“Influência chinesa incomoda os Estados Unidos”, diz especialista
A Cúpula dos países latino-americanos e caribenhos com a China, nesta terça-feira (12), aproxima o gigante asiático dos países da região em meio à disputa comercial de Pequim com os Estados Unidos (EUA). Nesta segunda-feira (12), a guerra comercial teve uma trégua após acordo entre as principais potências do planeta.
A Cúpula China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos) terá a participação do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, do presidente da China, Xi Jinping, além dos chefes do Chile, da Colômbia, e de outros países da região.
É esperada a apresentação de um plano de ação para o triênio 2025-2027, além da publicação de declaração conjunta China-Celac. A Celac é o único fórum que reúne os 33 países da América Latina e do Caribe.
O professor de relações internacionais do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), Robson Valdez, avalia que a América Latina ganhou maior importância geopolítica por causa da disputa comercial e tecnológica travada entre China e EUA.
“A China, através da sua força econômica, acaba trazendo para perto de si atores importantes da região. E essa influência chinesa incomoda bastante os EUA. Nesses últimos 10 a 15 anos, a China tornou-se um contraponto pragmático para os países da região. Enquanto os EUA eram o principal parceiro comercial, não havia possibilidade de os latino-americanos barganharem nada a favor dos próprios interesses”, disse.
Como exemplo dessa disputa, o especialista citou as ameaças de sanções a quem usar o Porto de Chancay, no Peru, construído com capital chinês e inaugurado em novembro de 2024, com a presença de Xi Jinping.
Fonte: Agência Brasil