Comércio Exterior, Exportação, Industria, Informação, Portos

Exportações de commodities dominam Porto de Santos, mas ZPES podem mudar cenário

Zona de Processamento de Exportação é vista como caminho para agregar valor e impulsionar a industrialização

Os recordes de exportação nos portos brasileiros, em especial no de Santos, são constantes. O valor agregado, no entanto, é mais baixo, pois o País exporta basicamente commodities, ou seja, produtos do agronegócio, como a soja. Para se ter uma ideia, 53% das exportações do complexo portuário santista e 39% do total de movimentação do Porto (embarque mais desembarque) representam commodities (produtos sem processamento), segundo dados da Autoridade Portuária de Santos (APS). A qualificação deste processo encontra eco na criação de uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE).

As ZPEs são áreas de livre comércio destinadas à produção de bens para exportação e à prestação de serviços vinculados à atividade exportadora, geralmente próximas a portos. A Área Continental de Santos é a região estudada para essa finalidade pela capacidade de expansão e a proximidade com o complexo portuário santista.

Jornalista e especialista em Finanças Públicas, Rodolfo Amaral observa que, na elaboração de um Plano de Negócios visando uma área industrial de natureza incentivada, é preciso identificar os produtos primários hoje exportados pelo Porto de Santos que possam passar pelo processo de industrialização.

“A pauta é extensa, reunindo siderurgia, calçados, têxtil, cerâmica, granito, pescados, fruticultura, soja, milho, café, entre várias outras opções, incluindo equipamentos diversos. O tema precisa ser amplamente debatido com o setor privado para identificação de interesse de investimentos”, afirma.

O consultor portuário Luis Claudio Montenegro considera a ZPE como a representação de um modelo de desenvolvimento. E lembra de como o comportamento da indústria brasileira, com foco no mercado nacional, acabou favorecendo o crescimento de outros países.

“Com os processos de globalização, alguns países, principalmente os asiáticos, após a década de 1980 perceberam que o volume demandado pelos mercados globais seria imensamente maior que os mercados internos, e que o modelo de industrialização deveria ser focado nas exportações e no ganho de escala da produção. Com isso, conquistaram posições no mercado internacional de forma consistente e conseguem ser competitivos com nossas indústrias”, explica

Coreia do Sul é exemplo de desenvolvimento industrial

O consultor portuário Luis Claudio Montenegro costuma usar o índice de Complexidade Econômica para comparar os resultados da politica econômica nos países que tiveram um grande salto de desenvolvimento nas últimas quatro décadas. O indicador avalia o nível de complexidade de produção para exportação de um país e mostra que há uma forte correlação disso com o avanço econômico – ou seja, países com baixa complexidade produtiva tendem a ser menos desenvolvidos economicamente do que os dotados de alto nível dessa característica.

“No caso, a Coreia do Sul exporta quase três vezes ○ valor exportado pelo Brasil, sendo que sua pauta de exportação é baseada em sistemas eletrônicos integrados, química fina, tecnologia em transporte, máquinas, com uma participação de mais de 2,7% do mercado global. Já o Brasil tem suas exportações baseadas em commodities e possui participação no comércio internacional de cerca de 1,2% do mercado internacional. Temos muito a evoluir olhando para o modelo sul-coreano”, detalha,

Secretário de Assuntos Portuários e Emprego de Santos, Elias Júnior foi um dos integrantes da Missão Internacional Porto & Mar Brasil – Coreia do Sul 2024, realizada pelo Grupo Tribuna ao país asiático este ano. Entre outros locais, a comitiva de aproximadamente 50 pessoas visitou a fábrica da Hyundai na Coreia do Sul. O modelo é considerado por ele o melhor exemplo para Santos.

“A eficiência logística é determinante no valor do produto final, seja para exportação ou para o mercado interno. Tivemos um exemplo importantíssimo disso, que é a indústria da Hyundai ao lado do porto. Sessenta e cinco por cento do que é produzido naquele parque industrial é para exportação”, diz ele.

Ele lembra da integração logística daquele país, com produção indo direto para o navio. “É um ganho de produtividade fundamental para o desenvolvimento da indústria nacional”.

China

Coordenadora do Curso de Ciências Econômicas da UniSantos, Célia Ribeiro cita a China como exemplo, em razão das Zonas Econômicas Especiais (ZEEs). Trata-se do principal mecanismo de abertura da economia do pais, constituindo zonas de livre comércio,
estabelecidas por meio de legislação mais flexível, com a redução ou até mesmo a isenção de impostos.

“A China possui cerca de 33% das mais de 7,5 mil Zonas Econômicas Especiais (ZEEs) espalhadas por mais de 70 países. Elas têm estimulado a implantação de indústrias”, afirma

FONTE: Porto Tribuna
Exportações de commodities dominam Porto de Santos, mas ZPEs podem mudar cenário

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MDIC avança na retomada da indústria brasileira

Crescimento da indústria, aumento de investimentos públicos e privados para o setor produtivo, desburocratização e acordos internacionais são destaques do período de 2023-2024.

Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) consolidou as bases da neoindustrialização do país. Desde 2023, executamos programas e ações em cumprimento dos objetivos propostos pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de desenvolvimento inclusivo e sustentável, e conduzidos, no MDIC, pelo vice-presidente e ministro, Geraldo Alckmin.

Com a Nova Indústria Brasil (NIB), avançamos na direção do fortalecimento industrial sustentável, com inovação tecnológica, capacidade exportadora e geração de emprego e renda. Em 2024, os recursos do Plano Mais Produção, sistema de financiamento da NIB, saltaram de R$ 300 bilhões para R$ 506,7 bilhões, com a entrada dos novos parceiros, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Banco da Amazônia, Banco do Nordeste, além do BNDES, Finep e Embrapii. São linhas de crédito e recursos não reembolsáveis para projetos relacionados às seis Missões prioritárias. Trabalhamos para integrar as políticas industrial e de comércio exterior, aumentar e qualificar as exportações, ampliar acordos internacionais e expandir a participação do Brasil no comércio mundial. O governo do presidente Lula anunciou a conclusão do Acordo de Parceria Mercosul-União Europeia, depois de 25 anos de negociação. Avançamos na desburocratização para simplificar processos e reduzir custos para a indústria, com medidas como o Portal Único do Comércio Exterior. Lançamos plataformas inéditas que darão mais transparência às políticas públicas e aos números da economia, como o Observatório da Redução do Custo Brasil e o InvestVis. Intensificamos medidas rumo à economia verde, como a formalização do Sistema Nacional de Economia de Impacto (Simpacto), e a reestruturação do Centro de Bionegócios da Amazônia. E aprimoramos políticas de inclusão social, com projetos como o Raízes Comex, Elas Exportam e Empreendedoras Tech.

Confira abaixo os destaques que marcaram o período 2023-2024: 

NIB impulsiona a indústria brasileira

Desde 2023, a Nova Indústria Brasil (NIB) impulsiona a retomada da indústria brasileiras, com políticas robustas, financiamento e muito diálogo com o setor produtivo e a sociedade civil, no âmbito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI).

O Plano Mais Produção (P+P) ganhou novos parceiros: BB, Caixa, BNB, BASA, além do BNDES, Finep e Embrapii. Os recursos para financiamento da indústria saltaram de R$ 300 bi para R$ 506,7 bilhões. O CNDI redefiniu as metas para as missões da NIB e, também, identificou, para cada uma das missões, as cadeias produtivas prioritárias que vão ajudar a impulsionar os setores produtivos relacionados e a alcançar as metas redefinidas. Do total de R$ 506,7 bilhões em linhas de crédito até 2026, R$ 384,4 bilhões já foram aprovadas entre 2023 e 2024. Só o BNDES aumentou o volume de desembolso de R$ 98 bilhões, em 2022, para R$ 148 bilhões, em 2024. O crédito para a indústria cresceu 262%.

Com a NIB, o Novo PAC e o Plano de Transformação Ecológica, o setor privado já anunciou investimentos de R$ 2,3 trilhões

  • 1,06 trilhão – construção civil
  • 100,7 bilhões – TICs
  • 130 bilhões – automotivo
  • 296,7 bilhões – agroindústria
  • 100 bilhões – siderurgia
  • 105 bilhões – papel e celulose
  • 380 bilhões – bioeconomia e energia renovável
  • 39,5 bilhões – indústria da saúde

As conquistas que marcaram o período mostram crescimento do PIB de 3,5%, em 2024; a menor taxa de desemprego da história, de 6,1%; a quantidade de 103,9 milhões de brasileiros empregados; a menor taxa de pobreza da história, de 27,4%. Confira abaixo mais avanços obtidos:

– No ranking mundial de produção industrial, o Brasil avançou 30 posições, saltando de 70º para o 40º lugar entre 116 países, em 2024, segundo levantamento da Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (Unido) e realizado pelo Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).

– Crescimento da indústria é de 3,3% em 2024, segundo Iedi. E de 3,6% da indústria de transformação, segundo a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a maior em 10 anos.

–  A utilização da capacidade instalada da indústria foi de 83%, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A maior dos últimos 13 anos.

–  O emprego na indústria cresceu 75%, Desse total, 57,4% das vagas foram ocupadas por jovens entre 18 e 24 anos, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged).

– O setor automotivo registrou 15% de salto nas vendas de veículos novos, em 2024. Maior crescimento de 2007. 11% de aumento na produção de veículos e 100 mil novos postos de trabalho.

– Os segmentos de alta tecnologia cresceram 5%, segundo o Iedi.

– Houve crescimento de 8% das exportações brasileiras de bens de média/alta tecnologia desde 2022 até nov/24, segundo dados do MDIC.

– O volume de produção agroindustrial cresceu 4,2%, em out/24 frente a out/23, segundo FGVAgro. Melhor resultado em 14 anos.

– As vendas dos setores de linha branca e marrom cresceram 25%, segundo a Eletros (Associação Nacional dos Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos). É o maior aumento dos últimos 10 anos

– Os setores de máquinas e equipamentos cresceram 8,3%; de bens de consumo duráveis, 9,8%, segundo o IBGE. E as vendas do varejo tiveram alta de 12,2%, de acordo com dados da Visa Consulting & Analytics.

–  O Brasil se tornou o 2°maior receptor de investimentos estrangeiros diretos do mundo em 2024

Neoindustrialização é Inovadora

 – Com o Programa Mais Inovação (que integra o Plano Mais Produção), R$ 16,4 bi do total de R$ 60 bi (até 2026) já foram aprovados, com taxa TR, para projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação, em 2023 e 2024. É o melhor desempenho desde 1995.
– O programa de Depreciação Acelerada aprovou 374 projetos industriais, para renovação do parque industrial. Destaques para os setores: produtos de borracha; biocombustíveis; celulose e máquinas e equipamentos.

– O programa Brasil Mais Produtivo está capacitando 43.566 micro, pequenas e médias empresas, que já estão migrando para a indústria 4.0.

– No âmbito do Regime Especial da Indústria Química, 15 projetos no valor de R$ 711,8 milhões em investimentos foram aprovados, para fortalecer a competitividade do setor. Há mais sete em análise, com valor de R$ 237,6 milhões adicionais.

– A primeira emissão de Letras de Crédito do Desenvolvimento (LCD) do BNDES, resultou em R$ 9 bilhões de captação, para alavancar investimentos industriais.

– Criado em 2024, o Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT) vai captar recursos para desenvolvimento industrial, científico e tecnológico.

– O BNDES aumentou o volume de desembolso de R$ 98 bi, em 2022, para R$ 148 bi em 2024. Um crescimento de 262% no volume de crédito para a indústria.

A Neoindustrialização é Sustentável

– Com o Programa Mobilidade Verde e Inovação – Mover, 154 montadoras foram habilitadas para realizar projetos com objetivo de descarbonizar a frota de carros, ônibus e caminhões. O total de R$ 3,1 bi ou 100% de créditos financeiros foram autorizados no âmbito do programa, em 2024.

– O Programa Mais Alimentos (parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) aprovou R$ 6,3 bi em créditos, para compra de máquinas e implementos nacionais para agricultura familiar. Valor das operações foi 34% maior do que o executado na safra anterior.

– O BNDES aprovou R$ 4,2 bilhões em financiamentos para projetos de produção de biocombustíveis, em 2024. Maior valor em 13 anos.

– Com o Programa Nacional de Combustível Sustentável de Aviação, R$ 17,5 bi de investimentos estão previstos, até 2027, para a produção de biocombustíveis.

– O Novo PADIS aprovou 14 novos projetos industriais, para o desenvolvimento da indústria de semicondutores e de placas fotovoltaicas. Maior patamar desde 2020

– Foram instituídos o Selo Verde e o Selo Amazônia, para fortalecer as cadeias de produção dos produtos sustentáveis e ampliar o acesso a mercados internacionais.

– O Centro de Bionegócios da Amazônia está sendo reestruturado, com a criação do Hub de Bionegócios e Inovação e a reforma do Biobanco.

– Foram criadas a Estratégia Nacional de Bioeconomia, com a participação de 13 ministérios, além do MDIC; e a Estratégia Nacional de Economia Circular, sob coordenação do MDIC com 14 ministérios + Anvisa, ABDI, BNDES, Embrapii

– Uma parceria entre MDIC, Reino Unido, UNIDO permitirá o desenvolvimento do Hub da Descarbonização, plataforma para mobilizar investimentos nacionais e internacionais em descarbonização. Promoverá a descarbonização do segmento de aço. E, também, financiamento climático na ordem de R$ 21 milhões.

 A Neoindustrialização é exportadora

– O governo do presidente Lula avançou em acordos internacionais relevantes para a abertura do comércio brasileiro no exterior:

  • Acordo de Parceria Mercosul-União Europeia

Negociações concluídas, em 2024

  •  Acordo de livre comércio Mercosul-Singapura

Negociações concluídas, em 2023

  •  Acordo Mercosul- EFTA

Negociações avançadas

  •  Acordo Mercosul-Emirados Árabes –

Negociações avançadas

  •  Acordo sobre Comércio de Aviação Civil na OMC

Brasil passa a integrar, em 2023

  •  Regime de Origem do Mercosul

Aprovado, em 2023, para fortalecer o comércio regional

– Ministros de Comércio dos países do G20, em reunião sob a presidência do vice-presidente e ministro, Geraldo Alckmin, aprovaram os Princípios do G20 sobre Comércio e Desenvolvimento Sustentável, documento histórico, para estabelecer uma relação positiva entre o comércio internacional e o desenvolvimento sustentável.

– O MDIC avançou na implementação do Portal Único de Comércio Exterior, que trará economia de R$ 40 bi/ano com redução de tempo de liberação de carga. O portal incorpora outros avanços como: a licença-flex, que digitalizou as operações de importação e exportação; o Certificado de origem digital para exportação de frango, que representa economia anual de R$ 2,4 milhões para os exportadores brasileiros; o CCT aéreo, que reduz de 5 para 1 dia a liberação das importações de cargas aéreas.

– O MDIC atuou intensamente no combate ao comércio desleal. Foram 57 investigações de defesa comercial iniciadas, o maior número dos últimos 11 anos, além de 12 direitos provisórios aplicados, o maior número desde 2014.

– O MDIC reformulou, em parceria com Apex Brasil, o Plano Nacional da Cultura Exportadora, que recebeu adesão de todos os estados brasileiros.

– O governo criou, com apoio do MDIC, o Acelera Exportação, que está em votação no Congresso Nacional, para impulsionar as exportações de pequenas empresas.

– Novos projetos industriais foram aprovados no Conselho Nacional de Zonas de Processamento de Exportação: a conclusão de obras e entrada em operação de duas novas ZPEs: Cáceres/MT e Uberaba/MG, aptas a receberem novos projetos empresariais para exportação; nove projetos industriais com investimentos esperados de R$ 26 bilhões, incluindo grande projeto e produção de hidrogênio verde; a criação de nova ZPE em Bacabeira/MA, com potencial de receber 15 bilhões em investimentos, tendo como projeto âncora uma refinaria de produção de combustível sustentável de aviação (SAF).

 A Neoindustrialização é competitiva

– A Nova Lei de Informática, aprovada no Congresso com apoio do MDIC, irá fortalecer o ecossistema de eletroeletrônica. São 494 empresas com faturamento anual de R$ 202 bi, e mais de 280 ICTs, em 92 municípios brasileiros. A lei criou o Brasil Semicondutores, programa que irá incentivar a produção nacional de bens como celulares, computadores, notebooks e tablets.

– O Observatório do Custo Brasil foi criado neste ano, uma plataforma inédita para acompanhar de perto as ações de redução de custos enfrentados pela indústria. Desde o lançamento da Agenda de Redução do Custo Brasil, pelo MDIC, em 2023, houve redução de R$ 86,7 bi no Custo Brasil,com ações como a abertura do mercado livre de energia e a expansão de redes de banda larga no Brasil.

– Com a simplificação do processo de patentes, caiu de 6,9 para 4,4 anos o prazo de tempo médio de processos de patentes no INPI, desde jan/2023. Um total de 120 novos servidores foram aprovados em concurso para o INPI.

– Foi criada a Plataforma de Indicação Geográfica, para oferecer maior controle, rastreabilidade e comunicação de IGs brasileiras, tendo o café como carro chefe da iniciativa.

– Em parceria com o BID, o MDIC irá construir plataforma Janela Única de Investimentos, para facilitar a entrada de capital estrangeiro no país.

– O MDIC lançou o InvestVis, plataforma inédita para consultas sobre investimentos estrangeiros diretos em todo o mundo.

– Com a criação da Estratégia Regula Melhor, o MDIC tem o objetivo de melhorar o processo regulatório de ponta a ponta: do treinamento e capacitação dos reguladores e revisão de normas atuais.

– Foi lançado o Guia Referencial de Sandbox, uma parceria entre o MDIC e Advocacia Geral da União, que facilitará a criação de ambientes regulatórios experimentais, seguros e colaborativos, de modo a garantir maior segurança jurídica, atrair investimentos e promover inovações.

– Foi implementada a Estratégia Nacional de Propriedade Intelectual, para assegurar maior coordenação das políticas do governo para incentivar a criatividade, a inovação, investimentos e a competitividade.

– O Conselho Nacional de Fertilizantes aprovou 71 projetos de produção de fertilizantes, que mobilizarão investimentos de R$ 22,4 bilhões, um avanço do Plano Nacional de Fertilizantes.

A Neoindustrialização é inclusiva

– Com a Estratégia Nacional de Economia de Impacto (Enimpacto), 2 mil negócios de impacto estão sendo apoiados com recursos de R$ 250 milhões. Em 2024, o MDIC implementou o Sistema Nacional de Economia de Impacto (Simpacto), para alinhar as legislações estaduais e municipais à Enimpacto. O Simpacto recebeu adesão dos estados do RN, CE, AL e ES.

– O Programa Elas Exportam atendeu 117 empreendedoras e 97 mentoras em 4 edições do programa, que tem o objetivo de ampliar a participação e mulheres no comércio exterior.

– O MDIC lançou o Programa Raízes Comex, que tem o objetivo de ampliar a inclusão de mulheres e negros no comércio exterior brasileiro. E publicou estudo inédito: “Comércio Exterior e Representatividade Racial no Mercado de Trabalho Brasileiro”

– O programa Empreendedoras Tech realizou a 2ª edição do programa com o Sebrae, Enap e Impact Hub, para inclusão de mulheres no empreendedorismo tecnológico. 3 startups foram premiadas e 70 mulheres, capacitadas.

– Os ministros de Comércio e Investimentos do G20, reunidos em Brasília, sob a presidência do vice-presidente, Geraldo Alckmin, aprovou compêndio com boas práticas internacionais para enfrentar os desafios que as mulheres encontram no comércio internacional. Mulheres e Comércio Internacional foi tema prioritário da reunião.

– Brasil adere ao Arranjo Global sobre Comércio e Gênero, durante a 13ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio, com apoio e participação do MDIC.

Agenda da indústria avança no Congresso  

Desde 2023, a agenda da indústria ganha destaque de aprovações no Congresso Nacional, resultado do diálogo constante do governo do Presidente Lula e dos parlamentares. Confira as principais proposições aprovadas e já sancionadas:

– Reforma tributária – Maior justiça tributária e competitividade

– Marco de garantias – Melhor acesso ao crédito

– Mercado Regulado de Carbono – Maior incentivo para redução de emissões de carbono

– Lei do Combustível do futuro – Garantia da descarbonização da matriz energética

– Letras de Crédito do Desenvolvimento – Mais recursos para financiar projetos industriais

– Marco Legal de Hidrogênio Verde – Estímulo à produção de energia sustentável

– Programa da Depreciação Acelerada – Modernização do parque industrial brasileiro

– Programa Mobilidade Verde e Inovação – Mover – Descabonização das frotas de veículos

– Nova lei de Informática, com criação do Brasil Semicon – Mais tecnologia inovadora

FONTE: MDIC
MDIC avança na retomada da indústria brasileira — Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

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Comércio Exterior, Industria, Informação, Logística, Notícias

Promovem reativação ferroviária com novas regras de chamada pública

O Ministério dos Transportes Públicos regulamentou a Lei nº 14.273; conhecido como Railway Legal Framework.

Essa medida busca aumentar a eficiência no uso da malha ferroviária federal; e também promover a reativação de seções inativas.

Diferentemente do modelo de autorização, onde os interessados propõem projetos ferroviários, o régimen de chamada pública certamente permite ao governo identificar trechos e oferecê-los ao mercado. Essa estratégia busca atrair novos operadores para explorar ou revitalizar segmentos ferroviários nativos; promover o desenvolvimento económico e a criação de emprego.

“O novo procedimento abre espaço para atores interessados em operar trechos inativos; para aproveitar os ativos ferroviários existentes”, disse Leonardo Ribeiro, Secretário Nacional de Transportes Ferroviários.

O Ministério dos Transportes conduzirá todas as etapas do processo, desde a preparação até a publicação dos editais. As chamadas poderão ser aplicadas a trechos desativados, devolvidos ou não implementados; alinhando-se compromisso do governo de modernizar a infraestrutura ferroviária do Brasil.

FONTE: Todo LOGISTICA NEWS
Promovem reativação ferroviária com novas regras de chamada pública – TodoLOGISTICA NEWS

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Brasil responde a investigação chinesa sobre carne bovina

O governo brasileiro, junto com o setor exportador, ressaltou que, ao longo da investigação, irá demonstrar que as exportações de carne bovina do Brasil para a China não causam danos à indústria local.

O governo brasileiro, por meio de uma nota divulgada nesta sexta-feira (27), afirmou que está ciente do início da investigação aberta pela China para avaliar se o aumento das importações de carne bovina do Brasil tem prejudicado o setor interno chinês. A informação foi comunicada pelo Ministério do Comércio da China.

A nota, assinada pelos Ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e das Relações Exteriores, destacou que o Brasil vai buscar demonstrar que a carne bovina exportada para a China não representa nenhum prejuízo para a indústria chinesa.

A investigação abrange todos os países exportadores de carne bovina para a China e irá analisar o período de 2019 até o primeiro semestre de 2024. O processo investigativo tem prazo estimado de oito meses, e, até o momento, não foram anunciadas medidas preliminares, com a tarifa de 12% “ad valorem” sobre as importações de carne bovina da China permanecendo em vigor.

A China é o principal mercado para a carne bovina brasileira, sendo também o maior parceiro comercial do Brasil no setor de proteínas animais nos últimos anos. Em 2024, as exportações brasileiras para o país chegaram a mais de 1 milhão de toneladas, um aumento de 12,7% em relação ao mesmo período de 2023, conforme dados do MDIC. O governo brasileiro, junto com o setor exportador, ressaltou que, ao longo da investigação, irá demonstrar que as exportações de carne bovina do Brasil para a China não causam danos à indústria local, mas sim, desempenham um papel complementar na produção da China. Por fim, a nota reforça o compromisso das autoridades brasileiras em defender os interesses do agronegócio nacional, ao mesmo tempo que respeitam as decisões soberanas da China e buscam sempre o diálogo para soluções que sejam benéficas para ambas as partes.

FONTE: É Hoje.com
Brasil responde a investigação chinesa sobre carne bovina

 

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Agronegócio, Industria, Informação, Notícias

Cargill demite 8 mil funcionários e causa impacto significativo no agronegócio brasileiro

A gigante do setor de commodities agrícolas, Cargill, anunciou recentemente a demissão de cerca de 8.000 funcionários em âmbito global, representando aproximadamente 5% de sua força de trabalho.

A decisão faz parte de um esforço de reestruturação para enfrentar os desafios econômicos e operacionais decorrentes da queda nos preços de commodities agrícolas, como soja, milho e trigo. Este movimento, embora focado em uma operação global, pode trazer impactos significativos para o agronegócio brasileiro, uma das áreas estratégicas para a empresa.

De acordo com a Reuters, os cortes têm como objetivo simplificar a estrutura organizacional, eliminando camadas hierárquicas e melhorando a eficiência operacional. A Cargill, que registrou uma receita de US$160 bilhões no último ano fiscal, enfrenta uma conjuntura desafiadora, incluindo a seca nos Estados Unidos, custos elevados de insumos e uma redução significativa no rebanho bovino. Diante disso, é crucial analisar como a reestruturação pode afetar o agro brasileiro e o que os produtores podem fazer para se preparar para este cenário.

Embora as mudanças anunciadas sejam globais, elas trazem implicações diretas e indiretas para o Brasil, como uma mudança na dinâmica de mercado; A simplificação das operações pode levar a uma diminuição na capacidade de compra da empresa ou a um aumento nos custos de logística. Isso pode pressionar os preços pagos aos produtores rurais, especialmente em commodities como soja e milho, que são pilares das exportações brasileiras, a concorrência com outras tradings; A saída ou redução de operações da Cargill em algumas áreas pode abrir espaço para outras tradings, como ADM, Bunge e Louis Dreyfus consolidarem sua presença no Brasil. Embora isso possa beneficiar os produtores em algumas regiões, mudanças nas políticas de compra ou logística podem criar novos desafios para produtores e cooperativas.

A decisão da Cargill reflete os desafios enfrentados pelo setor agrícola global, incluindo margens reduzidas e a queda nos preços de commodities. Para o Brasil, isso significa que o setor deve estar preparado para lidar com restrições de crédito, já que os bancos podem ficar ainda mais cautelosos ao conceder financiamentos diante de um cenário de maior risco. Para o produtor rural, o desafio é claro: adaptar-se a essas mudanças, buscando soluções inovadoras e parcerias estratégicas que garantam a sustentabilidade de sua atividade. Posicionamento oficial da Cargill Por quase 160 anos, a Cargill tem sido um conector crítico do sistema alimentar global.

No início deste ano, estabelecemos uma estratégia de longo prazo para dar continuidade a esse legado, enquanto mantemos os valores e as principais forças que definiram nosso sucesso desde o início. Ao olharmos para o futuro, traçamos um plano claro para evoluir e fortalecer nosso portfólio, aproveitando as tendências promissoras à nossa frente, maximizando nossa competitividade e, acima de tudo, continuando a entregar para nossos clientes. À medida em que o mundo ao nosso redor muda, estamos comprometidos em nos transformar ainda mais rápido para entregar para nossos clientes e cumprir nosso propósito de nutrir o mundo.

Para fortalecer o impacto da Cargill, precisamos readequar nossos talentos e recursos para alinhar à nossa estratégia. Infelizmente, isso significa reduzir nossa força de trabalho global em 5 por cento. Esta decisão difícil foi tomada cuidadosamente. Vamos nos apoiar em nosso valor central de colocar as pessoas em primeiro lugar enquanto oferecemos suporte aos nossos colegas durante esta transição.

FONTE: Compre Rural
https://www.comprerural.com/cargill-demite-8-mil-funcionarios-o-impacto-no-agro-brasileiro/#:~:text=%C3%80%20medida%20em%20que%20o,para%20alinhar%20%C3%A0%20nossa%20estrat%C3%A9gia.

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Presidente Lula sanciona Lei sobre os procedimentos da produção de bioinsumos

Dispõe sobre a produção, a importação, a exportação, o registro, a comercialização, o uso, entre outros aspectos relacionados aos bioinsumos

presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, sancionou a Lei nº 15.070, que dispõe sobre os procedimentos para a produção de bioinsumos destinados ao uso agrícola, pecuário, aquícola e florestal. A publicação foi feita no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (24). 

A Lei abrange diversos aspectos, como a produção, importação, exportação, registro, comercialização, uso, inspeção, fiscalização, pesquisa, experimentação, embalagem, rotulagem, propaganda, transporte, armazenamento, taxas, prestação de serviços, destinação de resíduos e embalagens e os incentivos à produção. 

“Hoje, vivemos mais um dia histórico para a agropecuária brasileira. A responsabilidade pela sustentabilidade do Brasil é nossa, e os bioinsumos certamente serão protagonistas no caminho do nosso desenvolvimento sustentável”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.  

As disposições da Lei se aplicam a todos os sistemas de cultivo, incluindo o convencional, o orgânico e o de base agroecológica, como também a todos os bioinsumos utilizados na atividade agropecuária.  

“A publicação da nova lei é um marco importante para a agricultura sustentável do Brasil, reforçando nossa posição de liderança global na produção e utilização de bioinsumos. Há quase 20 anos, o país se destaca pela inovação e pelo registro de produtos de base biológica, adotando soluções ambientalmente sustentáveis, seguras e que aumentam a eficiência e a produtividade agrícola”, pontuou o secretário de Defesa Agropecuária, Carlos Goulart. “Com uma legislação específica para bioinsumos, o Brasil se torna também uma referência mundial na área regulatória, acolhendo toda a ciência e inovação aplicada aos produtos de base biológica, dando segurança jurídica aos diferentes modelos de uso de bioinsumos, e mantendo o rigor na análise dos produtos sem criar ou aumentar burocracias”, ressaltou Goulart. 

A publicação também apresenta que o controle, o registro, a inspeção e a fiscalização dos produtos e dos estabelecimentos competem ao órgão federal, estadual ou distrital responsável pela defesa agropecuária, no âmbito de suas competências definidas pela Lei.  

São divulgados os conceitos de biofábrica, biosinsumo, bioinsumo de uso pecuário, de uso aquícola, de uso aprovado para a agricultura orgânica, ingrediente ou princípio ativo, inóculo de bioinsumo, matéria-prima, entre outros. A Lei também regulamenta o registro de estabelecimento e produto, a produção para uso próprio, a produção comercial, as competências e a instituição da Taxa de Registro de Estabelecimento e Produto da Defesa Agropecuária (Trepda).  

Esta Taxa refere-se ao exercício regular do poder de polícia administrativa e ao controle das atividades de registro previstas na Lei. Ela será cobrada apenas para avaliação e alteração de registros que demandem análises técnicas de bioinsumos produzidos ou importados para fins comerciais, assim como para os estabelecimentos que produzam ou importem com esse propósito. 

“A publicação da Lei 15.070 demonstra que o Brasil está avançando rapidamente nesta agenda, apresentando dispositivos que direcionam incentivos para pesquisa e desenvolvimento, taxas de crédito diferenciadas para produtores e programas de capacitação que facilitem a produção e o uso de Bioinsumos”, enfatizou o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Pedro Neto. “Estamos dando um passo importante com essa nova Lei, que seguramente vai ajudar posicionar e reforçar o Brasil como um país que pratica uma agropecuária, rica em tecnologia e de base biológica e sustentável”, reforçou Neto.

Saiba mais sobre a Lei nº 15.070. 

FONTE: MAPA
https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/noticias/presidente-lula-sanciona-lei-sobre-os-procedimentos-da-producao-de-bioinsumos

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Economia, Exportação, Importação, Industria, Informação, Investimento, Negócios, Tributação

BOMBA: Dólar acaba de bater cifra jamais vista na história; VEJA

O mercado financeiro brasileiro foi impactado nesta quarta-feira (25) pela disparada do dólar, que alcançou a cotação de R$ 6,38, marcando um recorde histórico.

O aumento significativo da moeda norte-americana está associado a uma combinação de fatores internos e externos, incluindo incertezas fiscais no Brasil, a alta dos juros nos Estados Unidos e o comportamento volátil do mercado global. O cenário reforça a necessidade de medidas concretas para estabilizar a moeda e devolver confiança ao mercado.

 

FONTE: Diarinho Brasil
https://diariodobrasilnoticias.com.br/noticia/bomba-dolar-acaba-de-bater-cifra-jamais-vista-na-historia-veja-676bea0ac52d0

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Economia, Gestão, Industria, Informação, Inovação, Logística, Negócios, Notícias

O Brasil entra no mapa do nearshoring

Como a América Latina se torna uma nova fronteira para empresas globais e pode aumentar sua relevância no mandato de Trump

*Roberto Patiño

Nos últimos anos, a dinâmica das cadeias de fornecimento globais passou por transformações significativas, impulsionadas por uma série de fatores geopolíticos, econômicos e tecnológicos – da pandemia aos conflitos armados. Nesse mundo hiperestressado, uma das tendências que surgiram foi o nearshoring.

Trata-se de uma estratégia em que as empresas transferem suas operações de manufatura, serviços ou centros de distribuição para países mais próximos de seus mercados-alvo, em vez de optar pelo tradicional offshoring em países mais distantes. Essa alteração, que tem um cunho logístico evidente visando a mitigar vulnerabilidades, como as interrupções de fluxo, melhora a flexibilidade e a eficiência logística.

Nesse contexto, a América Latina, o Brasil em particular, tem se destacado como destino estratégico para empresas globais que buscam mais eficiência, redução de custos e resiliência nas cadeias de suprimentos.

De acordo com relatório da JLL sobre nearshoring, a proximidade com mercados-chave como os Estados Unidos, a qualidade da infraestrutura e a oferta de mão de obra qualificada fazem da região uma alternativa viável para companhias que buscam reduzir sua dependência de fornecedores distantes.

O Brasil ainda tem como vantagem um mercado local atrativo, com mais de 200 milhões de possíveis consumidores, e homogeneidade geopolítica. O estudo ainda aponta que São Paulo, mais precisamente, figura entre as “top 5” cidades em cinco dos sete critérios de performance de nearshoring: histórico de investimento estrangeiro, força de trabalho, mercado potencial, mercado imobiliário estruturado e performance logística.

Toda essa movimentação pode ajudar a impulsionar a indústria latino-americana como um todo, garantindo mais representatividade econômica global para a região. Nesse sentido, a eleição de Donald Trump pode acrescentar mais um impulso para o nearshoring.

Durante seu primeiro mandato, Trump implementou uma série de políticas voltadas para reduzir a dependência das cadeias de fornecimento asiáticas e reorientar a produção para países mais próximos dos EUA. Sua abordagem de America First promoveu uma agenda protecionista, que incentivou empresas a repatriar suas fábricas e centros de distribuição para os Estados Unidos ou para países próximos, como México – e o Brasil conseguiu aproveitar parte dessa onda.

Então, como deve ficar o nearshoring?

O cenário para o próximo ano, especialmente com as mudanças políticas que podem ocorrer nos EUA, será decisivo para o futuro do nearshoring na América Latina. Políticas de relocalização de produção e de fortalecimento da indústria doméstica continuarão a ser uma prioridade estratégica para os EUA, o que pode manter o Brasil e a América Latina no radar de empresas globais em busca de alternativas mais próximas.

Com a continuidade da tendência de diversificação das cadeias de suprimento e a necessidade de resiliência diante de crises globais, o Brasil tem a oportunidade de se consolidar como um hub importante para o nearshoring, especialmente em setores-chave como tecnologia, indústria automotiva, energia renovável e agronegócio. Para que aproveitemos esse potencial, será fundamental que o país continue a melhorar seu ambiente de negócios, permaneça investindo em infraestrutura e mantenha políticas voltadas para a atração do capital estrangeiro.

*diretor de Integrated Portfolio Solutions da JLL

FONTE: Exame
https://exame.com/colunistas/genoma-imobiliario/o-brasil-entra-no-mapa-do-nearshoring/amp/

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Os 50 anos da Smurfit Westrock no Planalto Norte

Desde 1974 em Três Barras, mais do que produzir embalagens sustentáveis e renováveis, a multinacional tem o compromisso de contribuir com o desenvolvimento das comunidades.

lorianópolis, 19.12.2024 – Ao cruzar a histórica marca de 50 anos, a Fábrica de Papel Smurfit Westrock de Três Barras, localizada no planalto norte de Santa Catarina, celebra não apenas sua contribuição para o mercado de papel e embalagens brasileiro e global, mas também seu impacto no desenvolvimento socioeconômico das comunidades de Três Barras, Canoinhas e região.

Fundada em 25 de março de 1974, a fábrica foi pioneira na transformação da matéria-prima do negócio florestal em papel kraft de alta qualidade, deixando um legado de inovação, sustentabilidade e pertencimento para os moradores.

A fábrica não é apenas uma unidade de produção industrial, mas sim um epicentro de histórias e significados que vão muito além. É o ponto de convergência de milhares de pessoas que dedicaram seu esforço e talento à unidade, da energia que movimenta a região, de projetos sociais transformadores e da conexão com o mercado global. Acompanhe os principais marcos das últimas cinco décadas que moldaram essa jornada:

Anos 1970: A origem de uma transformação

•             1974: A fábrica inicia suas operações com a produção das primeiras 150 toneladas de papel, celebradas com uma grande mobilização das comunidades locais. Esse evento simbolizou o começo de um novo ciclo econômico e social para Três Barras e Canoinhas.

•             Impacto local: A chegada da fábrica trouxe oportunidade de empregos diretos e indiretos, dinamizou o comércio local e contribuiu para o fortalecimento da infraestrutura das cidades vizinhas.

*Destaque para a década de 1950, já que em 1956 dava início a operação florestal com a plantação de pinus e eucaliptos, matéria-prima para a produção do papel.

Anos 1990: Investimentos que consolidam a presença regional

•             1997: A fábrica recebe um investimento significativo de US$ 60 milhões para a instalação de uma nova caldeira de recuperação, aumentando a eficiência energética e a capacidade de geração de vapor. Esse avanço não apenas modernizou a unidade, mas também reforçou o compromisso da empresa com a inovação e sustentabilidade.

Anos 2000: Um salto em energia e produção

•             2007: A instalação de uma nova caldeira de força baseada em biomassa e um turbogerador com capacidade de produzir 25MWh, permitiram à Fábrica de Papel Smurfit Westrock autogerar energia renovável, equivalente ao consumo energético de 100 mil pessoas. Esse marco estabeleceu um novo patamar na jornada de sustentabilidade e eficiência energética.

•             2010-2012: Com um investimento de R$ 1,3 bilhões, a fábrica passou por uma expansão que incluiu a reforma da máquina de papel 3 e a construção da máquina de papel 4, uma nova planta de celulose de eucalpto e uma planta de reciclado, atendendo às mais altas exigências do mercado nacional de embalagens.

•             As inovações iniciadas em Três Barras, permitiram à Smurfit Westrock a produção de papel e embalagens comercializadas para os mais variados setores industriais, que posteriormente chegavam às casas de milhões de brasileiros e muitas vezes também exportados para outros países.

Anos 2020: Sustentabilidade e liderança

•             2021: A Fábrica de Papel Smurfit Westrock se tornou a maior produtora de kraftliner da América Latina. Esse marco foi alcançado graças a um investimento de US$ 345 milhões, reafirmando o protagonismo da unidade no setor.

•             Sustentabilidade: Com autossuficiência energética majoritária, a fábrica faz uso de biocombustíveis renováveis, como biomassa e licor preto, reduzindo significativamente suas emissões de gases de efeito estufa.

•             Tríplice certificação: A conquista das certificações ISO 9001, ISO 14001 e OHSAS 18001 reforçou o compromisso com a qualidade, o meio ambiente e a segurança dos funcionários.

•             2022: A empresa lança o Programa DesEnvolve oferecendo oportunidades para potencializar o desenvolvimento de pessoas em situação de vulnerabilidade social e fornecer mão de obra qualificada para a indústria de Santa Catarina. O sucesso do Programa iniciado na região, motivou a Smurfit Westrock a realizar a iniciativa para outros estados do Brasil onde a companhia possui unidades produtoras.

Para Ali Abdul Ayoub, diretor industrial de Papel Virgem na Smurfit Westrock, a data é importante também para valorização da visão estratégica da empresa compartilhada com a região. “Ao longo dessas cinco décadas, enfrentamos desafios, conquistamos vitórias e construímos uma cultura de segurança, colaboração e excelência. Olhamos para os próximos 50 anos com entusiasmo, certos de que as próximas gerações continuarão a escrever essa história de sucesso.”
Impacto econômico e social no Planalto Norte

Ao longo dos 50 anos, a Fábrica de Papel de Três Barras tem impactado diretamente a vida das comunidades locais. Mais de 600 colaboradores atualmente fazem parte de uma história que já empregou milhares de pessoas ao longo das décadas. Além disso, inúmeros projetos sociais, além do Programa DesEnvolve, transformaram a realidade da região, promovendo educação, saúde e desenvolvimento social, como o Projeto Vencer, Juntos Pela Educação, Caixa do Bem e do Agasalho, Brincando na Praça, mel Florestal, entre outros.

Os benefícios também ultrapassam fronteiras. O papel produzido em Três Barras abastece não apenas o negócio de embalagens de papelão ondulado da empresa no Brasil, mas também países como Paraguai, Argentina, Chile, Equador e África do Sul. Cada tonelada de papel exportada carrega o nome de Três Barras para o mundo, conectando a região ao mercado global.

Para celebrar esse marco, a unidade abriu suas portas para clientes, comunidades, autoridades, funcionários e seus familiares, em uma visita guiada ao interior da fábrica, na qual o público conheceu mais detalhes sobre o processo de produção do papel, o compromisso da Smurfit Westrock com a segurança, inovação e sustentabilidade. Durante dois dias, a fábrica de Três Barras recebeu cerca de 300 visitantes.

“A Smurfit WestRock não apenas celebra sua trajetória histórica, mas também olha para o futuro com o compromisso de continuar sendo uma referência em inovação, sustentabilidade e conexão com a comunidade, oferecendo para nossos clientes as melhores soluções em papel e papelão ondulado. Nosso desejo é que as pessoas de Três Barras e região saibam que pertencem a uma história maior, construída com papel, mas, acima de tudo, com a participação e o talento de cada uma delas”, pontua Manuel Alcalá, presidente da Smurfit Westrock.

Sobre a Smurfit Westrock

A Smurfit Westrock é um líder global de embalagens sustentáveis, com presença em mais de 40 países e 100.000 funcionários. Possui mais de 500 operações de conversão e 63 fábricas de papel que oferecem soluções sob medida para clientes, com qualidade e confiabilidade. No Brasil, conta com cerca de 5.000 colaboradores e está presente em seis estados brasileiros, com seis unidades de produção de papel, 10 unidades fábricas de conversão e 54 mil hectares de floresta.

Fonte: Smurfit Westrock
FIESC https://fiesc.com.br/pt-br/imprensa/os-50-anos-da-smurfit-westrock-no-planalto-norte

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A visão da Heineken por trás da agenda da felicidade no trabalho

Raquel Zagui, head global de DEI da companhia e VP de pessoas no Brasil, reflete sobre a jornada da transformação cultural da empresa 

Raquel Zagui, vice-presidente de pessoas da Heineken no Brasil, assumiu recentemente mais um chapéu na empresa: ela passa a assumir o papel de head global de diversidade, equidade e inclusão (DEI).  

Filha única de uma família de classe média de Bauru, no interior de São Paulo, Raquel é formada em engenharia de produção mecânica. Apesar da facilidade com a área de exatas, foi logo no seu primeiro emprego que ela entrou em contato com a gestão de pessoas. Após a graduação, entrou no programa de trainee da Ambev, que permitia que os estagiários passassem por diferentes áreas da empresa. Foi assim que acabou se encontrando em recursos humanos. 

Com 24 anos, assumiu a gerência de RH da segunda maior fábrica da Ambev no Brasil, em Jundiaí. “Quando percebi que queria continuar em RH, sabia que precisava buscar uma empresa que fosse uma escola para o desenvolvimento de pessoas”, lembra. Logo depois, recebeu um convite para trabalhar na Whirlpool, fabricante de eletrodomésticos, onde permaneceu por sete anos e passou por diferentes áreas, inclusive foi expatriada e passou a viver nos Estados Unidos como diretora global de RH da empresa.  

Após três anos, voltou ao Brasil e assumiu a liderança de RH da Bacardi, onde foi responsável pelos países do cone sul e, mais tarde, pelas operações a nível global. Após um tempo, recebeu um convite para uma nova oportunidade na Heineken, que envolvia menos viagens e que a permitiria passar mais tempo com o filho pequeno.  

De lá para cá, Raquel já está na Heineken há sete anos, e passou por momentos importantes da empresa, como a integração com a Brasil Kirin, a sucessão da presidência e o impacto da Covid-19. Atualmente, é a vice-presidente com maior tempo na posição na companhia do Brasil, fora o CEO. Desde outubro de 2024, assumiu a responsabilidade como head global de DEI, a qual equilibra com seu posto de VP. 

Nesta entrevista, Raquel Zagui fala sobre como a Heineken conseguiu sair de 29% de mulheres em posições de liderança para alcançar 42%. A VP também comenta como surgiu a área de felicidade na empresa e como esse conceito é aplicado na gestão da companhia. 

Na sua gestão, a empresa conseguiu aumentar o número de mulheres e pessoas negras na liderança. Como foi esse processo e como vocês conseguiram alcançar essa meta?

Quando cheguei, começamos a conversar sobre a agenda de diversidade na empresa, que ainda não era um tema forte, nem no global nem na operação do Brasil. Em 2017 e 2018, ainda faltavam algumas condições básicas: não tínhamos licença-maternidade estendida, nem acessibilidade em todos os lugares, e as campanhas LGBTQIAP+ ainda eram tímidas. Então, o primeiro ano foi mais sobre criar essas condições fundamentais antes de abordar a diversidade de forma mais robusta. Nesse período, falávamos sobre o assunto, mas ainda estávamos com um compromisso moral, mais do que com metas concretas. 

Quando a pandemia chegou e o Maurício Giamellaro já estava na posição há cerca de um ano. Levamos uma proposta para ele sobre a importância de estabelecer metas. À época, estávamos com cerca de 20% de mulheres na liderança e sugerimos 35% ou 40% como meta. Para nossa surpresa, ele disse: “tem que ser 50%”. Ele explicou que, para representar a sociedade e o mercado consumidor, a meta deveria ser 50%.  

O grande aprendizado foi que, se tivéssemos colocado uma meta de 35%, provavelmente continuaríamos com mudanças incrementais. Quando colocamos a meta de 50%, soubemos que seria necessário revisar todos os processos de ponta a ponta e ter conversas mais difíceis. Precisaríamos encontrar outras maneiras de medir e impulsionar essa mudança. 

Desde então, adotamos isso como um grande desafio, não apenas pelo número, mas pelo impacto que isso traria para a sociedade. A Heineken pode influenciar muito além dos 13 mil colaboradores, afetando também suas famílias. A representatividade precisa ser vista em todos os níveis de liderança, e tenho trabalhado para incorporar essa agenda também a nível global. A meta global de 40% de mulheres em posições de liderança sênior é mais desafiadora, mas temos até 2030 para atingi-la.  

E como vocês estão trabalhando para manter o cenário positivo no longo prazo?

Sabemos que, se não trabalharmos nas bases, esse número pode cair nos próximos anos. Por isso, estamos focando em criar um pipeline de talentos femininos que garantam que essa agenda não tenha mais volta. 

Estamos atacando a questão em várias frentes: cultura, treinamento de viés, comunicação, e também tratando casos de assédio de forma séria, com medidas consequentes. 

Implementamos vagas afirmativas, um conceito que, no início, eu resisti, pois temia que isso gerasse um ambiente de “elas versus eles”. Mas começamos a trabalhar com vagas afirmativas, programas de desenvolvimento para as líderes femininas, e estamos observando a equidade salarial. Este é um plano de trabalho que percorre todas as áreas da empresa, com governança baseada em números. 

Tenho um painel de indicadores que analiso mensalmente com todas as vice-presidências. Acompanhamos custos, clima organizacional, e indicadores de diversidade, como os percentuais de mulheres e turnover, para medir os resultados. Não esperamos até o final do ano para saber se atingimos as metas, acompanhamos de perto todo o processo. 

A Heineken é conhecida por ser pioneira na criação de uma área dedicada à felicidade. Como surgiu essa ideia, como ela está organizada e quais as iniciativas implementadas?

A diretoria de felicidade começou oficialmente no início do ano passado, mas já trabalhávamos a questão da felicidade no ambiente de trabalho com alguns pilotos antes disso. Buscamos uma metodologia baseada na ciência da felicidade, pois quando se fala em felicidade, muitas pessoas pensam que estamos apenas distribuindo adesivos de sorriso e promovendo positividade tóxica, o que está bem longe da realidade. A metodologia que utilizamos é a PERMA-V, que abrange cinco pilares para criar um ambiente de trabalho mais feliz. O responsável por essa metodologia é o Martin Seligman.  

Realizamos uma pesquisa quinzenal com todos os funcionários da Heineken. Com base nisso, trabalhamos planos de ação. Por exemplo, qualquer gestor que tenha uma nota abaixo de 7 recebe um coaching específico para discutir como ele está promovendo a felicidade dentro da equipe e se está colocando o tema em pauta com seu time. Muitas vezes, o simples fato de dar ferramentas práticas e descomplicadas ajuda o gestor a reverter a situação. 

Também observamos, por exemplo, quando o estresse é um problema mais forte em um grupo ou na empresa como um todo. A partir daí, realizamos laboratórios de felicidade focados no estresse, em como gerenciá-lo e identificar as emoções positivas e negativas. Há muita ferramenta e conceito por trás disso para garantir uma evolução consistente que se conecta com o que vemos na pesquisa de clima. 

A pesquisa de clima tem um foco mais voltado para o ambiente de trabalho, enquanto a pesquisa de felicidade foca no indivíduo. Isso tem feito muita diferença nas relações dentro da empresa, pois geramos novas conversas entre funcionários e líderes. Buscamos entender como conectar o propósito do indivíduo com o da Heineken e garantir que, se alguém não estiver bem ou estiver passando por questões pessoais, ela se sinta segura psicologicamente para trabalhar.  

Este ano, nosso programa de liderança foi totalmente voltado para a segurança psicológica, pois entendemos que, para trabalhar a felicidade e ter conversas sobre feedback e outros temas importantes, é necessário criar um ambiente seguro. Caso contrário, qualquer conversa será superficial. Isso é o que a agenda de felicidade tem representado para nós. 

Como você descreveria seu estilo de liderança?

Bom, eu diria que sou uma pessoa bastante próxima, informal e muito verdadeira. O que você vê aqui é exatamente o que sou, tanto no lado pessoal quanto no profissional. Acredito que um ser humano é uma pessoa só. Gosto de ouvir o time, construir a estratégia junto e definir o caminho a seguir. Dou muito espaço e liberdade para eles trabalharem. Quem trabalha comigo sabe que minha agenda é uma loucura, mas sempre que alguém diz “preciso falar com você hoje”, nunca deixo de atender. Estou sempre disponível e disposta a apoiar meu time quando for necessário. 

Acredito muito na liberdade das pessoas para serem elas mesmas no ambiente de trabalho, e por isso a diversidade é tão importante para mim. Gosto de brincar e me divertir no trabalho, falo besteira, dou risada. Também me descreveriam como justa e ética, valores muito importantes para mim. O que aplicamos para um gerente devemos aplicar com o mesmo rigor para um vice-presidente. Não pode haver dois pesos e duas medidas. Como trabalhamos em uma empresa grande, isso é algo que temos que cuidar. 

Acho que as pessoas me veriam como guardiã dos valores da empresa nesse sentido. Descreveriam minha liderança como uma liderança de coragem, porque muitas vezes sou a cara de pautas novas, que às vezes podem ser controversas. Mas não sei ser diferente, são os valores nos quais acredito, e tenho prazer em defender e implementar. 

FONTE: Meio e mensagem
https://www.meioemensagem.com.br/womentowatch/raquel-zagui-futuro-da-heineken

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