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CMA CGM fecha maior pedido de navios de 2025 até agora

A francesa CMA CGM está sendo amplamente apontada como a empresa europeia mencionada em um comunicado divulgado hoje pela HD Hyundai Heavy Industries, por trás do maior pedido de navios do ano até o momento.

Segundo informações do Splash, a CMA CGM contratou o estaleiro sul-coreano para construir doze navios porta-contêineres de 18.000 TEUs, com propulsão a gás natural liquefeito (GNL), avaliados em KRW 3,716 trilhões (US$ 2,58 bilhões). Todos os navios estão programados para serem entregues até o final de 2028.

A CMA CGM avança rapidamente para superar a Maersk como a segunda maior linha de transporte de contêineres do mundo.

Os pedidos de construção de navios porta-contêineres no ano passado atingiram cerca de 4,4 milhões de TEUs, quebrando o recorde anterior de 2021, quando 4,3 milhões de TEUs foram encomendados. Janeiro de 2025 continua registrando novos pedidos em estaleiros asiáticos, embora em um ritmo mais lento. Entre os destaques estão a Kawa Shipping, da China, que encomendou seus primeiros novos navios – três unidades de 4.800 TEUs no estaleiro Wuhu – e a armadora alemã Elbdeich Reederei, que retornou ao estaleiro Wenchong, na China, para solicitar até quatro novos navios porta-contêineres de 1.900 TEUs.

Fonte: Splash247
CMA CGM inks 2025’s largest ship orders to date – Splash247

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Houthis do Iêmen mirarão apenas navios ligados a Israel após acordo sobre Gaza

Os Houthis do Iêmen limitarão seus ataques a navios comerciais vinculados a Israel, desde que o cessar-fogo em Gaza seja plenamente implementado, afirmou o Centro de Coordenação de Operações Humanitárias (HOOC).

O HOOC, com sede em Sanaa, que atua como intermediário entre as forças Houthi e operadores de transporte marítimo comercial, e é associado ao comando militar Houthi, declarou que está suspendendo as “sanções” contra navios de propriedade de indivíduos ou entidades dos Estados Unidos ou Reino Unido, bem como navios que naveguem sob suas bandeiras.

“Reiteramos que, em caso de qualquer agressão contra a República do Iêmen pelos Estados Unidos da América, pelo Reino Unido ou pela entidade israelense usurpadora, as sanções serão restabelecidas contra o agressor”, afirmou o grupo em um e-mail enviado a autoridades da indústria de transporte marítimo em 19 de janeiro.

“Vocês serão informados prontamente sobre tais medidas caso sejam implementadas.”

O HOOC declarou que os Houthis interromperão os ataques a navios vinculados a Israel “após a implementação total de todas as fases do acordo”.

Muitas das maiores empresas de transporte marítimo do mundo suspenderam viagens pelo Mar Vermelho e desviaram seus navios para o sul da África para evitar ataques.

Os Houthis, apoiados pelo Irã, realizaram mais de 100 ataques a navios desde novembro de 2023, afundaram dois, apreenderam outro e mataram pelo menos quatro marinheiros.

Eles têm como alvo o sul do Mar Vermelho e o Golfo de Áden, conectados pelo estreito Bab al-Mandab, um ponto estratégico entre o Chifre da África e o Oriente Médio.

O Hamas libertou três reféns israelenses em Gaza, enquanto Israel libertou 90 prisioneiros palestinos no domingo, primeiro dia de um cessar-fogo que suspendeu uma guerra de 15 meses.

CAUTELA

Executivos das indústrias de transporte marítimo, seguros e varejo disseram à Reuters na semana passada que não estavam prontos para retornar à rota comercial do Mar Vermelho devido à incerteza sobre a continuidade dos ataques dos Houthis.

Um porta-voz do grupo alemão de transporte marítimo Hapag-Lloyd afirmou na segunda-feira que a empresa ainda está monitorando a situação, acrescentando: “Retornaremos ao Mar Vermelho quando for seguro fazê-lo.”

Os Houthis têm atacado navios nos últimos meses com base em informações desatualizadas, disse Jakob Larsen, diretor de segurança da associação de transporte marítimo BIMCO.

“Nos últimos meses, eles fizeram várias reivindicações falsas sobre ataques bem-sucedidos, o que prejudicou um pouco sua credibilidade”, afirmou ele na segunda-feira.

“Supondo que o cessar-fogo se mantenha e que os EUA também se abstenham de usar a força, espera-se que as empresas de transporte marítimo gradualmente retomem as operações pelo Mar Vermelho.”

Os seguradores também aguardam viagens-teste para determinar se os prêmios de risco de guerra irão diminuir, disseram fontes de mercado na segunda-feira, pedindo anonimato.

Os prêmios mais altos de seguro de risco de guerra, pagos quando navios navegam pelo Mar Vermelho, resultaram em custos adicionais de centenas de milhares de dólares para uma viagem de sete dias para qualquer navio que ainda navegue pela área.

Os Houthis mantêm o navio Galaxy Leader, com bandeira das Bahamas, e seus 25 tripulantes, que foram capturados por comandos da milícia em águas internacionais em novembro de 2023.

“Os filipinos, mexicanos, romenos, búlgaros e ucranianos que estavam a bordo estão desesperados para sair do Iêmen”, afirmaram o proprietário do navio, Galaxy Maritime Ltd, e o gerente STAMCO Ship Management na segunda-feira.

“Alguns foram hospitalizados com malária e só se pode imaginar o estado mental em que se encontram.”

Reportagem de Jonathan Saul em Londres, reportagem adicional de Elke Ahlswede em Düsseldorf; edição de Gareth Jones, Mark Heinrich e Barbara Lewis

Fonte: Reuters
Houthis do Iêmen mirarão apenas navios ligados a Israel após acordo sobre Gaza – DatamarNews

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Apoio cresce para um imposto global sobre emissões de transporte marítimo para financiar ações climáticas

O número de governos apoiando a proposta de um imposto global sobre as emissões do setor marítimo aumentou, segundo o chefe do organismo de transporte marítimo das Nações Unidas, em uma mudança comemorada pelos estados insulares do Pacífico, particularmente vulneráveis às mudanças climáticas.

“Vocês verão que um número crescente de estados membros está agora adicionando seu apoio ao imposto”, disse Arsenio Dominguez, secretário-geral da Organização Marítima Internacional (IMO), a jornalistas em sua sede em Londres, na terça-feira.

Países dependentes do transporte marítimo, como Panamá e Libéria, se juntaram à União Europeia, Reino Unido, Japão, Nigéria, Quênia e outros para apoiar a proposta das ilhas do Pacífico de um imposto sobre as emissões dos navios.

O experiente negociador marítimo do Pacífico, Albon Ishoda, enviado especial das Ilhas Marshall para a descarbonização marítima, disse que o apoio de Panamá e Libéria foi um “marco em nossa jornada coletiva” e “valida os esforços contínuos do Pacífico para defender a ambição e a equidade”.

Preço para todas as emissões?

Nas próximas negociações em Londres, previstas para fevereiro e abril, os governos debaterão se devem impor um imposto sobre todas as emissões de um navio ou apenas introduzir um padrão de combustível.

Um imposto forçaria os proprietários de navios a pagar por cada tonelada de gases de efeito estufa que seus navios emitirem, tornando o uso de combustíveis mais poluentes – como o combustível de bunker à base de petróleo utilizado atualmente – mais caro. Isso incentivaria o uso de combustíveis com menor emissão, como amônia, biocombustíveis, metanol e hidrogênio.

Um padrão de combustível, com o qual a maioria dos países já concorda, faria com que os proprietários de navios pagassem pelas emissões apenas acima de um certo nível. Proprietários de navios que emitissem abaixo desse nível poderiam vender licenças para aqueles que emitissem acima dele, permitindo-lhes continuar poluindo. Isso incentivaria os proprietários a usar combustíveis mais limpos ou economizar combustível navegando mais devagar.

Na terça-feira, Dominguez disse estar otimista de que um acordo sobre ter um imposto, um padrão de combustível ou ambos seja alcançado em abril e assinado nas próximas negociações da IMO em outubro.

Detalhes serão definidos posteriormente

As negociações sobre o valor do imposto e como ele deve ser utilizado provavelmente levarão mais tempo, mas a IMO visa ter qualquer medida implementada até 2027.

Antes das negociações de 17 a 21 de fevereiro, os governos submeteram propostas sobre como o imposto – que pode arrecadar mais de US$ 100 bilhões por ano, de acordo com estimativas da ONU – deve ser estruturado.

Uma proposta apresentada por um amplo grupo de apoiadores do imposto recomenda unanimemente que parte do dinheiro seja destinada a navios movidos por combustíveis limpos e usada para pesquisar e desenvolver esses combustíveis e a infraestrutura portuária necessária para usá-los.

A proposta também sugere que parte dos recursos arrecadados seja destinada a abordar os impactos desproporcionalmente negativos das medidas, que estudos mostraram serem propensas a aumentar o preço do transporte marítimo em todo o mundo, afetando alguns países.

No entanto, os países por trás da proposta discordam sobre se a receita do imposto deve ser alocada apenas para países em desenvolvimento e se deve ser restrita ao setor marítimo ou usada para a transição energética mais ampla.

Uma opção em sua proposta conjunta diz que os fundos devem ser limitados “aos limites do sistema energético do transporte marítimo internacional”, enquanto outra opção exclui esse texto.

Preocupações com a fome

Um grupo de cinco pequenos estados insulares e a Câmara Internacional de Navegação, uma associação comercial, apresentou uma proposta separada, que sugere que parte dos fundos seja direcionada para causas climáticas fora do setor marítimo, por meio de fundos existentes, como o Fundo Climático Verde ou o Fundo Global para o Meio Ambiente.

As Ilhas Marshall, de Ishoda, foram uma das nações que apoiaram essa proposta. Ele disse à Climate Home que a indústria marítima deve “ajudar nossas comunidades a se adaptarem à constante elevação do nível do mar causada pelo sujo passado do transporte marítimo”.

O imposto tem sido mais vocalmente oposto por países sul-americanos como o Brasil, cuja economia depende do transporte marítimo de mercadorias volumosas como minério de ferro por longas distâncias, sendo, portanto, sensíveis a aumentos no preço do transporte marítimo.

Dominguez – que é panamenho – disse à Climate Home na terça-feira que alguns países, particularmente no Sul Global, estão preocupados que o aumento dos preços do transporte marítimo possa tornar as fazendas exportadoras não lucrativas e forçá-las a fechar, prejudicando a segurança alimentar nacional. A IMO realizará um workshop antes das negociações de abril para abordar essas preocupações.

Fora da IMO, uma coalizão de governos liderada pela França, Quênia e Barbados está pesquisando e tentando obter apoio de outras nações para impostos sobre diferentes setores, incluindo transporte marítimo, aviação, combustíveis fósseis e transações financeiras.

Friederike Roder é diretora do secretariado da Força-Tarefa de Impostos de Solidariedade Global. Ela disse à Climate Home que apoia as discussões da IMO sobre o imposto de emissões de transporte marítimo e está “acompanhando as questões de perto”, mas não quer “duplicar processos”.

Fonte: Climate Change News
Support grows for global tax on shipping emissions to fund climate action

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Planos da Argentina para expandir sua principal rota de navegação enfrentam turbulências

A hidrovia formada pelos rios Paraguai e Paraná é um dos corredores fluviais mais longos e biologicamente diversos do mundo, estendendo-se por mais de 3.400 quilômetros desde sua nascente no sul do Brasil, passando pelo Paraguai e pela Argentina até o estuário do Rio da Prata.

Para a Argentina, essa rota é vital, pois por ela escoa a maior parte do comércio exterior do país. A seção argentina desse canal natural – conhecida como Hidrovia, nome da empresa que detinha a concessão para dragagem e sinalização de meados dos anos 1990 até 2021 – permite que cerca de 80% das exportações, principalmente de origem agroindustrial, cheguem ao restante do mundo.

Atualmente, porém, a hidrovia está no centro de um processo polêmico de privatização de sua gestão e de implementação de obras ao longo de sua rota, lançado pelo governo do presidente Javier Milei. Em novembro, foi aberto um edital para a concessão de um contrato de 30 anos para “modernização, ampliação, operação e manutenção” da hidrovia, com prazo para inscrições até o final de fevereiro. Empresas europeias e chinesas já demonstraram interesse.

No entanto, o edital gerou forte oposição de diversas entidades empresariais, que acusam o governo de favorecer uma única empresa: a belga Jan De Nul, que, como parceira da Hidrovia, detinha a concessão até 2021, quando a gestão voltou para o controle estatal.

Além disso, alguns aspectos do edital, como obras para alargar e aprofundar os canais do Paraná, foram criticados por organizações ambientais, que alertam para os possíveis impactos ecológicos dessas intervenções. Segundo elas, a dragagem adicional pode prejudicar os ecossistemas de áreas úmidas ao redor, que fornecem benefícios como purificação da água e mitigação das mudanças climáticas, além de agravar o déficit hídrico inédito registrado nos últimos cinco anos.

Mais obras, mais profundidade

Desde o final de 2021, o trecho mais navegável do Paraná está sem concessionária. Com o atual edital, o governo busca um operador que forneça obras e tecnologia para ampliar a capacidade operacional da navegação na hidrovia e impulsionar a competitividade da economia argentina.

Para isso, os documentos do edital exigem que a empresa vencedora “modernize” a hidrovia, não apenas aumentando sua profundidade, mas também instalando radares e sistemas de satélite para monitoramento de embarcações, novos equipamentos de sinalização e medidas mais rigorosas para combater o tráfico de drogas, que cresceu dramaticamente na rota na última década.

Há anos, entidades do setor de exportação agrícola – portos e exportadores de grãos – vêm insistindo na necessidade de dragagem para aprofundar a hidrovia, permitindo a passagem de navios maiores, melhorando a logística das linhas de transporte de grãos e aumentando o fluxo de exportações de matéria-prima.

Gustavo Idígoras, presidente da Associação Argentina de Óleo Comestível e do Centro de Exportadores de Grãos (CIARA/CEC), destacou que a rota “é a única via de conexão com o mundo, não apenas para exportações – mais de 85% das vendas passam pela hidrovia – mas também para importações, das quais 90% entram pelo Rio da Prata.”

Idígoras compara o estado atual da hidrovia a “uma rodovia de mão única, enquanto o resto do mundo evoluiu para rodovias de cinco ou seis faixas.” Ele explica que os navios cargueiros modernos possuem calado de pelo menos 44 pés, enquanto o canal de navegação não ultrapassa 34 ou 36 pés em seus pontos mais profundos, o que “gera muitas ineficiências” e faz com que a Argentina perca negócios de carga para o Brasil.

Em 2020, um grupo de entidades privadas argentinas elaborou um estudo de viabilidade que detalha as obras necessárias para ampliar a capacidade operacional do canal. O estudo sugere manter a profundidade atual de 27 pés na seção mais ao norte, próxima à confluência dos rios Paraguai e Paraná, mas aumentar de 36 pés para 42 pés na parte inferior do Paraná, próxima ao Rio da Prata, onde estão localizados os maiores portos e as maiores demandas de capacidade.

Um processo disputado

O edital envolve grandes obras de infraestrutura e um contrato significativo. “Estamos falando do maior projeto do planeta: mais de 1.000 quilômetros, da Confluência até o oceano, com um faturamento estimado entre USD 10-12 bilhões ao longo de 30 anos”, disse Alfredo Sesé, secretário técnico da Comissão de Transporte e Infraestrutura da Bolsa de Comércio de Rosário (BCR).

As condições do edital geraram críticas de grandes operadores do setor, que enxergam um suposto favorecimento à antiga concessionária Jan De Nul. Duas gigantes globais de dragagem, a belga Dredging International (DEME) e a dinamarquesa Rohde Nielsen, apresentaram apelações administrativas pedindo a suspensão do edital, alegando que ele está “ilegitimamente direcionado.”

A DEME afirma que o edital “concede vantagens competitivas inigualáveis à atual dragadora, desencorajando ou até inviabilizando novas propostas de outros operadores.”

Além disso, o governo estipulou que empresas “controladas direta ou indiretamente por estados soberanos ou órgãos estatais” não podem participar, o que exclui a chinesa Shanghai Dredging Co., interessada no projeto.

Impactos socioambientais

Em meio às tensões políticas, organizações ambientais alertam para os efeitos que a dragagem e o aumento do tráfego fluvial podem causar. A Fundación Humedales solicitou estudos de impacto ambiental e avaliações de custo do projeto ao longo dos últimos 30 anos. “É urgente projetar quais seriam os impactos no âmbito de uma nova concessão que aumentará a profundidade do canal”, disse Nadia Boscarol, coordenadora nacional do programa Corredor Azul da ONG.

Segundo especialistas, o Paraná está enfrentando uma crise hídrica sem precedentes. Rafael Colombo, da Associação Argentina de Advogados Ambientais, afirma que há pouca informação sobre os impactos socioambientais de obras dessa magnitude, destacando erosão de margens, alterações na composição da água e aumento da mortalidade de ovos e larvas de peixes.

Apesar das controvérsias, o governo argentino planeja divulgar as propostas recebidas em 12 de fevereiro, com a intenção de confirmar o novo concessionário até abril.

FONTE: DatamarNews
Planos da Argentina para expandir sua principal rota de navegação enfrentam turbulências – DatamarNews

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Por que o canal do Panamá voltou a ser destaque na imprensa mundial?

Hidrovia que interliga os oceanos Pacífico e Atlântico é importante para economia

O Canal do Panamá, uma via artificial com 77,1 km de extensão, foi construído em 1914. As obras foram iniciadas pelos franceses e finalizadas pelos americanos uma década depois.

Idealizado para reduzir o tempo de viagem entre os oceanos Atlântico e Pacífico, o canal evitava a perigosa rota do Cabo Horn, no extremo sul da América do Sul, que incluía a travessia pela passagem de Drake ou pelo estreito de Magalhães. Atualmente, a travessia pelo canal leva cerca de 20 horas.

Ao longo de sua história, o canal foi administrado por colombianos, franceses e estadunidenses. Em 1977, foi assinado o Tratado Torrijos-Carter, que estabeleceu o controle conjunto das operações entre os Estados Unidos e o Panamá. Somente em 1999 a hidrovia passou a ser administrada exclusivamente pelo governo panamenho.

A última medição oficial, realizada em 2008, apontou que 309,6 milhões de toneladas foram movimentadas no canal, com cerca de 815 mil embarcações passando por ali. Desde que assumiu sua gestão, o Panamá implementou diversas melhorias na infraestrutura do canal.

Recentemente, o Canal do Panamá voltou a ser destaque na imprensa mundial devido a declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. Ele sugeriu a possibilidade de retomar o controle das operações do canal, chegando a mencionar o uso de força militar. Trump alega que a China estaria exercendo influência sobre as operações locais.

Para entender melhor o contexto e a importância do canal no comércio global, conversei com Jackson Campos, especialista em comércio exterior, que esclareceu os desafios e as implicações desse momento.

Jackson Campos, especialista em comércio exteriorFoto cedida : Jackson Campos

Mundo Agro: Qual a importância do canal do Panamá?

Jackson Campos: Desde que foi inaugurado há mais de 100 anos, o canal do Panamá une os oceanos Atlântico e Pacífico em um complexo sistema de eclusas, que permitem que os navios economizem 20 mil km de viagem, permitindo que navios de todos os tipos cheguem rapidamente de um lado a outro.

Mundo Agro: Antes desse canal, como era feita a comercialização de toda carga? Após a criação do canal, agilizou o processo e barateou os custos?

Jackson Campos: Antes do canal havia duas formas de chegar de um lado a outro: dando a volta pelo hemisfério sul ou transbordando a carga entre o Atlântico e Pacífico através da terra no Panamá, atravessando de carros de boi os quase 80 km de extensão, o que levava dias. A inauguração o processo ficou muito ágil (menos de 10 horas por embarcação) e ajudou muitos os Estados Unidos com seus navios de guerra na Segunda Guerra Mundial.

Mundo Agro: Por que os EUA querem voltar a controlar esse canal estratégico? Isso será bom?

Jackson Campos: Segundo o presidente eleito Donald Trump, o Panamá (responsável pelo canal desde 1999) cobra taxas (tarifas) absurdas dos passantes. O valor do pedágio é calculado com base no valor da carga transportada. O custo médio da passagem de um navio fica em torno de US$ 250 mil (podendo chegar a US$ 400 mil, dependendo do tamanho da embarcação), ou, ainda, um custo médio de US$ 8,73 por tonelada de carga movimentada. Não há como saber que, com os Estados Unidos assumindo o canal, qual será o custo cobrado por eles. Contudo, provavelmente a estratégia seria privilegiar cargas para ou dos Estados Unidos e cobrar a diferença de outros países. Mesmo o pedágio sendo pago por navio e não por carga, o que tornaria essa teoria fraca, já que os navios dificilmente possuem bandeira americana.

FONTE: Noticia R7
Por que o canal do Panamá voltou a ser destaque na imprensa mundial? – Noticias R7

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Operadoras marítimas aumentam tamanho da frota em 2024

O crescimento das frotas entre as principais operadoras de transporte marítimo foi equilibrado em 2024, com as 12 maiores empresas ampliando suas capacidades em mais de 6,9% no último ano, de acordo com um relatório da Alphaliner.

A Pacific International Lines (PIL), de Cingapura, que ocupa a 12ª posição entre as maiores operadoras de contêineres, teve um aumento expressivo de quase 30% na sua frota em relação ao ano anterior. Em 1º de janeiro, sua capacidade alcançou 383.016 TEUs, impulsionada pela entrega de várias novas embarcações pós-Panamax movidas a GNL.

A ZIM Line registrou o segundo maior crescimento, com um aumento de 26% na capacidade, chegando a 780.172 TEUs. A operadora israelense adicionou à frota um número significativo de embarcações por meio de contratos de longo prazo.

Já a Hapag-Lloyd ficou em terceiro lugar, com um acréscimo de 367.000 TEUs, ou 19%, à sua frota em 2024. Apesar de ter recebido apenas sete grandes novas embarcações (158.000 TEUs), a maior parte desse crescimento veio do mercado de fretamento.

A empresa alemã adicionou à sua frota nove navios neo-Panamax com 10 anos de uso, que haviam sido retirados de contratos de longo prazo com a Evergreen Marine Corporation (EMC). Após passarem por um retrofit, que aumentou sua capacidade nominal de cerca de 13.000 TEUs para 15.440 TEUs, esses navios foram incorporados à operação da Hapag-Lloyd.

A saída desses navios da frota da EMC levou a operadora taiwanesa a adicionar 24 novas embarcações ao longo de 2024, somando 212.500 TEUs. No entanto, o crescimento líquido da frota foi de apenas 114.200 TEUs (+6,9%), já que a Evergreen também começou a se desfazer dos navios da classe ‘U’, de 5.364 TEUs, vendendo-os para demolição ou no mercado de segunda mão, incluindo transações com a MSC.

A MSC, empresa suíço-italiana, mais uma vez liderou o crescimento em capacidade de frota, tornando-se a primeira transportadora de contêineres com uma frota suficiente para operar de forma independente uma rede leste-oeste. Em 2024, a MSC adicionou 692.000 TEUs à sua frota, o que representa um crescimento acima da média do mercado, de 12,3%. No último ano, a empresa recebeu 50 novas embarcações, somando 548.500 TEUs, incluindo 26 navios neo-Panamax com capacidade entre 15.400 e 16.600 TEUs.

A única exceção foi a Yang Ming Marine Transport, que registrou uma leve redução na sua frota. Adotando uma postura mais conservadora em relação à expansão, a empresa viu sua capacidade cair 1.918 TEUs, totalizando 705.505 TEUs, o que fez com que ela caísse do nono para o décimo lugar no ranking global.

Fonte: Container News
Operadoras marítimas aumentam tamanho da frota em 2024 – DatamarNews

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Vietnã abre caminho para facilitação do comércio de couro brasileiro

Decisão vietnamita pelo fim da exigência do certificado sanitário abre novas oportunidades para o couro brasileiro no mercado asiático

O governo brasileiro recebeu com satisfação a decisão do governo vietnamita pelo fim da exigência do Certificado Sanitário Internacional para a comercialização de couro produzido no Brasil. A mudança é considerada um marco para as relações comerciais entre os dois países e atende a um antigo pleito do setor exportador nacional.

“É um reconhecimento da qualidade dos nossos produtos, que agora permite a simplificação do processo de exportação, seguindo a mesma linha do recente fim da exigência do CSI para pescados exportados aos Estados Unidos. Essa é uma grande oportunidade para fortalecer nossa presença e ampliar as exportações brasileiras nos mercados asiáticos”, disse o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

A medida, comunicada na última semana pelo Vietnã, simplifica processos e contribui para a consolidação do Brasil como um dos maiores exportadores globais de couro, com mais de 557 mil toneladas exportadas nos primeiros 11 meses de 2024, o que representa um crescimento de 39,2% em relação ao mesmo período de 2023. Essas exportações foram realizadas por unidades produtivas distribuídas pelo país, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Paraná.

De janeiro a novembro de 2024, o Vietnã importou mais de US$ 3,51 bilhões em produtos do agronegócio brasileiro. Entre os principais itens estão milho, algodão, farelo de soja, soja em grãos, pimenta, carne suína, carne de aves, madeira, produtos de reciclagem animal e algodão para a indústria têxtil, demonstrando a diversificação e evidenciando o potencial de ampliação da pauta exportadora para aquele mercado asiático. O país também foi o terceiro maior mercado de destino dos couros e seus produtos, somando 59,63 mil toneladas (10,7% de participação), atrás apenas da China, que teve participação de 45,0% (250,91 mil toneladas), seguida pela União Europeia, com 16,2% (90,11 mil toneladas).

Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Luís Rua, a medida promove um fluxo comercial mais eficiente: “Além de representar novas possibilidades de negócio, a mudança reforça a confiança nas práticas sanitárias brasileiras e o esforço do governo brasileiro em fortalecer e ampliar relações comerciais com esse importante parceiro”, afirmou.

A decisão do governo vietnamita possibilita novos negócios para os produtores brasileiros, reforça a confiança nas práticas sanitárias brasileiras e demonstra o esforço do governo brasileiro para fortalecer e ampliar as relações comerciais do país.

Essa nova abertura comercial é resultado do trabalho conjunto do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

FONTE: MAPA.gov
Vietnã abre caminho para facilitação do comércio de couro brasileiro — Ministério da Agricultura e Pecuária

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O megaporto recém-inaugurado pela China no Peru – e o impacto ao Brasil

Durante sua passagem pelo Peru em novembro, o presidente da China, Xi Jinping, aproveitou para inaugurar o que em alguns anos será maior porto comercial da América do Sul.

O complexo portuário de Chancay fica cerca de 70 km ao norte de Lima. É um projeto superlativo, liderado pela companhia marítima estatal chinesa Cosco Shipping Company e com investimentos totais estimados em US$ 3,4 bilhões. Como o Peru, o Brasil é outro país com relações políticas e comerciais cada vez mais próximas com a China. O gigante asiático é o principal parceiro comercial do Brasil — e o governo brasileiro demonstrou interesse pelo megaporto de Chancay.

Nosso repórter André Biernath explica em detalhes neste vídeo. Confira.
https://youtu.be/E8eyycEVEIU

FONTE: BBC News Brasil
O megaporto recém-inaugurado pela China no Peru – e o impacto ao Brasil – BBC News Brasil

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Ondas gigantes no Pacífico matam três e fecham portos na costa da América do Sul

Ondas gigantes atingem a costa do Oceano Pacífico do continente sul-americano e já causaram a morte de uma pessoa no Chile e duas no Equador, informaram autoridades destes países. O fenômeno, que vem causando ondas de até quatro metros de altura, também forçou o fechamento de mais de cem portos no Peru. De acordo com a Marinha chilena, a vítima no país foi um banhista de 30 anos que entrou na praia de Tres Islas, na cidade de Iquique, no litoral norte do Chile. O local não era considerado adequado para banho devido a um alerta de “marés anormais” até o dia 31.

Veja no Link abaixo:
https://youtu.be/ciq1H5fPqEk?feature=shared


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Obra do Cais Portonave

Em janeiro de 2024, a Portonave iniciou a Obra de Adequação do Cais, um investimento de R$ 1 bilhão para receber navios maiores, com até 400m de comprimento e 17m de profundidade do rio.

O objetivo é ter o ganho de escala e movimentar mais cargas em menos tempo.

OBRA POR ETAPAS

A execução está prevista para ocorrer em duas fases. Enquanto um lado está em obras (450m), o outro realiza as operações normalmente, sem interrupções das atividades. A obra começou pelo lado leste e, quando esta etapa estiver concluída, seguirá para o lado oeste.

EMPRESAS RESPONSÁVEIS

A responsabilidade da obra é de um consórcio de duas empresas, a Besix e a Empresa Construtora Brasil (ECB), que formam a Besix-ECB. Fundada há mais de 110 anos, a Besix é uma empresa de origem belga e é especializada em obras de construção e infraestruturas marítimas. Atuou em obras emblemáticas como o prédio mais alto do mundo, o Burj Khalifa, e o aeroporto da França, Charles de Gaulle. A ECB, fundada em Minas Gerais em 1945, já esteve presente em mais de 250 obras por todo Brasil, com portfólio de projetos de infraestrutura, construção civil, mineração e saneamento.

FONTE: Portonave

Obra do Cais

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