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Governo descarta adoção de moeda comum no BRICS, mas quer reduzir dependência do dólar

O Brasil não proporá uma moeda comum para o BRICS em 2025, mas aposta em reduzir a dependência do dólar.

O governo brasileiro não pretende utilizar sua presidência do BRICS em 2025 para propor a adoção de uma moeda comum entre os países-membros. Em vez disso, o foco estará na interligação dos sistemas de pagamento entre as nações do bloco, com o objetivo de fomentar o comércio, estimular investimentos e ampliar o uso de moedas locais como alternativa ao dólar.

A informação foi confirmada por quatro fontes do governo, que destacam a importância da redução de custos e maior eficiência nas transações internacionais.

Alternativas à moeda única

Bandeiras dos Brics em uma mesa de escretório
Imagem: William Potter/shutterstock.com

Apesar das especulações sobre a criação de uma moeda comum para o BRICS, todas as fontes consultadas afirmaram que essa possibilidade nunca esteve oficialmente em discussão nas reuniões técnicas do grupo. Os países que compõem o bloco são Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Indonésia.

A discussão sobre alternativas ao dólar ganhou força especialmente após as sanções ocidentais à Rússia, em resposta à guerra na Ucrânia. O interesse do BRICS está em criar um sistema que permita transações em moedas locais de forma mais eficiente e menos onerosa.

O papel do Brasil na presença do BRICS

O Brasil busca promover avanços na digitalização financeira e na interconexão entre sistemas de pagamentos. O Banco Central e o Ministério da Fazenda têm debatido propostas para reduzir a dependência do dólar sem criar embates diretos com os Estados Unidos, especialmente considerando a postura do presidente Donald Trump, que já demonstrou resistência a qualquer iniciativa que enfraqueça o papel da moeda americana.

A expectativa é que a estratégia brasileira seja apresentada na próxima reunião do BRICS, que ocorrerá na África do Sul, paralelamente às reuniões do G20. O Brasil pretende sugerir o uso de novas tecnologias, como blockchain, para tornar os pagamentos transfronteiriços mais baratos e eficientes.

Como funcionaria um sistema de pagamentos interligado?

A interconexão dos sistemas de pagamento entre os países do BRICS poderia seguir o modelo do Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML), já adotado pelo Brasil em relação à Argentina, Uruguai e Paraguai. Esse sistema permite transações diretas em reais, eliminando a necessidade do dólar como moeda intermediária. No entanto, ele ainda apresenta desafios, como o prazo de liquidação de três dias útis e uma adoção limitada pelos agentes econômicos.

Com a ascensão de sistemas de pagamentos instantâneos, como o Pix, o Brasil acredita que é possível modernizar as transações internacionais. O próprio presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, destacou que a programabilidade do Pix pode facilitar sua integração com outros sistemas internacionais.

Repercussão e desafios políticos

bandeiras de países do Brics
Imagem: Oleg Elkov / Shutterstock

A iniciativa do Brasil é vista como um movimento estratégico para fortalecer o BRICS sem criar tensões desnecessárias. O governo evita antagonizar os Estados Unidos ao apresentar a proposta como um meio de redução de custos e eficiência, e não como uma tentativa de desdolarização da economia global.

Contudo, Trump já sinalizou que poderia retaliar países do BRICS que reduzam sua dependência do dólar. Ele ameaçou impor tarifas de até 100% sobre esses países caso avançassem com planos de substituição da moeda americana em suas transações internacionais.

Considerações finais

O Brasil não pretende propor a criação de uma moeda comum para o BRICS, mas sim facilitar o uso das moedas locais nos comércios bilaterais do bloco. A interconexão dos sistemas de pagamento, aliada à adoção de novas tecnologias, pode representar um avanço significativo na redução da dependência do dólar. O desafio estará em equilibrar essas mudanças sem gerar conflitos geopolíticos, principalmente com os Estados Unidos.

FONTE:
Brasil rejeita moeda do BRICS e reduz dependência do dólar

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Informação, Inovação, Notícias, Pessoas, Social, Tecnologia

Veja quem a OEA entrevistou durante visita ao Brasil para avaliar “liberdade de expressão”

Pedro Vaca Villarreal, relator especial da OEA (Organização dos Estados Americanos) para a Liberdade de Expressão, realizou uma visita ao Brasil entre os dias 9 e 14 de fevereiro de 2025.

O intuito dessa visita foi analisar a situação atual da liberdade de expressão no país, após denúncias de possíveis violações relatadas por congressistas de oposição à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH).

Durante sua estadia, Vaca se reuniu com diversas autoridades e representantes do governo, bem como membros da oposição e da sociedade civil. A agenda incluiu encontros com figuras proeminentes no cenário político brasileiro, como ministros do governo, lideranças do Supremo Tribunal Federal (STF) e representantes da Polícia Federal.

Quem foram os participantes das reuniões com a OEA?

A visita de Vaca contou com uma série de reuniões de alto nível, começando com a Secom (Secretaria de Comunicação Social) do governo federal. Durante essa reunião, foi discutida a questão das “narrativas e informações falsas” que teriam alimentado os acontecimentos de janeiro de 2023. Vaca também recebeu um relatório do Ministério dos Direitos Humanos, que sugeria formas de enfrentar o discurso de ódio e o extremismo no Brasil.

Outro ponto chave da agenda foram os encontros com importantes figuras do STF, como Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, nos quais foram abordados temas de politização e ataques às instituições brasileiras. Alexandre de Moraes é uma figura central no Judiciário brasileiro, muitas vezes associada à defesa das instituições democráticas e ao combate à desinformação.

Qual foi a posição das outras entidades em relação à visita da OEA?

Congressistas da oposição, como Bia Kicis e Carla Zambelli, aproveitaram a oportunidade para relatar ao relator da OEA os “abusos de autoridade” que alegam serem cometidos pelos ministros do STF. Também foi mencionada a falta de transparência nos inquéritos onde estão envolvidos e a suspensão de suas contas nas redes sociais. Reunião similares com a Polícia Federal forneceram vídeos e detalhes relacionados ao inquérito de 8 de janeiro.

Além das autoridades políticas, Vaca se encontrou com a ONG Minha Criança Trans no Rio de Janeiro, o que ressalta a abrangência das suas audiências, incluindo questões de grupos minoritários e direitos humanos.

Quais foram as conclusões preliminares?

Ao final de sua visita, Vaca manifestou que havia recebido um grande número de “histórias e relatórios”, o que exigiria uma análise cuidadosa antes de emitir um posicionamento final. Ele planeja compilar suas percepções em um relatório abrangente que será apresentado pela CIDH, trazendo luz às questões de liberdade de expressão no Brasil.

Pedro Vaca também se reuniu com representantes de outros ministérios brasileiros, reforçando o compromisso do país com os direitos humanos, em especial a liberdade de expressão. A defesa desse direito é crucial em um contexto onde a desinformação e o discurso de ódio frequentemente são temas de debate público.

Com o retorno à OEA, as atenções se voltam agora para a elaboração do relatório final da CIDH. Espera-se que o documento traga recomendações específicas para garantir e aperfeiçoar a liberdade de expressão no Brasil, refletindo as percepções de Vaca e as informações coletadas. Este relatório poderá influenciar políticas públicas e fomentar um diálogo mais amplo envolvendo todos os setores da sociedade brasileira.

FONTE: Terra Brasil Noticias
Veja quem a OEA entrevistou durante visita ao Brasil para avaliar “liberdade de expressão” – Terra Brasil Notícias

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agricultura, Agronegócio, Importação, Informação

Entregas de fertilizante cresceram 5,5% em novembro de 2024

A Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) informa que as entregas de fertilizantes ao mercado brasileiro encerraram o mês de novembro de 2024 com 4,21 milhões de toneladas, registrando crescimento de 5,5% em relação as 3,99 milhões de toneladas do mesmo mês de 2023.

No acumulado de janeiro a novembro, foram 42 milhões de toneladas, com queda de 0,5% em relação as 42,21 milhões de toneladas.

O Estado de Mato Grosso, líder nas entregas ao mercado, concentra o maior volume no período analisado (20,8%), atingindo 8,74 milhões de toneladas. Seguem-se o Rio Grande do Sul (4,88 milhões), Paraná (4,64 milhões), São Paulo (4,50 milhões), Minas Gerais (4,23 milhões), Goiás (3,96 milhões) e Bahia (2,87 milhões).

Produção nacional

A produção nacional de fertilizantes intermediários em novembro de 2024 foi de 621 mil toneladas, representando crescimento de 1% ante o mesmo mês de 2023. No acumulado de janeiro a novembro, foram 6,61 milhões de toneladas, com crescimento de 3,5% na comparação com as 6,39 milhões de toneladas do mesmo período do ano anterior.

Importações

As importações de fertilizantes intermediários alcançaram no mês de novembro de 2024 a quantidade de 4,41 milhões toneladas, indicando aumento de 10,3% em relação ao mesmo mês de 2023, quando se registraram 3,99 milhões. No acumulado de janeiro a novembro, o total importado foi de 37,90 milhões de toneladas, 6,5% a mais do que no mesmo período de 2023, quando ingressaram 35,58 milhões.

Pelo porto de Paranaguá, principal porta de entrada dos fertilizantes, foram importadas 9,35 milhões de toneladas, indicando um crescimento de 10,6% ante 2023. Nesse ano foram descarregadas 8,45 milhões de toneladas no terminal, representando 24,7% do total importado por todos os portos (fonte: Siacesp/MDIC).

Fonte:  Noticias Agrícolas
ANDA: Entregas de fertilizante cresceram 5,5% em novembro de 2024 – Notícias Agrícolas

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Comércio Exterior, Exportação, Importação, Informação, Logística

Brasil fatura US$ 19,3 milhões em janeiro com exportações de ovos férteis e pintinhos de 1 dia

Levantamentos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) apontaram que asexportações de genética avícola (incluindo ovos férteis e pintos de 01 dia) totalizaram 2.139 toneladas em janeiro, saldo 13,4% menor em relação ao mesmo período do ano passado, com 2.470.

A receita de exportações de janeiro chegou a US$ 19,233 milhões, saldo 0,8% menor em relação ao registrado no ano anterior, com US$ 19,391 milhões.

Principal destino das exportações, o México importou 898 toneladas de genética avícola brasileira em janeiro, número 13% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior.  Em seguida vieram Senegal, com 455 toneladas (-3%), Paraguai, com 338 toneladas (+97%), Venezuela, com 186 toneladas (+289%) e Colômbia, com 73 toneladas (+181%).

“Apesar da retração pontual no mês, vemos forte demanda de países que são tradicionais importadores da genética brasileira, como México, Paraguai e Venezuela. É esperado que o fluxo siga demandante por país nos próximos meses”, avalia o presidente da ABPA, Ricardo Santin.

Fonte: Band 
Veja quanto o Brasil fatura com exportações de ovos férteis e pintinhos de 1 dia | Band

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Comércio Exterior, Exportação, Importação, Industria, Informação, Logística, Notícias

Importações via contêineres da China crescem 30,7% em 2024

Dados recém-divulgados pela Datamar sobre a movimentação brasileira de contêineres do ano completo de 2024 apontam que as importações brasileiras para a China cresceram 30,7% no ano passado, enquanto as exportações registraram uma leve alta de 2,7%.

A China segue como principal parceira comercial do Brasil, tanto para importações como para exportações. Quase 50% das importações brasileiras são originárias da China. Foram 1.595.302 TEUs importados em 2024 contra 1.220.337 TEUs em 2024. Para efeito de comparação, as importações brasileiras dos Estados Unidos, segundo maior parceiro comercial brasileiro, foram de 325.493 TEUs.

Confira abaixo um histórico das importações brasileiras da China. Os dados são do DataLiner:

Importações de contêineres para a China| Jan 2021 – Dez 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Os produtos que impulsionam esse aumento são: reatores, com um crescimento de quase 50%, equipamentos elétricos, que cresceram 21,7%, e veículos e peças automotivas, com um aumento notável de 103%.

Exportações

A China também é o principal destino das exportações brasileiras. No entanto, em 2024, o crescimento dos embarques foi modesto: 2,7%.

As carnes continuam sendo a mercadoria mais exportada ao país asiático, embora com uma queda de 4% nos volumes em relação a 2023. Os embarques de polpa de madeira também caíram: 2,7%. Em contrapartida, os embarques de algodão tiveram um aumento significativo de 10,8%.

Confira abaixo um histórico das exportações brasileiras para a China a partir de 2019. Os dados são do DataLiner:

Exportações para a Chin | Jan 2021 – Dez 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Perspectivas

E como deve ficar o comércio entre Brasil e EUA em 2025? A tendência é que continue crescendo, já que com a guerra comercial traçada entre China e Estados Unidos com a eleição de Donald Trump e o aumento das alíquotas de importação de produtos chineses em 10% anunciada no último dia 01, o país asiático deve buscar novos parceiros comerciais, aumentando as compras do Brasil.

FONTE: DatamarNews
DataLiner: Importações via contêineres da China crescem 30,7% em 2024 – DatamarNews

 

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Trump assina decreto de tarifas e usa etanol brasileiro como alvo

Em um movimento estratégico para reequilibrar a balança comercial, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira (13/2) uma série de tarifas recíprocas a serem impostas sobre países que aplicam altas taxas aos produtos americanos.

Este plano visa corrigir as disparidades de longa data no comércio internacional. A abordagem, denominada “Plano Justo e Recíproco“, busca tratar cada país de maneira individual, conforme declarou o Departamento de Comércio.

Trump destacou que o enfoque principal está em nivelar o campo de jogo das relações comerciais, garantindo que os Estados Unidos não sejam prejudicados por tarifas injustas impostas por outros países. Ele apontou que o desvio de mercadorias através de terceiros países, a fim de contornar tarifas, será alvo de medidas específicas.

Como as tarifas recíprocas podem impactar?

Tarifas – Créditos: depositphotos.com / tendo23

As tarifas recíprocas impostas pelos Estados Unidos implicam em uma série de mudanças significativas no comércio global. Uma dessas mudanças é a possibilidade de outros países serem estimulados a reduzir suas tarifas para manter boas relações comerciais com os EUA. Trump citou o exemplo da União Europeia, que diminuiu sua tarifa sobre produtos automotivos para 2,5%.

A Casa Branca não descartou a introdução de uma tarifa global fixa, indicando possíveis ajustes futuros nas políticas comerciais do país. Além disso, o impacto potencial dessas medidas inclui um aumento no número de empregos locais, embora o custo de vida possa experimentar um aumento moderado no curto prazo devido às tarifas adicionais.

Como o Brasil e a União Europeia se encaixam?

O Brasil foi especificamente mencionado no exemplo de desequilíbrio comercial com os Estados Unidos. A tarifa americana sobre o etanol é de apenas 2,5%, enquanto o Brasil impõe uma tarifa de 18% sobre o etanol importado dos EUA. Em 2024, os Estados Unidos importaram mais de US$ 200 milhões em etanol brasileiro, mas exportaram apenas US$ 52 milhões de etanol para o Brasil.

Outro exemplo destacado é a União Europeia, que exporta mariscos para os EUA enquanto proíbe a importação de mariscos de 48 estados americanos. Além disso, a União Europeia impõe uma tarifa de 10% sobre carros americanos, contrastando com a tarifa de 2,5% dos EUA sobre carros europeus. Essas disparidades ilustram o tipo de questões que o “Plano Justo e Recíproco” busca corrigir.

Quais são os próximos passos?

A estratégia de tarifas recíprocas ainda está em desenvolvimento, mas já representa uma mudança significativa na política comercial dos EUA. Autoridades destacaram que mais mudanças podem ser anunciadas à medida que o governo avalia práticas comerciais injustas de outros países.

As tarifas não monetárias, como testes rigorosos em produtos estrangeiros, também estão sob consideração. Trump mencionou especificamente medidas relacionadas a carros e produtos farmacêuticos, que poderão ser implementadas com o intuito de proteger a indústria americana e seus trabalhadores.

Embora o impacto total das tarifas recíprocas ainda esteja por se desenrolar, o memorando de Trump visa trazer maior equidade para os acordos comerciais dos EUA. A medida cano também sendo vista com certa cautela por parceiros comerciais, que observam atentamente os desenvolvimentos e possíveis ajustes nas suas próprias políticas tarifárias. Será crucial acompanhar como essas políticas afetarão o comércio internacional e as relações bilaterais nos anos vindouros.

FONTE: Terra Brasil Noticias
Trump assina decreto de tarifas e usa etanol brasileiro como alvo – Terra Brasil Notícias

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América Latina ‘some’ da lista de maiores superávits do Brasil

O Brasil fechou 2024 não somente com superávit comercial 25% abaixo que o do ano anterior, mas com menor contribuição dos vizinhos ao saldo.

A lista dos países que renderam os dez maiores superávits para o Brasil em 2024 não inclui nenhum país latino-americano. Em 2023 havia três: Argentina, Chile e México. Com os três países o saldo para o Brasil caiu porque as exportações diminuíram e as importações cresceram embaladas pela demanda interna.

Em 2024 a lista se mantém encabeçada pela China, embora com superávit menor, acompanhada por três países do Sudeste Asiático.

Um deles, Cingapura, país com cerca de 6 milhões de habitantes, vem com o terceiro maior superávit comercial para o Brasil, mantendo posição de 2023. Malásia, em nono, e Indonésia, em décimo, ficaram na lanterninha da lista dos dez maiores superávits de 2024, mas já marcaram presença no mesmo ranking no ano anterior, em posições trocadas entre si. Entre as novidades estão Egito e Irã, em sétimo e oitavo lugares em 2024. Em 2023 ficaram em 16º e 12º, respectivamente.

Num ano em que as exportações caíram 0,8% e as importações avançaram 9%, o superávit total da balança brasileira ficou em US$ 74,2 bilhões em 2024, contra US$ 98,9 bilhões em 2023.

A América do Sul, isoladamente, caiu de segunda para quarta maior fonte de superávit para o Brasil entre 2023 e 2024, superada por Oriente Médio e África – a Ásia liderou nos dois anos.

Entre os latino-americanos que saíram da lista dos dez maiores superávits, a Argentina, destino con tradicional para os manufaturados brasileiros, foi o que trouxe menos saldo para o Brasil no ano passado. O resultado positivo de US$ 4,71 bilhões em 2023 foi reduzido a US$ 201 milhões no ano passado. O desempenho fez o país cair do quarto maior superávit em 2023 para 60ª posição no ano passado. As exportações brasileiros aos argentinos caíram 17,6% em 2024 ante o ano anterior, enquanto as importações subiram 13,2%.

Uma explicação conjuntural para isso foi a exportação atípica de soja em 2023, que contribuiu para elevar os embarques ao país vizinho e não se repetiu no ano passado, lembra José Augusto de Castro, presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

Em razão da quebra de safra em seu território, os argentinos tiveram de importar o grão para honrar contratos de exportação. Em 2023 o Brasil vendeu à Argentina US$ 2 bilhões em soja, o que correspondeu a 12% do valor total embarcado naquele ano ao país. Em 2024 o embarque de soja voltou à normalidade e foi de apenas US$ 90 milhões. Já as importações brasileiras de produtos argentinos foram puxadas por automóveis.

O gráfico abaixo compara o comércio marítimo de contêineres entre Argentina e Brasil entre janeiro de 2021 e dezembro de 2024. Os dados vêm do DataLiner da Datamar.

Exportações e importações Argentina-Brasil | Jan 2021 – Dez 2024 | TEUs

Para Livio Ribeiro, sócio da BRCG e pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), a Argentina está passando ainda pelo seu grande choque de contração de renda. “Na verdade, definindo-se como um país muito mais pobre do que as pessoas vendiam. O nível de trocas comerciais está se adequando, ao menos no curto prazo, entre a Argentina e o resto do mundo e eles perdem participação na nossa pauta.”

Com o Chile, o superávit, de US$ 3,63 bilhões em 2023 caiu para U$ 1,71 bilhão no ano passado. O país caiu da sexta posição em 2023 para a 18ª. Nas exportações brasileiras para os chilenos o petróleo é o principal item, com fatia de 29%. A vendadas commodity somou US$ 1,92 bilhão em 2024 para o Chile, com recuo de 38% contra 2023, o que puxou a queda de 16,2% na exportação brasileira total ao país, em igual período. As importações origem Chile subiram 14,8% em 2024, influenciadas principalmente pelo cobre.

Nas trocas com o México o saldo encolheu de US$ 3 bilhões para US$ 2 bilhões de 2023 para 2024, o que fez o país cair do sétimo para o 15º maior superávit. O encolhimento de saldo resultou de queda de 9% nas exportações e aumento de 4% nas importações.

Também destino considerado interessante aos manufaturados brasileiros, o México importou US$ 715 milhões em automóveis do Brasil em 2024. Foi o principal produto vendido ao México, mas teve queda de 35% contra 2023. Já as partes e acessórios de veículos importados pelo Brasil cresceram 22,3% em igual período.

Welber Barral, sócio da BMJ e ex-secretário de Comércio Exterior, lembra que o Brasil tem acordo comercial antigo com o México, que trata principalmente do setor automotivo. “Existe uma proposta de expansão, para inclusão de mais produtos, mas um dos obstáculo é o protecionismo mexicano em relação à sua agricultura”, diz Barral.

Para ele, a política mais agressiva do presidente americano, Donald Trump, em relação ao países que integram o Acordo Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) -versão atualizada do Nafta negociada no primeiro mandato do presidente americano e que deve receber revisão em 2026 – pode despertar o interesse do México em voltar às negociações para ampliar o acordo comercial que tem com o Brasil. Seria uma oportunidade, embora a instabilidade comercial que as novas tarifas de Trump podem provocar seja “ruim para o mundo inteiro”, diz.

Para Ribeiro, o quadro de perda das exportações e de queda de superávit na troca com os países vizinhos faz parte de um processo que envolve a América Latina como um todo, de deslocamento do mercado cativo que o Brasil sempre teve em favor da China. “Isso é particularmente marcante em 2024, quando a China começou a acelerar seus embarques, principalmente no fim do ano, antecipando-se ao início da guerra comercial”, diz ele, referindo-se ao esperado acirramento do conflito comercial entre China e EUA.

Para saber as perspectivas disso, diz Ribeiro, é preciso “ver onde as coisas vão parar em 2025 e qual será o equilíbrio de comércio global deste ano”. “A pauta de 2024 foi afetada por algumas questões específicas, mas, de maneira geral, o Brasil continua sendo exatamente o mesmo em termos de ofertante de commodities, principalmente para a Ásia. Também tem oferta de alguns produtos industriais para os países das Américas, mas sendo deslocado pelos chineses.”

Mesmo tendo caído em 2024 em relação ao ano anterior, o saldo com a China em favor do Brasil é disparado o maior entre todos os parceiros: US$ 30,73 bilhões em 2024 contra US$ 51,15 bilhões em 2023. A queda aconteceu tanto por exportação, que somou US$ 94,4 bilhões em 2024, quase US$ 10 bilhões menos que em 2023. As importações também contribuíram, com alta de valor absoluto praticamente igual, saindo de US$ 53,2 bilhões em 2023 para US$ 63,6 bilhões no ano passado.

Os dados do governo mostram que a soja explica grande parte da queda das exportações rumo à China. Em 2023, com safra recorde de grãos, o Brasil vendeu aos chineses US$ 38,9 bilhões em soja. Em 2024, com produção agrícola menor no Brasil, foram US$ 31,5 bilhões. Os embarques de petróleo e minério de ferro ficaram praticamente estáveis.

Juntos, os três produtos somaram 75% de tudo o que a China comprou do Brasil em 2024.

O comportamento das cotações explica bastante do desempenho das commodities no ano passado. Os preços médios de exportação do petróleo bruto caíram 4,4% em 2024 contra o anterior. Os de minério de ferro recuaram 5,2%. Na soja, além da queda de produção em 2024, os preços despencaram 16,9%. O crescimento do PIB chinês ficou praticamente estável nos dois últimos anos, com alta de 5,2% em 2023 e de 5% em 2024.

Já o avanço da importação de itens chineses se explica pela demanda doméstica e pela estratégia do país asiático de direcionar a novos mercados o excesso de oferta enquanto enfrenta novas medidas protecionistas nos EUA e nos países europeus. Em 2024 os carros chineses aproveitaram tarifas mais favoráveis e se destacaram. Puxados por elétricos e híbridos, o Brasil importou US$ 3,1 bilhões em automóveis chineses em 2024, o triplo do valor de 2023.

Para Castro, o comércio com a China, parceiro que tradicionalmente rende superávits ao Brasil, e com outros países que em 2024 ficaram entre os maiores saldos, como Egito e Irã, refletem a forte venda de commodities. O produto mais embarcado pelo Brasil ao Egito em 2024 foi milho, seguido de açúcares e melaços. Para o Irã, a pauta de exportação foi dominada por milho, soja e farelo de soja.

Cingapura, que forneceu o terceiro maior superávit para o Brasil em 2023 e 2024, funciona como um ponto de reexportação, principalmente para a China e o restante da região do Sudeste Asiático. Holanda, em segundo lugar também nos dois anos, tem papel semelhante, mas em relação à UE.

Fonte: Valor Econômico
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Brasil e França assinam acordo de cooperação nas áreas portuária e aeroportuária em reunião no MPor

Encontro tratou sobre sustentabilidade ambiental e gestão portuária

O Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, se reuniu com representantes do governo francês e assinou acordo de cooperação entre os países. Na ocasião, também foram abordados assuntos relacionados à sustentabilidade e às boas práticas em gestão portuária.

Brasil e França mantêm uma relação de cooperação estratégica na área portuária, baseada no intercâmbio de conhecimento, investimentos e parcerias institucionais.

Para o ministro Silvio Costa Filho, o número de franceses querendo vir para o Brasil está aumentando. “Temos interesse em ampliar a agenda portuária Brasil/França. Hoje, grandes investidores franceses estão vindo investir no setor portuário do Brasil, a exemplo da CMA-CGM, que fez uma grande operação agora em São Paulo, com investimentos na ordem de € 2,5 bilhões de euros”, pontuou.

O ministro aproveitou para mencionar o processo para a primeira concessão hidroviária do país, referente à Hidrovia do Rio Paraguai. Com a iniciativa, a previsão é de um aumento expressivo na movimentação de cargas, podendo atingir entre 25 e 30 milhões de toneladas anuais até 2030.

O encontro também tratou do fortalecimento da cooperação bilateral de experiências em gestão, inovação e sustentabilidade. O Porto do Havre é referência em eficiência logística e práticas ambientais avançadas, sendo um modelo para iniciativas que buscam aprimorar a competitividade e a modernização dos portos brasileiros.

Na ocasião, o prefeito da cidade do Havre, Edouard Philppe, ressaltou que a França tem grande interesse no Brasil. “Estou aqui para compreender melhor quais são os projetos políticos do Brasil, para que possamos ser maiores parceiros e entender como podemos ter relações bilaterais mais próximas”, disse o prefeito da França, que também é presidente da AIVP, Associação Internacional de Cidades e Portos.

O prefeito ressaltou, ainda, a importância de considerar a questão da sustentabilidade nos portos e reiterou a necessária harmonia entre os centros urbanos e os ancoradouros. Sobre a temática, o ministro destacou importantes projetos em andamento no Ministério de Portos e Aeroportos, como a política de descarbonização no setor de transportes.

De acordo com Costa Filho, a parceria com a França pode contribuir para a melhoria da infraestrutura portuária no Brasil. “Estamos buscando novas soluções para tornar nossos portos mais eficientes e sustentáveis. E a troca de conhecimento com países que são referência no setor é fundamental para esse avanço”, destacou.

Assessoria Especial de Comunicação Social
FONTE: MPor
Brasil e França assinam acordo de cooperação nas áreas portuária e aeroportuária em reunião no MPor — Portos e Aeroportos

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Europa prende hackers russos que atacaram 9 empresas no Brasil

Uma ação coordenada pela Agência da União Europeia para a Cooperação Policial, também conhecida como Europol, resultou na prisão de quatro hackers russos que lideravam o grupo criminoso 8Base. As detenções foram divulgadas nesta terça-feira, 11. 

Esses indivíduos, todos de nacionalidade russa, são suspeitos de implantar uma variante do ransomware Phobos para extorquir pagamentos de alto valor de mais de 450 empresas em mais de 30 países, inclusive o Brasil. Confira as empresas brasileiras atacadas pelo grupo:

  • St. Nicholas School: escola internacional em São Paulo (SP);
  • Bring Solution: fabricação de aditivos de uso industrial em Cotia (SP);
  • Buddemeyer: indústria têxtil em São Bento do Sul (SC);
  • Sicoob: cooperativa de crédito em Brasília (DF);
  • Araújo e Policastro: escritório de advocacia em São Paulo (SP);
  • Conselho Superior da Justiça do Trabalho: repartição pública federal em Brasília (DF);
  • SINTTEL: Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações em Belo Horizonte (MG);
  • TTG Log: logística e transportes em Campo Grande (MS); e
  • CST: medicina do trabalho em Belo Horizonte (MG).

Hackers atacavam pequenas e médias empresas

Detectado pela primeira vez em dezembro de 2018, o ransomware Phobos é um vírus usado em ataques em grande escala contra empresas e organizações em todo o mundo. Ransomware é um tipo de vírus de computador malicioso que sequestra dados de uma pessoa ou empresa através de criptografia.

Diferentemente de vírus que preferem vitimar grandes corporações, o Phobos é dedicado a ataques de alto volume contra pequenas e médias empresas, que muitas vezes não possuem defesas cibernéticas adequadas.

Através da infraestrutura do Phobos, a quadrilha 8Base desenvolveu o próprio vírus ransomware para adaptar seus ataques e maximizar o impacto nas empresas afetadas.

O grupo se destacava por suas táticas agressivas de dupla extorsão: além de criptografar os dados das vítimas e cobrar resgate por eles, os criminosos também ameaçavam publicar informações roubadas caso o valor não fosse pago.

Fonte: Revista Oeste
Europa prende hackers russos que atacaram 9 empresas no Brasil

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EUA suspende ajuda internacional a programa de manejo florestal no Brasil

Donald Trump suspende toda a ajuda externa do país a programas internacionais

Nessa terça-feira (11) o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informou que a suspensão por 90 dias da ajuda internacional dos Estados Unidos no financiamento do Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios no Brasil não deve gerar impacto direto.

Os Estados Unidos da América, através da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAid), financiava o programa, contudo, após decreto assinado pelo presidente Donald Trump toda a ajuda externa do país a programas internacionais foi suspensa.

EUA suspende ajuda internacional a programa de manejo florestal no Brasil
Foto: Divulgação

Após a taxação de 25% sobre o aço e o alumínio brasileiro, Trump determinou a suspensão provisória de todos os projetos internacionais. O Ibama foi informado da suspensão do financiamento via e-mail. O Programa de Manejo Florestal e Prevenção de Incêndios existe desde 2021, após parceria entre os dois países.

De acordo com o Ibama, existiam ainda encontros e reuniões marcadas com o Serviço Florestal dos Estados Unidos, que era a parte executora da parceria. O instituto informou que esses encontros serão avaliados e remarcados.

Ao assinar o decreto Donald Trump alegou que a ajuda financeira dos EUA a iniciativas externas “desestabiliza a paz mundial”, pois promove ideias contrárias a relações estáveis e harmoniosas, tanto internamente quanto entre diferentes países.

FONTE: Guararema News
EUA suspende ajuda internacional a programa de manejo florestal no Brasil – Guararema News

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