmente a esse ponto.
O presidente do Fed de Chicago, Austan Goolsbee, disse na semana passada em um evento em Nova York que as tarifas de Trump estão colocando o banco central na mesma situação difícil.
“Uma tarifa é como um choque negativo de oferta. Isso é um choque estagflacionário, o que significa que piora ambos os lados do mandato duplo do Fed ao mesmo tempo”, disse ele.
“Os preços estão subindo enquanto empregos estão sendo perdidos e o crescimento está diminuindo, e não há um manual genérico sobre como o banco central deve responder a um choque estagflacionário”.
Powell disse que se a estagflação se tornar realidade, “consideraríamos o quão distante a economia está de cada objetivo e os horizontes temporais potencialmente diferentes sobre os quais essas respectivas lacunas seriam antecipadas para fechar”.
“Entendemos que níveis elevados de desemprego ou inflação podem ser prejudiciais e dolorosos para comunidades, famílias e empresas”, disse ele.
Vários funcionários do Fed disseram que o banco central deve manter um olho atento na percepção das pessoas sobre os preços, que se deteriorou com base na pesquisa de consumidores da Universidade de Michigan, que é acompanhada de perto.
Não está claro em que ponto as expectativas crescentes de inflação provocariam qualquer ação do Fed e quais seriam essas ações.
E a inflação, embora substancialmente abaixo do pico de quatro décadas atingido em junho de 2022, ainda está ligeiramente acima da meta de 2% do Fed, o que significa que o Fed tem menos motivos para retomar os cortes nas taxas de juros.
Mas por enquanto, a maioria dos funcionários parece concordar que é melhor esperar que qualquer evidência apareça nos dados.
“Este é um conjunto difícil de riscos para a política monetária navegar”, disse a presidente do Fed de Cleveland, Beth Hammack, na quarta-feira em um evento em Columbus, Ohio.
“Dado o ponto de partida da economia, e com ambos os lados de nosso mandato sob pressão, há um forte argumento para manter a política monetária estável a fim de equilibrar os riscos provenientes de uma inflação ainda elevada e um mercado de trabalho em desaceleração”.
“Quando a clareza é difícil de obter, esperar por dados adicionais ajudará a informar o caminho à frente”, acrescentou ela.
Brasil e Bolívia iniciam, nesta segunda-feira (14/4), um plano-piloto para a implementação do Certificado de Origem Digital (COD), que vai modernizar e facilitar o comércio bilateral. Esta é a etapa final de testes que antecede a implementação definitiva do COD, prevista para o segundo semestre de 2025.
A digitalização do processo de certificação, coordenada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), representa um marco na desburocratização do comércio bilateral, reduzindo custos operacionais e acelerando o tempo de emissão dos certificados, que hoje, nas relações entre Bolívia e Brasil, dependem de documentação física.
“A facilitação do comércio é uma prioridade do governo brasileiro. Com a adoção do COD, o comércio entre Brasil e Bolívia ganhará maior fluidez, beneficiando as empresas e os consumidores”, afirmou o vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin. “Essa é mais uma medida que demonstra os esforços contínuos para tornar os processos mais ágeis e menos onerosos para o nosso comércio exterior”, completou Alckmin, lembrando que a Bolívia passou a integrar o Mercosul desde julho de 2024.
O certificado de origem é necessário para que os exportadores se beneficiem das condições de acesso preferencial ao mercado do país de destino, tais como redução ou eliminação de tarifas. No caso de Brasil e Bolívia, essa possibilidade está presente no Acordo de Complementação Econômica nº 36.
O COD atende a rígidos padrões de segurança e proporciona ao comércio exterior maior confiabilidade. As assinaturas digitais, contidas neste documento, garantem autenticidade quanto à autoria e integridade do conteúdo. Ou seja, o COD diminui riscos de fraude e facilita a verificação da autenticidade do documento.
Além disso, com a substituição dos documentos em papel por procedimentos eletrônicos nas exportações e importações entre os dois países, estima-se uma redução no tempo de emissão de 48 horas para apenas 2 horas e uma diminuição de 95% no custo do processo.
O plano-piloto tem como principal objetivo identificar eventuais ajustes necessários para garantir o pleno funcionamento do sistema, além de permitir que exportadores e importadores se familiarizem com os procedimentos eletrônicos de emissão e recepção do COD.
Para a Secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Prazeres, essa iniciativa reforça o compromisso do Brasil com a modernização e a simplificação de procedimentos comerciais. “A implementação do Certificado de Origem Digital com a Bolívia demonstra nosso empenho contínuo em facilitar o comércio, promovendo maior eficiência, segurança e competitividade para as empresas brasileiras”, destacou.
Desde 2024, têm sido intensificados os esforços para a plena incorporação da Bolívia ao Mercosul. A adesão do país representa um passo importante para o fortalecimento da integração regional, ampliando o alcance e o potencial econômico do bloco.
Auditoria será uma missão técnica de rotina, afirma Abiec
Alguns frigoríficos do Brasil vão receber vistoria dos EUA em maio e, segundo a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), trata-se de uma missão técnica de rotina.
A entidade esclarece que a auditoria anunciada pelo FSIS, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, é prevista no processo de equivalência entre os sistemas de inspeção dos dois países.
Desde a reabertura do mercado em 2017, o Brasil já foi auditado em 2017, 2019, 2020 e 2022 — sem qualquer relação com medidas punitivas ou episódios de não conformidade.
A ação ocorre, em média, a cada dois anos, com foco na verificação de procedimentos técnicos e laboratoriais, como parte do protocolo de manutenção do comércio entre os países.
“O setor recebe com total transparência e naturalidade mais essa etapa e reforça sua confiança na solidez do sistema brasileiro de inspeção e no compromisso com padrões internacionais de qualidade e segurança alimentar”, disse a Abiec, em nota.
A China convocará, na próxima quarta-feira (23), uma reunião informal do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas para acusar os Estados Unidos de intimidação e de “lançar uma sombra sobre os esforços globais para a paz e o desenvolvimento”.
A medida ocorre no momento em que Pequim adota uma postura “linha-dura” em uma escalada da guerra comercial com Washington, desencadeada pelas altas tarifas impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, sobre itens importados da China.
“Todos os países, especialmente as nações em desenvolvimento, são vítimas do unilateralismo e das práticas de intimidação”, diz a nota conceitual da reunião informal da ONU sobre “o impacto do unilateralismo e das práticas de intimidação nas relações internacionais”.
A nota, que convida todos os 193 Estados-membros da ONU a participarem da reunião, critica especificamente os Estados Unidos por imporem as tarifas.
“Ao utilizar as tarifas como uma ferramenta de pressão extrema, os EUA têm violado gravemente as regras do comércio internacional e provocado choques e turbulências graves na economia mundial e no sistema de comércio multilateral, lançando uma sombra sobre os esforços globais para a paz e o desenvolvimento”, diz o documento.
A missão dos EUA na ONU encaminhou um pedido de comentário sobre a reunião planejada pela China ao Departamento de Estado, que não respondeu imediatamente.
A agência de Comércio e Desenvolvimento das Nações Unidas disse nesta quarta-feira que o crescimento econômico global poderia desacelerar para 2,3%, já que as tensões comerciais e a incerteza impulsionam uma tendência de recessão.
As novas tarifas do Governo Trump começaram a ser aplicadas no dia 2 de abril, onde o presidente americano se referiu como o dia da “liberação americana”. Segundo ele, “as novas tarifas vão gerar muito dinheiro e muitos empregos para os EUA”.
Pequim impõe restrições à exportação de minerais essenciais para tecnologia avançada, afetando indústrias americanas em meio a tensões comerciais crescentes
Menos de um ano após o início da primeira guerra comercial de Donald Trump com a China, o líder chinês Xi Jinping fez uma visita de alto perfil a uma modesta fábrica em Ganzhou, uma cidade industrial aninhada entre montanhas no sudeste do país.
Durante a visita à sala de exposições em 2019, Xi examinou fileiras de blocos metálicos cinzentos aparentemente comuns e declarou à sua comitiva de oficiais do Partido Comunista: “As terras raras são um recurso estratégico vital”.
Quase seis anos depois, o domínio da China na cadeia de suprimentos de terras raras emergiu como uma de suas ferramentas mais potentes em uma renovada guerra comercial com os Estados Unidos.
Os minerais – usados para alimentar desde iPhones até veículos elétricos – são componentes vitais para os tipos de tecnologia avançada que definirão o futuro.
Terras raras são um grupo de 17 elementos mais abundantes que o ouro e podem ser encontrados em muitos países, incluindo os Estados Unidos. Mas são difíceis de processar de forma econômica e segura.
Por décadas, os EUA e outros países têm dependido do fornecimento de Pequim desses metais processados. A China responde por 61% da produção global de terras raras mineradas, mas seu controle sobre o estágio de processamento é de 92% da produção global, segundo a Agência Internacional de Energia.
Em 4 de abril, após anos de advertências veladas, o governo chinês impôs restrições à exportação de sete tipos de minerais de terras raras, como parte de sua retaliação contra as tarifas “recíprocas” iniciais de 34% de Trump sobre produtos chineses.
As novas regras exigem que todas as empresas obtenham permissão governamental para exportar os sete minerais e produtos associados, como ímãs.
Ímãs feitos de terras raras permitem motores e geradores menores e mais eficientes usados em smartphones, motores de carros e aviões, e máquinas de ressonância magnética. Eles também são componentes essenciais em uma série de armamentos de alto custo, desde caças furtivos F-35 até submarinos de ataque movidos a energia nuclear.
“É a China mostrando que pode exercer um poder econômico incrível sendo estratégica e cirúrgica, atingindo a indústria americana exatamente onde dói”, disse Justin Wolfers, professor de economia e políticas públicas da Universidade de Michigan.
Desde a primeira administração Trump, os EUA têm tentado recuperar o atraso e construir sua própria cadeia de suprimentos doméstica de terras raras.
Três empresas americanas do setor disseram à CNN que estão em processo de expansão das capacidades de produção e buscando materiais de aliados e parceiros dos EUA. Mas esses esforços levarão anos para atender à enorme demanda das principais indústrias americanas.
Por enquanto, o impacto dos controles de exportação de Pequim está sendo rapidamente sentido no terreno. John Ormerod, fundador da consultoria de ímãs de terras raras JOC, disse à CNN que remessas de ímãs de terras raras pertencentes a pelo menos cinco empresas americanas e europeias foram interrompidas na China desde a imposição da ordem.
“Eles foram pegos de surpresa, então há muita confusão do lado deles e precisavam de esclarecimentos das autoridades sobre o que é necessário (para obter as licenças de exportação necessárias)”, disse ele.
Joshua Ballard, CEO da USA Rare Earth, disse que os controles de exportação focam em terras raras “pesadas”, que são 98% controladas pela China. (Terras raras pesadas são menos comuns, mais difíceis de processar e mais valiosas).
Isso significa que as empresas agora devem buscar a aprovação de Pequim para entregar esses materiais críticos às principais indústrias americanas, acrescentou.
“Neste momento, literalmente essas exportações estão sendo suspensas”, disse Ballard. “Não mantemos muito estoque de reserva disso em inventário aqui nos EUA. Esta é a melhor jogada da China. Eles não têm muita influência quando se trata de tarifas sobre nós, mas certamente têm influência aqui”.
Os controles de exportação não visam apenas materiais únicos, mas também ligas e produtos onde os elementos estão contidos mesmo em quantidades mínimas, disse Thomas Kruemmer, diretor da empresa de cadeia de suprimentos de minerais e metais Ginger International Trade and Investment, com sede em Cingapura.
“Muitas exportações agora caem sob este sistema de licenciamento”, acrescentou, observando que alguns atrasos são esperados enquanto os exportadores navegam pelo novo sistema.
A China teve um início precoce na extração de terras raras, começando na década de 1950, segundo a mídia estatal, mas a indústria só começou realmente a se desenvolver no final dos anos 1970.
Durante esse período, a China combinou seus baixos custos de mão de obra com a adoção de tecnologias estrangeiras, de acordo com Stan Trout, fundador da consultoria de materiais magnéticos e terras raras Spontaneous Materials.
“Grande parte da tecnologia que eles trouxeram foi desenvolvida aqui nos EUA, no Japão ou na Europa”, disse ele. “E com o tempo, tenho certeza que fizeram melhorias nela.”
À medida que a produção de terras raras do país aumentava, Pequim gradualmente compreendeu a importância estratégica desses minerais.
“Houve um reconhecimento de que esta poderia ser uma tecnologia muito importante para eles dominarem”, acrescentou Trout.
Em 1992, durante uma visita a um dos principais centros de produção de terras raras do país na Mongólia Interior, Deng Xiaoping, o ex-líder chinês que liderou as reformas econômicas do país, disse famosamente: “Enquanto há petróleo no Oriente Médio, a China tem terras raras.”
Hoje, a China cumpriu a visão de Deng ao dominar toda a cadeia de suprimentos desses materiais. Embora os custos trabalhistas sejam agora mais altos, o controle da China sobre a indústria foi consolidado devido à “disposição de investir em tecnologia, P&D e automação” em uma indústria altamente intensiva em capital, disse Ormerod.
Já existiram empresas americanas fabricando esses ímãs de terras raras. Mas Ormerod observou que elas gradualmente saíram do negócio conforme alternativas chinesas de menor custo surgiram.
“Perdemos o know-how, perdemos a capacidade de recursos humanos e é uma operação muito intensiva em capital”, disse ele.
Agora, é difícil competir com o “preço chinês”, devido às maiores economias de escala do país, bem como aos incentivos governamentais que lhes deram uma vantagem adicional, acrescentou Ormerod.
Entre 2020 e 2023, os EUA dependeram da China para 70% de suas importações de todos os compostos e metais de terras raras, segundo relatório do Serviço Geológico dos EUA deste ano.
Os últimos controles de exportação não são a primeira vez que Pequim aproveitou sua dominância na indústria. Em 2010, a China interrompeu as remessas de terras raras para o Japão por quase dois meses devido a uma disputa territorial. No final de 2023, Pequim impôs uma proibição sobre tecnologias de extração e separação de terras raras.
Pequim também restringiu as exportações de outros minerais críticos, uma categoria mais ampla de recursos minerais que também são vitais para a economia e as cadeias de suprimentos globais.
Especialistas e profissionais do setor disseram que os controles de exportação da China deixaram o resto do mundo com alternativas muito limitadas.
Mas os EUA estão trabalhando para preencher essa lacuna. Desde 2020, o Departamento de Defesa dos EUA concedeu mais de US$ 439 milhões para estabelecer cadeias de suprimentos domésticas de elementos de terras raras.
E estabeleceu uma meta para desenvolver uma cadeia de suprimentos sustentável, da mina ao ímã, capaz de atender a todos os requisitos de defesa dos EUA até 2027.
Algumas empresas americanas veem os controles de exportação da China como uma oportunidade para acelerar a produção doméstica e pressionar por uma cadeia de suprimentos mais forte fora da China.
Nicholas Myers, CEO da Phoenix Tailings, uma startup de processamento de terras raras com sede em Massachusetts, disse que sua empresa desenvolveu tecnologia para refinar minerais de terras raras com “zero resíduos, zero emissões” em metais e ligas metálicas, obtendo os materiais de minérios domésticos, bem como do Canadá e Austrália.
Sua empresa atualmente produz 40 toneladas métricas de metais e ligas de terras raras por ano e pretende aumentar para 400 toneladas com uma nova instalação em New Hampshire.
“Os Estados Unidos têm absolutamente as capacidades para produzir os metais de terras raras nos prazos que realmente precisamos. Só precisamos garantir que todos os clientes e formuladores de políticas estejam focados em apoiar a indústria para realmente expandir”, acrescentou Myers.
A USA Rare Earth está construindo uma fábrica de ímãs no Texas, com o objetivo de produzir 5.000 toneladas de ímãs de terras raras anualmente; também possui um depósito rico em terras raras pesadas no oeste do Texas, incluindo todos os minerais na última lista de controle de exportação da China, segundo seu CEO Ballard. (O depósito também é rico em gálio, um material crítico proibido pela China para exportação aos EUA em dezembro.)
Mas a empresa ainda está trabalhando na tecnologia de processamento para extrair minerais das rochas, disse Ballard.
“A questão é como fazemos isso mais rápido? Como desbloqueamos esses ativos que temos nos EUA, por menos que sejam? Precisamos desbloquear o que temos e construir o mais rápido possível”, disse ele.
Após anos de discussão, as empresas americanas podem finalmente ter o impulso necessário para realizar o difícil trabalho de reestabelecer a indústria de extração e processamento de matérias-primas, fundamental para vencer a corrida tecnológica com a China.
Em novo capítulo da escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China, o governo do presidente norte-americano, Donald Trump, divulgou documento que fala em tarifas de até 245% sobre os produtos importados do país asiático, em função das “ações retaliatórias” de Pequim.
A informação não está acompanhada por uma explicação sobre a eventual nova tarifa nem há dados a respeito do cálculo usado pelos EUA para definir a taxa.
Até então, ao menos publicamente, as tarifas aplicadas pelos EUA sobre a China eram de 145%. Em resposta, o governo chinês anunciou taxas retaliatórias de 125% sobre os produtos norte-americanos.No documento publicado no site da Casa Branca, o governo norte-americano faz um balanço sobre as principais medidas tomadas por Trump na economia desde que assumiu o mandato, em janeiro deste ano.
O documento é intitulado “O presidente Donald J. Trump garante a segurança nacional e a resiliência econômica por meio de ações da Seção 232 sobre minerais essenciais processados e produtos derivados”.
Segundo a mensagem do governo dos EUA, o tarifaço é uma forma de “nivelar o campo de atuação e proteger a segurança nacional dos EUA”.
Em 2 de abril, naquele que Trump chamou de “Dia da Libertação”, os EUA anunciaram a imposição de uma tarifa de 10% sobre produtos importados de mais de 180 países.
Além disso, a Casa Branca decidiu individualizar tarifas recíprocas para países com os quais os EUA têm seus maiores déficits comerciais. Essas taxas chegaram a 50%.
Uma semana depois, em 9 de abril, Trump anunciou uma pausa no tarifaço, mantendo apenas as taxas mínimas de 10% sobre todos os países por um período de 90 dias. Apenas as tarifas sobre a China foram aumentadas.
Nesta quarta-feira (16/4), ao ser questionado sobre o documento publicado no site da Casa Branca, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian, desconversou. “Podem perguntar ao lado americano o valor específico das tarifas”, pontuou.