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Comércio Exterior, Economia, Exportação, Gestão, Informação

Justiça suspende cobrança de taxa sobre grãos exportados exigida pelo Maranhão

Os contribuintes obtiveram uma primeira vitória na Justiça para derrubar a cobrança de uma nova taxa sobre grãos voltados à exportação instituída pelo governo do Maranhão.

A Terrus S.A. e outras duas empresas do grupo, pertencentes ao empresário Ricardo Faria, conseguiram uma liminar para deixar de recolher a Contribuição Especial de Grãos (CEG), instituída pela Lei Estadual nº 12.428/2024.

A legislação se ancora em um “jabuti” da reforma tributária (Emenda Constitucional nº 132, de 2023), incluído às vésperas da votação. O percentual aplicado é de 1,8% por tonelada sobre toda a soja, milho, milheto e sorgo que entram e circulam no Estado. É a primeira decisão favorável às empresas que se tem notícia.

Ao menos oito ações já tramitam no Judiciário, inclusive coletivas, mas ainda não houve julgamento ou o entendimento foi desfavorável. Na ação movida pela ALZ Grãos S.A., a liminar foi indeferida e o caso foi extinto por questões processuais (processo nº 0812391-24.2025.8.10.0001).

A CEG começou a ser cobrada no início deste ano. Ela tem aumentado os custos e criado empecilhos logísticos para empresas do agronegócio, que trabalham com margens apertadas. Segundo a Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Maranhão (Aprosoja-MA), a cobrança pode gerar prejuízo de 12% a 15% aos produtores e um custo anual de R$ 269 milhões. Alguns contribuintes precisam gastar até R$ 1 milhão por mês. No caso da Terrus, o prejuízo foi cerca de R$ 300 mil.

O principal problema, segundo tributaristas, é que a taxa é cobrada até de contribuintes que não residem no Maranhão, pois é exigida na entrada de caminhões no Estado. Advogados alegam que a lei contraria a imunidade tributária da Constituição Federal dada a produtos exportados.

O tributo foi instituído com base no artigo 136 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), criado pela reforma. Ele permite que os Estados instituam tributos sobre produtos primários ou semielaborados. Mas há um requisito: é preciso que já houvesse uma contribuição similar destinada a fundos para investimentos em obras de infraestrutura e habitação antes de 30 de abril de 2023.

Para a juíza do caso, Teresa Cristina De Carvalho Pereira Mendes, 1ª Vara da Fazenda Pública de São Luís, há “sérios indícios de inconstitucionalidade formal e material” da lei maranhense. Isso porque, segundo ela, não se pode admitir a criação de imposto com base de incidência ou alíquota mais ampla que a contribuição anterior.

A magistrada também entendeu que o Estado não pode criar um tributo que incide sobre exportação, “em frontal colisão com o princípio da imunidade tributária” e que o dispositivo “não observa os requisitos temporais e estruturais fixados pela norma constitucional que lhe daria sustentação” (processo nº 0823631-10.2025.8.10.0001).

“A urgência é manifesta, pois a cada novo ingresso de caminhões no Estado do Maranhão é exigido o recolhimento da CEG, sob pena de retenção dos veículos, gerando graves prejuízos operacionais, logísticos e econômicos”, diz. Para cada dia que a liminar não é cumprida, aplica-se multa de R$ 1 mil.

Na ação, a Terrus defende que o Maranhão não tinha fundo regularmente financiado por uma contribuição equivalente, portanto, não respeitou os requisitos do artigo 136 do ADCT previsto na reforma tributária.

Diz ainda que a CEG promove uma substituição “disfarçada” da extinta Taxa de Fiscalização de Transporte de Grãos (TFTG), cuja validade é questionada no Supremo Tribunal Federal (STF) e há parecer favorável aos contribuintes da Procuradoria-Geral da República (ADI 7407).

Outro argumento é que a nova contribuição fere a isonomia, pois prejudica apenas o setor do agronegócio. E que uma tarifa similar foi instituída pelo Tocantins, antes da EC nº 132/2023, mas ela foi declarada inconstitucional pelo STF, em março do ano passado (ADI 6365).

Já o Estado do Maranhão defende, nos autos, que a medida está ancorada no artigo 136 do ADCT e que o valor arrecadado será para o Fundo de Desenvolvimento Industrial do Maranhão, para investimentos e custeio da infraestrutura rodoviária estadual. Ou seja, que o próprio agronegócio se beneficiaria da medida. Procurado pelo Valor, o governo não deu retorno até o fechamento da edição.

O tributarista Guilherme Guimarães Oliveira, sócio do Abreu, Oliveira e Naue (AON) Advogados e que atua na ação da Terrus, defende que a nova cobrança é similar a TFTG, criada em 2022, que incidia sobre os mesmos grãos, mas limitada ao transporte e destinada a um fundo para investimentos em rodovias. “A lei foi instituída sem existir a competência do Estado para tal”, diz.

A exigência do tributo sobre a carga que entra no Estado tem prejudicado empresas que não são da região e precisam usar o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), um dos principais pontos de escoamento para o mercado externo. “Eles estão sendo obrigados a pagar a contribuição pelo simples fato de usar essa rota e os postos fiscais têm parado caminhão a caminhão exigindo a CEG como condição para continuar viagem”, afirma.

A preocupação é que a taxa seja criada por outros Estados. O Pará criou um tributo semelhante após a reforma tributária, mas o revogou. De acordo com o tributarista Fabio Calcini, sócio do Brasil Salomão e Matthes Advocacia, o Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Tocantins criaram contribuição facultativa no passado e poderiam se beneficiar da previsão do artigo 136 da EC nº 132. “O Maranhão vem de forma precursora e cria a CEG, mas não cumpre as condições e requisitos do artigo”, diz.

Calcini, que atua pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) em outro caso, afirma que há “inúmeros vícios” na lei maranhense. “A cobrança anterior era uma taxa e não uma contribuição e não tinha por objetivo destinar valores a habitação, que é a exigência constitucional”, diz.

Para o tributarista, mesmo que se respeitasse os requisitos, o artigo é inconstitucional, pois é um jabuti. “Não tinha nada a ver com a reforma sobre o consumo. Foi inserido no apagar das luzes e sem debate democrático.”

Fonte: Globo Rural
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Safra de soja: Brasil dispara e Argentina revisa para baixo; saiba os detalhes

Além das novas projeções para a soja, o mercado acompanha de perto o impacto do clima na produção, as exportações chinesas e os estoques globais

A semana foi de poucas novidades para o mercado de soja, tanto no Brasil quanto no exterior. O relatório de março do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) teve pouco impacto no mercado. No Brasil, a colheita avança e a safra recorde se consolida. Já na Argentina, as entidades revisam para baixo a projeção de produção. O USDA indicou que a safra norte-americana de soja deve alcançar 4,366 bilhões de bushels em 2024/25, o equivalente a 118,82 milhões de toneladas. A produtividade foi estimada em 50,7 bushels por acre, mantendo os números de fevereiro.

Os estoques finais estão projetados em 380 milhões de bushels (10,34 milhões de toneladas), ligeiramente abaixo da expectativa do mercado de 381 milhões de bushels (10,37 milhões de toneladas). A previsão de esmagamento foi mantida em 2,410 bilhões de bushels, assim como as exportações, que permanecem em 1,825 bilhões de bushels.

Cenário global

No cenário global, a safra mundial de soja em 2024/25 foi estimada em 420,76 milhões de toneladas, repetindo o número de fevereiro. Para 2023/24, a previsão segue em 394,97 milhões de toneladas.

Os estoques finais globais para 2024/25 foram projetados em 121,41 milhões de toneladas, abaixo da estimativa do mercado de 124,2 milhões de toneladas e da previsão anterior de 124,3 milhões. Para a temporada 2023/24, os estoques finais devem ficar em 112,5 milhões de toneladas.

Brasil e Argentina

Para o Brasil, o USDA manteve as projeções em 153 milhões de toneladas para 2023/24 e em 169 milhões para 2024/25, enquanto o mercado esperava um ajuste para 169,3 milhões de toneladas nesta última previsão. Já para a Argentina, a estimativa de produção para 2023/24 permaneceu em 48,21 milhões de toneladas, enquanto a projeção para 2024/25 ficou em 49 milhões de toneladas, um número acima da expectativa do mercado de 48,6 milhões. As importações chinesas de soja para 2023/24 foram mantidas em 112 milhões de toneladas. Para a temporada seguinte, a previsão segue em 109 milhões de toneladas.

Conab eleva estimativa para o Brasil

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para cima a projeção da safra brasileira de soja para 167,37 milhões de toneladas em 2024/25, um aumento de 13,3% em relação à temporada anterior, que registrou 147,72 milhões de toneladas. A estimativa faz parte do 6º levantamento de acompanhamento da safra brasileira de grãos Em fevereiro, a Conab havia estimado a safra em 166 milhões de toneladas. A área plantada no Brasil foi estimada em 47,45 milhões de hectares, um crescimento de 2,8% em comparação com os 46,15 milhões de hectares cultivados na temporada passada. A produtividade foi calculada em 3.527 quilos por hectare, contra 3.201 quilos por hectare em 2023/24, representando um avanço de 10,2%.

A soja na Argentina

Na Argentina, a Bolsa de Comércio de Rosário reduziu a expectativa de safra para 46,5 milhões de toneladas, abaixo da projeção anterior de 47,5 milhões de toneladas. A revisão foi motivada pelas condições climáticas desfavoráveis, principalmente a falta de chuvas em importantes regiões produtoras.

Com esses números, o mercado segue atento à evolução das colheitas e às próximas projeções, que poderão influenciar os preços e a dinâmica do comércio global de soja.

FONTE: Canal Rural
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Brasil eleva previsão recorde de safra apesar da seca no Rio Grande do Sul

Com forte produtividade da soja, CONAB eleva estimativa de safra de grãos para 328 milhões de toneladas

Com uma safra de verão mais forte do que o esperado, principalmente para a soja, a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) elevou sua previsão de produção para a safra 2024/25. A agência, que há vários meses previa safras recordes, agora espera que o Brasil produza 328,3 milhões de toneladas de grãos e fibras nesta temporada. Este número é 2,6 milhões de toneladas maior do que a estimativa anterior de fevereiro.

A previsão divulgada pela Conab nesta quinta-feira (13) é 10,3% maior, ou 30,6 milhões de toneladas a mais, do que o total colhido na safra 2023/24. O aumento reflete tanto a expansão da área plantada, que chegará a 81,6 milhões de hectares, quanto a melhora da produtividade média, estimada pela estatal em 4.023 quilos por hectare.

A produção de soja, cultura mais expressiva na safra de verão, deve crescer 13,3% em relação ao ciclo 2023/24, atingindo 167,4 milhões de toneladas. Os rendimentos da oleaginosa superaram as expectativas iniciais nos principais estados produtores, como Mato Grosso, Goiás e Minas Gerais.

A colheita inicialmente progrediu lentamente devido a atrasos no plantio e chuvas acima da média em janeiro, observou a Conab. No entanto, as chuvas diminuíram em fevereiro, permitindo que o trabalho de campo acelerasse. Até esta semana, 60,9% da safra de soja já havia sido colhida, taxa superior à do mesmo período da temporada passada e acima da média de cinco anos.

O aumento significativo na projeção geral de safra do Brasil ocorre apesar da piora das condições nos campos de soja no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso do Sul, onde a seca afetou a produtividade. Os baixos níveis de umidade restringiram a produtividade da soja, conforme relatado pelo Valor no início desta semana.

No Rio Grande do Sul, além da falta de chuvas, os campos de soja enfrentaram ondas de calor nas últimas duas semanas, exacerbando as perdas de safra. A Conab reduziu sua estimativa de colheita de soja para o estado de 18,5 milhões de toneladas para 17 milhões de toneladas, um corte de quase 10% entre os relatórios de fevereiro e março. A produtividade estimada também foi reduzida em 7,5%, para 2.495 quilos por hectare. A nova previsão é 16,2% menor do que a projeção inicial da agência.

Para a safra nacional de milho, a Conab projeta agora 124,9 milhões de toneladas, um aumento de 8,3% em relação ao ciclo 2023/24.

A colheita da soja dita o ritmo de plantio do milho segunda safra, que já cobre 83,1% da área projetada. Embora esse número seja menor do que no mesmo período da temporada passada, ele permanece acima da média de cinco anos.

Em relação à segunda safra de milho, a CONAB espera um aumento de 1,9% na área plantada, chegando a 16,75 milhões de hectares. Com condições climáticas favoráveis, a produção deve chegar a 95,5 milhões de toneladas, um aumento de 5,8% em relação a 2023/24.

Esse forte desempenho levou a uma estimativa geral mais alta para a produção total de milho do Brasil, que também inclui uma terceira safra de 2,4 milhões de toneladas. Com isso, a produção total deve chegar a 122,8 milhões de toneladas, representando um aumento de 6,1% em relação à safra passada.

A Conab também elevou sua estimativa de produção de arroz em 14,3%, para 12,1 milhões de toneladas. Esse aumento é atribuído a uma expansão de 6,5% na área plantada, que hoje totaliza 1,7 milhão de hectares. Além disso, as condições climáticas favoráveis apoiaram a cultura, aumentando a produtividade média esperada em 7,3%, para 7.063 quilos por hectare.

“O progresso da colheita está à frente da safra passada em quase todos os principais estados produtores, com exceção do Tocantins, onde o ritmo é um pouco mais lento do que no ciclo anterior”, afirmou a CONAB em seu relatório.

Outra cultura básica, o feijão, deve ter um modesto aumento de 1,5% na produção total para a temporada 2024/25, atingindo 3,29 milhões de toneladas. Este resultado é influenciado principalmente por uma ligeira melhora na produtividade média, já que a área total destinada ao cultivo de feijão permanece quase inalterada, disse a empresa.

Para o algodão, a expansão da área plantada – estimada em cerca de 2 milhões de hectares – deve gerar um aumento de 3,3% na produção. A Conab prevê fortes rendimentos médios, potencialmente marcando a terceira maior produtividade da série histórica, atrás apenas dos dois últimos ciclos. Nesse cenário, o Brasil deve produzir 3,82 milhões de toneladas de algodão em pluma, segundo a empresa.

Quanto às safras de inverno, a Conab manteve sua estimativa de produção de trigo em 9,12 milhões de toneladas, com base apenas nas intenções de plantio dos agricultores nesta fase.

FONTE: Valor Internacional
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Brasil pode ocupar espaço dos EUA no comércio com a China

Exportações de grãos, soja e milho, e de proteínas devem ser beneficiadas com a guerra comercial entre os países

Relatório do Itaú BBA confirma que o Brasil poderá ser beneficiado na guerra comercial entre Estados Unidos e China, agravada desde a posse do presidente americano Donald Trump, no dia 20 de janeiro. De acordo com relatório dos analistas Gustavo Troyano e Bruno Tomazetto, o enfrentamento tributário entre as duas nações deverá provocar pressão descendente sobre as exportações agrícolas dos EUA, ajustes de preços no mercado global de grãos e proteínas e redirecionamento da oferta.

Ao mesmo tempo em que o cenário favorece a ampliação de presença do agro nacional no mercado chinês, há possibilidade de elevação de preços dos grãos no Brasil. Por fim, o estudo indica eventual aumento da volatilidade do mercado de commodities em meio à escalada de tarifas.

Proteínas e grãos

Proteínas, principalmente carne bovina, grãos, com destaque para soja e milho, são os setores com potencial para ocupar o espaço aberto pela perda de competitividade dos exportadores americanos.

Em resposta à medidas comerciais determinadas por Trump, Pequim anunciou aumento nas tarifas de importação sobre produtos agrícolas americanos. As novas tarifas incluem um aumento de 15% em aves, trigo, milho e algodão, e um aumento de 10% para carne bovina, suína, soja, sorgo, laticínios, frutos do mar, entre outros. As medidas entrarão em vigor a partir da próxima segunda-feira, dia 10.

“A mudança na demanda deve reforçar a posição do Brasil como um fornecedor-chave de grãos e carne para a China, mas também pode aumentar a volatilidade dos preços nos mercados agrícolas globais, particularmente à medida que os exportadores dos EUA buscam destinos alternativos”, diz o relatório.

Assim, em contrapartida ao ganho adicional no mercado de proteínas, haveria aumento de custos de ração, repetindo fenômeno ocorrido em 2018, durante o primeiro mandato de Trump, quando o presidente americano deu início ao confronto comercial. “O prêmio dos grãos brasileiros pode aumentar devido ao aumento da demanda da China, tornando os custos da ração mais caros para os produtores locais de proteína”, explica o texto.

Percentuais de participação

Atualmente, a China é o destino de 50% das exportações de soja dos Estados Unidos. A China importa 90% do consumo doméstico da oleaginosa, com o país da América Norte sendo responsável por 23% desse abastecimento. Outro produto negociado entre os dois países é algodão, com a nação asiática absorvendo 37% do total embarcado pelos EUA.

Conforme o relatório, em escala global, 17%, 10% e 2% do fluxo comercial de soja, algodão e carne bovina está concentrado entre as exportações dos EUA enviadas para a China, sugerindo potenciais ventos favoráveis para grandes exportadores secundários.

Nesses produtos, o Brasil representa quase 60%, 30% e 25% da produção global total e 40%, 15% e 20% das exportações globais totais. Atualmente, as exportações brasileiras para a China nessas categorias respondem por 70%, 35% e 50% das exportações totais e 70%, 40% e 45% das importações chinesas em 2024.

Em Porto Alegre

Itaú BBA cita as empresas SLC, com sede em Porto Alegre, e BrasilAgro como os principais players brasileiros beneficiados no contexto. A guerra comercial afasta ainda, conforme o estudo, a possibilidade de a China suspender embarques de soja brasileira em razão de restrições sanitárias.

“O cenário macro não parece ideal para uma proibição generalizada de importações chinesas do Brasil, como algumas notícias apontaram há um mês, e qualquer medida deve ser abordada com cautela em meio a incertezas relacionadas ao risco de sanções no relacionamento comercial entre os EUA e a China”, escrevem os analistas.

Lançadas em janeiro, as investigações chinesas sobre a produção de soja brasileira devem durar oito meses.

FONTE: .Correio do Povo
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A China está encerrando seu período como grande importadora global de grãos?

China dá, China tira.
Exportadores agrícolas ao redor do mundo conhecem bem essa realidade, pois podem prosperar ou fracassar dependendo dos hábitos de demanda, às vezes imprevisíveis, do país asiático.

Em relação ao consumo, os estoques chineses de milho e trigo em 2024-25 devem atingir os menores níveis em cerca de uma década. No entanto, isso não está se traduzindo na oportunidade que muitos fornecedores globais de grãos poderiam esperar.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) cortou drasticamente as previsões de importação de grãos da China para 2024-25 nesta terça-feira, o que não chega a ser uma surpresa, dado o recente recuo do país no mercado.

A agência agora estima as importações chinesas de milho e trigo em 10 milhões e 8 milhões de toneladas, respectivamente, uma redução de quase 25% em relação às projeções de janeiro. Esses volumes representam quedas de 57% e 32% em relação às médias das quatro safras anteriores.

Ainda assim, as compras chinesas de grãos permanecerão historicamente elevadas, mas alguns exportadores globais precisarão esquecer os volumes do passado e se ajustar a uma nova realidade.

ANTES E DEPOIS

Durante a década de 2010, a China importava quantidades modestas de milho e trigo, com média de pouco mais de 3 milhões de toneladas anuais de cada. Isso representava cerca de 2% das importações mundiais anuais — volumes praticamente insignificantes em comparação com o consumo total de grãos do país.

Nesse período, a China também estocava grandes volumes de grãos como medida de segurança alimentar, aumentando rapidamente sua participação nos estoques globais.

No entanto, em 2020, o país aumentou abruptamente suas importações. Na safra 2020-21, a China importou 29,5 milhões de toneladas de milho, mais de cinco vezes o máximo registrado antes de 2020. Grande parte veio dos Estados Unidos, tornando a China o maior importador mundial de milho.

Na época, os balanços do USDA indicavam que os estoques chineses de milho eram suficientes e que a necessidade de importação não era crítica, pois as colheitas domésticas de milho e trigo estavam próximas de recordes históricos.

No entanto, havia rumores confiáveis de que os estoques chineses de milho haviam diminuído rapidamente até meados de 2020, com parte deles possivelmente estragando nos armazéns.

Os futuros do milho na China davam sinais disso, subindo um pouco antes e mais rapidamente do que os preços globais em meados de 2020, o que provavelmente refletia preocupações internas com a oferta.

A demanda chinesa ajudou as exportações de milho dos EUA a atingirem níveis excepcionais em 2020-21 e 2021-22, mesmo com estoques relativamente baixos nos Estados Unidos. No entanto, o Brasil começou a captar parte desse mercado em 2023, quando a China finalmente aprovou a importação do milho brasileiro.

As exportações de milho dos EUA para a China caíram quase 50% em 2022-23 em relação ao ano anterior e recuaram mais 60% em 2023-24. O Brasil também começou a sentir essa retração em 2024, com apenas 6% de suas exportações de milho indo para a China, ante 29% em 2023.

A mudança nas importações de trigo da China é menos drástica, mas ainda significativa. Em 2023-24, o país importou 13,6 milhões de toneladas de trigo, o maior volume em 32 anos. A Austrália é um dos principais fornecedores, mas os EUA exportaram 1,9 milhão de toneladas de trigo para a China em 2024.

A China foi a maior importadora mundial de trigo em 2022-23 e 2023-24, mas deve cair para a quarta posição em 2024-25.

O FUTURO DA CHINA

As safras de milho e trigo da China foram recordes em 2024-25. Assim, a relação entre estoques e consumo atingirá níveis que qualquer outro país consideraria extremamente elevados: 65% para o milho e 86% para o trigo.

No entanto, esses são os menores patamares em 11 e 9 anos, respectivamente, o que pode eventualmente favorecer o retorno da China ao comércio global de grãos. Em comparação, analistas nem sempre concordam se um estoque de milho dos EUA com relação estoque/consumo de 10% é um fator de alta para os preços.

Mas o crescimento econômico da China deve desacelerar este ano e novamente no próximo, o que geralmente não favorece as compras agrícolas em geral.

Na semana passada, a China adiou a importação de até 600 mil toneladas de trigo, principalmente da Austrália, destacando sua retração como importadora. Além disso, o país tem um volume insignificante de milho dos EUA contratado para exportação em 2024-25, o menor para esta época do ano em oito anos.

Os futuros do milho na China subiram cerca de 13% desde as mínimas registradas há dois meses. Os futuros do milho em Chicago avançaram na mesma proporção desde então, sugerindo alguma sincronia entre os dois mercados.

No entanto, exportadores globais de grãos, especialmente dos EUA e do Brasil, podem precisar adotar a mentalidade pré-2020, garantindo que o comércio com seus clientes tradicionais permaneça forte.

Karen Braun é analista de mercado da Reuters. As opiniões expressas acima são de sua autoria.

Fonte: Reuters
Is China ending its stint as major global grain importer? | Reuters

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Calor e seca impactam produção de café no Brasil

O Brasil produziu 54,2 milhões de sacas de 60 kg de café na safra 2024/25, de acordo com dados divulgados ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Esse volume está 1,1% abaixo da estimativa anterior da agência e representa uma queda de 1,6% em relação à safra de 2023. Esse foi o quarto relatório da Conab sobre o ciclo 2024/25, que foi concluído em todas as regiões produtoras de café, incluindo as áreas de colheita tardia do Espírito Santo. Apesar da queda em relação a 2023, a safra é 6,5% maior que a do ciclo 2022, outro ano de bienalidade positiva, quando a produtividade é naturalmente maior devido à alternância entre anos de alta e baixa produção da cultura.

Os últimos quatro anos têm sido desafiadores para os produtores de café no Brasil. Condições climáticas adversas, incluindo geadas, calor extremo, secas e chuvas irregulares, afetaram severamente o desempenho das plantas.

Em 2024, a produtividade média nas plantações de café do Brasil caiu 1,9% em relação a 2023, atingindo 28,8 sacas por hectare. Essa queda foi atribuída, em grande parte, às condições climáticas desfavoráveis do ano anterior, que impactaram as regiões centrais produtoras de café.

Dê uma olhada no gráfico abaixo e descubra quais países importaram o maior volume de grãos de café do Brasil nos primeiros onze meses de 2024, segundo dados do DataLiner da Datamar. Clique no link abaixo para solicitar uma demonstração.

Principais destinos de exportação de café | 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Embora o clima seco durante o inverno e o início da primavera tenha acelerado o amadurecimento e a colheita dos grãos, as condições quentes e áridas causaram um desenvolvimento desigual dos grãos, reduzindo sua qualidade. Muitas plantações apresentaram um mix de grãos verdes e maduros na mesma safra.

Em algumas regiões, grãos menores e fora do padrão precisaram ser colhidos, exigindo uma quantidade maior para atingir o peso comercial padrão de 60 kg por saca. Além disso, o rendimento do café processado caiu, com grãos mais leves do que o habitual agravando a situação.

Em Minas Gerais, maior estado produtor de café do Brasil, a colheita totalizou 28,1 milhões de sacas, uma queda de 3,1% em relação a 2023. As plantações de café na região enfrentaram desafios significativos devido a secas prolongadas e altas temperaturas após abril, quando as chuvas praticamente cessaram.

Esse padrão climático impactou severamente a produção de café conilon, que caiu 5,9%, totalizando 14,6 milhões de sacas. Por outro lado, a produção de café arábica cresceu 1,8%, alcançando 39,6 milhões de sacas.

No Espírito Santo, outro importante estado produtor de café, a safra de conilon caiu 3,1%, totalizando 9,8 milhões de sacas, principalmente devido a episódios de calor intenso entre outubro e dezembro de 2023.

Em São Paulo, as plantações de café tiveram um desempenho melhor, com a colheita aumentando 8,2%, alcançando 5,4 milhões de sacas. No entanto, esse crescimento foi inferior aos 11,5% projetados inicialmente, já que secas prolongadas e altas temperaturas impactaram a produtividade.

A Bahia também registrou queda na produção de café, totalizando 3,1 milhões de sacas, uma redução de 9,7% em relação a 2023. A principal cultura do estado, o conilon, caiu expressivamente 14,8%, totalizando quase 2 milhões de sacas, enquanto a produção de arábica aumentou ligeiramente 0,8%, alcançando 1,1 milhão de sacas.

Em Rondônia, a produção de café sofreu uma queda significativa devido às condições climáticas adversas no final de 2023 e à redução da área de cultivo. Como resultado, a produção de conilon no estado despencou 31,2%, totalizando pouco mais de 2 milhões de sacas.

Fonte: Valor International
Drought, heat take toll on Brazilian coffee production | Agribusiness | valorinternational

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Argentina deve atingir recorde histórico de superávit comercial em 2024 com exportações de grãos e energia

De acordo com uma pesquisa da Reuters divulgada na sexta-feira, a Argentina deverá encerrar 2024 com o maior superávit comercial de sua história.

Esse desempenho recorde é impulsionado pela iniciativa do presidente libertário Javier Milei de intensificar as exportações de grãos e energia durante seu primeiro ano completo no cargo. Desde que assumiu em dezembro de 2023, Milei tem priorizado transformar a Argentina em um exportador líquido de energia, aproveitando as vastas reservas de petróleo e gás de xisto na região de Vaca Muerta, na Patagônia. As exportações de grãos também dispararam, graças às condições climáticas favoráveis e ao relaxamento dos controles cambiais, marcando uma forte recuperação nos principais setores exportadores do país.

O Papel da Argentina no Comércio Global

A Argentina é líder global em commodities agrícolas, sendo o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja processados, o terceiro maior exportador de milho e um importante produtor de trigo e carne bovina. Além disso, o país possui reservas substanciais de lítio, essenciais para baterias de veículos elétricos, além de uma crescente capacidade de produção de gás e petróleo de xisto.

O gráfico abaixo usa dados derivados do DataLiner para fornecer uma visão geral das exportações de carne bovina congelada da Argentina em contêineres entre janeiro de 2021 e novembro de 2024. Os leitores podem solicitar uma demonstração abaixo.

Exportações de carne bovina | Argentina | Jan 2021 – Nov 2024 | TEUs

Fonte: DataLiner (clique aqui para solicitar uma demonstração) 

Analistas estimam que o superávit comercial da Argentina em 2024 deverá alcançar entre US$ 18 bilhões e US$ 19 bilhões, superando o recorde anterior de US$ 16,89 bilhões, registrado em 2009. Dados oficiais indicam que o país registrou um superávit de US$ 17,20 bilhões entre janeiro e novembro, revertendo um déficit de US$ 7,94 bilhões no mesmo período de 2023. Segundo a mediana da pesquisa da Reuters, o superávit de dezembro é projetado em US$ 921 milhões.

Desafios à frente: Superávit deve diminuir em 2025

Apesar do superávit histórico em 2024, analistas preveem uma contração em 2025. Embora a economia argentina esteja se estabilizando sob as medidas de austeridade fiscal de Milei, espera-se um aumento nas importações. O peso argentino se fortaleceu em relação a moedas regionais como o real brasileiro, e o governo de Milei reduziu impostos sobre diversos produtos, criando condições favoráveis para o crescimento das importações.

“A partir de agora, provavelmente veremos um cenário em que as importações cresçam consideravelmente”, disse Federico Gonzalez, economista da Empiria Consultores.

Além disso, o governo eliminou restrições antidumping para produtos como eletrodomésticos, com o objetivo de combater a inflação e reduzir os preços ao consumidor. Embora essas medidas beneficiem os consumidores, elas devem pesar no saldo comercial.

Inflação em queda, mas superávit comercial menor

As políticas econômicas de Milei ajudaram a reduzir significativamente a inflação, de um pico de quase 300% em abril para encerrar o ano em 117,8%. No entanto, a esperada recuperação das importações, somada à recuperação econômica e aos ajustes na taxa de câmbio, pode reduzir o superávit comercial.

“Em 2025, podemos ver o saldo comercial representando apenas 40% do superávit de 2024”, afirmou Milagros Suardi, economista da Eco Go.

Mesmo com a possível redução no superávit, o foco de Milei nas exportações de energia e agricultura posicionou a Argentina como um ator-chave no comércio global, com potencial para sustentar o crescimento econômico por meio do desenvolvimento estratégico de recursos.

Fonte: Reuters 
Milei da Argentina deve bater recorde de superávit comercial em grãos e exportações de energia | Reuters

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Com mercado aquecido, empresa brasileira exporta mais 500 toneladas de feijões especiais

A Interco, uma startup do setor de commodities, se associou ao Instituto Brasileiro de Feijões e Pulses (IBRAFE) para o desenvolvendo do projeto de exportação de feijões especiais no Brasil com a introdução de uma terceira safra, mesmo diante de desafios climáticos e logísticos.

De acordo com a empresa, que também é associada a Global Pulses Confederation (GPC), esse crescimento é impulsionado pela crescente demanda de mercados internacionais, como os da Ásia, do mundo árabe e da África. Segundo dados da Future Market Insight, o mercado global de pulses, que inclui feijões especiais como o mungo verde, matpe preto e o feijão marrom, foi avaliado em US$ 71,76 bilhões em 2022, com projeção para atingir US$ 122,89 bilhões até 2033, a uma taxa anual composta de crescimento (CAGR) de 4,9%. Para este ano, a Interco já programou embarques de 500 toneladas dessas leguminosas.

Entre os mercados que receberão os feijões especiais brasileiros, destaca-se a Índia, que importa cerca de 3 milhões de toneladas anualmente, representando cerca de 20% do consumo global de pulses. A China, outro grande importador, deve apresentar um crescimento anual de 6,4% até 2033, o que faz desse mercado uma oportunidade significativa para exportadores brasileiros. Em uma recente viagem a Macau o diretor executivo da Interco Trading, Nicholas Taylor, participou de um evento em que a pauta foi a exportação de feijões. Segundo ele, o mercado está aquecido e o Brasil está bem-posicionado para aproveitar esse cenário.

“Temos dois grandes aliados nesse cenário: o projeto APEX Brazil Superfoods e o próprio IBRAFE. Ambos promovem missões e encontros com grandes compradores em eventos realizados em embaixadas de mercados prioritários. Além disso, há negociações em andamento com diversos governos para reduzir tarifas sobre os feijões nacionais. Um destaque importante são as tratativas com o governo chinês, cujo mercado de pulses, avaliado em mais de US$ 10 bilhões anuais, representa um marco potencial para o setor brasileiro, devido ao alto nível de competitividade dos nossos produtores e à qualidade dos produtos”, explica.

Entre os desafios, o principal é a infraestrutura dos portos brasileiros, que se encontra colapsada. De acordo com Marcos Ferraz, diretor de commodities da Interco Trading, a falta de previsibilidade nas políticas econômicas do Brasil desestimula investimentos maiores na produção nacional. “Na nossa visão, como empresa privada, importante termos pesquisas e investimentos em novas variedades no mercado brasileiro e agregar valor de forma conjunta com produtores para exportação de feijões para outros continentes”, complementa.

Ainda segundo Ferraz, o mercado brasileiro se destaca como protagonista. “A Interco, com sua visão de futuro e alinhada à estratégia de parceria com o IBRAFE, busca produtores para atender à crescente demanda internacional. Estima-se que o mercado global de pulses continue a se expandir, o que trará uma expansão saudável dos negócios nos próximos anos”, finaliza.

FONTE: Datamar News
Com mercado aquecido, empresa brasileira exporta mais 500 toneladas de feijões especiais – DatamarNews

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RS exporta US$ 13,1 bi entre janeiro e agosto

Valor foi impactado pelos eventos meteorológicos de abril e maio

Entre janeiro e agosto de 2024, a soma das exportações do Rio Grande do Sul atingiu a marca de US$ 13,1 bilhões, uma diminuição de US$ 1,4 bilhão, em termos absolutos, em relação ao mesmo período do ano passado. A queda nas exportações está associada, principalmente, às consequências dos eventos meteorológicos extremos que atingiram em abril e maio. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (27/9) pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), vinculado à Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG).  

Embora o valor das exportações das unidades federativas tenha encolhido 1,7% no período, a queda mais acentuada do Rio Grande do Sul fez o Estado passar do sexto para o sétimo lugar no ranking dos principais exportadores do país, deixando-o atrás de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Paraná e Pará. A participação relativa do RS diminuiu de 6,5% para 5,9%.

Os principais produtos exportados pelo Estado entre janeiro e agosto foram soja em grão (US$ 2,2 bilhões), fumo não manufaturado (US$ 1,5 bilhão), farelo de soja (US$ 957,4 milhões), carne de frango (US$ 807,9 milhões), cereais (US$ 775,3 milhões) e celulose (US$ 703,7 milhões).

O material estatístico foi elaborado pelos pesquisadores Ricardo Leães e Flávia Félix Barbosa, a partir de dados brutos do Sistema ComexStat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Destaques  

Em oposição à queda nas exportações totais do RS no período analisado, os produtos que mais obtiveram avanço nas exportações foram soja em grão (mais US$ 173,1 milhões; 8,6%), polímeros de etileno, em formas primárias (mais US$ 55,4 milhões; 16,8%), máquinas de energia elétrica e suas partes (mais US$ 53,7 milhões; 351,9%) e óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos, exceto óleos brutos (mais US$ 48,1 milhões; 32,1%).

Por outro lado, os produtos que apresentaram as maiores reduções absolutas nas exportações do Estado foram cereais (menos US$ 402,7 milhões; -34,2%), farelo de soja (menos US$ 279,3 milhões; -22,6%) e óleo de soja (menos US$ 215,8 milhões; -52,9%), além de carne de frango, bombas, centrífugas, compressores de ar, ventiladores, exaustores, aparelhos de filtrar ou depurar e suas partes, partes e acessórios dos veículos automotivos e tratores agrícolas.

Principais destinos 

Entre janeiro e agosto, o Rio Grande do Sul exportou para 187 destinos. A China, mais uma vez, manteve-se como o principal comprador, com o percentual de 23,7% do total das exportações. Completam o ranking União Europeia (13,4%), Estados Unidos (9,2%), Argentina (4,9%) e Vietnã (3,3%).

Os destinos que apresentaram a maior alta nos primeiros oito meses do ano foram Filipinas (mais US$ 177,8 milhões; 370,3%) Irã (mais US$ 176,5 milhões; 144,2%) e China (mais US$ 83,8 milhões; 2,8%). Em contrapartida, os destinos que mais colaboraram para a queda de desempenho das exportações gaúchas foram União Europeia, Indonésia, México, Arábia Saudita, Argentina e Estados Unidos.

Conjuntura  

Uma das perspectivas trazidas pelo estudo do DEE é o impacto da aprovação do PL 528/2020, popularmente conhecido como “projeto combustíveis do futuro”, para a economia estadual. O documento estipula condições para assegurar uma demanda cativa de biocombustíveis como biodiesel, biometano, diesel verde renovável (HVO) e combustível sustentável de aviação (SAF) em território nacional.

“É muito importante observarmos essa medida, uma vez que o Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de soja no Brasil, além de ser o principal Estado na produção de biodiesel, com nove usinas instaladas”, destacou Leães. “O Rio Grande do Sul foi pioneiro na produção de biodiesel no país e, em 2023, foi responsável por 46,1% das exportações brasileiras do produto.”

O incentivo à produção do biodiesel, portanto, pode estimular a soja esmagada dentro do RS, diminuindo o percentual de grão de soja destinado à exportação. Entretanto, o documento elaborado pelo DEE frisa que isso ocorrerá apenas se os exportadores de soja considerarem que o retorno com a produção de biodiesel para o mercado interno supera os ganhos com as vendas externas.

Fonte: Portal do Estado Rio Grande do Sul
RS exporta US$ 13,1 bi entre janeiro e agosto – Portal do Estado do Rio Grande do Sul

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Exportações de grãos da Argentina podem atingir alta de quatro anos na temporada 2024/25, diz bolsa

A produção de grãos e oleaginosas na Argentina pode chegar a 143 milhões de toneladas na temporada 2024/25 sob condições climáticas normais, o que pode impulsionar as exportações para o maior volume em quatro anos, informou a bolsa de grãos de Rosário.

Dadas as condições normais, as exportações de soja, milho, trigo e outras culturas do país podem aumentar para 101,5 milhões de toneladas, disse a bolsa em um relatório desde a temporada 2020/21.

A Argentina, maior exportadora mundial de óleo e farinha de soja e grande fornecedora de milho, poderá, no entanto, colher uma safra total de apenas 128,8 milhões de toneladas se não houver chuva suficiente, acrescentou.

Por enquanto, as condições de umidade do solo são adequadas no centro agrícola da Argentina, mas os campos agrícolas do oeste e do norte do país precisam urgentemente de chuvas.

O plantio de soja deve começar no mês que vem, enquanto os produtores começaram a plantar milho nas últimas semanas.

(Reportagem de Maximilian Heath; Edição de Sarah Morland)

Fonte: Notícias Agrícolas
Exportações de grãos da Argentina podem atingir alta de quatro anos na… – Notícias Agrícolas (noticiasagricolas.com.br)

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