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Dólar tem escalada com risco fiscal e falas de Lula; veja variação durante mandato

Preocupação sobre cumprimento de metas fiscais do país e falas do presidente sobre Banco Central têm elevado cotação

A nova disparada do dólar registrada nas últimas semanas é a maior do terceiro mandato do presidente Lula. Em um intervalo de um mês e meio, desde o fim de maio, a moeda norte-americana saltou de R$ 5,10 para R$ 5,67 até esSa terça-feira (2). A variação representa uma alta de 11%. Desde o início do ano, a cotação registrou alta de 16%.

Entre os motivos que justificam a alta segundo especialistas estão as metas fiscais do Brasil, os reflexos da manutenção dos juros elevados nos Estados Unidos e, sobretudo, declarações do presidente Lula que têm sido vistas de forma crítica por setores da economia.

Nesta quarta-feira (3), o dólar fechou a R$ 5,57, com queda de 1,71%. O presidente Lula evitou falar sobre a moeda norte-americana, dizendo que agora vai “falar de feijão e arroz”. Uma reunião com a equipe da Fazenda estava prevista para discutir medidas contra a alta do dólar.

As reações do mercado

A mudança na meta fiscal brasileira para 2025, passando de uma estimativa de superávit primário de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para um déficit zero, é um dos fatores que teria provocado reações no mercado. Para não frustrar essa nova expectativa, há um apelo crescente por corte de gastos públicos por parte do governo federal. No entanto, sinalizações contrárias do governo Lula têm aumentado as incertezas, refletindo na alta da moeda norte-americana.

As declarações recentes do presidente Lula também têm sido apontadas como um dos principais fatores para a mais recente escalada do dólar. Nesta semana, o chefe do Poder Executivo chegou a afirmar que “há um jogo de interesse contra o real”, ao comentar a alta da moeda.

Em junho, Lula também endureceu as críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ele chegou a afirmar que o presidente do BC “trabalha para prejudicar o país” e que o BC seria a “única coisa desajustada”. A pressão do presidente é por uma redução na taxa básica de juros, mas na última reunião sobre o tema, o órgão decidiu manter a taxa nos atuais 10,5%.

Na segunda-feira (1º), o próprio ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chegou a atribuir a alta do dólar a “ruídos” e disse que o governo precisa melhorar a comunicação.

O contexto externo também influencia no atual quadro do dólar. A manutenção dos juros elevados nos Estados Unidos, em razão da condição econômica local e da intenção de controlar eventual inflação, é outro aspecto apontado por especialistas como justificativa para a escalada da moeda. Por fim, as indefinições decorrentes da corrida presidencial norte-americana, sobretudo com uma possível desistência de Joe Biden da disputa, é outra variável que tem contribuído para a alta do câmbio.

Outras altas do dólar

Embora o dólar tenha atingido nesta semana o maior valor em dois anos e meio, a moeda norte-americana teve outros períodos de valorização perante o real desde a mudança de gestão no governo federal. Relembre:

Março de 2023

No terceiro mês de governo, o dólar alcançou o maior patamar até aqui durante o terceiro mandato de Lula. Neste caso, a escalada foi atribuída a um contexto externo e a ajuda a bancos com dificuldades nos Estados Unidos e na Suíça. No cenário nacional, a expectativa pelo projeto do arcabouço fiscal, que seria apresentado naquele mês, também aumentava a incerteza e pressionava a cotação da moeda norte-americana.

Outubro de 2023

O dólar na ocasião chegou à marca de R$ 5,19 no início de outubro de 2023. Na ocasião, a alta era atribuída à divulgação de dados de emprego da economia dos Estados Unidos. No fim do mesmo mês, após leve queda, a moeda norte-americana voltou a subir. Desta vez, o desempenho foi atribuído a falas do presidente Lula, que havia sinalizado pela primeira vez que a meta fiscal do país em 2024 “não precisa ser zero”.

Abril de 2024

Há quase três meses, o dólar teve nova alta e chegou a R$ 5,26. Na ocasião, o bom desempenho da economia dos Estados Unidos, que torna o dólar valorizado, as tensões no Oriente Médio com a guerra entre Israel e Hamas e, desde já, o risco fiscal, com o receio do não cumprimento das metas de déficit zero em 2025 foram apontados como os fatores que resultaram na alta da cotação.

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Economia, Gestão, Notícias, Oportunidade de Mercado

30 anos depois, Plano Real continua sendo último grande projeto que alterou estrutura da economia brasileira, defende ex-BC

Real possibilitou estabilidade monetária e se firmou como último grande plano que alterou a economia do país em suas bases

Três décadas após sua implementação, o real se consolidou como a moeda brasileira e como o último grande projeto que alterou estruturalmente, desde a base, a economia do país. A moeda vingou e possibilitou a estabilização monetária após décadas de volatilidade dos preços e corrosão salarial da população.

“Foi um marco importantíssimo na economia brasileira, talvez o mais importante no último século. Ele fez terminar o processo hiperinflacionário que o Brasil tinha, abrindo espaço para a modernização das instituições econômicas no país, trouxe estabilidade, deu às empresas um horizonte maior para planejar seus investimentos, seus gastos”, disse Gustavo Loyola à CNN. O economista assumiu a presidência do Banco Central em 1995, ano seguinte ao lançamento do real.

“(O Plano Real) lançou as bases para que o país pudesse realizar uma série de reformas que vieram depois, e que estão trazendo resultados positivos ainda hoje. A questão da inflação nunca é uma batalha terminada, temos de continuar vigilantes. Antes do plano, o BC não podia ser guardião da moeda, porque ela não existia”.

A necessidade de um projeto que permitisse combater o aumento dos preços e a experiência com os outros seis planos que fracassaram fez com que o real fosse comunicado com clareza à população e implementado em etapas, para garantir a aderência dos brasileiros à nova moeda.

Com a estabilização conquistada, ainda que não de imediato, o país pode discutir outros desafios, muitos deles urgentes, mas que ficavam em segundo plano, ofuscados pelos exorbitantes dados de inflação que chegaram a atingir mais de 2000% no acumulado do ano, em 1993.

“As pessoas hoje não precisam correr para os supermercados para fazer compras antes da chegada do próximo salário e perder com a desvalorização da moeda. Aumentou a previsibilidade”, disse Loyola.

Nas palavras do economista, ex-presidente do Banco Central (BC) e um dos “pais” do Plano Real, Pérsio Arida, a moeda, hoje, se tornou um bem público para o Brasil.

“O grande lastro do real é, na verdade, a própria democracia. Ela que motivou toda a sequência do planos de estabilização. […] A democracia, no seu mecanismo de eleições, penaliza os governantes que não resolvem o problema que mais afeta a população, que é a inflação. O motor de estabilização hoje é o próprio funcionamento do sistema democrático”, disse o economista em evento recente, que reuniu os principais nomes que participaram da elaboração e da implementação do Plano Real.

Ao longo da maturação do real, outras medidas importantes que viriam garantir a consolidação e a estabilização da moeda foram elaboradas, como é o caso da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF, 2000), o sistema de metas de inflação (1999) e o tripé macroeconômico(1999). Todos esses mecanismos buscam convergir as contas públicas para um equilíbrio e, portanto, impedir com que a inflação saia do controle.

Apesar do sucesso da moeda, a prudência para que não ocorra um descontrole dos preços ainda dita as expectativas de especialistas, agentes do mercado financeiro e, principalmente, o Banco Central (BC). Tal sentimento se tornou ainda mais evidente no último ano, com sinalizações e medidas do Governo Federal que elevam o gasto público.

Edmar Bacha, economista que também fez parte da equipe que elaborou o real, deixa o alerta para o desafio permanente que a moeda enfrenta.

“Como se dizia antigamente, ‘o preço da liberdade é a eterna vigilância’. O preço da estabilidade também é a eterna vigilância. A tentação de governos de gastarem mais do que podem é permanente. Esse país com todas as carências que tem é um prato cheio para o populismo tanto de esquerda quanto de direita. Portanto, é preciso de instituições fortes, que protejam a estabilidade da moeda”, disse em entrevista à CNN.

O caminho até o real

Uma inflação de na casa dos três dígitos ao ano. Essa era a realidade do Brasil durante a década de 1980, quando o país convivia com gastos públicos em níveis elevados, um “milagre econômico” sustentado pela Ditadura Militar que estava distante da realidade da população e uma recessão que corroía os salários dos trabalhadores.

Para se ter uma ideia, em 1984, a inflação anual do país registrou uma alta acumulada de 215,27%. Nos anos subsequentes, o índice seguiu a galope até alcançar impressionantes 2.477,15%, em 1993.

O descontentamento era generalizado por parte da população, que viu seis planos de estabilização da moeda fracassarem.

Em 1986 o então presidente José Sarney herdou do governo militar um aumento de preços de quase 10% ao mês e buscou uma solução com o Plano Cruzado.

Lançado em fevereiro daquele ano, o plano adotava uma nova moeda – o cruzado – e medidas como o reajuste salarial automático (quando a inflação alcançasse 20%), o aumento do salário mínimo, o fim dos mecanismos de correção monetária e, a mais controversa delas, o congelamento de preços.

No curto prazo, o plano surtiu efeito positivo, possibilitando o aumento do poder de compra dos salários e a queda da inflação. Contudo, veio também a alta da demanda, sem que houvesse oferta suficiente e com uma economia ainda fechada às importações. Nesse contexto, o problema do desabastecimento se tornou latente.

No mesmo ano, em novembro, veio o Plano Cruzado II, que liberava o reajuste de preços e aumentava a taxação de itens para conter o consumo.

Mas o desabastecimento e a necessidade de importar grandes quantidades de itens básicos gerou um rombo nas reservas monetárias. E, em 1987, a conta chegou com Sarney declarando a moratória dos juros da dívida externa. Somado a isso, a inflação deu as caras novamente.

Em abril de 1987, vinha o Plano Bresser, com uma nova medida para congelamento de preços e salários.

Dois anos depois, Maílson da Nóbrega assume o Ministério da Fazenda e coloca em prática um novo pacote, o Plano Verão, em janeiro de 1989. Mais uma vez, optou-se por congelamentos e um corte de três zeros na então moeda desvalorizada.

Em 1990 e a chegada do governo do ex-presidente Fernando Collor de Mello, a inflação anual acumulada ultrapassava a casa dos 1.900%, o que fez com que o novo chefe do executivo decretasse a carestia como inimigo.

Em uma nova tentativa, no dia seguinte a sua posse, o presidente anunciou o Plano Collor com a pretensão de dar um fim à indexação da economia com mais uma rodada de congelamentos de preços e salários, além da nova moeda, o cruzeiro novo.

Foi neste ambiente que ocorreu o confisco, por dezoito meses, de todo valor acima de CzN$ 50 mil que os cidadãos tivessem em suas contas nos bancos. A medida, lembrada até hoje, gerou imensa indignação e elevou a insatisfação com o novo governo. Do outro lado, a inflação não cedeu e os salários continuavam sendo impactados.

Em menos de um ano, o Plano Collor II foi lançado e, com ele, um novo congelamento de preços e maior abertura à entrada de produtos estrangeiros ao mercado nacional, mas sem surtir efeito nos preços.

Após alta insatisfação, denúncias de corrupção e um processo de impeachment, Collor deixa a presidência e Itamar Franco, então vice-presidente, assume o comando do Executivo em outubro de 1993.

Com uma inflação beirando os 30% mensais, a tarefa era buscar um novo plano para conter os preços. Para isso foram, pelo menos, três trocas no Ministério da Fazenda em menos de um ano, até que Fernando Henrique Cardoso é cotado para o posto.

O ministro promoveu as primeiras mudanças ao assumir a pasta, como o corte de três zeros na moeda e a mudança dela de cruzeiro novo para cruzeiro real. Além disso, propôs a criação de um grupo de trabalho para elaborar um novo plano mais robusto. Fernando Henrique montou então uma equipe formada por economistas como André Lara Resende, Edmar Bacha, Gustavo Franco, Pedro Malan e Pérsio Arida.

Em fevereiro de 1994 era anunciado oficialmente o Plano Real e sua fase de transição iniciada em 1º de março com a entrada em vigor da Unidade Real de Valor (URV), espécie de embrião da nova moeda. Trata-se de um valor de referência com cotação diária, que era colocado junto aos preços dos produtos em cruzeiros reais. Os salários, da mesma forma, também passaram a ser expressos em URV.

A última etapa veio em 1º de julho de 1994, quando o real substituiu o cruzeiro real e passou a circular. Nesse dia, a relação entre as duas moedas era de CR$ 2.750,00 para cada R$ 1,00.

Os impactos da nova moeda foram sentidos logo nos primeiros meses. A inflação registrou uma queda de 47% em junho daquele ano, para 1,86% em agosto.

“Antes do real, as pessoas faziam filas no supermercado para chegar antes das maquininhas de demarcação [de preços]. As pessoas tinham de dedicar parte do seu dia a tentar ganhar a luta contra a inflação. O índice era 1% ao dia, 45% ao mês e 3000% ao ano. Era impossível viver. Hoje em dia é inconcebível pensar como as pessoas sobreviviam. Elas sobreviviam mal e, depois do plano, sobrevivem bem”, pontua Bacha.


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Economia

Ibovespa fecha em queda de 0,3% com juros do Brasil e dos EUA no radar; dólar estabiliza em R$ 5,10

O Ibovespa fechou em queda e o dólar ficou praticamente estável ante o real nesta segunda-feira (20), com os juros domésticos e dos Estados Unidos no radar dos investidores.

No cenário brasileiro, a expectativa é de Selic mais elevada após revisões para cima nas projeções da inflação, conforme dados do Boletim Focus publicados nesta manhã.

Já nos EUA, o mercado segue à espera da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), que será divulgada na quarta-feira (22), com foco no que as autoridades do banco central norte-americano sinalizarão sobre o futuro da taxa básica de juros.

O principal índice do mercado doméstico encerrou a sessão com perda de 0,31%, aos 127.750 pontos, em um cenário de fechamento sem direção em Wall Street.

Após operar em queda durante a maior parte da sessão, o dólar devolveu parte dos ganhos e fechou a sessão praticamente de lado, com leve alta de 0,03%, negociado a R$ 5,104 na venda.

Fed no radar

Em sua decisão no início deste mês, o Fed manteve os juros estáveis, na faixa de 5,25% a 5,5%, e sinalizou que ainda está inclinado a eventuais reduções nos custos de empréstimos, mas avaliou as leituras de inflação até aquele momento como decepcionantes.

Nesta segunda-feira, o vice-chair do Fed, Philip Jefferson, afirmou, durante conferência em Nova York, que o recente declínio em alguns indicadores de inflação é encorajador, mas ainda é cedo para saber se a inflação está de volta a uma trajetória sustentável de volta a 2%.

O presidente do Fed de Atlanta, Raphael Bostic, disse em uma entrevista à Bloomberg Television que levará algum tempo para que o banco central tenha certeza de que a inflação está no caminho de volta à meta, classificando os dados de preços como “muito irregulares”.

Os investidores preveem uma probabilidade de 76% de que o Fed reduzirá os juros em pelo menos 25 pontos-base em setembro, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

Mercado vê Selic mais alta

No cenário doméstico, analistas consultados pelo Banco Central voltaram a elevar a projeção para a taxa Selic ao final deste ano, com perspectiva de inflação mais alta e menos crescimento, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.

O levantamento apontou que a expectativa para a Selic este ano agora é de 10%, de 9,75% antes, na terceira semana seguida de elevação. Para 2025 a projeção continua sendo de 9%.

O movimento acompanha previsões de inflação mais alta no período. Para este ano, o mercado espera que o índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerre em 3,8%, enquanto em 2025 o indicador oficial da inflação deve fechar com alta de 3,74%.

Num geral, quanto mais o Federal Reserve cortar os juros e quanto menos o BC afrouxar a política monetária local, melhor para o real. Isso porque, quanto maior o diferencial de juros entre Brasil e EUA, mais interessante fica a moeda doméstica para uso em estratégias de “carry trade”, em que investidores tomam empréstimo em país de taxas baixas e aplicam esse dinheiro em mercado mais rentável.

*Com Reuters

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Dólar hoje sobe mais de 1%, a R$ 5,18, com juros nos EUA e tensão no Oriente Médio

No último fim de semana, o Irã realizou um ataque cim drones e mísseis contra Israel

O dólar à vista hoje opera com alta após abertura negativa, à medida que investidores avaliam a perspectiva de taxas de juro teimosamente elevadas nos EUA e as crescentes tensões no Oriente Médio. No último fim de semana, o Irã realizou um ataque sem precedentes contra Israel, que foi orientado a não revidar.

Assim, a moeda se aproxima de seu maior valor em seis meses. Em 9 de outubro de 2023, o dólar chegou a valer R$ 5,182 na máxima da sessão, mas fechou com R$ 5,135. No dia anterior, 8 de outubro, a máxima foi de R$ 5,221, que é maior do que a máxima de hoje, que está em R$ 5,191. Com relação a fechamento, a cotação do momento do dólar comercial só remete a 27 de março de 2023, quando a moeda fechou valendo R$ 5,198.

Qual a cotação do dólar hoje?
Às 11h15, dólar à vista operava com alta de 1,16%, a R$ 5,180 na compra e a R$ 5,181 na venda. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia de 1,25%, aos 5.191,50 pontos.

Dólar comercial

  • Venda: R$ 5,181
  • Compra: R$ 5,180
  • Máxima: R$ 5,191
  • Mínima: R$ 5,105

Dólar turismo

  • Venda: R$ 5,377
  • Compra: R$ 5,197

    O que está acontecendo com dólar?

    A divisa norte-americana reverteu as perdas iniciais – que operadores haviam associado a movimento de realização de lucros após salto na semana passada – depois que dados mostraram alta bem mais intensa do que o esperado nas vendas no varejo dos Estados Unidos em março, mais uma evidência de que a economia encerrou o primeiro trimestre em terreno sólido.

    As vendas no varejo norte-americano aumentaram 0,7% no mês passado. Economistas consultados pela Reuters previam avanço de 0,3%.

    Jefferson Rugik, presidente-executivo da Correparti Corretora, disse que o salto do dólar acompanha “nova onda de valorização dos juros dos títulos norte-americanos de longo prazo”, uma vez que os dados do varejo dos EUA sugerem uma postura “mais dura por parte do Fed para conter a inflação”.

    Quanto menos o Fed cortar os juros, melhor para o dólar, que se torna mais atraente para investidores estrangeiros quando os rendimentos oferecidos pelo mercado norte-americano — já interessante por ser extremamente seguro — seguem mais altos.

    Os rendimentos dos Treasuries de dez anos, referência global para investimentos, saltaram nesta manhã para picos desde novembro do ano passado após os dados norte-americanos

Tensão geopolítica

Enquanto isso, investidores buscavam controlar as preocupações depois de ataque do Irã a Israel, que envolveu mais de 300 mísseis e drones e foi a primeira investida contra Israel por outro país em mais de três décadas.

O economista-chefe da Genial Investimentos, José Marcio Camargo, disse que eventual retaliação de Israel “poderá gerar forte aumento dos preços do petróleo, pressão sobre a taxa de inflação nos Estados Unidos, fuga generalizada de investidores para o dólar, valorização da moeda americana e, na mais otimista das hipóteses, adiamento do início do processo de queda dos juros (nos EUA) ou, até mesmo, aumento e não de queda das taxas de juros”.

Por enquanto, investidores encontravam algum alívio nos esforços das principais potências mundiais para esfriar as tensões no Oriente Médio e evitar uma escalada desastrosa dos conflitos na região, o que limitava o impacto dos riscos geopolíticos nos ativos de risco.

Na última sessão, a moeda norte-americana à vista avançou 0,60%, a 5,1213 reais na venda, seu maior patamar de encerramento desde 9 de outubro de 2023 (5,1315).

(Informações agencia Reuters)

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