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Mulheres enfrentam mais dificuldades para empreender e participar do comércio internacional

Segundo dados do Sebrae, no Brasil, empresas lideradas por mulheres ganham 60% menos do que as chefiadas por homens. Já no comércio exterior, 14% das empresas brasileiras exportadoras pertencem a uma mulher. Segundo estudo do MDIC, é necessário pensar medidas para encorajar a entrada das mulheres no mercado internacional.

Em quase todo o mundo, mulheres enfrentam barreiras culturais e desafios adicionais quando decidem abrir o próprio negócio, para acesso ao sistema financeiro e obtenção de crédito, por exemplo. Soma-se a esses elementos o fato de que em momentos de crise como o atual, com conflitos entre países e mudanças climáticas, o sistema financeiro fica arredio a correr riscos e financiar pequenos negócios.

De acordo com Renata Malheiros, coordenadora no Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do programa Sebrae Delas, as empreendedoras no país são 22% mais instruídas que os homens. Mas as empresas lideradas por mulheres ganham 60% menos do que as chefiadas por eles. Ou seja, o homem tem menos instrução e ganha mais dinheiro que a mulher. Para Renata, um dos fatores que gera essa realidade é o tempo que a mulher adulta tem para se dedicar ao próprio negócio.

“No Sebrae descobrimos que as mulheres gastam 17% menos horas na empresa que os homens. Em geral, essas mulheres estão cuidando de crianças, idosos e afazeres domésticos não pagos. O trabalho de cuidado é super importante, mas toma tempo e normalmente não é remunerado”, avalia Renata.

Outra questão recorrente é a mulher abrir um negócio na informalidade devido a necessidade de sustentar os filhos e não conseguir legalizar o empreendimento. Gisela Davico, da organização internacional Better than Cash Alliance, acredita que apesar dos avanços nos últimos anos, ainda há uma lacuna na inserção entre homens e mulheres no sistema financeiro. Uma pesquisa realizada pela Alliance descobriu que mais de 66% das MPEs lideradas por mulheres ao redor do mundo operam no setor informal.

“Às vezes a mulher tem um celular para a família inteira ou não tem conectividade por viver em uma área rural, são muitas as dificuldades. E, em geral, a mulher investe no bem-estar de suas famílias. Por isso, dar acesso a serviços financeiros pode oferecer dignidade para famílias inteiras”, defende Gisela.

Incentivando a participação feminina

Se empreender no seu país de origem não é fácil, tampouco conseguir participar do comércio internacional de bens e serviços é tarefa simples para as mulheres.Em 2023, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) publicou o estudo Mulheres no Comércio Exterior no qual demonstrou que apenas 14% das empresas brasileiras exportadoras e 13% das importadoras possuem uma preponderância feminina em seus quadros societários.

Este resultado está um pouco acima da média de 76 países em desenvolvimento e emergentes analisados pela World Bank Enterprise Survey, pesquisa do Banco Mundial, que mostra que, entre as empresas exportadoras, as mulheres possuem apenas 10% das empresas de manufatura e 12% das empresas de serviços.

O estudo do MDIC revelou também que os custos e barreiras ao comércio afetam as empresas menores de maneira desproporcional, desencorajando-as a buscar os mercados globais. Sendo assim, como a maioria das empresas pertencentes às mulheres são micro e pequenas, se faz necessário medidas que reduzam os custos de entrada no mercado internacional.

Pensar e discutir a inserção da mulher no comércio internacional é uma pauta estratégica da presidência brasileira do G20. O Grupo de Trabalho de Comércio e Investimentos vem debatendo a questão com a intenção de contribuir para expandir as oportunidades de desenvolvimento para setores da sociedade com pouca participação, como é o caso das mulheres. E, desse modo, acelerar o progresso rumo a um comércio inclusivo e justo.

O grupo é coordenado pelos ministérios das Relações Exteriores (MRE) e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e, ao final do ano, a expectativa do GT é lançar uma compilação do G20 com as melhores práticas para aumentar a participação das mulheres no comércio internacional.

Portal G20
Mulheres enfrentam mais dificuldades para empreender e participar do comércio internacional (g20.org)

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SC lidera ranking nacional de participação da indústria no mercado de trabalho

Mulheres somam 33,3% da força de trabalho na indústria catarinense, maior percentual entre os estados; desemprego e informalidade são os menores do país

A celebração do Dia do Trabalho neste dia 1º de maio traz reflexões sobre o futuro do emprego. Santa Catarina se coloca numa posição diferenciada na geração de postos de trabalho, com baixos índices de desemprego e as menores taxas de informalidade do país. Segundo os dados mais recentes do Ministério do Trabalho, a indústria de Santa Catarina é responsável por 33,5% do total de empregos no estado, de um total de 893.149 postos de trabalho. Análise do Observatório FIESC, aponta que SC conta com a maior participação de empregos na indústria na comparação com os demais estados.

O presidente da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Mario Cezar de Aguiar, ressalta que entre os setores que mais empregam estão os segmentos têxtil, de confecções, couro e calçados, de alimentos e bebidas, de construção e de madeira e móveis.

“A participação do setor na geração de empregos coloca a indústria de Santa Catarina em uma posição de destaque em relação ao cenário de oportunidades, demonstrando compromisso contínuo com o desenvolvimento. Temos uma indústria diversificada e com uma distribuição muito equilibrada em todo o território, que oferece ótimas possibilidades de carreira” afirma. Por isso, a FIESC lançou o movimento Trabalhe na Indústria, que chama atenção para essas oportunidades (saiba mais em trabalhenaindustria.com.br).

O estudo do Ministério aponta ainda que o estado tem a menor taxa de desemprego do país, de 3,2%. A informalidade também é a menor do Brasil, alcançando 27,6%.

A participação das mulheres na indústria catarinense também é destaque, com total de 297.003 pessoas do gênero feminino trabalhando no setor. Isso representa 33,3% dos empregos industriais no estado, a maior participação entre todas as unidades da federação.

“Esses números não refletem apenas o vigor econômico da indústria de Santa Catarina, mas também destacam a importância da igualdade de gênero no mercado de trabalho, especialmente em setores historicamente dominados por homens”, aponta Camila Morais, economista do Observatório FIESC.

Para o presidente da entidade, o Dia do Trabalho traz a oportunidade de refletir sobre o futuro do emprego na indústria, diante de desafios como a descarbonização e a inteligência artificial, e como esses fatores vão impactar o mercado de trabalho. “A FIESC está atenta às demandas da indústria, para oferecer soluções que apoiem a competitividade do setor, mantendo-o cada vez mais atrativo para as novas gerações. O SENAI e o SESI têm um papel essencial nesse sentido, contribuindo para promover um ambiente de trabalho seguro e saudável e também para capacitar os novos profissionais para inovar”, avalia Aguiar.

Sobre o feriado
O 1º de maio é celebrado internacionalmente como o Dia do Trabalho em 157 países, desde as manifestações em 1886 em Chicago por uma jornada de trabalho de oito horas. No Brasil, é feriado nacional desde 1925. Nos EUA, onde o movimento originou a data, o Dia do Trabalho é na primeira segunda-feira de setembro.

Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina – FIESC
Gerência de Comunicação Institucional e Relações Públicas

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